Acordo com o meu celular tocando às 06h da manhã, era a babá da Elisa.

– Anthony DiNozzo

– Sr. DiNozzo, aqui é a Haley. Estou ligando para avisar que não vou poder cuidar da Elisa hoje porque estou doente.

– Como assim não vai poder? Meu pai só volta hoje á tarde de viagem, eu não tenho com quem deixar a Elisa. Você não tem ninguém para me indicar?

– Lamento Sr. DiNozzo, mas eu não conheço ninguém que possa ficar com a Elisa.

– Ok, eu dou um jeito. Obrigado por avisar.

Desligo o telefone, Elisa terá de ir comigo hoje para o trabalho. Gibbs não gosta disso, eu também não gosto de deixar Elisa perto das investigações, mas em dias como hoje eu não tenho outra escolha a não ser leva-la comigo. Tomo meu café, arrumo minhas coisas e as coisas dela, preparo um café da manhã para Elisa e então a acordo.

– Elisa hora de acordar.

– Mas hoje não tem escola papai.

– Não tem. Mas a tia Haley não vai poder ficar com você hoje, então você vai para o trabalho comigo.

– Legal papai- ela disse me abraçando, coloquei meu boné do NCIS nela.

– Mas vamos logo mocinha, nosso chefe não gosta de atrasos.

Chegamos ao NCIS, logo Gibbs me chamou:

– DiNozzo

– Chefe a babá está doente, precisei trazê-la comigo.

– OK. Peguem suas coisas, eu explico no carro. Elisa fique com a tia Abby até voltarmos, tudo bem?

– Ok, chefe. – Elisa disse, Gibbs sorriu.

Todos adoravam Elisa, e ela por sua vez gostava de todos ali. Eles sempre me apoiaram na criação de Elisa desde que Ziva foi embora.

Gibbs nos explicou no caminho que tínhamos um suboficial morto a tiros em um estacionamento de um supermercado. Chegando lá Gibbs entrevistou as testemunhas, McGee e eu recolhemos digitais e evidências. Depois de um tempo voltamos para a base do NCIS. Minha filha ficou sentada em minha cadeira desenhando enquanto eu fazia ligações procurando por pistas, Elisa se levantou e começou a caminhar pelo escritório, não me importei porque ela sempre faz isso quando vem ao trabalho comigo. Até que ela começou a me chamar.

–Papai, papai!

–Elisa eu estou no telefone!

– Achei uma foto da mamãe aqui, da Ziva!- me preocupei, desliguei o telefone e fui até o lugar que ela me mostrou. Mas a foto em questão estava sendo pendurada na parede, na parede de mais procurados.

– Elisa volta para a mesa do papai para me ajudar no caso. – ela obedeceu relutante.

Vance e Bishop estavam ali

– Diretor o que é isso?

– Até onde sabemos, DiNozzo. Ziva David tem relações estreitas com terroristas procurados. Então sim, estamos atrás dela. O FBI está aqui e vai te fazer algumas perguntas. – Um agente do FBI pediu que eu o acompanhasse.

– Só um instante. – antes de ir para o interrogatório fui conversar com Gibbs.

– Chefe, não deixe que eles falem com a Elisa. Ela já tem uma relação ruim o suficiente com a mãe, não quero que ela ouça esse pessoal fazendo a caveira da Ziva para ela.

– Não se preocupe DiNozzo.

Depois disso fui com o agente do FBI até a sala de interrogatório. Eles me ligaram a um polígrafo, que exagero!

– Seu nome é Anthony DiNozzo, certo?

– Sim.

– Por quanto tempo você trabalhou com Ziva David?

– Uns oito anos.

–Depois que ela saiu você ficou meses procurando por ela?

– Sim.

– E quando a encontrou vocês tiveram uma relação a qual resultou em uma filha?

– Sim.

– Depois de quanto tempo ela te contou sobre a gravidez?

– Quatro meses.

– E você tem total certeza que a filha é sua?

