Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 26
Acertando as contas pt.1 A caminho da festa...


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Bom, venho aqui lhes avisar que este capítulo será dividido em 3 partes, e pode acreditar, a coisa vai ficar bem tensa conforme a história for se prolongando. Vocês terão surpresas grandes, e preparem-se, pois o suspense dominará a fic nessa etapa da temporada, que será a passagem para a segunda fase da história. E então? Preparados?
Tenham uma boa leitura, e não se esqueçam de comentar!



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 Estava tudo muito confuso na cabeça dele aquela hora, entretanto, ele tinha uma certeza, era melhor estar morto do que continuar vivendo para vê-la sair de sua vida daquela forma. E se ele morresse com certeza seria eterno, na mente dela... Esse foi seu último pensamento, antes de se jogar do alto e cair contra o chão, no meio da multidão.

— O que aconteceu? - Ela perguntava, ao ouvir aqueles gritos, e a cara horrorizada das pessoas no meio da boate.

— Um garoto se jogou do segundo andar... - Respondeu uma desconhecida. - Acho que ele morreu. - Acrescentou.

Logo, ela foi em direção ao amontoado de gente que observava o corpo estirado do rapaz, pediu espaço para poder ver de quem se tratava.

— É melhor você não ver isso. - Disse alguém, tentando afastá-la do local.

— Por quê? Quem, foi que se jogou? - Perguntou ao notar que a pessoa conhecida chorava. - Eu quero ver!

— Vai por mim, não vai lá, por favor! - Insistiu a pessoa, pegando-a pelo braço. 

— Me solta! Eu quero ver! - Disse ela, soltando-se, e empurrando a pessoa, que passou a chorar, temendo a reação da garota.

— NÃO!!! - Exclamou ela ao ver de quem se tratava, nesse momento a culpa subiu a sua cabeça, e um grito incessante ecoou pela sua garganta. Ela não conseguia pensar em mais nada, a não ser que ela mesma havia causado aquilo.

***

18 horas antes...

Manhã de sábado

Vivi conversava por mensagem de texto com Janu.

Mensagem on

Janu: Oi...

Vivi: Oi... 

Janu: ...

Vivi: É hoje, né? O último dia...

Janu: Sim...

Vivi: E, você conseguiu o dinheiro?

Janu: Nem metade...

Vivi: E agora?

Janu: Não sei se vou conseguir até a hora da festa. 

Vivi: Não pensa assim, você precisa ser positiva. Vai conseguir, tem que ter alguma forma.

Janu: É... Tem razão, Vivi.

Vivi: ^^ 

Janu: Tenho que sair... Tchau.

Vivi: Tchau. 

Mensagem off

Vivi respirou fundo, estava bastante preocupada com a situação da amiga. E preocupação trazia outra coisa a tona, seu vício. Logo, a garota foi até a frente de casa, sentou-se na calçada e acendeu um cigarro. Não tinha perigo de seu pai ou Shirley pegarem ela no flagra, pois ambos haviam ido passar o fim de semana com o bebê na casa da mãe de Shirley, em uma outra cidade.

— Não acredito que você tá fumando de novo. - Disse Tati, aparecendo no portão. - E em frente de casa... Que cara de pau. - Afirmou, irritada.

— Não enche Tati. - Disse Vivi, despreocupada, expelindo a fumaça do cigarro.

— Tomara que algum vizinho conte! - Desejou Tati. - Saindo de casa, a garota estava bem arrumada e perfumada.

— Pera, onde você vai tão arrumada? - Perguntou Vivi.

— Te interessa? - Perguntou Tati.

— Claro. - Disse Vivi.

— Vou no orfanato. - Contou Tati. - Falar com a Teca.

— Com a Teca? - Perguntou Vivi. - Você já voltou a ser amiga daquela ladra? - Acrescentou, irritada.

— Não... - Disse Tati. - É que a Cris me falou que o Fábio terminou tudo com a Teca, e ela tá super mal. - Explicou. - Acho bobeira continuar brigada com ela por causa de um anel idiota. 

— Meu anel, que ela roubou! - Lembrou Vivi.

— Mas devolveu. - Lembrou Tati.

— Só porque foi pega! - Afirmou Vivi.

— Aff... Convenhamos Vivi, você faz coisa muito pior. - Disse Tati. - Agora dá licença que eu não quero perder o ônibus. - Finalizou, tomando seu rumo.

