Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 11
Capítulo 10




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À medida que os dias iam passando as ameaças começavam a ficar mais graves e insuportáveis de aguentar. As que ela lia dilaceravam a sua alma a ponto de ser atirada no fogo do inferno. Aos poucos Cindy sentia que não teria forças para frequentar o colégio. O que quer que fizesse, Mellody sempre seria o seu pior pesadelo. Tinha de lidar sozinha com as ameaças daquela garota insuportável. Encontraria um meio de lidar com a dona encrenca.

Cinco dias haviam se passado desde que Cindy vira Jared pela última vez. Ainda sentia-se mal por tudo que havia acontecido. Ele tentara entrar em contato com ela pelo mais diferenciados meios de comunicações, mas todas foram em vão. Ficar longe de qualquer conversa com Jared seria o correto. Seus sentimentos estavam machucados, detonados, mas não poderia continuar guardando toda aquela dor para sempre. Sua vida estava tomando um rumo inesperado.

George viajava à negócios e com toda aquela ausência, Brenda estava ficando cada vez mais estressada, era a única pessoa que poderia resolver os problemas familiares. A pressão no seu trabalho a deixava louca. Tantos documentos a serem entregues em tão pouco tempo. Não havia como Cindy ajudá-la, era algo que apenas Brenda podia fazer. Seu coração de filha doía ao ver todo o cansaço de Brenda, mesmo ajudando no que era necessário parecia que era um nada.

Cindy passava mais tempo trancada em seu quarto. Não gostava de perturbar as pessoas e ouvir suas músicas a mantinha calma, sensata. Se tornava ela mesma.

A rotina era sempre a mesma da escola pra casa e vice-versa. Brenda não aguentava mais ver a sua filha daquele jeito, sua preocupação aumentava a cada dia que passava. Queria que sua filha se animasse mais, vivesse cada dia com alegria única. Necessitava ver a sua garota brincando.

— Está tudo bem filha? — Perguntou ela acariciando os cabelos da filha.

— Sim — Respondeu ela desanimada sem tirar atenção da televisão.

— Tem certeza? Estou te achando meio distante esses dias. Aconteceu alguma coisa que eu deveria saber?

— Não. — Murmurou ela. — Só não estou a fim de fazer muitas bagunças nem mesmo sequer sair de casa.

O programa que Cindy estava vendo fora interrompido por uma noticia da banda "The Fallen". Todos pareciam estar muito felizes com tudo. O brilho nos olhos de Jared mostrava o quanto estava feliz por estar longe dela, daquela cidade. Não conseguia prestar atenção nas coisas que aiam sendo ditas por cada um dos integrantes, o encanto havia acabado noites passada. Incomodada desligou a televisão e saiu de casa deixando a própria mãe boquiaberta. Brenda não esperava que Cindy fosse ter uma reação tão inesperada, gostava de saber tudo o que a banda fazia. Talvez fosse apenas uma fase, afinal Cindy estava crescendo.

Ela ficou sentada na guia pensando nas coisas que poderia fazer naqueles dias que não passavam de puro tédio. Se ao menos se a tia Amelie estivesse em Londres poderia lhe fazer uma visita, mesmo contra a vontade de sua mãe. Precisava esquecer tudo, a sua vida, seus sonhos, seus dramas... Jared.

Fechou os olhos e se concentrou nos sons ao seu redor. O mundo se tornava leve e único. Os pássaros que cantavam ao longe lhe traziam um pouco de animo. Sua vida era perfeita, só tinha de aprender a fazer escolhas para não se decepcionar no futuro. A vida dentro de si não poderia terminar assim de repente. Seus sonhos não poderiam ser destruídos por causa de uma discussão tola. Jared não merecia as lágrimas que ela derramava todas as noites.

Cindy estava tão imersa em seus pensamentos que não percebeu a presença de Roberta.

— Amiga que cara de velório é essa? — Perguntou ela sentando-se ao lado de Cindy na calçada.

— Cara de quem está bem mal, de quem deseja profundamente morrer.

— Eu sei que você está mal — Fez uma pausa e Roberta continuou de um modo conciliatório. — Eu também estou chocada com as coisas que você me contou. O pior era que eu apoiava tudo isso. Desejava que ficassem juntos para o resto da vida. Iria encher o saco de vocês quando já estivessem de cabelos brancos com muitos netinhos ao redor.