– Sim, eu tenho- disse irritado.

– Quando Ziva abandonou vocês sua filha tinha quantos meses?

– Sete meses.

– E porque você acha que ela abandonou você?

– Eu não sei. – nisso o polígrafo mostra alteração, e o agente pede que eu diga a verdade- Para trabalhar para alguém, eu não sei quem.

– Ela sempre vem visitar a filha de vocês?

– Ela veio visitar a Elisa três vezes. Só conversei com Ziva na última vez.

– Quando foi isso?

– Seis meses atrás.

– Ela te contou onde estava morando?

– Não senhor. Eu não sei nada sobre ela, mas tenho certeza que ela não se envolveria em nada assim. E se vocês me dão licença- disse me referindo aos outros agentes do FBI que estavam na sala de observação- eu tenho mais o que fazer!- arranquei os fios do polígrafo grudados em mim e sai da sala.

Voltei para o escritório e descobri que a equipe já havia encerrado o caso, Gibbs me dispensou. Então eu e Elisa fomos para casa, chegando em casa, Elisa foi até a sala assistir desenhos e eu fui para meu quarto me trocar, mas ao entrar no quarto vejo uma mulher sentada em minha cama, ela se vira ao perceber que estou ali.

– Ziva o que você faz aqui? FBI está te procurando.

– Quem dera fosse só o FBI, fale baixo Tony, quero conversar com você antes que Elisa perceba que estou aqui.

– Pode falar.

– Tony pouco tempo depois que resolvi ficar em Israel, a agência ASEID me procurou, e então eu não tive escolha a não ser trabalhar para eles, depois de dois meses descobri que estava grávida, comuniquei aos meus superiores que me deram duas opções: abortar ou deixar que eles treinassem a criança desde cedo, mas eu havia feito amizade com a vice-diretora Moriah e contei a ela sobre você,então ela conseguiu uma licença de um ano para que eu tivesse meu filho e deixasse com você. Quando o prazo expirou tive que voltar, ao voltar o diretor Gidon me enviou para uma missão no Afeganistão como espiã em uma célula terrorista, embarquei com algumas mulheres que haviam se convertido ao Islã, lá consegui estabelecer relações com os terroristas, eles me “casaram” com Salim, filho do líder Mohamed. Estive na célula deles todos esses anos, porém recentemente fui descoberta. Consegui escapar, mas tenho certeza que eles vão vir atrás de mim, Tony.

– Amanhã a gente conversa com Gibbs, ele vai saber o que fazer. Você não pode ficar aqui, o FBI vai me vigiar a tua procura, Vance também acha que você está com os terroristas. Vamos Ziva, vou te levar ao apartamento do meu pai!

Elisa ficou feliz em ver a mãe, não queria que Ziva ficasse em outro lugar. Quando chegamos ao apartamento do meu pai, expliquei a ele a situação.

– Olá norinha- ele disse abraçando a Ziva.

– Pai, não... - Ziva riu

– Papai podemos ficar aqui com a mamãe hoje?

– Não dá Elisa.

– Porque não Tony?- Ziva perguntou

– Eles vão desconfiar se eu não tiver em casa Ziva.

– Sim, eu sei que você não pode ficar, mas deixe Elisa aqui comigo, por favor!

– É perigoso!

– Eles não vão saber do seu pai- Ziva disse se referindo aos terroristas- além do mais eu posso cuidar da nossa filha!

– Deixa papai!

– É, deixa papai! – Ziva disse imitando o jeito da nossa filhinha.

– Ok, mas só essa noite! Você tem pijama aqui na casa do vovô?

– Eu sempre deixo coisas aqui.

– Ok, eu já estou indo embora. Durma bem meu anjo- disse beijando a testa de Elisa- Boa Noite pai, boa noite Ziva!

Deixei eles e voltei para casa, preocupado com Ziva que agora estava de volta e sendo perseguida pelos terroristas, FBI e NCIS.