Saint escrita por Akemi Hatagashi


Capítulo 1
Único




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A boca do justo

fala de sabedoria

E sua língua

falará o julgamento

— Senhor, sou uma pecadora — a garota fala ajoelhada. Na verdade, ela não estava de frente com o padre, mas sim de seu filho que logo o sucederia. Era uma ótima oportunidade, a garota não queria ter que falar com um velho enrugado. — Está me ouvindo? Sou uma pecadora. Mereço ser punida.

— O senhor é misericordioso — o garoto responde, atento às palavras da jovem. Era rara as vezes que cuidava de casos assim. Confissão.

— Não comigo.

— Claro que será.

— Se eu digo que não, é porque é não. Não gosto que me contradigam, me entendeu bem?

— Moça, entenda que estou tentando ajudá-la — o jovem responde e solta um suspiro baixo.

A garota então dá um sorriso malicioso, sai da cabine de confissões e escancara a cabine ao lado, onde o garoto está. Ele se sobressalta e se levanta.

— Não pode entrar aqui, senhorita! — exclama, olhando-a boquiaberto.

— Eu não disse que era uma pecadora? — a garota alarga o sorriso.

— Senhorita, peço que se retire.

— Oh — ela se aproxima e o empurra contra a parede. — Que linguagem formal. Você já sentiu dor, filhotinho?

O garoto fica calado. Está assustado, olhando a garota de olhos arregalados. Ela solta uma gargalhada e agradece pela igreja estar vazia. Estende a mão para trás do corpo e pega uma faca dali.

— Responda, querido. Já sentiu dor?

— Senhorita...

A garota se aproxima e, sem a mínima piedade ou tristeza, enfia a faca na barriga do homem. Depois aproxima seu rosto do dele e encosta levemente os lábios no dele. A faca não afundara tanto, pois isso apenas um filete de sangue manchava a roupa. O corte era superficial.

Bem-aventurado o homem que

suporta a tentação

A garota rapidamente intensifica o beijo, mas o garoto estava com medo e não retribuiria nem que estivesse na maior felicidade. Quando pode finalmente respirar, a garota afunda a faca, fazendo jorrar o sangue.

— Senhorita... Deixe-me, por favor...

— Sou uma pecadora, meu querido — ela sussurra no ouvido do rapaz pálido pela perda de sangue. — Nem Ele será misericordioso comigo.

— Ele é sempre misericordioso... — o rapaz fala fracamente. A garota revira os olhos, entendiada, e enfia a faca na testa do rapaz.

Depois de ser testado

irá receber a coroa da vida

A mulher retira a peça de cima da roupa, pois estava manchada de sangue, e coloca uma limpa que estava em sua bolsa. Depois joga as madeixas castanhas para trás, saindo da cabine e da igreja como se nada tivesse acontecido.

— Ele suportou a tentação... Rapaz forte — cochicha a garota, satisfeita. — Ganhará a coroa da vida.

Segue para seu prédio, dando uma piscadela para o guardo e entrando no elevador. Aperta o número 6 e se olha no espelho, satisfeita.

— Misericordioso? — ela dá risada. — Ele não é misericordioso com seres repugnantes como eu.

E finalmente o elevador para. A garota segue para seu apartamento e depois para o banheiro, trancando-se lá.

Oh senhor, fogo divino, tenha piedade

— Algumas pessoas se parecem com anjos... — a jovem fala para seu próprio reflexo. Ela pegou e penteou os lindos cabelos, depois passou lápis de olho dando destaque aos seus olhos azuis. Passou um batom vermelho em seus lábios carnudos. — Mas seu interior é completo de trevas. São verdadeiros demônios.

Se virou e foi para seu quarto. No meio deste, havia uma caixa e perdurado no teto, um nó de forca.

— Demônios não merecem viver. — conclui.

Depois sobe na caixa e encaixa o nó em sua garganta.

Oh quão santa

Quão serena

Quão generosa

Quão agradável

— Demônios mentem... — a garota fala baixo. Depois respiro fundo, preparando-se para chutar a caixa para longe. — Espero que ele seja realmente misericordioso.

Depois empurra a caixa. A corda imediatamente começa a apertar sua garganta, retendo o ar de seus pulmões, impedindo-o de sair e colocar ar novo. Seus olhos ficam injetados de sangue e lágrimas brotam, uma baba grossa desce, mas mantém seu batom vermelho intacto. A garota fecha os olhos, pois está cega. Não vê mais nada, apenas a escuridão.

Finalmente seu coração não aguenta mais e têm sua devida folga. Um sono eterno. A pecadora finalmente receberia o julgamento da boca do justo.

Oh, puro lírio


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