Era um belo dia em Magnólia, o sol brilhava radiantemente e deixava todos alegres, estava ótimo para sair de casa e dar uma volta pela cidade, fazer algumas compras e ir para Fairy Tail, como de costume. Lucy estava tomando banho para sair, a água quente a enchia de prazer e relaxava seus músculos, até perdia um pouco da vontade de fazer seus compromissos. Quando se preparou para sair da banheira se lembrou que esquecera a toalha do lado de fora, porém, quando olhou para a porta, viu que a toalha estava pendurada na maçaneta.

Levantou-se e pegou a toalha com estranheza, tinha certeza que tinha deixado-a no quarto, mas resolveu deixar por isso e começou a se vestir. Ao sair do banheiro foi direto para a porta quando se lembrou que a bolsa estava na cozinha, mas quando olhou para o chão encontrou a bolsa no chão, ao lado das suas botas. Aquilo estava ficando muito estranho, mas não tinha o que fazer então se contentou por não ter que voltar para pegar a bolsa.

E assim a manhã foi seguindo, completamente estranha e misteriosa. Quando a loira estava andando a margem do rio e tropeçou, foi segurada por alguma coisa, sendo que ninguém passava por perto. Na vez que um ladrão tentou roubar a sua bolsa, um borrão vermelho o puxou para um beco e o rapaz não voltou mais. Na cafeteria em que parou para comprar uns biscoitos e o pacote caiu no chão quebrando todos, se abaixou para juntar e jogar no lixo e do lado da lixeira havia outro pacote cheio com um cartão escrito “Para você”.

Lucy não fazia ideia do que estava acontecendo, era como se uma força misteriosa estivesse combatendo todo o azar que estava tendo e a ajudando. Era esquisito, mas como estava mudando as coisas ruins as invertendo em uma sorte ela ficava contente. Enquanto andava avistou uma joalheria com uma linda e simples pulseira de contas. Entrou na loja e se dirigiu até a balconista para perguntar sobre a jóia.

— Bom dia! Em que posso ajudar uma bela moça como você? — Perguntou à senhora

— Olá, eu gostaria de saber quanto custa àquela pulseira de contas que está na vitrine.

— Claro, ela está custando 40.000 Jewels! — Respondeu a senhora com um sorriso simpático.

A loira ficou decepcionada, era caro demais para ela nesse momento, já estava para sair da loja quando ouviu um estrondo como se um corpo caísse no chão, ela se virou rapidamente e se deparou com a senhora se levantando com a mão na cabeça, ao ver a cliente abriu um sorriso de novo.

— Eu disse 40.000 Jewels? Minhas desculpas, eu quis dizer 30.000 Jewels. — E a senhora foi jogada ao chão novamente, se levantando com alguns machucados visíveis — Eu disse 30.000 Jewels? Minhas desculpas, eu quis dizer 10.000 Jewels senhorita.

Após dizer isto a balconista deu uma risada histérica e meio desesperada, mas Lucy ficou tão feliz com o mega desconto que nem se importou com detalhas cruciais como a mulher ter sido jogada contra o chão duas vezes e ser ferida por uma força misteriosa. Saiu alegremente da loja com a nova pulseira cintilando em seu pulso quando sentiu uma pequena fome e decidiu almoçar.

Foi até um restaurante próximo e pediu um hambuger, afinal dias lindos como esse não foram feitos para dieta. Ficou tomando um suco enquanto esperava a refeição quando começou a sentir algo tocando seu corpo, em um susto a loira se levantou gritando e jogando a mesa para cima. Quem aparecera no chão era ninguém menos que Natsu Dragneel.

— Natsu seu idiota, o que você está fazendo aqui? Você quase me matou de susto, por que você ficou passando as mãos no meu corpo? — Lucy começou a gritar raivosamente fazendo todos do estabelecimento que já a estavam olhando estranharem ainda mais a situação.

— Yo Luce! Eu te vi entrando aqui e resolvi fazer uma surpresa! — Respondeu o rosado entre risos, porém depois fechou a cara em uma expressão confusa — Mas eu nem cheguei a encostar em você. De onde você tirou isso?

A garota ficou pasma. Se Natsu não tinha tocado nela, quem seria? Poderia ser que toda a sorte que tinha tido desde o início do dia era na verdade feitos de uma pessoa? Mas quem poderia ser? Ela não conseguia pensar em ninguém que tivesse interesse em ficar perseguindo-a por todos os lugares que ela passasse, a menos que...