— Tchau. - Disse Vivi, dando mais um trago em seu cigarro.

 No orfanato...

 Maria falava ao telefone, na sala.

— Eu já te disse Ferrugem, é claro que eu vou! - Dizia a garota, rindo. Neco ia passando mesmo na hora. - Se eu vou levar minhas amigas? É óbvio, né? Promessa é promessa! - Completou, chamando a atenção de Neco. - Todas elas vão! - Acrescentou de propósito ao perceber a presença de Neco. - Me diz o endereço... Hum... Boate Beija Eu? - Maria soltou uma gargalhada. - Nossa que nome interessante pra uma boate hein? - Nessa hora, Neco aproximou-se e sentou perto de Maria, não sabia disfarçar sua curiosidade. - Hum, Boate "Beija Eu, avenida del Monte, depois da estrada do pântano... às 21 horas. - A garota dizia anotando tudo num pedaço de papel. - Okay Ferrugem,  tá manda um beijo pro Erick também. Até a festa, tchau! - Finalizou, desligando o celular. Nessa hora, virou para Neco que a encarava.

— Vai a uma festa? - Perguntou o garoto.

— É, eu e as meninas. - Respondeu Maria. - Por quê? - Perguntou.

— A Lúcia também vai? - Perguntou o garoto, irritando Maria. Era incrível como ele sempre estragava as coisas desse jeito. Maria o encarou e respirou fundo para não xingá-lo ou meter-lhe um soco na cara.

— Claro que vai! Eu disse que eu e as meninas vamos! Quando falo isso, é porque também tô incluindo ela! - Respondeu a garota.

— Ah! - Compreendeu Neco. - Eu posso ir também? - Perguntou.

— Por que você quer ir? Nem sequer foi convidado. - Lançou Maria, dando a real para Neco. - Bem, vou ligar pras meninas confirmando tudo, goodbye Neco. - Concluiu, saindo em direção ao pátio.

— Tá. - Falou Neco, suspirando.

A campainha tocou, assustando Neco.

— Vish! Já vai! - Disse o garoto, indo abrir a porta.

— Oi Neco! - Exclamou Tati, na porta de entrada.

— Ah, oi Tati! Tudo bem? - Cumprimentou.

— Tudo sim. - Respondeu a garota. - É... A Teca tá aí? - Perguntou, entrando no orfanato.

— Acho que tá, a Cris tava dizendo hoje no café da manhã que ela nem quis sair do quarto. - Contou o garoto.

— Ah... Nossa. - Disse Tati. - Eu vou lá falar com ela então. - Concluiu.

— Beleza, vai lá. - Disse Neco. Logo, Tati foi em direção as escadas, e subiu, indo até o quarto das meninas.

Ao chegar a porta do quarto, Tati se deparou com Cris, que havia acabado de sair de lá.

— Tati! - Exclamou Cris. - Que bom que veio! - Afirmou, abraçando a garota.

— Oi Cris! - Cumprimentou Tati. - Como ela tá? 

— Do mesmo jeito, no quarto direto, sem querer comer. - Contou Cris. - Eu até pensei em falar com o Fábio, mas ela não deixou, disse que pararia de falar comigo se eu entrasse em contato com ele. - Completou.

— Nossa... Parece que a coisa foi feia então. - Notou Tati.

— Pois é... - Concordou Cris. - Você vai entrar, né? Pra falar com ela... - Perguntou.

— É, eu vou... - Afirmou Tati.

— Boa sorte. - Falou Cris, saindo.

Ao entrar no quarto, Tati encontrou Teca ainda deitada, coberta pelos lençóis.

— Já falei pra me deixar sozinha, Cris. - Falou a garota, descobrindo o rosto, ao fazer isso, notou que não era Cris quem estava no quarto.

— Oi... - Cumprimentou Tati.

— Tati? - Perguntou Teca.

— Eu mesma... - Disse Tati.

— O que faz aqui? - Perguntou Teca, surpresa.

— A Cris me contou o que aconteceu. - Disse Tati. - Vim ver como você está. 

— Ah. - Disse Teca, com indiferença. - Você veio por pena.

— Não seja rude. - Disse Tati. - Vim porque me importo com você. - Revelou.

