Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 26
More Trouble


Notas iniciais do capítulo

Bom, vou passar a postar apenas aos domingos, porque estou um pouco ocupada durante a semana. Sorry.



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– Hayden? – escuto alguém chamando ao longe, e por alguns segundos penso serem os meus pais. – Hayden? – a voz insiste.

– Humm... – resmungo.

– Você tá bem? – abro novamente os olhos e encontro grandes olhos castanhos me observando atentamente – você está chorando? – pergunta com o cenho franzido.

– Eu... – passo a mão pelo rosto, secando as últimas lágrimas, que nem percebi que estava derramando. – estou bem sim. – afirmo com um sorriso fraco.

– Você não me parece bem. O que aconteceu? Conta pra mim. – ela se senta na cama e eu faço o mesmo.

Bels espera pacientemente que eu fale alguma coisa, mas não sei o que dizer. Na verdade eu sei, mas não posso. Ela continua sentada e ergue as sobrancelhas, como que me incentivando a começar.

– Eu sonhei com meus pais. – começo – estávamos na praia, eu era muito pequeno ainda, mas estávamos nos divertindo tanto. – conto.

– E como eles eram? – pergunta receosa.

– Eu não lembro muito bem. – explico – eu era muito pequeno. Não tenho muitas recordações deles. – odeio mentir para a Bels, embora eu esteja contando meias verdades.

– Você já pensou em procurar um psicólogo? – sugere – eu fui a um durante anos e me ajudou bastante. Às vezes temos problemas que não conseguimos resolver sozinhos. – ela me encara e sei que tem mais coisas ai.

– Você quer conversar sobre alguma coisa? – pergunto. Ela suspira pesadamente e balança a cabeça afirmativamente. – pode falar. – a encaro apreensivo.

– Porque você apareceu aqui as 3hrs da madrugada? – eu sabia que vir passar o resto da noite na casa da Bels iria levantar suspeitas, mas que outra alternativa eu tinha? Estava nervoso e inquieto.

– Porque eu não queria ficar em casa, meus tios estavam discutindo. – dou de ombros. Ela semicerra os olhos, obviamente não acreditando naquela historia.

– E porque seus tios estavam brigando? – questiona.

– Eu não sei. Problema deles. – na verdade, se Steve e Natasha estivessem realmente discutindo, eu não só saberia como seria a causa da discussão.

– Tem certeza que você não sabe o motivo? – pergunta desconfiada.

– Eu não sei. – afirmo, levantando-me da cama.

– E seus tios não se importam por você sair de madrugada? – cruza os braços.

– Eles são bem liberais. E confiam em mim. – visto minha calça jeans.

– Você esta insinuando que eu não confio? – a encaro. De onde ela tirou isso?

– Não. – nego – de onde você tirou isso? – pergunto.

– Você sempre faz questão de frisar que eles confiam em você. Eu também confio, tanto confio que aceito numa boa os seus sumiços e a sua falta de atenção. – fala, pondo-se de pé.

– Falta de atenção? Eu te dou atenção! – afirmo.

– Você finge que dá atenção. Você nunca está realmente aqui Hayden. Sempre distraído, sempre com a cabeça em outro lugar, nunca presta atenção ao que eu digo! – acusa.

– Eu sei que sou um pouco distraído, mas minha vida tá uma confusão, eu tô cheio de problemas e – tento me explicar.

– Todo mundo tem problemas Hayden! – ela me interrompe – todo mundo! Eu também tenho! Ou você acha que minha vida é um mar de rosas? Se você não consegue resolve-los sozinho, peca ajuda! Um psicólogo, seus tios, algum amigo, eu! Mas não fique tentando carregar o mundo nas costas e usando isso como desculpa para sua falta de consideração! – ela explode. Ficamos alguns minutos em silêncio, nos encarando.

Ela cruza os braços sobre o peito e é notável que está tentando manter o controle, segurar as lagrimas.

– Eu sinto muito – falo por fim, quebrando o silêncio – eu realmente sinto muito, mas não posso contar com ninguém. É tudo muito complicado. – me aproximo dela, mas quando tento segurar suas mãos ela se afasta.