— Você não tem culpa. Você sonhou um pouco em relação a formar uma família, mas eu fui uma idiota em acreditar em tudo o que ele me falava, deveria ter ouvido as pessoas. Todo mundo me alertou de que Jared nunca mudaria por garota alguma. Conseguirei superar essa fase ruim da minha vida.

— Que bom! Assim que eu gosto de ver!!! — Exclamou a amiga batendo palmas — Te trouxe algo. Sei que não é algo grande, mas servirá para te alegrar em algum momento.

Um envelope bem decorado lhe foi entregue. Cindy estava curiosa para saber o que continha dentro, mas o envelope era tão bem caprichado que ela ficou com medo de estragar o pequeno embrulho. Abriu o envelope e dentro dele havia três fotos. Uma era Cindy ao lado de Roberta. Roberta com o Jared e uma do Jared com a Cindy. Uma bela forma de lembrar sempre do que aconteceu na noite em que foram para o restaurante japonês. Fingiu não ter muito interesse e as guardou novamente. Só desejava ter um momento de paz, sem lembranças de Jared ou sequer da banda completa. A sua vontade era apenas a de ser a Cindy de anos atrás quando não conhecia a banda The Fallen. Encaravam o vazio durante um tempo.

— Eu vou numa festa com os meus pais. Sei que vou ficar sozinha por um bom tempo lá e eu queria saber se você quer ir comigo. — Convidava Roberta cautelosa.

Distração. Essa palavra abria novos horizontes. Uma noite ao lado da família de Roberta poderia ser divertido. Um jeito maravilhoso de trazer animo e cor para a sua vida. Um presente que havia sido concebido pelos céus. Ela concordou com o convite e abraçou Roberta suavemente. Sua amiga era a única que a entenderia num momento daqueles.

— E a sua mãe pergunta o porquê de você estar assim? — Quis saber Roberta.

— Pergunta, assim como qualquer mãe em pleno juízo, mas não falo nada demais. Não preciso de mais confusão. — Respondeu Cindy encarando o asfalto.

— Que chato amiga! Não desejaria isso a ninguém. Sabe, o Jared poderia ter contado que não queria nada sério contigo. Te iludir foi o pior erro que ele poderia cometer.

— Vamos esquecer todo esse papo. Precisamos nos preparar para a tal festa.

Mais uma vez Cindy mostrou o quanto estava disposta a mudar. Isso era mais do que Roberta poderia desejar no momento. Roberta conversou com Brenda a respeito da festa, mas ela parecia não querer ceder. Tivera o trabalho de convencer Brenda, afinal Cindy precisava se distrair um pouco e estar com os padrinhos poderia ser o melhor remédio, faria bem para a garota.

**********

Roberta já tinha tudo planejado na sua casa. Suas maquiagens e acessórios estavam espalhados na cômoda. Um paraíso feminino se estendia a frente delas. Batom, rímel, blush, pinceis. Todos aqueles pequenos acessórios as ajudavam a animar-se cada vez mais. Pelo menos por algum momento seria capaz de trazer alegria para o rosto daquelas jovens.

Nas duas horas que se passaram Roberta e Cindy se arrumavam animadas ao som de Sofia Reyes. As músicas dela eram animada e era tudo o que o momento pedia, cuidavam de cada detalhe, já que se tratava de uma ocasião mais aprimorada. Não se reconheciam mais ao se verem no enorme espelho. Deslumbrantes. Era a palavra que as definiam no momento. Se sentiam poderosas diante de tanto brilho. Nada as impediriam de se divertirem naquela noite.

Charlie e Lucy as esperavam pacientemente na sala. Sorriram ao ver Roberta completamente diferente do habitual num vestido bordô rendado. Valorizava e iluminava ela por completo. Cindy ao surgir na escada sentia a sua pele queimar, não estava tão acostumada com os olhares admirados. Tons de rosa lhe faziam bem. Lucy se aproximou das jovens e tirou foto junto com elas, depois foi a vez de Charlie ambos queriam deixar esse momento registrado para sempre.

Cindy se sentia completa por ter pessoas tão amáveis para lhe dar apoio e um sorriso quando mais precisava. Definia-os como sua segunda família, não de sangue, mas pelo puro amor que lhe era concedido. Logo se encaminharam para o carro que os esperavam. Durante todo o caminho ficaram em silêncio, demoraram em torno de cinquenta minutos para chegarem até o evento.