— Tá falando sério? - Perguntou Teca. - Mesmo depois do que fiz? - Perguntou.

— Nossa amizade é mais importante que um anel, né? - Afirmou Tati. - E eu pensei bem, fui dura com você.

— Então você me desculpou? - Perguntou Teca. Tati fez uma cara de suspense antes de responder.

— Desculpei! - Revelou, com um sorriso no rosto. Teca sorriu de volta e a abraçou.

— Ai amiga, eu senti tanto sua falta! - Afirmou, chorando. - Não sabe o quanto eu tava precisando de você.

— Também senti sua falta. - Disse Tati. - Agora me conta, o que aconteceu? Por  que o Fábio terminou com você? - Perguntou. Teca respirou fundo, então decidiu que não esconderia nada da amiga.

— Okay... - Iniciou. 

***

Na casa de Ana

Mensagem On

Ana foi adicionada ao grupo: Festa hoje na Boate Beija Eu.

com: Maria, Dani, Lúcia, Cris, Teca, Tati, Bia...

Maria: OIIIIII MENINAS! 

Dani: Aff, já fez um grupo? ¬¬

Maria: O que é que tem? 

Lúcia: KKKKK

Ana: ?

Dani: Que horas vai ser essa festa?

Maria: 21 horas o/

Lúcia: Tem certeza que pode entrar menor de idade nessa boate?

Maria: Não kkkkk Mas nós vamos mesmo assim, tá alugada pelo primo do Érick.

Bia: Vocês tão falando da festa do Caio?

Maria: Que Caio? O da banda do Paçoca? 

Bia: É, a festa dele é nessa boate aí, os meninos vão até tocar umas músicas.

Maria: Nossa então ele que é o primo do meu amigo kkkkkkk

Ana: Gente que festa é essa?

Dani: A festa que vai bombar hoje mais tarde! Você vai né?

Ana: Eu? Não sei... 

Maria: Você tem que ir Ana!!!

Ana: É que eu tô ocupada com umas coisas... 

Dani: Aff...

Lúcia: Ei, qual o endereço de lá mesmo?

Maria: O Ferrugem me deu, pera...

Lúcia: Tá. Se for muito longe não vou...

Dani: Você vai sim!!!

Maria: Avenida del monte, depois da estrada do pântano. 

Dani: Eu sei onde fica, não é muito longe não.

Ana: Vocês disseram estrada do pântano? Essa estrada tem um pântano?

Dani: kkkkk É uma lagoa cheia de plantas, porque, ta com medinho Ana?

Maria: kkkk

Ana: Não Dani. Eu tava pensando aqui, acho que vou a essa festa.

Maria: AEEEEEE!!!!!

Lúcia: uhuuu!

Dani: Ei gente vou chegar atrasada, porque vou com a Carol buscar a Mili no aeroporto e...

Ana saiu do grupo

Mensagem off

— Só pode ser muita coincidência mesmo... - Disse Ana, sem acreditar.

— O que foi? - Perguntou a garota fantasma, sentada ao seu lado.

— Eu acho que acabei de descobrir onde fica o pântano que você disse. - Afirmou Ana, com um sorriso determinado.

 De volta ao orfanato...

— Eu não tô acreditando que ele fez isso! - Exclamou Tati, furiosa.

— Fala baixo! - Pediu Teca. - Não quero que os outros saibam, principalmente a Cris... - Afirmou.

— Eu devia contar! O Thiago tá merecendo uma lição... - Disse Tati.

— Ela vai ficar mau se souber... - Disse Teca.

— Okay, mas isso não pode ficar assim! - Afirmou Tati.

— É, ele tá destruindo a felicidade de muita gente ultimamente... Primeiro a da Ana, depois a da Cris, e agora a minha. - Disse Teca. - Isso não vai ficar assim. - Concluiu num tom ameaçador.

 No quarto dos meninos

 Binho falava sobre a festa.

— Aí eles vão tocar umas músicas, e depois vai ser só dj e eletrônica, vai ser da hora! - Contava.

— E que horas vai ser? - Perguntou Thiago.

— A Bia vem me buscar de taxi com o Carlos, umas 21 horas. - Disse. - Só tem espaço pra mais uma pessoa ir.

— E vai ser eu, óbvio! - Afirmou Thiago.

— Claro que não! Quem vai sou eu! - Disse Rafa. - Tô precisando descontar o atraso.