– Então quando descomplicar você me avisa. – sai do quarto me deixando sozinho. Droga!

POV Natasha Romanoff

– Ele não fez por mal! – Steve mais uma intercede pelo garoto. Porque quando finalmente eu começo a gostar dele, ele faz uma merda dessas?

– Eu só quero entender o que o levou a fazer isso! – explico pondo-me de pé. Começo a procurar uma roupa qualquer para usar. Precisava conversar urgentemente com o Hayden.

– Você não tá pensando em ir atrás dele, está? – reviro os olhos.

– Parece obvio não? – visto uma calça jeans preta. Steve levanta-se apenas de cueca Box e começa a andar pelo quarto. Admito que por alguns segundos vacilo diante daquela visão, mas logo me recomponho.

– O que você está fazendo? – pergunto ao vê-lo colocando a calça.

– Parece obvio não? – fala irônico – eu vou com você. – afirma.

Suspiro e por mais que odeie admitir, melhor que ele esteja por perto, assim as chances de estrangular o garoto diminuem um pouco.

– Vamos na sua moto, assim evitamos transito. – afirmo saindo do quarto, sendo seguida por Steve.

Entramos no elevador e pela primeira vez agradeço a presença do grande espelho que tem no mesmo. Viro-me e começo a ajeitar meu cabelo, tentando esconder ao máximo as marcas levemente arroxeadas no meu pescoço. Steve começa a ajeitar o cabelo e estamos tão distraídos no nosso trabalho que não notamos quando o elevador para e passamos a ter companhia.

– Você estava brigando com um gato Capsicle? – Tony pergunta. Steve enruga o cenho, confuso.

– Não, por quê? – sigo o olhar do Tony e logo entendo o motivo da pergunta.

– Você tá todo arranhado. – ele começa a andar em torno de Steve que fica vermelho na hora. – olha só isso! – ele aponta para o braço de Steve. Finjo estar analisando para minhas unhas enquanto Tony continua sua inspeção. – ruivinha olha i.... – ele não conclui e eu o encaro. – você tá com uma coisa roxa no pescoço. – droga!

Começo a rezar para que o elevador chegue logo a garagem. Porque ele está demorando tanto? Ele nunca demora!

– Vocês dois...? – Tony arregala os olhos. Inferno! – espera ai! Quer dizer que não foi um gato que fez isso com você, mas sim uma gata! Uma gata selvagem e ruiva! – encaro Tony com fogo nos olhos. – a Pepper não vai acreditar! – reviro os olhos impaciente e ao meu lado Steve fica cada vez mais corado.

Tony continua com as insinuações e eu me imagino o estrangulando, enquanto ele fica vermelho e implora por misericórdia. Tal pensamento me faz rir e Steve me olha com reprovação. Finalmente as benditas portas se abrem e tanto eu quanto Steve saímos praticamente correndo, deixando um Tony sorridente para trás.

– Porque você riu das idiotices do Tony? – Steve pergunta, num tom acusatório.

– Não estava rindo das idiotices do Tony. – defendo-me. – estava rindo de outra coisa. – completo. Steve senta-se na moto.

– Que outra coisa? – pergunta desconfiado.

– Nada que seja relevante. – dou de ombros e sento-me na garupa – vamos logo que o assunto que temos a tratar é muito mais sério. – Steve liga a moto e em seguida saímos a toda velocidade da garagem.

POV Bruce Banner

– Você não vai acreditar no que acabei de descobrir! – Tony entra no laboratório com um sorriso enorme no rosto. – o Capsicle e a ruivinha estão se pegando! –começa – acabei de encontrar com eles no elevador e nossa, você precisava ver os braços do Cap, estavam todos arranhados e a ruivinha parecia que havia sido estrangulada de tanta marca roxa que tinha no pescoço. – ele continua, mas como não mostro nenhum entusiasmo com suas revelações ele se cala. – Algum problema ScienceBro? – pergunta.

– Muitos na verdade. – tiro os óculos e os limpo no jaleco – eu finalmente descobri o que está causando os problemas de regeneração do Hayden. – seu semblante muda na hora. Agora quem está aqui não é o Tony Stark sarcástico que todos conhecem, mas sim o Tony Stark cientista.

