Runaway escrita por Grace


Capítulo 3
Thanks


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Desculpem a demora para postar! Essa semana realmente foi infernal, e o negócio tende a piorar! Hahaha
Se alguém quiser fazer trabalho de faculdade pra mim, agradeço! :s
Beijos, espero que gostem desse capítulo!



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Tris

Eu continuava me apoiando em Quatro quando entramos no refeitório. Eu nunca conseguiria andar normalmente. Eu mancava descaradamente.

Eu e Quatro havíamos combinado uma história pra contar. Se alguém perguntasse, eu havia tropeçado nas escadas, a caminho do refeitório, e havia torcido o pé. Quatro havia me encontrado no caminho e me ajudado.

Notei boa parte do refeitório se virar para olhar quando entramos. Ótimo, a ideia de não chamar atenção já falhava nos primeiros segundos.

Quatro me escorou até a mesa que eu costumava dividir com Al, Will, Christina, Lynn, Marlene e Uriah. Eles me observavam com interesse e nem mesmo disfarçavam ao nos encarar. Christina me olhava curiosamente, e eu já sabia que era o olhar que significava “quero explicações já!”.

Quatro os cumprimentou quando nos aproximamos e depois se dirigiu a mim:

_Está entregue senhorita. Se precisar de ajuda, é só chamar - ele deu um meio sorriso e puxou a cadeira para que eu pudesse me sentar.

_Muito obrigada, Quatro. Eu não teria conseguido chegar até aqui sem você - eu disse, também dando um meio sorriso.

_E coloca gelo nisso depois. - ele piscou pra mim - Vai melhorar mais rápido.

Ele abanou a mão e foi se sentar com Zeke, Shauna e mais alguns outros perto da porta, no lugar que eles sempre ocupavam.

_O que aconteceu com você Tris? Tá tudo bem? - Al perguntou, aparentando um pouco de preocupação. Os outros também estavam atentos a conversa.

_Tá tudo bem sim, Al... eu só tropecei e torci o pé. Não acredito que não prestei atenção e não vi aquele maldito relevo na escada - eu resmunguei, acrescentando alguma coisa que soou mais um menos como passar na enfermaria depois.

_E o que o nosso antigo instrutor tem a ver com a história? - Christina se intrometeu na conversa. Ótimo, pelo menos alguém tinha mantido o foco no Quatro e não no fato de que eu mancava muito e mal conseguia ficar de pé.

_Ele estava passando por lá uns minutos depois e me viu tentando me equilibrar e e tentando colocar o pé no chão. Me ajudou a chegar até aqui - eu respondi, dando de ombros.

_E você não lascou um beijo nele de agradecimento? - ela perguntou, quase me fazendo ruborizar.

_Incrível, Chris. Já fazem dois anos e você continua mantendo essa mania chata da Franqueza de falar tudo que vem na cabeça, né? - eu provoquei, tentando mudar o foco do assunto. Christina nunca falhava quando o assunto era me deixar com vergonha.

_Não tenho culpa se ele está muito mais gato que dois anos atrás. - Christina deu de ombros - Eu pegava fácil.

_Eu ainda acho ele assustador - Marlene disse - continuo agradecendo por ter feito a iniciação com Lauren. Sei lá, ele tem essa máscara de pessoa fria, insensível. Eu tenho a impressão que ele mataria qualquer um com as próprias mãos, sem se arrepender depois.

Eu reprimi uma revirada de olhos. Quatro não era assim. Ele era uma pessoa melhor do que deixava transparecer.

_Eu sempre quis saber por que o chamam de Quatro - Will disse, pensativo - As pessoas parecem teme-lo e admira-lo por isso. Será que ele nocauteou quatro caras de uma vez?

_Pergunta pra Tris, ela que é "amiguinha" dele... - Christina provocou e eu suspirei. Christina era impossível.

_Não sei por que o chamam de Quatro. Nunca perguntei e não acho que ele me diria, se eu perguntasse. Nós somos só colegas.

_Imagina só, Tris… Você e ele, muitos beijos e amassos na sala de monitoração ou... Imagina ele te beijando no pescoço, ou então, com as mãos no seu quadril e…

_Essas são suas dicas para o Will, Chris? - fiz cara de inocente, Christina perdeu a fala, Will abaixou a cabeça e o resto começou a rir.

_Já chega desse assunto. - ela conseguiu dizer, me lançando um olhar mortal. Eu sabia que ela não ia ficar brava por muito tempo, mas era melhor manter um pouco de distancia dela no momento, principalmente agora, que eu não conseguiria fugir.

O resto do café passou bem rápido. Christina me lançava olhares feios de minuto a minuto, brava por eu ter meio que contado a todos o lance dela com o Will. Will estava em silêncio, envergonhado.

Me senti mal por tê-lo constrangido para calar a boca de Christina, mas não a ponto de me arrepender. Quem sabe agora eles tomavam jeito e se assumiam de vez? Eu só tinha dito algo que todos já imaginavam.

Fiquei ali pensando em como ia chegar ao meu quarto. E em como ia assaltar a enfermaria pra buscar aqueles remédios que aliviavam a dor. Algumas doses daquilo e eu estaria zerada.

