Whole Lotta Love 2 - Especial Dia das Mães escrita por mlleariane


Capítulo 3
Nós amamos você, mamãe!


Notas iniciais do capítulo

“O que é uma grande história de amor sem obstáculos a superar?” – CASTLE, Richard.

Sim, eu quebro os corações. Sim, eu colo os caquinhos depois. E eu amo fazer isso haha!

Doeu ver Jo decepcionada, doeu ver Kate culpada. Aqui, veremos não uma perdoando a outra isoladamente, mas as duas se perdoando. Mãe e filha se precisando para serem fortes.
E, claro, todo mais o resto dessa família cheia de amor.

Mais uma vez, obrigada de coração por terem vindo e me acompanhado em mais essa história. Vocês me fazem feliz! ♥

Beijo, Ari ;)

ps: Um beijo mais que especial para Lele, No Potter, Aline Freitas, Carol, Houghton Beckett, Hadassa, Gabi, Castlevideo, Serena, Grazi, Frozen Heart e Babi por terem favoritado ♥



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Castle: Dormiram.

Kate levantou os olhos do livro e assentiu.

Castle: Vamos? – Castle lhe estendeu a mão.

Kate: Não, não tenho sono.

Castle: Kate...

Kate: Eu estou bem.

Não, ela não estava bem, e Castle sabia disso. Olhou para a mulher, encolhida no sofá, com uma caneca de café já vazia repousando no chão. Kate relia um livro especial, o primeiro livro que havia lido de Castle, aquele que mais a ajudara a superar a morte da mãe. Ela havia lhe revelado uma vez que sempre que se sentia perdida emocionalmente, recorria a ele. Era, para ela, uma espécie de porto seguro, enquanto seus sentimentos navegavam sem direção.

Castle: Ouvi dizer que esse livro é muito bom...

Kate: É mesmo? – ela lhe deu um leve sorriso, que era exatamente o que ele queria.

Castle: Promete que não demora? – ele se aproximou e segurou sua mão.

Kate: Prometo.

Castle: Eu te amo – ele disse entre seus lábios, depois de um beijo.

Kate: Eu também.

Castle: Não demora?

Kate: Não...

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Mas Kate se demorou. Eram duas horas e poucos minutos quando fechou o livro. Passou pela cozinha e tomou um copo de água antes de seguir para o quarto. Antes que entrasse, porém, viu o silencio do corredor ser quebrado por um choro baixinho. Foi rapidamente ao quarto das crianças, que tinha a porta entreaberta. A luz do corredor iluminou Johanna sentada na cama. Kate entrou silenciosa, mas rápida, em sua direção, se ajoelhando em frente à filha.

Kate: O que foi meu amor?

Johanna mostrou a cama, e Kate passou a mão, sentindo o molhado.

Kate: Está tudo bem...

Jo: Não... – ela suspirou mais alto.

Kate pegou a filha no colo e saiu do quarto, caminhando em direção a um banheiro mais longe. Johanna chorava baixinho em seu pescoço.

Jo: Eu não sou mais um bebê...

Kate: Isso acontece minha princesa...

Kate entrou no banheiro e fechou a porta. Colocou a filha no chão, ficando de frente a ela, e enxugando as lágrimas.

Kate: Está tudo bem, Jo, tudo bem... – Kate olhou fixamente nos olhos da filha. Johanna foi engolindo o choro, olhando enquanto a mãe acariciava seus cabelos – Vamos tomar um banho quentinho?

A garotinha fez que sim, e Kate ligou o chuveiro. Tirou algo de seu cabelo e prendeu os cabelos da filha, colocando-a embaixo da água quente e ensaboando seu corpinho. Jo não falava nada, e Kate sabia que ela estava envergonhada. Kate lembrou-se de que também se envergonhava, e como era bom que agora pudesse olhar para sua menininha e dizer que estava tudo bem, que acontecia e que ela estava ali. Kate disse tudo isso com seus olhos e suas mãos maternas, hábeis e dóceis. Delicadamente, enxugou a filha, enrolando-a na toalha.