Ao chegarem no local, Cindy se sentiu enjoada. Lucy achou que fosse apenas o nervosismo por estar participando de um evento com tantas pessoas de classes diferentes, vindas de países distantes. Para não alertar a mulher, Cindy concordou. Infelizmente Roberta já suspeitava de algo, só não havia comentado perto de seus pais para não deixá-los completamente atordoados. Não precisava de nenhum drama durante o evento. Todas aquelas luzes coloridas se comovendo de um lado para o outro, fotógrafos de plantão a fazia lembrar de alguns sonhos de quando era mais nova. Sonhos estes que haviam mudado completamente.

— Chegamos garotas! — Exclamou Charlie animado — A noite é uma criança.

Ao saírem do carro flashs foram direcionados a eles.

— Seja você mesma, Cindy! — Aconselhou Roberta.

— Isso não é difícil. — Brincou ela.

— Está tudo bem mesmo?

— Sim, não se preocupe.

Caminharam um ao lado do outro distribuindo sorrisos aos convidados e repórteres. Era uma sensação inexplicável. Nunca haveriam palavras que pudessem descrever o quão viva Cindy se sentia. Mesmo não sendo obrigada a ficar olhando para as câmeras a todo momento poderia ser divertido arriscar algo na área da arte.

Ao entrarem no grande salão os olhos de Cindy e Roberta se preencheram diante da perfeita arte. Todos aqueles lustres em cristais eram divinos, as rosas vermelhas, roxas e brancas animando e e trazendo um ar romântico. Nunca imaginaram estar num lugar tão perfeito.

— Esse lugar é perfeito, Charlie! — Elogiou Cindy admirada.

— Quem sabe aqui poderá ser o lugar para a sua festa de casamento, minha menina? — Supôs ele.

Cindy sorriu amarelo.

— Quando eu tiver alguém que eu ame profundamente.

Foram servidos com champagne da melhor qualidade. Roberta propunha brinde e todos riam. Toda a animação fazia diferença entre eles. Se sentiam completamente livres. A música que tocava ao fundo as ajudavam a manter-se ainda mais animadas. Muitos olhares eram direcionados ao pequeno grupo.

A empresa em que Charlie trabalha era responsável por 80% da divulgação de bandas e cantores com grande destaque, projetava shows, videoclipes e eventos de causas nobres. Lucy e Roberta estavam bem empolgadas com a ideia da festa, Cindy também estava, mas preferiu não demonstrar tanta alegria à principio. Tinha medo da forma como seria repreendida caso estivesse sendo exagerada. Dentro do grande salão Cindy e Roberta estavam sendo os centros de atenções. Olhares interessados estavam voltados completamente a elas.

Não havia como se controlar diante das músicas que tocavam. Katy Perry possuía ótimas canções animadas por sinal. Aos poucos começaram a dominar a pista de dança, mesmo tendo vergonha de dançar em público, Cindy arriscava alguns passos enquanto Roberta parecia flutuar para fora daquela realidade.

Diversão tinha agora outro significado. Permitiu que o seu corpo se movesse com as batidas da músicas, dançar daquele jeito ao lado de sua amiga lhe fazia tão bem. Nada parecia ser capaz de tirá-la daquele transe. Exceto pelo falatório e agitação que tomava conta da entrada do salão. Não dava para saber de quem se tratava. A garota estremeceu quando soube quem havia chegado. Simplesmente Jared, Evan e Trevor haviam chegado causando uma enorme frenesi nos convidados.

Só poderia ser uma pegadinha. Poderia acontecer qualquer coisa ou simplesmente qualquer celebridade poderia entrar por ali menos eles. O trio caminhava em direção a Charlie. Conversavam animadamente entre si. Mesmo que não desejasse não havia como Cindy deixar de notar o quão belo Jared estava. Havia cuidado dos mínimos detalhes mesmo que não fosse de forma tão exagerada. Roupas sociais os deixavam mais charmosos.