Será que se eu fosse lá com a desculpa da torção eles me dariam o analgésico? Provavelmente não. Iam querer avaliar o tornozelo e veriam que não tinha nada lá.

_Tris... - Al me chamou, me tirando do meu devaneio. Ele me parecia meio embaraçado, como se fosse falar alguma coisa que o deixaria com vergonha - Hum, será que você quer que eu... - Mas ele parou de falar quando alguém se aproximou da mesa. Quando Quatro se aproximou da mesa.

_Tris, você quer que eu te ajude a ir embora? - ele perguntou, me oferecendo sua mão.

_Claro que sim, mas não vai te atrapalhar? - eu perguntei, não querendo incomodá-lo mais. Quatro já tinha feito demais por mim.

_Não, é claro que não. Eu já estou indo para aqueles lados mesmo - ele me ajudou a levantar da cadeira e me manter de pé - Ah, a propósito, encontrei Max agora a pouco, eu disse a ele que você estava com o pé torcido e mal conseguindo andar. Ele te dispensou do trabalho por essa semana.

_Quatro... nem sei como agradecer - eu dei um sorriso fraco. Eu poderia usar essa semana para me recuperar, sem ter que me preocupar em ir para o trabalho, e pior, voltar, tarde da noite, correndo o risco de cair em outra emboscada.

_Al, o que você ia dizer? - Eu perguntei, me lembrando que ele havia se interrompido com a chegada de Quatro.

_Não… Não era nada - Al respondeu. Eu dei de ombros, e me apoiei em Quatro, e nós saímos do refeitório.

_Max desconfiou? - eu perguntei quando considerei seguro, meio que temendo a resposta.

_Não. Me perguntou o que tinha acontecido, e eu disse que no caminho do refeitório havia lhe encontrado, e que você tinha torcido o pé e mal conseguia se manter de pé.

Eu absorvi a resposta dele. Será que Max não sabia de nada? Será que aquele cara tinha começado uma busca por Divergentes por conta própria e resolveu elimina-los sem ordem de ninguém?

_Por que não falaram sobre... a morte? - eu indaguei, mesmo sabendo que Quatro provavelmente também não sabia a resposta.

_Não sei - ele me fitou com os olhos azul escuro, provocando um arrepio em minha pela, tamanha a intensidade daquele olhar - Provavelmente devem estar estudando o corpo, vendo se foi suicídio ou assassinato. Ou procurando algum vestígio de alguma coisa - ele deu de ombros.

Eu estremeci. Eu havia assassinado aquele homem. Com um canivete. Pensar que ele havia tentado me matar não aliviava tanto quanto eu gostaria.

_Quatro, sem querer ser muito abusiva, mas será que você se importa de roubar a enfermaria mais uma vez? Preciso de analgésicos. Urgente - eu disse, dando um sorriso fraco pra ele.

_Pensei que nunca ia pedir - ele sorriu de volta.

_Tomou gosto pela vida bandida? - eu brinquei, dando um meio sorriso para ele, que sorriu de volta pra mim.

_Gosto de desafios. Entrar e sair da enfermaria sem ser visto e ainda conseguir roubar remédios? Esse vai ser o ponto alto do meu dia - ele deu de ombros e riu, eu também comecei a rir - Qual dói mais?

_Agora o da perna dói mais. Muito mais, mas acho que deve ser por causa do esforço. De toda forma. Tudo dói.

_Vamos dar um jeito nisso - ele disse - Uma semana e você vai estar zerada. Vi os arquivos dos novos remédios desenvolvidos pela Erudição. Muito melhores do que os antigos. Você vai se recuperar rápido.

Ele me levou para o meu quarto. Era melhor eu ficar lá até poder andar normalmente. Teoricamente, seria o lugar mais seguro agora, embora, fosse o primeiro lugar que me procurariam, caso descobrissem alguma coisa. Nem eu nem Quatro achávamos que eu era suspeita de alguma coisa, considerando os fatos recentes.

Quatro saiu para buscar o remédio, e antes de me deitar, peguei um revólver que estava escondido na minha cômoda. O coloquei debaixo de meu travesseiro. Era melhor prevenir.

Ele voltou uns dez minutos depois, com dois frascos do remédio. Tomei a primeira dose imediatamente, quase sentindo o alívio que viria.

_Tris, eu preciso ir agora - ele disse, se sentando rapidamente na beirada da cama - Volto mais tarde para ver como você está. Sugiro que tranque a porta. Nunca se sabe né?

Peguei meu chaveiro e joguei uma das cópias da porta da chave pra ele. Eu não ia me levantar para trancar a porta, de jeito nenhum. Ele podia fazer isso por mim e me devolver a chave depois.

Mostrei o revólver debaixo do travesseiro para ele e ele riu.

_As vezes eu me esqueço que você está sempre um passo a frente - ele riu.

Ele saiu, trancando a porta, e eu suspirei, me concentrando em respirar regularmente e sentindo a dor se amenizar aos pouco.

Obrigado pelo remédio, Erudição!


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Prometo que a ação começa em breve!



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