Entre beijos e paixões - Season 2 escrita por Eterna Queen Chaddad Vieira


Capítulo 23
Agora podemos conversar...


Notas iniciais do capítulo

Aí vai mais um capítulo gente! Entre correrias e ocupações finalmente consegui postar! e.e Brincadeiras a parte, espero que gostem e não parem de ler!
Aproveitem!
Ah! E quem não comentar receberá a visita da garota fantasma e não será nada boa! HAHAHA ... Tô falando sério.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/615466/chapter/23

Depois do incidente com Bia, a garota foi levada ao hospital por Eduarda e Vivi. 

— Desculpa por atrapalhar mais que ajudar. — Pediu a garota. — Se eu soubesse não tinha nem ido. —Completou.

— Para de falar besteira Beatriz. — Repreendeu Vivi.

— Você não atrapalhou nada, querida. A Tati vai ajudar a Shirley a terminar os preparativos da festinha do Cicinho. — Contou Eduarda. — E mais! Que tipo de gente acha que seríamos se não te trouxéssemos  ao hospital depois daquele mau estar? — Acrescentou, em forma de pergunta.

— Pessoas normais… — Disse Bia.

— Mau agradecida! — Acusou Vivi.

— Só to dizendo que não precisava… —Afirmou Bia. — Eu já estou melhor.

— Você tá amarela! — Afirmou Vivi. Bia revirou os olhos. As três ainda esperavam atendimento médico na sala de espera, quando finalmente o médico apareceu.

— Ah, bom dia minhas flores! — Exclamou. Era ninguém mais ninguém menos que o doutor Fernando. Nessa hora Vivi se perguntou em pensamento se só havia ele de médico naquele hospital, esta deixou claro em sua expressão que não gostara de ver o homem. — O que houve aqui? — Perguntou. — Alguma coisa com você, Vivi? — Acrescentou, encarando a garota.

— Não. —Disse Vivi, virando a cara. Eduarda que não era nada burra, logo notou um clima bem tenso entre a garota e o homem.

— Na verdade é a Bia quem está precisando de seus cuidados, Fernando. — Afirmou.

— Ah! Oi Eduarda. — Cumprimentou o médico.

— Oi. —Respondeu Eduarda, desconfiada.

O homem parecia nem tê-la enxergado antes que a mesma falasse.

— Então, vejamos, o que você tá sentindo, Bia? — Perguntou Fernando.

— Nada, acho que foi só um mal-estar passageiro… — Disse a garota.

— Um mal-estar passageiro? Isso não pode ser classificado como nada, senhorita Beatriz. — Falou o médico, em forma de uma leve bronca. — Me diga, você se alimentou direito hoje? — Perguntou.

— Sim… — Respondeu Bia.

— Tem certeza? — Perguntou Eduarda a encarando.

— Tenho. — Afirmou a garota, convincente.

— Você tem sentido isso com frequência? —Perguntou o médico.

— Nã…

— Tem! — Interrompeu Vivi. — Você passou mau ontem também que eu lembro! — Revelou.

— Chata… — Resmungo Bia.

— Tem que agradecer a ótima amiga que tem, Bia. — Afirmou o médico, encarando Vivi. — Bom… — Direcionou o olhar a Bia e Eduarda. — Se isso não tem nada a ver com má alimentação, eu diria que você está sofrendo de crises de ansiedade! — Fernando acertou em cheio. — Alguma coisa preocupa você? —Perguntou, olhando fixamente para Bia. A garota engoliu seco.

— É… Sim, eu tô preocupada com meu tio… — Disse Bia. — Há uns dias ele brigou com meu irmão e desapareceu. — Contou. De certa forma aquilo não era mentira, porém, aquele não era o motivo real da ansiedade de Bia. Mas, como ninguém desconfiava, estava de bom tamanho.

— Nossa Bia… Isso foi muito sério? — Perguntou Eduarda.

— Não sei, ele costuma fazer isso de vez em quando… — Disse a garota.

— Bom, então descobrimos os motivos da sua ansiedade. — Concluiu o médico, fazendo algumas anotações.

— Vejamos, aqui tem a receita de um ótimo remédio, você vai tomar uma vez ao dia, e dizer adeus a ansiedade. — Explicou.

