Higure Kaminari escrita por Lailla


Capítulo 11
O passado vem à caça


Notas iniciais do capítulo

Voltamos com Kaminari! o/ Foi mal não ter postado de manhã 'rs



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Nossa primeira missão não demorou muito a chegar: País do Trovão. Rank C. Yomi-sensei me ajudava a controlar o raiton, e eu estava conseguindo aos poucos. Como ela não conhecia muito sobre minha origem, não era um treinamento usual. Eu conseguia dar descargas elétricas com as mãos, mas nada muito além disso. Ela disse que mesmo assim ajudaria na missão.

– Ne, Gaara.

– Hum?

– Como é lá fora?

Ele olhou para mim, confuso.

– Não lembra?

Balancei a cabeça. Não lembrava direito do dia que eles me encontraram. Apenas de Gaara me carregando nas costas enquanto entrávamos na Vila da Areia.

– Ano... Você vai ver muitas árvores.

– Como elas são?

– Altas, verdes...

– Hum... – Pensava.

Ele chegou perto de mim. Corei.

– Tome cuidado.

Balancei a cabeça, assentindo.

– Pode ser só Rank C, mas às vezes acontecem “surpresas”.

– Hai...

Gaara pôs a mão na minha cabeça e a esfregou. Abaixei o olhar, corando.

Já na saída da vila, Gamira e eu esperávamos Yomi-sensei e Mitsuri.

– Nee, Gamira?

– Hum?

– Onde a gente vai no País do Trovão?

– É há alguns quilômetros da Vila Oculta da Nuvem, uma aldeia.

– Ah...

Mitsuri se aproximou.

– Yo.

– Atrasado. – Eu disse.

– Gomen, gomen. Minha mãe estava preocupada.

– Nande?

– Adivinha.

Pensei. Gaara me disse que poderiam acontecer “surpresas”. Eu esperava que não fosse nada demais.

– Yo, minna!

Gritamos. Gamira apenas olhou para Yomi-sensei, como sempre.

– Oe, Yomi-sensei. Pare com isso! – Eu disse.

Ela riu com a mão atrás da cabeça.

– Oh! Yuki-chan está linda!

– Hã?!

Eu exclamei e me afastei. A sensei era muito tarada!

– Pare com isso!

– Vamos logo Hentai-sensei. – Gamira disse.

Saímos da vila. Fiquei perto de Mitsuri para ficar longe dela. Não houve tempestade de areia, saímos do deserto tranquilamente. Quando entramos na floresta eu olhava para todos os lados. Fiquei maravilhada com o verde das árvores, como Gaara disse. Eram marrons no tronco, altas e verdes nas folhas. Algumas folhas às vezes caíam e eu parava para olhá-las cair, agachando no chão. Mitsuri me olhava como se eu fosse retardada.

Como o caminho era longo, quando Yomi-sensei viu uma placa de casa de banho deu a ideia de irmos para lá, relaxar um pouco. A água era quente e agradável. Havia uma divisão com uma parede de bambu entre o espaço feminino e o masculino, claro. Eu tive que ficar com a Hentai-sensei.

– Ne, ne Yuki-chan.

Olhei para ela com os olhos arregalados e a postura rígida. Estava com medo.

– Como você consegue deixá-los assim?

– O que? – Disse nervosamente.

Ela olhou para baixo com um sorriso malicioso. Me arrepiei e até meu cabelos ficaram em pé.

Os meninos estavam na outra fonte termal.

– Será que a Yuki está se virando com a Yomi-sensei? – Mitsuri perguntou. Ele sabia como sensei era.

– Não sei. Mas daqui a pouco acho que ela vai gritar.

– Como assim? – Ele perguntou assustado.

Gamira levantou um dedo. Um barulho brusco de água começou na fonte termal feminina.

– Ahhh, onegai Yuki-chan. – Yomi disse com a voz manhosa.

– NÃO!

Mitsuri arregalou os olhos.

– O-ne-gai.

– AAAHHH!!!!!!!!!! PARE DE PEGAR NOS MEUS PEITOS!

– Mas são tão macios.

– IIIIIIAAAAAA!!!

Mais barulho de água. Um barulho de porta batendo soou e eles viram minha sombra correndo pelo corredor de toalha.

– Eu disse. – Gamira disse calmamente.

...

Chegamos a uma pequena aldeia. Os aldeões disseram que ladrões invadiam todos os dias a aldeia para roubar mantimentos, roupas, ferramentas e até animais. Qualquer coisa que estivesse à vista, na verdade! Eles imploraram para que nós os fizéssemos parar.
Yomi-sensei e nós três conversamos até o anoitecer sobre o plano. Nos espalhamos pela aldeia, em cima dos telhados.

Não demorou muito. Um grupo de oito ladrões surgiu se esgueirando pela aldeia. Yomi-sensei fez o sinal e descemos discretamente dos telhados.

