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Irmãos escrita por Kelly S Cabrera
Capítulo 1
Irmãos
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Mais um dia na Devil May Cry. Aproveitei o dia que Dante sumiu atrás de um demônio para colocar ordem na bagunça que ele faz. Desde pequeno o mestiço adora bagunçar as coisas e pelo visto, isso ainda continua. Certas coisas nunca mudariam.
Agora, entediada e sentada na mesa de Dante, com a Devil May Cry livre da bagunça, começo a vasculhar as gavetas. Em uma delas, a ultima, encontro uma pequena foto antiga. Nela, Dante estava junto com Vergil, quando pequenos, e pareciam animados. Volto a procurar mais uma vez na gaveta em busca de mais uma foto perdida, mas não encontro mais nada.
-Onde será que seu filho esconde as outras fotos? - Pergunto ao porta-retrato de Eva, como se ela pudesse me responder. Deixo a foto em cima da mesa e saio em busca de mais alguma foto.
Quando volto para o escritório, chateada por não ter encontrado mais nada, vejo Dante em frente a mesa e vendo a foto. Ele olha para ela como se estivesse perdido em algum lugar do passado e pareceu não me notar.
-Onde encontrou isso? - Perguntou sério, sem desviar os olhos da foto.
-Na gaveta. Eu tentei procurar outras, mas...
-Então, o que está na gaveta é pra ficar nela, certo? – Cortou irritado e sentando em sua cadeira.
Não, não está certo. O que há de errado? É apenas uma foto dele como Vergil, não tem nada assim tão chocante ou ruim para ele ficar irritado.
-Qual é o problema? - Pergunto.
-Vergil está morto. - Suspirou.
-Você acha mesmo que ele morreu? - Volto a perguntar – Dante, você matou Nelo, não Vergil...
-Você não estava lá, então não sabe.
-Não preciso estar no lugar pra saber das coisas, mestiço. - Retiro a foto das mãos de Dante antes que ele pudesse fazer algo com aquilo.
-Por acaso você virou defensora dele? - Voltou a perguntar, colocando os pés em cima da mesa. Péssima mania.
-Não, não sou. E nem preciso ser para entendê-lo, coisa que você, como irmão dele, não faz. - Respondo indignada.
-Creio que demônios entendem demônios não é?
Dou uma risada irritada. Qual é o problema dele? Tudo isso por causa de uma foto. Vergil não é um demônio, apesar de Dante acreditar nisso. A teimosia dele me irrita as vezes.
-Quer saber? - Digo já indo em direção a porta. Aquela conversa não levaria ninguém a lugar algum – Não vou ficar discutindo com a sua teimosia.
Saio da loja sem acreditar no que aconteceu lá dentro. Talvez uma volta pela cidade me faça ficar menos nervosa com o mestiço.
-x-
Era quase horário de almoço quando voltei para casa da humana Eva. A casa ficava afastada de uma pequena cidade praticamente no meio do nada, mas pelo menos por enquanto, Eva e os meninos estavam tendo um pouco de paz.
Parei assim que vi os meninos provavelmente treinando; pareciam não ter me notado. Dante estava no chão e Vergil parecia estar se divertindo a sua frente quando estendeu a mão para ajudar o mais novo a se levantar. Mas o que aconteceu a seguir me deixou surpresa: Dante levantou rapidamente atacando Vergil, que conseguiu se esquivar e voltou a derrubar o irmão.
-O que está acontecendo? - Ouvi a voz da humana e a mesma se aproximar correndo – Vergil! - O chamou.
Vergil se afastou do irmão, deixando que ele levantasse sozinho dessa vez. Dante encarou o irmão mais velho por um longo tempo. As vezes os dois pareciam pequenos demônios, prontos pra mostrar quem era o melhor. Esse foi um desses momentos.
-Você está bem, Dante? - Eva perguntou ao mais novo, preocupada, o que fez Vergil bufar.
Dante afirmou com a cabeça e então, juntamente com a mãe voltou para casa deixando Vergil para trás. Ele virou-se para mim e me encarou como se estivesse me analisando, ou esperando algo. Aproximei-me.
-O que você está fazendo aqui? - Perguntou enfurecido – Não gosto de você.
Como se eu precisasse que ele gostasse de mim. Dou um sorriso. Vergil era sincero demais e falava demais, o que seria perigoso pra ele, já que estava falando com um demônio.
-Você tem sorte de ser filho de Sparda – Resmunguei, me controlando para não pular em seu pescoço – Tenho que cumprir ordens de seu pai. Você gostando ou não, tenho que vir.