— Mas eu falei primeiro! Eu quero ir pra essa festa! - Disse Thiago.

— Festa? Vocês tão falando da festa na boate que a Maria tava dizendo? - Perguntou Neco, entrando no quarto.

— É a festa do Caio. - Disse Binho.

— Na boate "Beija eu". - Completou Rafa.

— Essa mesma! A Maria vai com as meninas! - Disse Neco.

— Tava demorando. - Bufou Thiago. - A gente também vai.

— Eu posso ir também? - Perguntou Neco.

— Só se for de ônibus com o Rafa! - Disse Thiago.

— Ei! Eu disse que quem vai no taxi sou eu! - Disse Rafa.

— Quer saber, acho que vou levar o Neco no taxi. - Disse Binho. - Vocês dois vão de ônibus. - Concluiu, deixando os amigos com cara de tacho, e Neco vitorioso.

— Culpa sua!!! - Disseram Thiago e Rafa em uníssono, passando a discutir.

***

10 horas antes

Tarde de sábado

Na casa de Bia.

Bia estava no celular, quando a campainha tocou.

— Deixa que eu atendo! - Disse Carlos, indo atender a porta. Era Julieta.

— Oi meu linduxo! - Exclamou a garota com sorriso meigo.

— Oi minha linduxa! - Disse Carlos, abraçando a namorada. - Entra aí.

— Quanto açúcar... - Disse Bia.

— O quê? - Perguntaram Carlos e Julieta.

— Ah! Esse biscoito que tô comendo... Tem muito açúcar... - Disfarçou. Carlos a encarou com cara de tacho, Julieta riu.

— Bia, a Julieta vai ficar aqui pra ir com você e o Binho no táxi. - Contou Carlos. - Mudança de planos e eu vou ter que ir antes com os garotos pra resolver umas coisas e dar mais uma ensaiada.

— Ah, tá beleza. - Concordou Bia.

— Eu vou saindo agora, a gente se ver mais tarde. - Despediu-se, dando um selinho em Julieta e um beijo no rosto de Bia.

— Tchau. - Disse Bia.

— Já tô com saudades! - Afirmou Julieta. Bia deu um breve riso. Houve um silêncio momentâneo.

— Você tá bem Bia? - Perguntou Julieta. - O Carlos me contou que você foi no hospital esses dias, tá melhor?

— Tô. - Respondeu Bia.

— O que você tinha? - Perguntou Julieta.

— Nada demais, só uma anemia. - Disse Bia.

— Nossa, tem que ter cuidado! Tá se alimentando direito? - Perguntou Julieta preocupada.

— Tô. - Disse Bia, desconfortável com a conversa.

— Come bastante fruta, e legumes, e toma suco de beterraba e espinafre! - Aconselhou Julieta. Bia ficou apática.

— Dá licença Julieta, eu vou por comida pra Felina... - Disse Bia, encerrando o assunto.

— Aproveita e toma caldo de feijão! - Disse Julieta. Bia a ignorou, saindo da sala. Nessa hora Felina apareceu e pulou no sofá, deitando-se ao lado de Julieta. - Ué... Se ela foi por comida pra você Felina, por que você tá aqui? Será que a Bia não gosta de mim? - Perguntou a si mesma, com um semblante tristonho.

Na casa de Janu 

A garota escutava música quando recebeu uma mensagem, era Maurício.

Mensagem on

Maurício: Tic tac...

Janu: O que você quer?

Maurício: Você sabe muito bem! A foto ou a grana!

Janu: Eu já te disse que não peguei essa foto!

Maurício: Claro que pegou! Você foi a única que mexeu no meu caderno!

Janu: O que tem de tão especial nessa foto?

Maurício: Como se atreve? Sua vagabunda! Quer saber? Mudei de ideia quero a foto e o dinheiro! Os dois, ou sua vida tá perdida!

Mensagem off

— Merda!!! - Exclamou a garota, se vendo num beco sem saída. - Eu não tenho a droga dessa foto, mas preciso arrumar a grana, quando ele ver essa grana vai ter que me deixar em paz. - Pensou alto. - Mas como vou conseguir esse dinheiro... - Perguntou-se. - Tem que ter um jeito, pensa Janu, pensa! - Gritou a si mesma. Mas não havia nenhuma solução aparente.