Eles vasculhavam o lugar em duplas e tentavam entrar nas casas. Apareci silenciosamente atrás de uma dupla, uma que tentava entrar numa das casas.

– Yo. – Disse docemente com os braços para trás.

Eles olharam para trás com as armas em punho. Facas e machados.

– Sumimasen, mas não deviam estar fazendo isso.

– Ra...? Uma garota?

– Ia, ia. – Eu disse mexendo na bandana, amarrada na minha cabeça.

Eles riram.

– O que uma garotinha metida a shinobi vai fazer?

– Huuummm... – Pensava cantarolando - Isso.

Na frente deles, eu desapareci de repente. Eles recuaram olhando para os lados. Surgi de cima dando um chute em um e um soco no outro. Foi rápido, eu o fiz como uma ponte. Usei as linhas de chakra e os controlei fazendo lutar um contra o outro como bonecos. Quando eles imploraram para eu parar, os larguei. Eles caíram no chão. Cheguei perto deles e me agachei, apoiando as mãos nos joelhos. Eles recuaram de medo.

– O que eu vou fazer agora? – Cantarolei.

– Por favor... Por favor!

– "Por favor"? – Fechei a cara – Vocês vão parar de saquear a aldeia?

Eles balançaram a cabeça desesperadamente. "Que tipo de ladrões são esses?", pensei. Levantei e os encarei com os braços abaixados.

– Acho que não acredito muito em vocês. – Eu disse fazendo os raios correrem por minhas mãos.

Eles arregalaram os olhos.

– AAAAAAHHHHHHHHHH!!!!!!

Depois de terminar de dar choque neles, eu os carreguei desacordados pelos braços até onde os outros estavam. Eles eram maiores que eu, mas não foi impossível.

– O que você fez com eles? – Mitsuri perguntou pasmo.

– Uma coisinha.

Ele notou que as roupas dos dois estavam saindo um pouco de fumaça. Yomi sorriu balançando a cabeça. Eu os larguei no chão e ela os amarrou juntos.

– O que vamos fazer com eles? – Perguntei.

– Entregar para as autoridades locais.

Bufei e cruzei os braços.

– Por mim eu fazia aquilo de novo até eles aprenderem a não roubar mais.

Um dos que eu dei choque acordou e olhou para mim. Ele começou a gritar e tentar correr. O que foi em vão.

– O que você fez com ele? – Mitsuri perguntou de novo.

– Nada não. – Sorri pra ele.

Ele arregalou os olhos tentando imaginar o que eu fiz e o porquê de aquele homem estar com medo de mim.

Os aldeões ficaram tão agradecidos que na noite seguinte fizeram um grande jantar para nós. Meus olhos brilhavam ao ver toda aquela comida. Nos hospedaram e eu dormi como um bebê.

...

Andávamos na estrada, de volta para casa. Estávamos perto da Fronteira do País do Trovão quando eu parei na estrada.

– Yuki?

Olhei para o lado. Minhas pupilas estavam contraídas ao máximo.

– O que foi?

– Eu... Acho que conheço esse lugar.

Não sei o que houve comigo. Meu corpo pareceu se controlar sozinho. Pulei entre as árvores apenas seguindo aquela sensação como minha bússola. Yomi-sensei me gritou e veio atrás de mim.

Depois de quilômetros, que eu nem senti que havia percorrido, parei e desci de uma árvore olhando fixamente para um ponto. Minhas pupilas ainda estavam contraídas. Nem parecia que eu as tinha, apenas se via o azul dos meus olhos.

Eu vi entre as árvores algo, uma coisa destruída, parecendo ser uma casa. Tentei chegar mais perto. Ver o porquê aquilo me atraía. Mas quando estava quase conseguindo enxergar o lugar senti algo ameaçador e pulei em cima de uma árvore. Bem a tempo, dois lobos iriam me atacar se não fizesse aquilo. Eles olharam para mim, rosnando.

Olhava para eles despreocupada. Eram apenas lobos. Um deles olhou bem para mim e arregalou os olhos.

– É ela!

Arregalei os olhos. Aquilo era sério?!

– Ela está viva!

Eu estava paralisada, mas não era burra. Eles começaram a rosnar de novo e pularam em cima da árvore. Como era possível aqueles lobos fazerem isso? A árvore devia ter uns dois metros de altura! Desviei deles e fugi pelas árvores.

Num momento eles me encurralaram e eu pulei para o chão em posição de ataque.

– O que vamos fazer com ela?

– Izukare-Taichow vai querer ver isso.

Arregalei os olhos me perguntando quem era. Eles iam me atacar de novo, mas Yomi-sensei apareceu e usou seus leques. Eles foram para longe, mas pareciam conseguir resistir ao vento. Ela ficou surpresa e agiu rápido. Pegou bombas de fumaça e jogou no chão. Ela me pegou e fugimos.