Roberta segurava a mão de Cindy ao ver o trio se aproximar cada vez mais. Charlie era muito receptivo com todas as pessoas que se aproximavam do pequeno grupo. Seus abraços eram calorosos e verdadeiros. Charlie apresentou cada um dos integrantes a sua esposa. Não dava para disfarçar o quanto Cindy estava encantadora naquela noite, Jared olhava furtivamente para Cindy, mas logo disfarçava. O olhar dele queimava sua pele, no entanto era sufocante. Não queria demonstrar que se sentia incomodada.

Afastou-se do grupo e se pôs a contemplar as pessoas, o lugar em que estava. Sempre havia uma maneira de Jared entrar em seu campo de visão. Precisava tomar um pouco de ar antes que acabasse ficando louca. Saiu de dentro do salão para tomar um pouco de ar. Não dava pra continuar por ali.

O trio havia se dispersado, cada um deles havia ido para um lado oposto. De acordo como as pessoas os chamavam, davam um pouco de atenção., tiravam fotos e davam entrevistas "animadamente". Uma pessoa. Uma única garota importava naquele momento. Jared a procurava por todos os lados que podia sem que deixasse de dar atenção aos convidados.

— Jared! — Chamava Trevor — Cara o que houve? Está com cara de quem estava num velório — Brincou o rapaz — Até onde eu sei isso aqui é uma festa.

— Trevor, por acaso você viu aquela garota loira que estava perto do Charlie quando chegamos? — Perguntou ele desesperado.

— Claro que vi. Ela está lá fora. Está mais desanimada do que você.

— Pede para o Evan me encontrar lá fora assim que possível.

Jared foi o mais rápido que pode esperançoso em encontrá-la. O jardim do salão se encontrava bastante iluminado e decorado. Ela estava distraída, perto da fonte de costas para ele. Era uma maravilha ver Cindy naquele vestido. Combinava com ela em todos os aspectos.

— Cindy — Chamou ele.

A expressão dela era séria, mas o brilho nos olhos deixava claro que ver Jared ali era melhor do que qualquer outra coisa. Tinha de aguentar a seriedade dentro de si, não seria mais como antes.

— Jared! — Exclamou ela friamente.

— Tentei falar com você a semana inteira. Estava impossível um contato. O que houve?

— Fiquei de castigo... — De cabeça baixa ela deu um forte suspiro — Eu vou indo. O Charlie deve estar me procurando.

Ela ia passando em frente a ele, mas Jared segurou sua mão impedindo que ela continuasse o seu caminho. O rosto da garota ficou duro como uma rocha e ele levou-a até uma parte mais afastada de onde estavam para que ninguém os interrompesse. Por contragosto ela o acompanhou, não queria e não poderia ser deselegante naquele ambiente. Ele notou que havia uma certa mudança em Cindy.

— O que houve pra você me tratar assim? — Perguntou Jared confuso.

— E você ainda pergunta? Pensei que astros nunca esquecessem das coisas que fazem ou falam... Não vou perder meu tempo aqui. Por que você não faz a mesma coisa, hein? — Disse ela rudemente.

— Não estou te entendendo, Cindy. A última semana que eu te vi, estava tudo tão bem e agora parece que eu fiz algo de errado.

— Olha, até concordo que na última semana estava tudo bem entre nós, mas infelizmente você me magoou.

— Eu te magoei, quando? — Perguntou ele confuso buscando algo em sua mente.

— Não se faça de bobo.

Cindy sentia seus olhos arderem queria chorar, colocar tudo para fora, mas se sentiria fraca se fizesse isso, principalmente na frente dele. Jared não merecia as suas lágrimas. Ele passava a mão no cabelo, como quem quisesse entender tudo. Cindy ergueu a cabeça e o encarou. Pouco se importava se lágrimas rolassem pelo seu rosto. Nada mais importava.

— Eu... não acredito. — Tudo se encaixava na mente dele, não era preciso contar a história toda — Você ouviu a minha conversa com o Evan?

— Eu não chamaria aquilo de "conversa", e eu não ouvi nada, cheguei lá e te ouvi dizer, que a "Cindy, seria só mais uma na minha lista".

Doía repetir as mesmas palavras, as lágrimas estavam visíveis, e começaram a rolar sob o rosto. Era a primeira vez que Jared a via totalmente fora de si. Estava se sentindo muito mal por tudo. Queria se matar por fazê-la chorar. Vivia cometendo os mesmo erros do passado.

— Eu não disse aquilo...bom eu disse...mas porque o Evan estava me pressionando. — Ele pegava o celular no bolso.

