“Por meio deste, declara-se que, devido a proximidade dos príncipes a atingir a maioridade e para melhorar os laços da população e dos países, as garotas de 17 a 20 anos que estiverem interessadas podem mandar uma ficha com seus dados. Uma vez escolhidas, as garotas se dirigirão ao castelo inglês para a tão famosa Seleção, algo que tem ficado famoso em outros países. As fichas podem ser encontradas nos correios de cada cidade.”

– Na minha opinião, está ótimo – o rei francês, Edgard Parveau, falou para sua mulher, a rainha Marceline, que estava ao seu lado. A mesma concordou.

– O que acharam? Algo deve ser mudado? – perguntou o apresentador que falaria o pequeno texto, esperando aprovação dos monarcas.

– Sim – falaram todos.

Do lado de fora, espalhados pelo castelo, se encontravam os príncipes e princesas. Todos ansiosos para a saída dos pais da sala de reuniões. O primeiro ao ver os pais foi o príncipe dinamarquês mais velho, que estava procurando sua irmãzinha.

– Olá mãe e pai. – A rainha Karen sorriu para o filho, meio receosa com a reação do loiro.

– Filho, temos algo importante a contar ­– falou o rei Niels – É sobre A Seleção. Ela ocorrerá mesmo. Será aqui nesse castelo.

Ao contrário do que o casal esperava, Axel Bering apenas suspirou e concordou. Se despediu brevemente e foi procurar a pequena Laisa, de apenas 8 anos. A garotinha estava no jardim, brincando com a irmã, que era nove anos mais velha.

Vendo o irmão mais velho e sabendo o que tinha acontecido, Lise se levantou e foi até o loiro.

– Então? O que eles falaram?

– A Seleção vai mesmo acontecer, Lis – suspirou – Não sei o que fazer.

– Só mantenha a calma, ok? – o abraçou.

– Sim.

Para falar a verdade, Axel não achava tão ruim. Seriam 10 belas garotas “brigando” por ele. Não que ele se sentisse totalmente a fim de se casar com uma total desconhecida. Ele não era exatamente experiente no assunto, e poderia ficar bem nervoso com as garotas. Mas se era para o bem do país e para agradar os pais, ele estava disposto.

Após se despedir do marido, o rei Robert, Diana Russel foi até o quarto do filho mais velho. Após dar duas leves batidas, entrou. O moreno estava deitado na cama, lendo um de seus livros.

– Olá, querido – sentou ao seu lado – Vim falar sobre A Seleção. Já começaremos a mandar a ficha.

– Tudo bem – o rapaz já esperava e sabia disso. Estava tranquilo, afinal seriam dez garotas travando uma guerra por seu coração.

– Eu tenho que ir. Ainda preciso falar com seu irmão sobre o incidente de ontem – ela falava de quando seu filho mais novo, Richard, foi visto numa saída noturna com a princesa irlandesa. O mais velho não pode evitar o riso. A rainha se levantou, deu um beijo na testa do mais velho e saiu.

Jonathan estava até ansioso para o acontecimento. Sempre gostou de interagir com as pessoas, principalmente do sexo feminino. Era daquele jeito desde criança, havia puxado ao pai, que havia conquistado a esposa com todo seu charme. Visivelmente, Richard teria o mesmo problema, ou sucesso com o público do sexo oposto. O mais novo não se parecia em nada com o pai, mas era uma cópia masculina e morena da rainha.

Não muito longe dali...

“Isso vai ser horrível” – pensava a princesa Adele Reichert , enquanto folheava um livro da biblioteca inglesa. Do outro lado, seus pais, falavam com o filho mais velho e futuro rei.

– Essa é uma péssima ideia, na minha opinião – falou a rainha Johanna – Não quero que meu filho se case com uma desconhecida. Ou pior, que não seja nobre.

– Queria eu ter tido essa opção – falou baixo o rei Barnard – Filho, não escute sua mãe. Isso vai ser bom. Vai nos aproximar do povo. E pense, antes você só seria obrigado a se casar com alguém. Agora poderá escolher – piscou o olho. Irritada, a rainha saiu dali. – E esse alguém seria escolhido pela sua mãe – sorriu.