Vergil sentou-se na grama, ainda me encarando. Eu realmente não entendia o motivo dele não gostar de mim,eu não faria nada a ele e nem a família dele.
-Você faz tudo que meu pai manda? - Perguntou, parecendo estar um pouco mais sociável.
-Sim – Respondo, sentando-me ao seu lado – Ele é meu senhor e eu devo obedecê-lo.
Vergil ficou quieto como se estivesse pensando em algo. Fiquei imaginado o que seria e o que Eva estava dizendo para Dante dentro da casa. Provavelmente que ambos são irmãos e que não deveriam brigar e sim proteger um ao outro.
-Irritado com Dante? - Perguntei quebrando o silêncio e de certa forma, curiosa.
-Não – Ele foi sincero – Ele não me atacou de propósito.
-Entendo...
-Mas meu único divertimento é irritar Dante. As coisas ficam entediantes e as pessoas daqui parecem não gostar muito de nós.
-São humanos, não queira entendê-los, Vergil.
Vergil suspirou se levantando e eu fiz o mesmo. Ele caminhou até a casa calmamente e então virou para trás, voltando a me encarar.
-Eu sei que a mamãe pede pra você me acalmar, enquanto ela fica com o Dante. Mas mesmo assim, eu ainda não gosto de você.
Dei uma risada nervosa. Alguns segundos atrás Vergil parecia outra pessoa conversando comigo.
-Certo... - Minha voz saiu irritada assim que ele entrou na casa.
Entrei indo para sala e vendo os dois, mais uma vez discutindo por alguma coisa, provavelmente sem importância.
-Ilya! - Eva me chamou sorrindo – Muito obrigada pela ajuda.
-Sem problema, senhora – Respondi ainda olhando os meninos brigarem.
-Ora Ilya, já disse que você pode me chamar pelo nome. - O sorriso continuou no rosto da humana.
-Sinto muito, mas não posso. Você é a esposa do meu senhor. - Disse um pouco confusa. Ela deu uma risada.
-Aposto que Sparda também não faz questão que você o chame assim. - Eva colocou a mão nos cabelos dos meninos e fez um carinho – Ah! Eu quase me esqueci. Vamos, peçam desculpas um pro outro.- Completou carinhosamente.
-Desculpe – Dante disse virando o rosto. Parecia algo difícil de se fazer.
-Sem problema – O mais velho respondeu, fazendo Eva sorrir mais.
-Isso meninos, sem brigas, certo? - ambos concordaram – Podem ir brincar.
Ambos passaram por mim, que estava encostada perto da porta, como dois raios e voltaram para o lado de fora. Realmente, o humor deles mudavam numa velocidade incrível. Uma hora estão brigados e no minuto seguinte estão junto como se não pudessem viver um sem o outro.
-Sente-se Ilya – Eva pediu, agora um pouco mais séria.
Sentei-me e esperei ela começar a falar.
-Em breve vamos ter que sair daqui também. As pessoas estão começando a ficar com medo e a cidade está sendo atacada.
-Irei acompanhá-los aonde forem, senhora – Respondi.
-Obrigada Ilya, por ficar perto de nós. - Eva deu um meio sorriso. - Estava pensando em voltar para casa, mas não sei se vai ser seguro. Os demônios já conhecem Vergil e temo que eles possam conhecer Dante.
-Não vão conhecer. - Disse confiante e levantando – Ele ficará protegido, assim como a senhora e Vergil.
-x-
Volto para Devil May Cry encontrando Dante sentado nos degraus em frente a porta, provavelmente me esperando.
-Arrependido? - Pergunto assim que me aproximo.
-Nem um pouco – Deu um sorriso.
-Sei. Você e Vergil viviam brigando quando eram mais novos. - Sento ao seu lado.
-Mas dessa vez foi diferente. Não era o Vergil que você conheceu e que eu conhecia...
-Não Dante... Você desistir assim é algo impossível, sabia? Sua teimosia está acabando com você. - Dou um sorriso.
-Olha quem fala, sua teimosia é maior que a minha.
-Que seja – Dou os ombros – Aqui está.
Entrego a foto a Dante, que passa a olhá-la. Uma hora eu consigo fazer Dante ver Vergil de outro jeito. Não só por ele, mas pelo Vergil também. Ele merecia compreensão.
-Obrigado, Ilya. - Dante se levanta.
-Pelo o quê? - Pergunto confusa.
-Pela sua teimosia – Respondeu sorrindo e entrando na loja.