— Ah, foi esse mesmo remédio que a Ceci tomou para controlar o TOC. — Reparou Eduarda.

— Foi sim, eu me lembro, eu mesmo quem passei. — Lembrou Fernando. — Aliás, como ela está, Eduarda? — Perguntou. — E as gêmeas? — Fernando havia cuidado do pré-natal de Maria Cecília.

— Estão bem. — Respondeu Eduarda.

— Que ótimo. — Afirmou Fernando. — Bom, então é isso. Bia, você vai encontrar esse remédio na farmácia no final da rua.

— Tá… Mas, eu tô sem dinheiro e…

— Eu pago o seu remédio. — Ofereceu-se Eduarda.

— Claro que não! Não precisa, Eduarda. — Recusou Bia, modesta.

— Não seja modesta Bia, claro que sim! — Insistiu Eduarda. Logo, despediram-se do médico e saíram da sala.

— Espera! — Exclamou Fernando. — Vivi, quero falar com você. — Disse, parando a garota. Eduarda então o encarou. — Sobre aquela consulta que você fez no início do mês. — Acrescentou.

— Ah… Tá bem… — Concordou Vivi, um tanto nervosa.

— Tá tudo bem Vivi? — Perguntou Eduarda.

— Sim… — Disse a garota. — Podem ir logo na farmácia, eu alcanço vocês. — Afirmou.

— Não, não, nós vamos esperar você alí na recepção. — Disse a mulher. — Qualquer coisa grite. — Completou, encarando Fernando. Logo, esta seguiu com Bia, para a recepção do hospital, deixando Vivi sozinha com Fernando. Assim que dobraram, o médico fechou a porta, virando-se para a garota.

— O que tem a minha consulta? —Perguntou Vivi.

— Nada, eu só queria saber se você realmente parou com as drogas. — Disse o homem.

— Parei. — Respondeu Vivi.

— Todas as drogas, Vivi, incluindo o cigarro! — Insistiu o médico.

— O cigarro não! Mas isso não é da sua conta. — Respondeu Vivi. Logo, esta se direcionou a porta na intenção de sair, porém, Fernando a pegou pelo braço, virando para si.

— Sabe que posso entrar em contato com seu pai a qualquer momento. — Afirmou.

— Sabe que pode ir preso por falsificação. — Retrucou a garota, com uma voz ameaçadora. — Ou quem sabe, por coisa pior. — Completou.

— O que você tá querendo dizer? — Perguntou Fernando.

— Vejamos, o que diriam se soubessem que o atencioso doutor Fernando não passa de um pedófilo trapaceiro? — Provocou a garota, o encarando profundamente. Nesse momento, o ódio subiu a cabeça de Fernando, porém, antes que fizesse besteira, o homem soltou seu braço, deixando-a livre para ir embora, e nessa hora, a garota sorriu cínica e vitoriosa. — Passar bem, doutor Fernando. — Despediu-se, saindo da sala.

Quando encontrou novamente com Bia e Eduarda, a última perguntou de que consulta o médico falava, porém, Vivi se referiu a um mal-estar bobo no réveillon, voltando a atenção para o estado de Bia. Então estas se dirigiram a farmácia para comprar o remédio da garota.

Enquanto Bia aguardava na fila do caixa da farmácia, Eduarda aproveitou para ter uma conversa com Vivi e esclarecer algumas coisas.

— Vivi… — Chamou a mulher, chamando a atenção da garota para si.

— Sim, Eduarda? — Atendeu Vivi.

— O que aconteceu com você no réveillon? — Perguntou. — Foi algo sério? — Acrescentou.

— Ah, não, não foi nada demais. — Mentiu Vivi.

— Hum… O doutor Fernando parecia bem interessado em falar com você. — Reparou Eduarda.

— É, ele queria saber se eu tava me alimentando direito. — Mentiu Vivi, tensa.

— Tem certeza que é só isso Vivivane? — Perguntou Eduarda.

— T-Tenho Eduarda! — Vivi ficava cada vez mais tensa. — E-Era só isso… — Completou.

— Ok. — Concluiu Eduarda, a encarando profundamente, a mulher de alguma forma sabia que aquela história estava muito mau contada.

Na casa de Ana…

Depois de um bom papo e sobremesa, Ana convidou as garotas para ver um filme, cidades de papel.