Kate: A mamãe vai pegar um pijama, você espera aqui?

Jo assentiu, e Kate foi em direção ao quarto. Entrou mais uma vez silenciosa, abrindo a gaveta com precisão à meia luz e pegando um novo pijama para a filha. Antes de sair, pegou ainda um hidratante na cômoda.

Kate: Prontinho. – Kate sorriu quando voltou ao banheiro. Tirou a toalha da filha e distribuiu o hidratante cor de rosa que Jo tanto gostava por seu corpinho. Colocado o pijama, Kate se levantou para estender a toalha no box. Assim que olhou para baixo de novo, Jo esticou os braços para ela. Kate sorriu e com esforço pegou sua bebezinha, agora grande, com 7 anos, 9 meses e 16 dias. Sim, Kate poderia contar até os segundos desde que Johanna e Alexander faziam parte de sua vida.

Caminhando a passos leves, Kate percorreu o corredor em direção à sala, sem dizer nada, apenas sentindo Jo escondida entre seus cabelos. Foi assim que se sentou, e apertou a filha mais ainda entre seus braços. O silêncio tomou conta do lugar por alguns minutos, e só se ouvia as respirações de mãe e filha, fortemente abraçadas, como se fossem uma só.

Devagar, Johanna recuou o corpinho e olhou para a mãe, que a esperava com um sorriso.

Jo: Mamãe...

Kate: Sim?

Jo: Você já fez xixi na cama?

Kate: Sim meu amor, muitas vezes. Acontece... – Kate deslizou a mão pelo rostinho da filha, fazendo carinhos delicados.

Jo: Você ficava com vergonha?

Kate: Às vezes sim, mas aí eu percebi que eu não precisava ter vergonha do meu papai e da minha mamãe, porque ninguém no mundo me amava mais do que eles.

Jo: Mas eu não quero que o Alex saiba, nem o papai.

Kate: Eles não saberão, será o nosso segredo.

Johanna fez que sim e se escondeu no pescoço da mãe de novo. Kate esperou um pouco, depois criou coragem e falou.

Kate: Jo?

Jo: O que? – a voz da garotinha saiu abafada.

Kate: Eu sinto muito por não ter chegado a tempo para te ver dançando. Eu queria muito, muito mesmo... – a voz de Kate embargou, e seus olhos marejaram. Jo se afastou e encarou a mãe.

Jo: Mamãe, não precisa chorar.

Kate: É que eu estou muito triste por ter te decepcionado.

Jo: Eu também fiquei triste. E brava – Jo ressaltou, apontando o dedo para a mãe, e Kate assentiu rapidamente.

Kate: Eu sei.

Jo: Mas você não é como as outras mamães.

Kate: Não? – Kate sentiu seu coração bater devagar.

Jo: Não, você é especial. Você é uma super heroína, mamãe!

Kate: Eu... sou o quê?

Jo: Você luta contra o mal e ajuda as pessoas que sofrem porque perderam alguém que amam.

Kate olhou para a filha e soube que aquilo tinha vindo de Castle. Ela não sabia exatamente como, mas ele realmente tinha ajudado. Johanna a olhava com uma espécie de admiração.

Kate: Sim, é isso que eu faço. Mas eu perdi a apresentação da minha princesa, e agora?

Jo: Agora eu danço só para você!

Kate: Você faria isso?

Jo: Claro, mamãe! Mas você tem que fazer um coque no meu cabelo.

Kate abriu um grande sorriso.

Kate: Eu faço minha princesa, eu faço um coque lindo. E coloco as borboletinhas!

Jo: Sim! As borboletinhas – Jo também sorriu – e aí eu danço para você.

Kate: Vai ser o meu presente do Dia das Mães!

Jo: O seu presente já está comprado, mamãe. Ops. Não era para falar.

Kate riu e apertou Jo em seus braços.

