Forgotten escrita por S Pisces


Capítulo 16
Rescue Part: One




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Por essa eu admito que não esperava.

– A agente Romanoff? Como ela foi capturada? o que aconteceu? – pergunto. Todo mundo sabe que não é fácil pegar a Viúva Negra.

– Natasha saiu em missão, à mesma para qual você também foi designado, mas... Bom, a questão é que perdemos o sinal dela, alguns segundos depois dela ter informado que estava com problemas. – resume a situação.

– Tudo bem Capitão Rogers, agora eu quero que me diga quem conseguiu capturá-la. – peço autoritário. Steve suspira.

– Hidra. – sério? De novo isso? Depois de instalado na SHIELD, a Hill e o agente Barton me contaram mais sobre a Hidra, o que ela fazia e como a sua “rixa” com o Capitão America vem se arrastando ao longo dos anos, desde a Segunda Guerra Mundial.

– Essa coisa não acaba nunca? – pergunto.

– Parece que não. – fala, cansado. Pego a pasta e abro, mas o capitão me interrompe. – Não precisa olhar os arquivos. Você lembra sobre o que se tratava essa missão?

– Claro. – respondo de imediato – Primeiro eu a Hill fomos enviados para buscar mais informações sobre uma espécie de “quartel” abandonado que estava sendo usado por algum grupo terrorista, foi quando descobriram e tentaram nos matar. – conto a primeira parte da missão.

– E com a Natasha? O que você sabia sobre essa parte da missão? – me encara.

– Ahn, esse grupo roubou um projeto importante, de alguém importante. Nós iríamos atrás desse projeto e iríamos destruir qualquer coisa vinculada a ele. – completo.

– Você não sabe mesmo de quem é esse projeto?

– Não, eu não sei. – respondo. Ele solta um suspiro, será que ele acha que estou mentindo?

– Eu acredito em você. – responde a minha pergunta, como se tivesse lido meus pensamentos. – Esse projeto é do Stark. Não me pergunte do que se trata que eu ainda não sei, mas a Hidra sabe. Havia um informante nas indústrias Stark, que conseguiu invadir os sistemas e roubar essas informações. A Hidra está por trás do atentado a você e a Maria. – explica.

– O Stark me conhece, porque ele não quis que eu soubesse que ele é o dono do projeto? – as perguntas estão só começando.

– Ninguém além dele, Bruce e Natasha sabiam disso. É um projeto perigoso, que “pode mudar o rumo da humanidade”. Palavras do Tony. – Steve revira os olhos.

– E porque ele não colocou um daqueles trajes de ferro e foi atrás dos caras? – o próprio Tony teria cacife suficiente para fazer isso sozinho, sem envolver qualquer um de nós ou a SHIELD.

– Eu pensei a mesma coisa, mas Coulson me disse que Bruce o convenceu a pedir ajuda a Natasha quando o projeto foi roubado, ele não queria envolver muita gente no projeto e – interrompo sua fala.

– Ele não queria que mais pessoas soubessem do projeto. – Steve suspira frustrado.

– Também acho que o Tony está escondendo mais coisas, mas no momento nossa prioridade é salvar a Nat. – sua prioridade. Penso em corrigi-lo, mas isso apenas geraria discussões desnecessárias. – De qualquer forma, a Nat é uma ótima espiã e conseguiu descobrir quem roubou e o que pretendiam fazer. Contou ao Tony e depois de alguma insistência por parte do Bruce, ele contatou o Coulson que pediu que você e a Hill fossem até o local onde o tal informante estava escondido. Por isso antes de saírem em missão vocês foram lá falar com o Tony. – esclarece.

Agora tudo faz sentido. Eu não havia associado nossa ida à torre até esse momento, como fui lerdo! Então estamos indo atrás da Natasha, que foi pega pela Hidra, que se escondia atrás de um falso grupo terrorista, embora a Hidra aja como um, que conseguiu roubar um projeto aparentemente perigoso do Tony Stark. E as coisas só faziam melhorar.

– Entendi. – enrugo o cenho – Os Vingadores poderiam resolver tudo isso sem envolver a SHIELD, quer dizer, porque todo esse segredo entre vocês?