— Amo esse filme, já vi duas vezes. — Disse Dani.

— Eu nunca vi. — Disse Lúcia.

— Nem eu, então não vai contar spoiler! — Exclamou Maria.

— Não vou. — Bufou Dani.

— Fiquem quietas! — Pediu Teca. — Queremos ver o filme. — Afirmou. Nessa hora, Ana sorriu.

— Não sabem como senti saudades disso… — Falou.

— De quê? — Perguntou Dani.

— Estraga prazeres! — Acusou Teca. Ana sorriu novamente.

— Disso ora… — Repetiu. — De passar o tempo com as minhas amigas, de ver filme, das briguinhas bobas. — Completou.

— Awnt!!! — Exclamaram as garotas, dando um abraço coletivo em Ana, com exerção de Lúcia, que ficou em escanteio de novo.

— Também sentimos falta de você. — Afirmou Maria.

— E muita! — Complementou Teca.

— É… Mas agora, vamos logo ver esse filme, antes que eu comece a contar spoiler! — Ameaçou Dani, risonha.

— Tá bom, chata! — Disse Teca, rindo. Logo, as garotas voltaram a atenção para o filme.

15 minutos depois…

— Vocês querem que eu faça pipoca? — Perguntou Ana.

— Sim! — Exclamaram Maria, e Dani, ao mesmo tempo.

— Quer ajuda de novo Ana? — Perguntou Lúcia.

— Não, não precisa, é pipoca de micro-ondas. — Disse Ana. — Curte o filme com as meninas que eu me viro. — Completou, simpática.

— Beleza! — Concordou Lúcia.

Ana direcionou-se a cozinha, onde começou a preparar as pipocas. Pegou uma pipoca de chocolate, colocou no micro-ondas, e esperou que elas estourassem. Enquanto esperava a mesma ouviu um barulho atrás de si. " Que barulho foi esse?", perguntou-se em pensamento, sem ousar se virar, então, ouviu leves passos.

— Psiu! — Alguém disse, a assustando.

— Meu Deus! Quer me matar? — Perguntou Ana, assustada ao se virar, encontrando Teca, que a encarava risonha.

— Calma! — Pediu, ainda rindo. — Só vim perguntar se aqui tem refrigerante diet, você sabe, é que sou diabética. — Lembrou.

— Ah! Tem, tem sim. — Disse Ana. — Mas, espera, você comeu aquele pudim! — Lembrou.

— Posso comer até uma certa quantidade de açúcar por dia, e não tinha como recusar aquele pudim. — Disse Teca.

— Tá bom, baba-ovo. — Brincou Ana, enquanto pegava um refrigerante na geladeira. — Tó seu refri diet! — Jogou na direção de Teca, que o pegou.

— Valeu! — Agradeceu Teca, voltando para a sala.

As pipocas ficaram prontas… Foi aí que Ana se deu conta de que eram de chocolate, e Teca não poderia comê-las.

— Droga… — Disse, pensando nisso. Então, foi até o armário e pegou outro pacote, dessa vez com pipoca salgada. Novamente foi até o micro-ondas, colocando-as lá, e esperando que elas estourassem. Enquanto esperava, ouviu novamente passos na cozinha. — O que você quer agora Tec… — Enquanto falava, virando-se para trás, Ana foi interrompida pelo calafrio que sentiu, ao perceber que não se tratava de Teca, e sim da mesma garota fantasma que aparecera outro dia, assustando-a no quarto.

— Pode me ver? — Perguntou a fantasma, curiosa. Ana ficou estática por alguns segundos, pois, mesmo estando acostumada a ver fantasmas, ainda não estava acostumada com a sensação que eles costumavam dar ao aparecerem sempre de surpresa. Era como assistir a um filme de terror, você sabe que os fantasmas vão aparecer, e espera por eles, porém, eles sempre te assustam quando aparecem.

— Sim, eu posso ver você. — Respondeu.

Ao ouvir isso, a expressão no rosto da fantasma foi um tanto surpresa, parecia que a muito tempo ninguém a via.

— Ana! — Exclamou Maria, entrando na cozinha de repente. A fantasma assustou-se dando um passo para trás. — Você tava falando com quem? — Perguntou a garota.