Jo: Mas eu não falei que o que é, então não tem problema, não é?

Kate: Não...

Jo: Mas você vai adorar, mamãe! É lindo e vermelho!

Kate: É mesmo? – Kate segurava o riso. Johanna ficava mais encantadora querendo contar algo que não podia.

Jo: E você já teve um parecido.

Kate: Não seria por acaso assim um casaco, seria? Tipo aquele um em que você derrubou meu perfume...?

Jo: Ah, mamãe, você descobriu! Agora o papai vai ficar bravo porque eu contei – Jo fez um bico.

Kate: E quem disse que você contou? Eu só descobri porque sou uma boa detetive, lembra?

Jo: É verdade, mamãe. Só por isso – Johanna concluiu despreocupada, arrancando um sorriso da mãe, que a puxou para si.

Kate: Como eu senti falta desse seu cheirinho – Kate deu vários beijinhos no pescoço da filha.

Jo: É o hidratante das princesas, mamãe.

Kate: Não, não é. É o mesmo cheirinho de quando você veio para os meus braços pela primeira vez. É o seu cheirinho. O cheiro da minha bebê. – Kate sorriu para a filha.

Jo: Eu ficava muito no seu colo, mamãe?

Kate: Bastante!

Jo: E você não cansava?

Kate riu gostoso.

Kate: Como é que eu posso cansar de uma coisa tão linda?

Jo: Mas o papai disse que eu chorava muito.

Kate: Chorava mesmo. Eu passei noites e noites indo e voltando ali naquele corredor, te embalando, tentando te fazer dormir.

Jo: E eu não dormia?

Kate: Eu achava que sim. Aí quando eu parava de cantar você abria esses olhos azuis e me encarava. E eu começava tudo de novo...

Jo: E o que você cantava para mim, mamãe?

Kate: Você quer ouvir?

Jo fez que sim e se aninhou no colo da mãe. Kate começou a canção, enquanto passava os dedos pelos cabelos da filha.

“Brilha, brilha estrelinha
Quero ver você brilhar
Faz de conta que é só minha
Só pra ti irei cantar...”

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Alex: Papai! Papai!

Castle: Alex? Oi.

Alex: Papai, acorda!

Castle: O que foi?

Alex: Eu acordei e a Jo tinha sumido da cama dela. Aí eu cheguei aqui, e a mamãe também sumiu! Você acha que eles foram abduzidas por uma nave espacial?

Castle: Eu acho é que te apresentei a ficção científica cedo demais – Castle se levantou da cama – Vem, vamos procurá-las.

“Brilha, brilha estrelinha
Brilha, brilha lá no céu...”

Kate interrompeu a música quando viu Castle e Alexander andando em sua direção. Castle sorriu instintivamente com a cena, e ela sorriu de volta.

Alex: Aqui estão vocês!

Kate: Sim, aqui estamos nós! – Kate esticou o braço para alcançar o filho, trazendo-o para seu colo também.

Alex: O que vocês duas estão fazendo acordadas a essa hora?

Alexander intimou, e Johanna olhou aflita para a mãe.

Kate: Nós perdemos o sono e viemos conversar coisas de meninas. Mas... eu acho que já está na hora de todos voltarmos para a cama, não?

Castle: Sim, vamos para as caminhas de vocês e... – Castle interrompeu a fala ao ver Kate acenando negativamente para ele. Ele não sabia se aquilo queria dizer alguma coisa, ou se Kate só queria mesmo dormir com os filhos. De qualquer forma, ele entendeu – Parece que a mamãe quer dormir com vocês...

Kate: Sim, eu quero! Porque hoje é meu dia, e eu tenho esse direito!

Kate pegou os filhotes pelas mãos e foi para o quarto. Se espremeram na cama, para caber Castle também. Era o dia dela, e ela havia decido que queria todos ali.

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Kate acordou quando sentiu que havia espaço demais na cama. Olhou para os lados e estava mesmo sozinha. Levantou-se e seguiu em direção às vozes.