– Bom, você sabe que o Tony meio que se aposentou, ele trabalha apenas como financiador dos Vingadores, ele pensou em ir atrás do projeto sozinho, mas o Bruce não deixou. Foi ai que a Natasha entrou na historia e uma vez que ela entrou, a SHIELD também entrou. Ninguém confia nas loucuras do Tony. – fala como se fosse obvio.

– E onde está o Clint? Dr. Banner? Eles também deveriam fazer parte dessa missão, não acha? – gostaria de saber por que justo eu fui designado para salvar a Natasha.

– Achamos melhor não colocar o “outro” cara nessa confusão, pelo menos não por agora. Clint está fora da cidade e o Thor fora do planeta. – nem se lembrava do Thor, o único vingador que ainda não conheço. – Eu pedi ao Coulson que te colocasse nessa missão porque confio em você e sei que você tem um ótimo senso de justiça e que fará o que for preciso pelo bem da humanidade. – Completa. Isso é que é mudança radical na conversa, há poucos minutos a prioridade era a Natasha, agora é a humanidade?

– O que você quer dizer com “senso de justiça”? – pergunto fazendo aspas com os dedos, mas antes que consiga minha resposta o piloto, que estava tão quieto que nem me recordava da sua presença ali, interrompe nossa conversa.

– Estamos sobrevoando o local Capitão. – anuncia.

O Capitão começa a ajeitar suas coisas, o que consiste no escudo as suas costas e na escuta. Coloco minhas armas nos coldres e estalo as juntas dos dedos, por algum motivo, essa missão de resgate começa a me deixar apreensivo.

– Você está bem Hayden? – pergunta Steve. Apenas concordo com a cabeça.

Nos aproximamos da porta do quintjet, que esta aberta, nos proporcionando uma visão privilegiada de todo o prédio que esta sendo usado pela HIDRA.

– Foi daqui que partiu o último sinal da Natasha. – começa Steve – Provavelmente deve haver alguma coisa no subsolo. Eles não seriam tão idiotas de prenderem a Natasha em um lugar de tão fácil acesso. – conclui.

– Pode ser uma cilada. – suponho.

– Porque você acha isso? – pergunta o capitão, num tom preocupado.

– Não sei. É só uma suposição, capitão. – penso por alguns minutos e então completo – Por qual outro motivo prenderiam a agente Romanoff?

– Vamos descobrir agora. – ele diz. O quintjet se aproxima silenciosamente do prédio, que mais parece um armazém. Saltamos para o terraço, que até então estava bastante quieto e silencioso.

– Capitão, está muito quieto para uma base da Hidra não acha? – comento, enquanto procuramos uma forma de entrar no prédio.

– Também acho Hayden. – concorda. Começamos a descer por uma espécie de escada de serviço, que ao que parece dá acesso a praticamente todos os andares do prédio. – Melhor nos separarmos. – sugere o capitão.

– E quem encontrar primeiro a agente Romanoff avisa ao outro. – aviso já descendo mais um lance de escadas.

– Hayden! – o capitão me chama, fazendo-me parar e encará-lo – Mate qualquer um que se colocar no seu caminho. – ordena. Suas palavras me pegam de surpresa, geralmente o capitão fazia o estilo pacifista, evitando ao máximo matar, mesmo que se tratasse de bandidos. – E lembre-se da sua missão. – completa. Em seguida abre uma porta e passa pela mesma, desaparecendo em seguida.

POV Natasha Romanoff

Pling, pling, pling.

Esse som se repete incessantemente na minha cabeça, que, diga-se de passagem, dói muito no lado esquerdo. Lentamente tento abrir os olhos, o que parece uma missão impossível, já que minhas pálpebras insistem em se fecharem. Depois de muito esforço consigo mantê-los abertos. Minha visão está embaçada e desfocada, então pisco algumas vezes até que consigo distinguir as coisas ao meu redor. Estou em uma sala mal iluminada, onde apenas uma lâmpada fraca pende do teto, há uma maca, e uma mesa com alguns instrumentos cirúrgicos em cima, alguns sujos de sangue. Ao ver o sangue, um terror se apodera de mim e então tento levantar, mas sou impedida por alças de couro, que me prendem a uma cadeira. Puxo os braços e as pernas violentamente, mas a cadeira que parece está pregada ao chão não se move nem um milímetro.

Com o coração batendo a mil, tento respirar fundo e manter a calma, o que não é tarefa fácil. O som irritante continua e procuro sua origem, viro o rosto o máximo que posso e consigo visualizar um saco de soro, que está furado e pinga sobre uma bandeja de metal.