— Ah, nada, eu tava falando comigo mesma. — Disse Ana.

— Ah! Estranho… — Murmurou Maria. — E então, fez as pipocas? — Perguntou.

— Sim, eu fiz. — Disse retirando a última remessa de pipocas do micro-ondas, então entregou os dois sacos para Maria.

— Ah, valeu! — Disse a Loira, recebendo. — Vamo lá? — Chamou.

— Vai indo. — Disse Ana. — Eu vou colocar o refrigerante. — Completou.

— Certo! — Concluiu Maria, voltando a sala. Ana percebeu que a garota fantasma continuava lá, a encarando.

— Você me viu, mas, ela não me viu… — Disse a fantasma. — Então, você é a única que pode me ver. — Concluiu.

— Pois é. — Confirmou Ana. — Então, o que a trouxe aqui? — perguntou, suspirando.

— E-Eu, não sei, eu só tava pensando numas coisas, e de repente voltei pra cá. — Contou.

— Ah, então você tá perdida… Acontece com muitos. — Afirmou Ana.

— Com muitos? — Perguntou a fantasma.

— Muitos mortos. — Completou Ana.

— Mortos?! — Exclamou a fantasma, assustada. Logo, Ana percebeu que havia falado besteira. — Eu morri?! — Perguntou a garota, entrando em desespero.

— C-Calma… — Pediu Ana.

— Não, eu não posso ter morrido!!! Eu não morri!!! — Gritou a fantasma, agitada. Nessa hora, as luzes começaram a piscar.

— Putz… Isso não é nada bom, precisa se acalmar! — Pediu Ana, num tom de voz baixo, e ao mesmo tempo desesperador.

— Eu não estou morta, não posso estar! — A garota continuava a lamentação.

— Ai meu Deus! Para! — Exclamou Ana, mais alto. Porém, a fantasma gritava cada vez mais forte, até que de repente, desapareceu. Nessa hora, as garotas foram atrás de Ana na cozinha.

— O que ta acontecendo? — Perguntou Dani.

— A sua TV tava dando mau contato. — Disse Teca.

— É, foi uma queda de energia. — Disse Ana.

— Ouvimos você gritar “Para!”. — Disse Maria. — Tava falando sozinha de novo? — Perguntou.

— Não! — Disse Ana. — Eu… — Nessa hora, a mesma olhou para o celular, que estava próximo a ela, na bancada. — Tava mandando uma mensagem de áudio, pra Bia. — Mentiu.

— Ah sim… — Disse Dani. — Trocou o filme com a gente pra falar com a Bia no celular… — Reclamou.

— Nada a ver Dani. — Disse Ana. — Eu já tava indo. — Completou, indo para a sala.

— A Ana tá muito estranha… — Disse Dani.

— Tenho que concordar… — Falou Maria, desconfiada.

— Deve ser impressão de vocês. — Disse Teca. — Vem, vamo ver o filme. — Chamou. Logo, as garotas também seguiram para a sala, voltando a ver o filme.

***

No fim da tarde, os convidados passaram a chegar na casa de Shirley e Cícero, para a festa de aniversário de Cicinho. Tinha gente pra todo o lado, incluindo crianças birrentas que só sabiam correr. (Segundo Vivi e Tati)

— Vivi! Vem me ajudar aqui com os pratinhos! — Chamou Shirley. Vivi revirou os olhos (Disfarçadamente e.e), então sorriu (forçadamente e.e) e se levantou do sofá, indo ajudar Shirley. Tati que também estava no sofá, suspirou entediada.

— O que foi minha filha? — Perguntou Cícero, percebendo que a filha estava desanimada.

— Nada. — Disse Tati. — Só tédio. — Completou.

— Suas amigas ainda não chegaram? — Perguntou seu pai.

— Ainda não. — Disse Tati. — E nem sei se elas virão. — Complementou.

— Por quê?! — Perguntou Cícero, surpreso.

— Elas foram passar o dia com a Ana, e eu tô de mau com a Teca. — Contou Tati.

— De mau com a Teca? Por que, filha? Vocês são tão amigas. — Perguntou Cícero.

— Você não entenderia, pai. — Disse Tati. — Deixa pra lá. —Concluiu, levantando-se e saindo.