As horas foram se passando...

E passando...

Até que finalmente chegou a hora da festa.

Noite de sábado

5 horas antes...

No orfanato, todos se aprontavam animados para a festa, principalmente os garotos. Não era todo dia que tinham a oportunidade de ir a uma boate mesmo sendo menor de idade.

— Nem acredito que a gente vai pra boate! - Dizia Thiago animado. - Eu vou arrasar no meu breakdance!

— Aff, fala sério, você tá entusiasmado em dançar? - Zombou Rada. - Eu vou mesmo é pelas garotas! - Afirmou, perfumando-se.

— Com esse exagero de perfume vai pegar ninguém. - Disse Thiago. - E tem mais, as mina pira no meu breakdance. - Afirmou fazendo uma passo de break.

— Se eu fosse vocês se apressavam logo pra pegar o ônibus. - Disse Binho. - Por que se não, só vão chegar no fim da festa! - Afirmou rindo.

— Binho, o táxi chegou! - Afirmou Neco na porta apressado.

— Beleza! - Disse Binho animado.

— Falou aê galera! Espero que cheguem ao menos na hora dos parabéns! - Provocou Neco, saindo com Binho aos risos.

— Vamo logo, cara. - Chamou Rafa com cara de tacho.

— Tá, pera que vou ligar pro Tatu, ele também vai com a gente. - Lembrou Thiago.

Enquanto isso...

Algumas das garotas também já estavam saindo.

— Se vocês quiserem esperar, a Dani vai vir aqui lá pras 22 horas. - Disse Maria.

— É que eu já combinei com a Bel, a gente vai de ônibus mesmo. - Disse Cris.

— Por isso que a gente tá indo mais cedo. - Falou Bel. - Se não só vamos chegar meia noite. - Completou.

— Credo, é tão longe assim? - Perguntou Teca.

— Um pouco. - Disse Bel. Os garotos estavam descendo as escadas e ouviram o fim da conversa.

— Vocês vão de ônibus também? - Perguntou Thiago. Cris e Bel se entreolharam tensas.

— Como assim também? - Perguntou Bel.

— É que o Thiago e o Rafael também vão! - Disse Neco.

— Prevejo clima tenso... - Falou Binho, enquanto saia seguido por Neco ao táxi, onde Bia esperava com Julieta.

— O que é aquilo? A Bel e a Cris, com o Thiago e o Rafael? - Reparou Bia pela janela do carro.

— Pois é... Por ironia do destino eles vão juntos de ônibus. - Disse Binho.

Fora do carro...

— A gente vai chamar o Tatu, vocês vem? - Perguntou Thiago.

— Acho que é melhor a gente ir pra parada de ônibus logo. - Disse Bel.

— Beleza. - Concordou Rafa.

— Melhor mesmo. - Disse Cris, desviando o olhar dos garotos.

— Também acho. - Disse Thiago.
Porém, acabaram pegando o mesmo ônibus do mesmo jeito, pois, quando chegaram com Tatu, as meninas ainda aguardavam na parada.

— Oi garotas! - Cumprimentou Tatu.

— Oi Tatu! - Responderam amigáveis.

— Nenhum ônibus passou? - Perguntou Thiago.

— É óbvio, se não a gente já tinha ido. - Disse Cris.

— Mal humorada. - Murmurou Thiago. Cris revirou os olhos. E foi assim, até que o ônibus chegasse.

No aeroporto...

Dani aguardava, junto de Carol e Junior. A garota batia o pé, impaciente.

— Que horas esse povo vai chegar? - Perguntava Dani, pela décima vez.

— Tem calma Daniela, eles já devem ter descido do avião. - Disse Carol.

— Por que essa impaciência, Dani? - Perguntou Junior.

— Eu marquei de ir buscar as meninas 22 horas pra dormirem lá em casa. - Lembrou Dani.

— Mas acabou de dar 21 horas, da tempo. - Disse Carol.

— Tomara... - Bufou Dani. Carol a encarou desconfiada.

— Dani, porque tá tão estressada se vocês vão ficar só em casa vendo filme? - Perguntou.

— Por nada Carol, aff. - Disse Dani.

— Não ta me escondendo nada, né? - Insistiu.

— Não! - Mentiu Dani. Carol continuaria a insistir, porém, Dani foi salva, quando Junior avistou Mili, Mosca e Pata vindo na direção deles de longe.