Tento lembrar quem me colocou naquela sala, mais nada nem ninguém me vem à cabeça, apenas o latejar que piora quando forço minha memória. Obviamente cai em uma cilada armada pela Hidra, mas com que objetivo? Olho novamente para a mesa com os instrumentos e cenas de torturas invadem minha mente. Eu mesma sei umas mil maneiras diferentes de torturar pessoas com aqueles instrumentos, e eles devem saber outras mil.

Acalmo minha respiração para um nível normal, embora meu coração continue batendo como louco. Minha cabeça gira com tantas possibilidades de torturas, humilhações, mutilações, maneiras de fazer com que eu me perca de mim, com que eu me torne um vegetal ou um verdadeiro animal, com o intuito único de matar. Sinto uma sonolência tomar conta de mim, meus braços e pernas ficam dormentes e só percebo o quão frio a sala está quando meus dentes começam a bater e o ar a se condensar quando respiro. Tento pensar em outras coisas, me manter acordada... “Ainda bem que o garoto não está aqui”, é o ultimo pensamento que me ocorre, antes de eu perder a consciência.

POV Hayden O’Cornel

Depois que me separei do Steve, percebi o quão desastrosa pode ter sido essa ideia. Óbvio que separados ganhamos tempo e cobertura de espaço, mas aquela missão cheirava a cilada e eu podia sentir nos meus ossos que alguma coisa daria errado. Já havia entrado e saído de uma dezena de salas e subido e descido vários lances de escadas e até agora nem sinal da Natasha. Sem contar o silencio daquele local, que mais parece um armazém abandonado. Steve ainda não havia entrado em contato, então eu suponho que esteja tudo dentro do planejado. Se é que havíamos realmente planejado alguma coisa...

Continuo andando rápido por um dos vários corredores existentes ali, olhando de fora não parece que aquele prédio é grande coisa por dentro, mas infelizmente ele é. Estou tão absorto com esses pensamentos que levo mais tempo que o necessário para perceber que tem outras pessoas além de mim naquele lugar. Paro em frente a uma porta de vidro e fazendo uma concha com as mãos, consigo ver três homens de jaleco lá dentro, conversando sobre alguma coisa que não consigo entender.

Eles estão quase na outra extremidade da sala e de costas para mim, próximos a uma espécie de mesa, com vários teclados e botões, então coloco a mão na maçaneta e tento abrir a porta, mas ela nem mesmo se move. Quando tento novamente uma espécie de teclado virtual holográfico, parecido com os usados pelo Stark, aparece na minha frente. Droga! Como vou descobrir a senha? Penso por alguns instantes e decido continuar minha busca pela Natasha, tentar invadir aquela sala seria perca de tempo e energia.

Hayden? – a voz de Steve me assusta.

– Oi. – falo num sussurro.

Algum sinal da Natasha? – sussurra de volta.

– Nada. Encontrei alguns homens trabalhando em uma espécie de laboratório, mas não consegui entrar. A porta só abre com senha. – explico.

Volte lá e tente descobrir a senha. Eles devem estar com o projeto do Stark. – ordena.

– E a Natasha? Estou começando a ficar preocupado com ela, Steve. – e eu realmente estou começando a me preocupar.

Não se preocupe com ela. Conclua sua missão Hayden. – ordena, dando fim a discussão.

– Mas resgatar a Natasha é minha missão! – resmungo, mas Steve já não está mais me escutando.

Relutante, volto à sala e tento novamente a maçaneta. Nada. Olho em volta, procurando alguma outra entrada, afinal, não faço nem mesmo ideia de qual possa ser a senha. Olho, re-olho, analiso, entro nas salas vizinhas e nada. Os três homens continuam alheios a minha presença, conversando e gesticulando uns com os outros.

Coloco a mão na escuta, pronto para chamar pelo Steve, quando tenho uma idéia, uma ideia perigosa, mas que com uma boa dose de sorte, me colocara dentro da sala. Respiro fundo e paro na frente da porta, depois desfiro dois socos com o lado da mão na mesma, o que chama a atenção dos homens. Eles me encaram, a princípio assustados, depois receosos e apreensivos. Um deles caminha com passos relutantes até a porta e eu faço um gesto para que o mesmo abra, ele mostra o crachá dele e depois aponta para mim. Retiro os papéis da pasta dada por Coulson e que contém informações diversas e os balanço no ar. O homem rapidamente digita a senha e abre a porta.