Alguns minutos depois, Bia chegou a festa, com Carlos, Julieta e Janu, as duas últimas, tendo encontrado-lhes na esquina da rua.

Ao ver os amigos da irmã, Tati foi até a cozinha avisá-la da chegada deles.

— Vivi, seus amigos chegaram. — Disse a garota, numa voz entediante.

— Que amigos? — perguntou Vivi.

— A Bia, o Paçoca, a Janu e a Julieta. — Respondeu Tati, sem paciência.

— Ah, tá certo. — Disse Vivi. — Shirley, vou levar pratinho pra eles. — Avisou, pegando uma bandeja de pratinhos, com creme de galinha, arroz e paçoca de carne do sol.

— Tá bem. — Respondeu Shirley, enquanto a garota ia.

— O mousse de maracujá já ficou pronto! — Avisou Eduarda, tirando um mousse da geladeira.

— Ótimo! — Exclamou Shirley. — Jajá a gente serve. — Completou.

— Querem ajuda? — perguntou Tati, apoiando os cotovelos no balcão, e a cabeça nas mãos, demonstrando estar bastante entediante.

— Tá tudo bem, Tati? — Perguntou Eduarda.

— Cadê o Cicinho? — Perguntou Tati.

— Acabei de deixar ele alí com seu pai, pra poder tirar o mousse da geladeira. — Disse Eduarda. — Mas, você não respondeu a minha pergunta, mocinha. — Acrescentou.

— Eu tô bem, é só… — Tati respirou fundo. — Tô um pouco desanimada, por que as meninas não vieram. — Afirmou.

— Mas ainda é cedo, Tati. Elas podem chegar a qualquer momento, a festa vai ser até mais tarde. — Disse Shirley.

— Pois é, Tati, não fique assim. — Concordou Eduarda. — Agora vem, e me ajuda aqui com os refrigerantes! — Chamou, deixando Tati com cara de tacho.

Na sala, Vivi entregava os pratinhos aos amigos.

— Vivi, você leu minha mente! — Afirmou Carlos. — Tô com uma baita fome. — Completou, levando um tapa de Bia, no ombro.

— Detalhe, o Paçoca vai comer Paçoca. — Reparou Janu, fazendo as garotas rirem, e deixando Carlos com cara de tacho.

— É Carlos!!! — Exclamou o garoto, num tom brincalhão.

— Cadê o Binho, Bia? — Perguntou Vivi.

— Ele deve tá vindo, com o Thiago e o Neco. — Disse Bia.

— E você tá melhor? — Perguntou a garota.

— Sim. — Disse Bia.

— Tomou o remédio? — Perguntou.

— Sim! Tomei. — Respondeu Bia, rindo.

— Bom mesmo, viu? — Concluiu Vivi. — E de quê você tá rindo? — Perguntou ao notar a expressão risonha da amiga.

— É que geralmente é ao contrário, eu me preocupo com você e não você comigo. — Disse Bia.

— Boba! — Riu Vivi. As duas não perceberam, mas Janu as encarava com uma ponta de ciúme (sem precisão, claro).

— Você tá doente, Bia? — Perguntou Julieta.

— É só ansiedade… — Disse Bia.

— Pois é, ela me disse que foi parar no hospital hoje! — Falou Carlos, encarando a irmã, emburrado. — Deviam ter me chamado. — Completou.

— Você tava trabalhando. — Disse Bia. — E não foi nada demais, a gente foi com a Eduarda.

— Com a Eduarda?! — Exclamou Carlos, com uma ponta de alegria. — Ela tá aqui? Cadê ela? — Perguntou, surpreso.

— Na cozinha, ajudando a Shirley. — Disse Vivi.

— Vou lá falar com ela. — Disse o garoto, se afastando.

— Quem é essa Eduarda? — Perguntou Julieta, curiosamente enciumada.

— Ah, é a amiga da minha madrasta. — Disse Vivi.

— Não precisa ficar com ciúme Julieta, ela é uns 30 anos mais velha que a gente. — Disse Janu, rindo.

— Ah… — Disse Julieta, confusa.

— E ela ajudou muito o meu irmão na época que ele era menino de rua, por isso ele ficou animado em saber que ela tá aqui. — Afirmou Bia.