Despistamos eles e voltamos para a estrada. Yomi-sensei mandou os garotos correrem também. Ela me carregava ainda, eu estava estática com aquilo. Acho que ela não os ouviu falar.

Quando tivemos certeza que estávamos seguros ela decidiu que era melhor ficarmos numa cidade e nos hospedar aquela noite. Todos nós ficamos no mesmo quarto. Eu estava num canto, pensando.

– Yuki.

Olhei para ela. Nunca vira Yomi-sensei tão séria.

– O que houve lá?

Eu abraçava minhas pernas, sentada no chão. Os garotos não entenderam nada.

– Eu... Reconheci aquele lugar.

– De onde? – Gamira perguntou.

– A questão é "porque você não saiu de lá quando viu os lobos"? – Yomi-sensei disse.

– Lobos? – Mitsuri perguntou.

– Eu corri, mas eles me seguiram.

Ela coçava a cabeça, apreensiva. Abaixei a cabeça.

– Gomen. – Eu disse.

– Por que estão tão preocupadas? – Mitsuri perguntou – Eram apenas lobos. Né?

Virei a cabeça. Yomi-sensei olhou para ele. Eu sabia que ela percebera a resistência dos lobos em relação ao seu vento. Se nós, shinobis, não éramos, por que animais da floresta seriam? Quando ela começou a contar o que houve, eu saí do quarto.

Aquilo me perturbava.

...

Quando voltamos, fizemos o relatório sobre a missão e fomos para casa. Cheguei de cabeça baixa. O trio logo percebeu. Me perguntaram o que houve e eu contei tudo.

– Eles... Reconheceram você? – Kankuro perguntou confuso.

Balancei a cabeça.

– Queriam te levar pra onde? – Temari perguntou.

– Não sei... – Disse de cabeça baixa – Eles disseram que eu estava viva e que alguém queria "ver isso". Não lembro o nome, mas não parecia ser bom.

– Mas... – Temari dizia – Tem certeza que eles pularam em cima da árvore?

– Tenho. Como eu! O... Que eu fiz? – Me perguntava – Por que me queriam?

Olhei para eles como se soubessem a resposta. Estavam mais perdidos que eu.

Gaara, que não disse nada durante toda a conversa, levantou e saiu de casa. Ele voltou horas depois. Eu já estava na cama, tentando dormir. Estava difícil, apenas mexia em meu cabelo olhando para o teto.

Ele entrou no quarto, eu o fitei me sentando na cama. Ainda estava cabisbaixa. Ele sentou do meu lado. Estava tão confusa e perdida que nem corei por ele estar perto de mim, mas abracei o travesseiro por estar de camisola.

– Acordei você?

Balancei a cabeça.

– Você quer saber sobre o seu passado? – Ele foi direto.

Hesitei.

– Depois disso não tenho certeza.

– Soka. Eu pensei em algo que pode dar certo. Talvez...

– O que? – Perguntei surpresa.

Ele olhou para baixo, pensando.

– Eu mandei uma mensagem para Konoha.

– O que é isso? – Perguntei tombando a cabeça.

Ele sorriu.

– Uma vila.

– Como aqui?

– Hai.

– Por que lá?

– Eles são bons shinobis. Já me ajudaram. E confio neles.

– Por quê?

Ele sorriu de novo.

– Tenho receio de Dakura-san pedir para alguém daqui. E muitos não gostam de mim.

– Por... Quê? – Percebi que estava perguntando demais.

Ele abaixou a cabeça.

– Porque sou um monstro. – Ele disse calmamente.

– Baka! – Joguei o travesseiro nele.

Gaara ficou surpreso. Cheguei bem perto dele e peguei em seus ombros, sem me importar mais se estava de camisola.

– Você não é um monstro! Você é o Gaara! E Gaara é bom! – Olhava fixamente em seus olhos.

Ele estava mais do que surpreso. Aos poucos ficou corado e eu percebi que estava muito perto dele. Fui para trás e me cobri com a coberta, me encolhendo na cama.

Ele se ajoelhou ao lado da cama. Levantou lentamente a coberta da minha cabeça. Eu estava corada e com os olhos fechados, apertando-os. Ele pôs a mão na minha cabeça, esfregando-a. Abri um dos olhos e logo o outro.

– Gomen.

– Pelo o que? – Ele perguntou.

Não respondi, apenas gemi me encolhendo ainda mais. Estava envergonhada. Ele continuou a esfregar minha cabeça e depois beijou minha testa.

– Boa noite... – Ele disse.

– Hum.

Gaara saiu e fechou a porta. Caí no sono facilmente.


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Notas finais do capítulo

É isso mesmo! Konoha no próximo capítulo >.



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