O mais novo riu. Alderic sabia que dependendo da mãe, casaria com alguma das metidas filhas de um dos ministros alemães, o Schneider. Só porque eram crias da melhor amiga da monarca.

Mesmo sendo a mãe, ele não era muito próximo a ela. Sabia que o casamento com o pai era somente fachada e que o pai não sentia nada por ela.

– Para dizer a verdade, estou feliz. Se não fosse a Seleção, casaria com uma das Schneider. – A loira que estava ali perto fez uma expressão de nojo, o que causou risos dos três – Isso seria horrível. E ainda vai ajudar o país.

O rei sorriu para o filho, sentindo um grande orgulho. Sabia que ele seria um ótimo rei para a Alemanha, talvez melhor que o próprio. Depois disso, os dois homens ficaram conversando sobre os detalhes da competição.

...

Quando os reis irlandeses saíram dali, a princesa os aguardava ansiosamente. Sabia que o casal traria informações sobre a tão aguardada Seleção.

– E então? – falou a ruiva de 16 anos ­– Vai acontecer mesmo? – a garota estava vibrando na expectativa de ter uma cunhada. Seria uma garota a mais no palácio.

– Acalme-se Chiara – falou o rei Ryan rindo – Sim, vai acontecer. Sabe do seu irmão?

– Ele está treinando esgrima lá fora. Pelo menos quando eu vi.

– Vai sozinho, querido? – falou a rainha Mirela e o marido assentiu. Todos admiravam a mulher. Era gentil, carinhosa, amada por todo o país – Então, filha. Tenho que falar com você. Sobre o príncipe Richard. Quero que me explique tudo – fez uma cara séria.

– A senhora está muito brava? – falou com um pouco de medo e constrangimento.

– Claro que não – sorriu animada – Minha bebê cresceu!! Parece que foi ontem que...

– Mamãe... – falou um pouco impaciente – Vamos logo.

A rainha puxou a mão da princesa e ambas foram caminhando pelo palácio, enquanto Chiara falava do acontecido.

Enquanto isso, o rei foi procurar o filho. Como a irmã disse, ele estava mesmo jardim, bebendo água, com o capacete na mão.

– Sean! Venha aqui, filho – o ruivo deixou o material de esgrima com o instrutor e foi até o pai. – Só queria confirmar. A Seleção está prestes a começar. – sorriu e colocou a mão no ombro do filho, que deu um sorriso sem mostrar os dentes. – Boa sorte. – virou as costas e se foi.

Ele era muito receoso em relação ao filho. Ele era uma criança animada, mas depois da morte da avó, ficou mais quieto, mais sério. O ruivo realmente era o mais “na sua”, aparentemente. Mas só precisava de um estímulo mais forte para trazer à tona o Sean animado que era até seus 14 anos. Toda sua família depositava confiança na competição.

...

Ao sair da sala, a rainha francesa pediu para ir ao quarto. A mesma dorzinha chata no canto esquerdo da cabeça havia voltado. O rei, preocupado, pediu para ela passar na enfermaria primeiro e assim Marceline fez.

Michel estava no estábulo real, devolvendo o cavalo em que tinha acabado de cavalgar. Estava fechando a portinhola quando o pai chegou.

– Filho, como você já sabe, terá a sua Seleção em pouco tempo. Quero que você escolha alguém que faça bem ao nosso país, mas ao mesmo tempo goste de você. Não adianta ser um sem o outro.

O loiro assentiu, sorrindo animado, pelos mesmos motivos que seu amigo Jonathan. Ou talvez um pouco mais. Era um galanteador, com seu porte físico, os cabelos loiros caídos pela testa e o belo sotaque francês.

Todos dos 5 países esperavam ansiosamente pela chance de ter um contato ou se casar com um membro da família real. Quando o apresentador do jornal oficial inglês, Chris Anderson, falou aquele mesmo texto inicial, a emoção foi enorme.