— Sério? — Perguntou Julieta, sorrindo. — Então também quero conhecê-la! — Afirmou animada, indo até a cozinha também. Meio segundo depois, Binho, Thiago e Neco chegaram, então Bia foi até eles, deixando Vivi e Janu para trás.

— E sobramos nós… — Disse Janu.

— Pois é. — Disse Vivi.

— E aí, como tão as coisas? — Perguntou Janu.

— Tudo tranquilo, e com você? — Perguntou Vivi.

— Pra ser sincera… Eu entrei numa fria. — Confessou Janu.

— Novidade… — Falou Vivi, nada surpresa. — Deixa eu adivinhar, tem a ver com o Mau… — Palpitou, num tom de voz baixa.

— É… — Disse Janu. — Mas dessa vez é mais sério. — Completou. Então, Vivi suspirou, pegando Janu pelo pulso e a levando até o quarto que dividia com Tati, onde poderiam conversar direito.

— O que ele fez dessa vez? Ele te bateu de novo? — Perguntou Vivi, preocupada.

— Não, ele não me bateu… — Disse Janu. — Mas, ele enlouqueceu de vez! — Afirmou.

— Ai Janu, me fala logo, o que esse cara te fez? — Perguntou.

— Ele me ameaçou. — Disse Janu. — E o pior é que foi por algo que eu nem peguei! — Completou.

— Tá… Mas, como assim? Não tô entendendo nada! — Disse Vivi, confusa.

— Ok, é que teve a vez que eu peguei o diário dele, mas eu nem sabia que era um diário, e nem li muita coisa só a música que ele tava escrevendo… — Iniciou Janu. — Depois ele veio falar comigo, dizendo que tinha sumido uma foto do diário dele e me acusou de ter pegado. Sendo que eu nem sequer vi essa foto! — Continuou, dando uma brave pausa. — E quando eu disse isso, ele ficou fora de si, dizendo que eu tava mentindo, e me ameaçou… Disse que eu tinha duas escolhas, ou devolver a tal foto até o fim de semana, ou pagar todo o dinheiro que eu devo! — Finalizou.

— Caramba! Até esse fim de semana? — Perguntou Vivi.

— Sim… Ele me deu até sábado pra devolver, na festa do Caio, se não a coisa vai ficar feia. — Disse Janu. — E agora Vivi? O que eu faço? Não tenho essa foto, muito menos a grana… — Falou, um tanto desesperada.

— Tem certeza que você não pegou essa foto, por engano? — Perguntou Vivi.

— Obvio! Se eu tivesse pegado eu saberia. — Disse Janu.

— Ai meu Deus! — Exclamou Vivi. — E quanto é mesmo que você tá devendo a ele? — Perguntou.

— … — Janu ficou em silêncio por alguns segundos, até responder. — 600 reais. — Contou.

— Caralho!!! — Berrou Vivi. — Puta que pariu, como foi deixar isso acontecer? Você é doida? — Perguntou.

— Não tem como você conseguir emprestado com alguém? — Perguntou Janu.

— É seiscentos reais, 600, e não 60! Qual desculpa eu daria? — Perguntou Vivi.

— Tem razão… — Concordou a garota. — Então… Eu não sei o que vai ser de mim. — Afirmou, com lágrimas nos olhos.

— Pera, não fica desse jeito… — Pediu Vivi, enxugando uma das lágrimas da garota. — Tem que ter uma solução, e a gente vai encontrar, ok? — Disse, olhando nos olhos de Janu, que assentiu.

— E aí gurias! — Exclamou alguém, aparecendo. Era Neco.

— Oi Neco! — Cumprimentou Vivi, desviando o olhar de Janu, esta fez o mesmo.

— O que fazem aqui? — Perguntou.

— Esse é o meu quarto. — Disse Vivi.

— Ah, é… — Disse o garoto. — Bom, a Shirley tava te procurando Vivi. — Avisou o garoto.

— Ah… Tá bom. — Disse Vivi. — Eu vou lá ajudar a Shirley, Janu. Depois a gente conversa. — Avisou.

— Ok… Vou ficar lá com o pessoal. — Concluiu a garota.