Logo, eles foram ao encontro dos mesmos e os receberam de braços abertos. 

— Pata! - Exclamou Carol. - Nossa como você tá diferente! - Notou.

— Oi Carol! - Cumprimentou a garota, a abraçando. - Pois é...

— Oi Pata, nossa, você tá mais alta que eu! - Disse Júnior rindo.

— E mais alta que eu. - Disse Mosca, com cara de tacho. Todos passaram a rir, menos Dani que vinha emburrada logo atrás.

— Que cara é essa Dani? - Perguntou Mili.

— Nada. - Disse Dani.

— Oi pra você também Dani. - Disse Pata.

— Oi Pata. - Respondeu a garota, sem dar muita atenção. - E então, a gente vai embora ou não? - Apressou a garota.

— Nossa, quanta impaciência. - Reparou Mili. Dani revirou os olhos, e seguiu sozinha em frente.

Não demorou muito até que chegassem ao carro. Junior e Mosca ficaram encarregados de levar as malas maiores, e as garotas levaram as malas menores.

— Bem que nós podíamos ir Jantar num restaurante depois daqui, aposto que vocês estão com fome. - Sugeriu Junior.

— Com certeza! - Disseram os três em uníssono.

— Ah não, era só o que faltava! - Interrompeu Dani.

— Que é isso Dani? - Perguntou Carol. - Eu acho sim uma ótima ideia. - Afirmou.

— Pois eu não! Eu quero ir pra casa! - Ordenou.

— Deixa de birra Daniela! - Pediu Junior, de pulso firme.

— Birra? - Perguntou Dani irritada. - Eu tenho 12 anos e não 8!

— Por isso mesmo! - Disse Mili.

— Aff! - Bufou a garota. - Olha, só me deixem em casa, ok? E depois vão jantar! - Sugeriu a garota. - Eu marquei de ver um filme com as minhas amigas e não posso furar. 

— Por que não convida elas pra jantar também? - Perguntou Pata.

— Porque é uma noite só de amigas! - Explicou. - Melhores amigas. - Especificou. Vendo que a garota não iria mudar de ideia, Carol e Junior cederam. Então, deixaram-na em casa e em seguida foram jantar, com Pata, Mili e Mosca. Isso era tudo o que Dani queria, uma oportunidade de ficar sozinha em casa, pois assim seria bem mais fácil de fugir para a boate. 

Após chegar na mansão, a garota pediu ao chofer que a levasse até o orfanato, para que buscasse suas amigas. Chegando no orfanato avistou as garotas, que já aguardavam impacientes na calçada.

— Cheguei! - Anunciou Dani.

— Finalmente! - Bufou Teca.

— Já era hora, minha filha! - Afirmou Maria.

— Cadê a Lúcia? - Perguntou Dani.

— Tá ali falando com a vó dela. - Maria apontou para a casa próxima ao orfanato, onde Lúcia morava. Lá a garota conversava com a vó, que lhe entregava uma mochila, e várias vasilha de comida.

— Colocou tudo na mochila? - Perguntava a senhora.

— Sim vó. - Respondia Lúcia.

— Toalha? Casacos? Calcinhas? - Insistiu, para ver se a neta não havia esquecido nada.

— Vó!!! - Exclamou Lúcia. -  Tá tudo aqui. - Confirmou.

— Está bem. - Disse a mulher. - Na vasilha tem bolo de fubá, biscoitos, e leite desnatado. 

— Tá bom vó, obrigada. - Disse Lúcia. - Tchau! - Despediu-se da vó com um beijo no rosto.

— Tome cuidado! E me ligue antes de dormir! - Ordenou a mulher.

— Tá bem! - Disse Lúcia, enquanto caminhava em direção as garotas que já entravam no carro.

— Nossa, pra quê tanta coisa? - Perguntou Teca.

— Sabe como é minha vó. - Disse Lúcia.

— Ela te deu até comida? - Perguntou Dani. - Ela acha que lá na minha casa a gente passa fome é? - Perguntou irritada.

— Não é isso... É que ela não gosta que eu coma fora de casa. - Explicou Lúcia.

— Isso é bolo de fubá? - Perguntou Maria. Lúcia assentiu. - Posso comer? - Perguntou, tomando a vasilha das mãos de Lúcia, que riu.