Continuo sentada nos degraus e sorrindo. Talvez Dante também acredita que Vergil possa estar vivo e sinceramente eu adoraria revê-lo.
FIM
Agora, entediada e sentada na mesa de Dante, com a Devil May Cry livre da bagunça, começo a vasculhar as gavetas. Em uma delas, a ultima, encontro uma pequena foto antiga. Nela, Dante estava junto com Vergil, quando pequenos, e pareciam animados. Volto a procurar mais uma vez na gaveta em busca de mais uma foto perdida, mas não encontro mais nada.
-Onde será que seu filho esconde as outras fotos? - Pergunto ao porta-retrato de Eva, como se ela pudesse me responder. Deixo a foto em cima da mesa e saio em busca de mais alguma foto.
Quando volto para o escritório, chateada por não ter encontrado mais nada, vejo Dante em frente a mesa e vendo a foto. Ele olha para ela como se estivesse perdido em algum lugar do passado e pareceu não me notar.
-Onde encontrou isso? - Perguntou sério, sem desviar os olhos da foto.
-Na gaveta. Eu tentei procurar outras, mas...
-Então, o que está na gaveta é pra ficar nela, certo? – Cortou irritado e sentando em sua cadeira.
Não, não está certo. O que há de errado? É apenas uma foto dele como Vergil, não tem nada assim tão chocante ou ruim para ele ficar irritado.
-Qual é o problema? - Pergunto.
-Vergil está morto. - Suspirou.
-Você acha mesmo que ele morreu? - Volto a perguntar – Dante, você matou Nelo, não Vergil...
-Você não estava lá, então não sabe.
-Não preciso estar no lugar pra saber das coisas, mestiço. - Retiro a foto das mãos de Dante antes que ele pudesse fazer algo com aquilo.
-Por acaso você virou defensora dele? - Voltou a perguntar, colocando os pés em cima da mesa. Péssima mania.
-Não, não sou. E nem preciso ser para entendê-lo, coisa que você, como irmão dele, não faz. - Respondo indignada.
-Creio que demônios entendem demônios não é?
Dou uma risada irritada. Qual é o problema dele? Tudo isso por causa de uma foto. Vergil não é um demônio, apesar de Dante acreditar nisso. A teimosia dele me irrita as vezes.
-Quer saber? - Digo já indo em direção a porta. Aquela conversa não levaria ninguém a lugar algum – Não vou ficar discutindo com a sua teimosia.
Saio da loja sem acreditar no que aconteceu lá dentro. Talvez uma volta pela cidade me faça ficar menos nervosa com o mestiço.
-x-
Era quase horário de almoço quando voltei para casa da humana Eva. A casa ficava afastada de uma pequena cidade praticamente no meio do nada, mas pelo menos por enquanto, Eva e os meninos estavam tendo um pouco de paz.
Parei assim que vi os meninos provavelmente treinando; pareciam não ter me notado. Dante estava no chão e Vergil parecia estar se divertindo a sua frente quando estendeu a mão para ajudar o mais novo a se levantar. Mas o que aconteceu a seguir me deixou surpresa: Dante levantou rapidamente atacando Vergil, que conseguiu se esquivar e voltou a derrubar o irmão.
-O que está acontecendo? - Ouvi a voz da humana e a mesma se aproximar correndo – Vergil! - O chamou.
Vergil se afastou do irmão, deixando que ele levantasse sozinho dessa vez. Dante encarou o irmão mais velho por um longo tempo. As vezes os dois pareciam pequenos demônios, prontos pra mostrar quem era o melhor. Esse foi um desses momentos.
-Você está bem, Dante? - Eva perguntou ao mais novo, preocupada, o que fez Vergil bufar.
Dante afirmou com a cabeça e então, juntamente com a mãe voltou para casa deixando Vergil para trás. Ele virou-se para mim e me encarou como se estivesse me analisando, ou esperando algo. Aproximei-me.
-O que você está fazendo aqui? - Perguntou enfurecido – Não gosto de você.
Como se eu precisasse que ele gostasse de mim. Dou um sorriso. Vergil era sincero demais e falava demais, o que seria perigoso pra ele, já que estava falando com um demônio.
-Você tem sorte de ser filho de Sparda – Resmunguei, me controlando para não pular em seu pescoço – Tenho que cumprir ordens de seu pai. Você gostando ou não, tenho que vir.
Vergil sentou-se na grama, ainda me encarando. Eu realmente não entendia o motivo dele não gostar de mim,eu não faria nada a ele e nem a família dele.