— O que você vai fazer? — Perguntou ela temerosa.

— Chamar o Evan. Ele vai te explicar tudo o que aconteceu naquela noite.

— Faça o que quiser Jared, mas nada vai fazer com que eu acredite que você foi pressionado a dizer aquilo. Saiu da sua boca e nem mesmo o seu irmão vai poder resolver tudo.

— Me dê uma chance de te explicar Cindy, por favor! — Pedia ele.

— Não, Jared! Não é assim que as coisas funcionam. Você tem que conquistar esse direito.

Saiu a passos largos retornando para junto de Roberta. Precisava muito retornar para casa. Sua mente era um turbilhão de pensamentos. Por sorte ela estava sozinha, contou tudo o que havia acontecido entre eles enquanto estava no jardim. De qualquer modo, se continuasse ali, Jared tentaria falar com ela e não estava com cabeça para aquilo.

Como anfitriões da festa, os rapazes não poderiam sair dali. A vontade que Jared tinha era de socar a parede e até mesmo a cara de Evan. Poderia ter tido a brilhante ideia de brigar enquanto estivessem fora de Londres. A raiva o consumia por dentro. Queria concertar a situação com Cindy e mostrar que ele havia mudado, que todas as suas promessas seriam cumpridas o quanto antes.

Por trás da seriedade havia um Jared furioso, irritado, que se odiava por aquele erro estúpido que aparentemente não tinha volta. Falava consigo em sua própria mente.

" Agora eu estou perdido. Que diabos fui fazer? Eu queria que ela entendesse que eu não queria dizer aquilo, sobre ela. Evan me forçou e se ele não me ajudar a resolver as coisas com a Cindy, eu o mato. Não literalmente, mas em palavras. Eu sei que parece loucura, mas eu senti falta dela. Senti muitas saudades e eu queria que ela estivesse aqui do meu lado, conversando e me fazendo sorrir de um jeito que só ela sabe fazer. Infelizmente fui um idiota e não aguentei ouvir as coisas que meu irmão me jogava na cara. Senti no meu direito de defendê-la e ao menos estraguei tudo..."

Seu pensamento fora interrompido por um tapa no ombro, que o trouxe de volta à realidade. Algumas pessoas estavam achando Jared meio estranho naquela noite. Pelo menos após um tempo. Roberta o encarava, não tinha medo do que ele poderia fazer ali ou não. Só queria tirar satisfação com ele e nada mais.

— Me diga que você não é culpado pela Cindy ter ido embora?

— O que você acha? — Indagou ele friamente.

— Cara vou ser direta contigo, não gosto de ver minha amiga no jeito que ela está, no entanto espero que esteja preparado para uma boa conversa.

Saiu apressadamente. Não estava a fim de arrumar confusão. Seus pais ainda teriam de ficar para resolver os últimos detalhes com alguns empresários, pois pegou um táxi e foi embora.

Ao chegar em casa, Roberta retirou o salto que machucava seu pé e foi para o quarto. Aquela noite estava sendo a pior de todas. A festa não ficou do jeito que desejava depois que Cindy foi embora. Pegou o celular e discou o número de Cindy. No segundo toque foi atendida.

— Te acordei?

— Não. Eu estava apenas vendo um filme. — Não tirava a atenção do filme — O que houve?

— Nada amor... — Mentiu ela — Bom eu queria saber como você estava. Fiquei muito preocupada.

— Nada bem.

— Ai, eu juro que mato aquele Jared filho da mãe. — Rosnou Roberta.

— Rô, não faça nada. Não cutuque a onça com vara curta. — Alertou Cindy.

— Tudo bem... — Roberta hesitou ao continuar — Amor amanhã não irei te ver o dia todo. Vou resolver umas coisas que estão pendentes. Ok?

— Claro... Acho até bom, assim posso me organizar. Vou dormir estou cansada. Até.

E desligou o telefone. Lembrou das fotos que Roberta havia lhe entregado e as pegou. Ficou com elas na mão por um tempo, sentiu vontade de rasgá-las, sentiu uma repulsa vindo do fundo do seu âmago e as colocou de lado. Iria guardar num lugar onde nunca mais pudesse encontrá-las. Agora era definitivo a sua decisão, esqueceria Jared de uma vez por todas.


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