A festa estava realmente agradável, todos estavam felizes. Eduarda abriu um sorriso enorme ao ver Carlos, e o abraçou animada, logo, o garoto prontificou-se a apresentar Julieta como sua namorada. A mulher ficou feliz em saber que a vida do garoto tinha mudado para melhor. Bia estava um pouco tensa com seus pensamentos, assim como seu namorado, que também pensava na mesma coisa, dessa forma os dois se mantiveram calados a festa toda. Thiago e Neco atacavam os doces e salgados, como as antigas crianças famintas que antes eram. Vivi ajudava a servir a comida para os convidados com Shirley, e Cícero segurava o filho, cumprimentando os amigos, com um sorriso no rosto. Tati era a única que estava afastada sentada no canto da sala observando todos.

— Belas amigas eu tenho… — Pensava alto. — Nenhuma se preocupou em aparecer, nem pra dizer “nossa que festa brega!”. — Disse, imitando provavelmente a voz da Dani.

— Espero que não esteja tentando imitar a minha voz! — Disse alguém ao seu lado, chamando sua atenção. Logo a garota deu de cara com Dani, Maria e Lúcia, sorrindo na porta, estas haviam acabado de chegar.

— Meninas! Vocês vieram! — Exclamou Tati sorrindo.

— Claro que viemos, sabíamos que você ficaria esperando. — Afirmou Maria.

— Pois é, e daria um soco em cada uma se não viessem! — Afirmou Tati, brincando. — E a Ana, cadê? — Perguntou.

— Não pode vir, tinha que tomar conta da casa, porque tá sozinha. — Explicou Dani.

— E a Teca? — Perguntou Tati.

— Ué, ela não tá mau de você? — Perguntou Dani.

— Eu sei… Mas pensei que ela poderia vir… — Disse Tati.

— Ela preferiu voltar pro orfanato. — Disse Lúcia. — Parece que ia sair com a Cris e a Bel.

— Hum… Que bom, ela tem as amigas dela. — Disse Tati.

— Lúcia!!! — Exclamou Neco ao avistar a garota.

— Oi Neco! — Cumprimentou Lúcia.

— Chegou agora? — Perguntou o garoto.

— Foi. — Disse Lúcia.

— Pois vem, tem coxinha alí na mesa e refrigerante! — Disse o garoto, puxando Lúcia para a mesa de comidas.

— Coitada da Lúcia… — Disse Dani, com desdém. — Esse menino não desgruda dela. — Reparou.

— Deixa ele, ele tá apaixonado. — Disse Dani.

— Mas ela nem corresponde, ele devia se tocar. — Disse Maria, irritada.

— Se não te conhecesse, Maria, diria que está com ciúme. — Afirmou Tati, a encarando.

— Nada a ver! — Disfarçou Maria, nervosa.

— Gente! Tá na hora dos parabéns!!! — Exclamou Shirley, chamando a atenção dos convidados. Então todo mundo parou o que estava fazendo, e foram na direção da mesa do bolo, Shirley acendeu a velinha de um ano, então passaram a cantar parabéns, ao pequeno Cicinho.

***

Na casa de Ana…

A ruiva passou o resto do dia (agora noite) tentando contatar o fantasma da garota perdida. Estava tão concentrada, que nem percebeu quando sua tia, o noivo e o futuro enteado dela chegaram em casa, até que Rubi a chamou para o jantar (que era pizza com refrigerante).

— Ana, chamei você umas cinco vezes, não vem jant… Ah! — Rubi se deu conta de que Ana estava culpada com seu trabalho. — Desculpe, querida. — Pediu.

— Sem problema tia… — Disse Ana.

— Vou pôr o seu pedaço de pizza na geladeira. — Avisou Rubi. Ana assentiu, então a tia fechou a porta, para que ninguém mais a atrapalhasse.

Passava das 22:00 horas quando finalmente a fantasma decidiu reaparecer, quando Ana jogava ervas e acendia incensos pelo quarto. Era realmente muito engraçado como Ana sempre se assustava quando eles apareciam.

— Nossa… Tenho que me acostumar a não levar esses sustos. — Disse a ruiva, fazendo a garota fantasma rir. — E então? Tá mais calma? — Perguntou. A fantasma assentiu.

— Então acho que agora podemos conversar. — Disse Ana.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Comentem!!!
PS: próximo capítulo haverá PaDu e MosLi!
Comentem para eu saber que estão aí! E o cap sairá logo logo :) (Precisando de motivação :( ...)