-Você faz tudo que meu pai manda? - Perguntou, parecendo estar um pouco mais sociável.
-Sim – Respondo, sentando-me ao seu lado – Ele é meu senhor e eu devo obedecê-lo.
Vergil ficou quieto como se estivesse pensando em algo. Fiquei imaginado o que seria e o que Eva estava dizendo para Dante dentro da casa. Provavelmente que ambos são irmãos e que não deveriam brigar e sim proteger um ao outro.
-Irritado com Dante? - Perguntei quebrando o silêncio e de certa forma, curiosa.
-Não – Ele foi sincero – Ele não me atacou de propósito.
-Entendo...
-Mas meu único divertimento é irritar Dante. As coisas ficam entediantes e as pessoas daqui parecem não gostar muito de nós.
-São humanos, não queira entendê-los, Vergil.
Vergil suspirou se levantando e eu fiz o mesmo. Ele caminhou até a casa calmamente e então virou para trás, voltando a me encarar.
-Eu sei que a mamãe pede pra você me acalmar, enquanto ela fica com o Dante. Mas mesmo assim, eu ainda não gosto de você.
Dei uma risada nervosa. Alguns segundos atrás Vergil parecia outra pessoa conversando comigo.
-Certo... - Minha voz saiu irritada assim que ele entrou na casa.
Entrei indo para sala e vendo os dois, mais uma vez discutindo por alguma coisa, provavelmente sem importância.
-Ilya! - Eva me chamou sorrindo – Muito obrigada pela ajuda.
-Sem problema, senhora – Respondi ainda olhando os meninos brigarem.
-Ora Ilya, já disse que você pode me chamar pelo nome. - O sorriso continuou no rosto da humana.
-Sinto muito, mas não posso. Você é a esposa do meu senhor. - Disse um pouco confusa. Ela deu uma risada.
-Aposto que Sparda também não faz questão que você o chame assim. - Eva colocou a mão nos cabelos dos meninos e fez um carinho – Ah! Eu quase me esqueci. Vamos, peçam desculpas um pro outro.- Completou carinhosamente.
-Desculpe – Dante disse virando o rosto. Parecia algo difícil de se fazer.
-Sem problema – O mais velho respondeu, fazendo Eva sorrir mais.
-Isso meninos, sem brigas, certo? - ambos concordaram – Podem ir brincar.
Ambos passaram por mim, que estava encostada perto da porta, como dois raios e voltaram para o lado de fora. Realmente, o humor deles mudavam numa velocidade incrível. Uma hora estão brigados e no minuto seguinte estão junto como se não pudessem viver um sem o outro.
-Sente-se Ilya – Eva pediu, agora um pouco mais séria.
Sentei-me e esperei ela começar a falar.
-Em breve vamos ter que sair daqui também. As pessoas estão começando a ficar com medo e a cidade está sendo atacada.
-Irei acompanhá-los aonde forem, senhora – Respondi.
-Obrigada Ilya, por ficar perto de nós. - Eva deu um meio sorriso. - Estava pensando em voltar para casa, mas não sei se vai ser seguro. Os demônios já conhecem Vergil e temo que eles possam conhecer Dante.
-Não vão conhecer. - Disse confiante e levantando – Ele ficará protegido, assim como a senhora e Vergil.
-x-
Volto para Devil May Cry encontrando Dante sentado nos degraus em frente a porta, provavelmente me esperando.
-Arrependido? - Pergunto assim que me aproximo.
-Nem um pouco – Deu um sorriso.
-Sei. Você e Vergil viviam brigando quando eram mais novos. - Sento ao seu lado.
-Mas dessa vez foi diferente. Não era o Vergil que você conheceu e que eu conhecia...
-Não Dante... Você desistir assim é algo impossível, sabia? Sua teimosia está acabando com você. - Dou um sorriso.
-Olha quem fala, sua teimosia é maior que a minha.
-Que seja – Dou os ombros – Aqui está.
Entrego a foto a Dante, que passa a olhá-la. Uma hora eu consigo fazer Dante ver Vergil de outro jeito. Não só por ele, mas pelo Vergil também. Ele merecia compreensão.
-Obrigado, Ilya. - Dante se levanta.
-Pelo o quê? - Pergunto confusa.
-Pela sua teimosia – Respondeu sorrindo e entrando na loja.
Continuo sentada nos degraus e sorrindo. Talvez Dante também acredita que Vergil possa estar vivo e sinceramente eu adoraria revê-lo.
FIM
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