— Ai meu Deus Natsu! Tem um tarado estuprador atrás de mim! SOCORROOOO! — A garota começou a gritar dramaticamente fazendo todos no estabelecimento se irritarem e a expulsarem do local, a deixando a margem do perigo.

— Não se preocupe Luce! — Consolou o garoto depositando seu braço por cima do pescoço da menina — Eu estou aqui e não deixarei nenhum idiota tarado tocar um dedo em você! Afinal Lucy eu... Estou ferrado.

Lucy não entendeu nada do que ele estava falando, mas quando olhou para baixo pode ver uma corda vermelha segurando a perna de Natsu, e num piscar de olhos o rosado já estava no ar e sendo puxado para um beco. A loira saiu correndo atrás dele, que gritava eufórico, então percebeu uma peculiaridade na corda vermelha. Não era uma corda, e sim cabelo!

— Loirinha...

Quando a loira chegou ao beco se deparou com Flare Corona, com o típico olhar misterioso e um pouco assustador. A ruiva simplificou o trabalho e simplesmente atirou Natsu no chão, fazendo-o protestar de dor depois, mas que foi completamente ignorado. Ele percebeu que as duas garotas se olhavam fixamente, sem mover um olho para outra direção. O rosado sentindo-se derrotado se levantou, limpou suas calças da sujeira e foi embora, deixando apenas um aceno para a loira para trás.

— Flare, o que você está fazendo aqui? Por que não me avisou? Poderíamos ter saído juntas! — Ao falar animadamente pode perceber que a outra garota se encolheu e ficou com o rosto levemente avermelhado.

— E-eu queria te ver loirinha, mas eu fiquei com vergonha de aparecer, então fiquei te seguindo o dia inteiro... — Respondeu se encolhendo ainda mais, e ficando com o rosto cada vez mais vermelho.

— Não me diga que foi você que me ajudou em todas as minhas situações desastrosas? — A ruiva apenas concordou com a cabeça virando o rosto, mas se surpreendeu quando a amiga a envolveu em um abraço aconchegante — Nossa Flare, muito obrigada! Você me salvou tantas vezes em apenas uma manhã, você é incrível!

— Lo-loirinha... — Sem jeito ela se contentou em retribuir o abraço.

— Então vamos aproveitar o resto do dia juntas! O que acha de irmos comprar umas roupas? Fazer compras com as amigas é sempre mais divertido!

O sorriso da ruiva aumentou e ela concordou. A mão de Lucy pegou na da amiga e começou a puxá-la pelas ruas, elas andaram muito, entraram em muitas lojas e já tinham comprado algumas roupas, então chegaram em uma loja enorme exclusivamente feminina, onde havia desde blusas simples até os vestidos mais elaborados e chiques. As garotas ficaram impressionadas com a extravagante variedade e começaram a pegar freneticamente diversas roupas para experimentar.

Direcionaram-se as cabines provadoras e entraram uma em cada. Lucy pendurou as roupas que tinha pegado em um gancho e começou a retirar as que já estava vestindo. Experimentou um vestido e depois um conjunto de blusa e calça, quando foi retirar estas vestes para colocar outras e viu a porta da cabine sendo aberta e os olhos de Flare aparecendo pela fresta que tinha sido criada.

— Loirinha, será que eu poderia ficar na mesma cabine que você? — Falou completamente envergonhada.

— Claro, sem problema nenhum, venha! — Respondeu feliz.

Flare começou a tirar seu vestido no mesmo momento em que a loira voltou a remover a blusa e calça que estava usando. Quando fora juntar o vestido laranja que tinha ficado no chão, a ruiva tropeçou no tecido e desequilibrando-se caiu por cima da outra. Assim que se deu por conta, as duas estavam grudadas, apenas com as roupas íntimas e com os rostos incrivelmente próximos. As duas ficaram vermelhas iguais a um pimentão, mas não conseguiam se afastar, uma força maior as fazia se aproximarem mais e mais.

E então em um segundo elas estavam próximas, mas no outro já estavam com os lábios selados em um beijo leve, que fora se aprofundando, com as línguas passando a participar do ato e os corpos se tocando, trocando carinhos até o fôlego não resistir mais e as duas terem de dar um tempo para respirar. Ainda ofegantes, as duas se olharam e sorriram ainda ruborizadas com o acontecimento.

— Acho... Que deveríamos sair agora. — Sugeriu Lucy.

— Por que loirinha? — Perguntou Flare abrindo a porta levemente com seu cabelo mágico e o direcionando até o meio da loja, voltando com mais uma leva de roupas — Ainda temos muitas roupas para experimentar.

É, pelo visto aquela cabine iria ficar ocupada por um bom tempo.