– Onde conseguiu isso? – pergunta com um forte sotaque alemão.

– Informação sigilosa. – afirmo, já caminhando para perto dos outros homens – Vocês já conseguiram algum avanço no projeto? – pergunto com seriedade, como se soubesse do que se trata.

– Ainda não. Estamos com algumas dificuldades nos cálculos de alguns algoritmos. O Stark é realmente um gênio. – ele diz a última frase com admiração e inveja na voz.

– Quem é você? – questiona o outro homem, me olhando de cima a baixo.

– Charlie. – falo o primeiro nome que vem a mente. – Sou um agente infiltrado nas Indústrias Stark. – esclareço.

– Não sabia que havia dois agentes infiltrados lá. – diz o terceiro homem com sotaque alemão também. Ele parecia ser o mais velho e o mais inteligente dos homens.

– Há varias coisas que você não sabe. – falo arrogante e paro em frente a um grande monitor, que até então eu não havia notado. Nele havia vários números, cálculos e um desenho de uma espécie de... Máquina de lavar?

– Então... – continuo – Isso aqui seria? – pergunto, apontando para o desenho no monitor.

– “Isso” é o projeto do qual estávamos falando. – responde o homem numero dois.

– Se você não se importa, poderia me entregar esses documentos e nos deixar trabalhar? Há muita coisa a ser feita ainda. – diz o homem que abriu a porta para mim, ele estende a mão para pegar os papéis e eu os estendo, mas ao invés de entregar os papéis, eu o puxo pelo pulso com força, fazendo-o se chocar contra o grande monitor. Ele bate a cabeça com força e cai no chão, desacordado.

Os outros dois homens levam alguns segundos para processar o que está acontecendo, mas quando tentam reagir é tarde demais. Esquivo-me de um soco e acerto outro no rosto do homem numero dois, depois desfiro duas joelhadas, ele cai no chão gemendo de dor. O último corre e tenta apertar uma espécie de alarme na parede, mas consigo evitar isso acertando uma voadora nele. Ele ainda tenta fugir, se arrastando até a porta, mas com um único chute, o deixo inconsciente.

Volto tranquilamente até a mesa e começo a vasculhar o computador em busca de qualquer coisa ligada ao projeto do Tony, salvo em um pen-drive e em seguida apago tudo. Então os alarmes começam a soar.

Coloco o pen-drive dentro do bolso da minha camisa e corro porta afora, o prédio que parecia vazio, de repente ganha vida. Várias pessoas armadas e desarmadas correm de um lado para outro, e eu corro também, seguindo o fluxo. Escuto o som de uma explosão e o teto desaba a apenas dois metros a minha frente. Caio sentado no chão, enquanto uma espessa nuvem de poeira toma conta do local. Escuto gritos e gemidos de algumas pessoas que foram atingidas pelo concreto, enquanto outras que estão tão atordoadas quanto eu tentam entender o que está acontecendo, água começa a jorrar da tubulação que foi danificada pela explosão.

Com certa dificuldade, levanto-me e volto a correr, passando por cima de escombros e pessoas.

– Capitão?! – grito, mas não obtenho resposta pela escuta. – Natasha?! – começo a chamar por ela, enquanto corro a esmo.

Uma nova explosão e sou lançado contra uma parede, bato as costas e caio de bruços, sem ar. Mais poeira enche o lugar, o que dificulta ainda mais minha respiração.

– Steve? – sussurro, mas não consigo resposta. Sinto uma dor excruciante na coxa direita ao tentar me pôr de pé.

Respiro fundo e ignorando a dor, volto a correr. Mas não o faço por muito tempo. Mesmo com todo o caos que se instalou no prédio, minha presença ali é praticamente ignorada, e aproveitando isso, entro em um corredor até então inexplorado por mim. Um corredor longo e vazio, com uma única porta quase imperceptível na parede esquerda.

– Natasha. – sussurro seu nome. Seguro a maçaneta da porta e a giro. Para a minha surpresa a porta abre.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro e qualquer dúvida não deixem de perguntar.
A parte dois do resgate sai no domingo :)
Até! :3



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