— Vai em frente. - Disse a garota. Logo, o chofer deu partida no carro.

Não muito longe dalí, a caminho da festa...

— Ô motorista! - Exclamou Thiago, irritado. - Será que dá pra ir mais rápido por favor? - Pediu, emburrado. O motorista do ônibus o ignorou completamente.

— Devia se conformar, a gente vai chegar na festa só depois das onze. - Disse Rafa. - E a culpa foi sua, por brigar comigo. Se tivesse aceitado que eu era quem ia no carro, eu já estava curtindo na festa numa hora dessas. - Afirmou. Thiago o olhou com cara de tacho.

— Eu era quem ia no carro! - Berrou, chamando a atenção de todos no ônibus.

— Vocês querem parar? - Perguntou Tatu, sentado na cadeira ao lado. - Tá todo mundo olhando. -  Reparou. 

— Tô nem aí. - Disse Thiago, sem dar importância.

— Nossa... Esses meninos não crescem. - Reclamou Bel, sentada ao lado de Cris um pouco longe dos garotos.

— Pois é, ninguém merece. - Disse Cris. - Nem sei como podemos namorar eles um dia. - Lamentou.

— Nem me lembre disso. - Pediu Bel. De repente o ônibus parou.

— Aff... - Bufou Thiago. - Deviam inventar um ônibus que não parasse nunca! - Reclamou.

— Se o ônibus não parasse, como a gente ia subir? Idiota! - Perguntou Rafa, revirando os olhos.

— Eu sei lá. - Thiago deu de ombros. Tatu revirou os olhos.

De repente, Cris reconheceu a pessoa que subiu na parte de trás do ônibus.

— Ai meu Deus, era só o que faltava... - Disse a garota, tensa.

— O quê... - Ao virar-se para trás, Bel viu o motivo da aflição de Cris. Era Ana, quem havia acabado de subir ao ônibus. - Putz...

Ao passar na catraca do ônibus, Ana passou a caminhar, esta já tinha avistado as garotas.

— Oi. - Cumprimentou, sem dar muita importância.

— Oi... - Responderam, sem jeito. Ana continuou a caminhar, em direção ao único assento vazio do ônibus. A cadeira ao lado de Tatu. Nessa hora a ruiva também avistou Rafa e Thiago, porém decidiu ignora-los.

— Thiago... - Cutucou Rafa.

— Que foi? - Perguntou o garoto, que antes olhava pela janela.

— Olha pro lado... - Pediu Rafa, então, Thiago assim o fez, dando de cara com Ana. Ao vê-la, os olhos do garoto saltaram.

— Puta merda... Puta merda... - Disse, encolhendo-se na cadeira.

— Oi Ana... - Cumprimentou Tatu, ao ver que a garota se aproximava para sentar ao seu lado.

— Oi Tatu. - Respondeu a mesma, sorridente, sentando-se. - Quanto tempo!

— Né! Muito tempo. - Afirmou o garoto.

— Você também vai a festa, Ana? - Perguntou Rafa, do outro lado, chamando a atenção da garota. 

— Sim. - Confirmou Ana. - Eu vou. - Acrescentou, desviando o olhar. Logo, Rafa percebeu que a garota não estava para conversa, então, decidiu não perturbá-la mais.

— Quem são aqueles garotos? - Perguntou a garota fantasma, de pé ao lado de Ana.

— Uns idiotas sem importância. - Respondeu Ana, num tom quase inaudível.

— Você falou algo? - Perguntou Tatu, ouvindo o murmúrio da garota.

— Ah, eu? - Perguntou Ana. - Não, tava aqui pensando. - Explicou.

— Hum... - Estranhou Tatu. Nessa hora, Ana encarou a fantasma dando a entender que não a fizesse falar, pois, assim achariam que ela era louca.

— Ah é... - lembrou a fantasma. - Esqueci que ninguém me vê além de você. - Completou, aos risos.

Enquanto isso

Na boate...

Os convidados estão chegando...

A boate está ficando cheia...

Esta festa promete... 


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Notas finais do capítulo

Pois é... Enquanto uns estão a caminho da festa, outros estão a caminho do perigo... Quem será que vai se dar mau nessa festa? Será que vocês tem alguma ideia?
Beijos e até a próxima.