– Me conte tudo. – ele pede.

Ando até uma bancada próxima e Tony me acompanha, lá coloco algumas laminas sob o microscópio e as observo, depois cedo espaço para Tony.

– O que você vê? – pergunto.

– Células se multiplicando. – responde naturalmente.

– Certo, agora olhe essas aqui. – troco as laminas – o que você vê? – pergunto novamente.

– Células morrendo. – responde – se desintegrando na verdade. Tem alguma coisa estranha aqui... – completa.

– Sim, tem. – começo a explicação. – como você sabe, nos seres humanos temos uma velocidade natural de regeneração, multiplicação, renovação das células. O Hayden está perdendo essa capacidade. – Tony franze o cenho confuso.

– Mas e o soro? – ele começa a falar, mas o interrompo.

– Os soros na verdade. – pigarreio – ele tem um tipo incomum de soro, eu mesmo nunca vi nada igual, nem mesmo a Natasha ouviu falar de algo do tipo. A mistura, junção dos soros é tão perfeita que é como se o organismo dele, para sobreviver, tivesse criado uma terceira formula. – começo a explicação. Tony parece concentrado em cada palavra que eu digo. – mas agora essa terceira formula esta se dividindo novamente. Os soros estão se separando e... – suspiro – e matando o garoto. – concluo.

Tony fica em silêncio, absorvendo minhas palavras. Ele cruza os braços e anda pelo laboratório, volta a analisar as laminas e parece tirar suas próprias conclusões.

– Quem mais sabe disso? – pergunta quebrando o silêncio.

– A agente Romanoff sabe sobre as junções dos dois soros. Depois que tivemos que explicar pra ela a situação ela meio que me obrigou a lhe ceder todas as informações que eu já havia obtido. – explico – mas sobre a morte iminente do garoto só eu e agora, você. – encosto na mesa.

– O que você acha que devemos fazer? – ele não olha pra mim.

– Eu realmente não sei. Estou estudando alguma possibilidade de retardar o efeito do soro, mas até agora não obtive nenhum resultado. Qualquer coisa errada pode acelerar o processo.

– Quanto tempo ele ainda tem? – Tony me encara.

– É difícil ter exatidão. – respondo.

– Então é melhor você descobrir quanto tempo ainda resta ao garoto, porque quando Natasha e o Cap descobrirem sobre isso, eles vão exigir uma resposta concreta. – encaro Tony.

– Eu vou convocar uma reunião com Phil Coulson e as pessoas mais próximas do Hayden. Acho que ele vai precisar de apoio e eu realmente não quero ter que dar essa noticia a ele. – falo cabisbaixo.

– Com pena do garoto? – Tony comenta.

– Ele já tem problemas demais, não precisava de mais isso.

– Esse problema é a solução para os outros. – Tony fala frio.

– Morrer não é a solução para os problemas de ninguém. – começo a me irritar. – qual o seu problema Tony? – questiono.

– Se a Hidra conseguiu unir os dois soros no Hayden, talvez eles consigam fazer isso de novo. Se é que já não tem outras pessoas andando por ai com isso correndo nas veias. – esclarece.

– Não temos certeza se foi a Hidra, além do mais, está claro que não dará certo. O garoto está morrendo! – afirmo.

– Mas outros podem conseguir sobreviver. Você viu o que ele era capaz de fazer antes das coisas começarem a dar errado. Você sabe e vê o que os soros foram capazes de fazer com o Cap e com a Viúva! Eles ficaram mais fortes, resistentes, tiveram o envelhecimento retardado. Você acha que isso correndo nas veias da pessoa errada não é um problema? – respiro fundo tentando manter a calma.

– Você tem razão. Mas não é nas veias de pessoas erradas que isso está correndo. É nas veias de um garoto. – afirmo duro e Tony se cala.

– Tudo bem. Vamos nos concentrar em um problema de cada vez. – ele fala depois de algum segundos em silêncio – qual o problema a ser resolvido no momento? – ele questiona.

– O problema? – engulo seco. – quem vai contar para a Natasha.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando e até mais!
Beijo queridos!



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