Alex: Nãããooo mamãe! – Alexander veio correndo em sua direção assim que a avistou. Empurrou-a pela barriga, fazendo-a recuar até a sala – Você não pode chegar ainda.

Kate: Ok, ok – ela riu, abraçando o filho e espanando seus cabelos – Tomou banho de farinha?

Alex: Nós estamos fazendo uma coisa secreta – ele fez seu melhor tom misterioso.

Kate: Nossa... o que será?

Alex: Você não pode saber ainda.

Kate: Ok.

Alex: Fique aqui quietinha.

Alexander virou-se para sair, mas sentiu as mãos da mãe o puxando, e caiu rolando com ela no tapete.

Kate: Ataque ninjaaaaaa!

Alex: Ei! Não vale! Eu estava de costas! – ele a encarou bravo.

Kate: Você fez isso comigo outro dia, lembra?

Alex: Eu posso fazer, você não! – Alex esperneou, tentando sair de cima da barriga da mãe, mas Kate o segurava.

Kate: É mesmo? E eu posso saber por que?

Alex: Porque eu preciso saber quando você vai atacar.

Kate: Ninjas não avisam quando vão atacar... – Kate riu, e ganhou uma encarada brava do filho. Alexander bufou e espremeu os olhos para a mãe, e ela fez exatamente o mesmo. Os dois pares de olhos verdes se encarando no chão da sala.

Alex: Isso não vai ficar assim.

Kate: Você está me ameaçando?

Alex: Espere e verá.

Kate: Esperarei.

Kate soltou o filho, que se levantou. Ela então deu um leve tapinha em seu bumbum, e ele a encarou mais uma vez antes de sair.

Kate: Bravo e bundudinho igual o pai. Eu realmente caprichei!

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Jo: Pode vir, mamãe! – Johanna gritou da cozinha, e Kate pôde finalmente se aproximar. Quando avistou a mesa, parou. Seus olhos se encheram de lágrimas, e faltaram palavras.

Alex: Eu acho que ela não gostou – Alex sussurrou para a irmã, mas todos conseguiam ouvir.

Jo: Eu disse que você fez o coração torto – ela sussurrou de volta.

Kate: Não é isso é que... eu... – Kate fez sinal para que os dois viessem até ela, e eles obedeceram. Ela então agachou e envolveu um em cada braço – Eu amo tanto vocês, tanto! Vocês dois são o que eu mais amo na vida!

Jo: E o papai?

Kate olhou para Castle, que sorria para ela do outro canto da cozinha.

Kate: O papai é a razão de vocês existirem – ela disse sorrindo e olhando para ele.

Alex: Porque ele plantou a sementinha – Alexander concluiu prontamente.

Kate: Sim, ele plantou.

Jo: E nós crescemos dentro de você.

Kate: E vocês são minha vida desde então.

Jo: Eu amo você, mamãe! – Johanna grudou no pescoço de Kate.

Alex: Eu também, mamãe! – Alexander fez o mesmo.

Kate beijou cada um deles, e quando os dois se soltaram, Castle já estava parado ali do lado.

Jo: Não precisa ficar com ciúme, papai, nós também te amamos.

Castle: Eu não fico, minha princesa. Até porque eu fiz a parte mais divertida – ele olhou para Kate.

Jo: Qual foi a parte mais divertida?

Alex: Plantar a sementinha.

Jo: Ah...

Kate: Está vendo o que você faz? – ela olhou brava para Castle.

Castle: A verdade, apenas... – ele sussurrou no ouvido dela e riu, finalizando com uma mordida.

Alex: Deve ser legal plantar a sementinha.

Kate: Por que nós não tomamos café, ham? – Kate tratou de interrompeu o assunto, e enquanto as crianças correram para a mesa, ela beliscou Castle.

Castle: Ei, isso dói!

Kate: Se comporte!

Castle: Eu não posso ser punido porque gosto de praticar a jardinagem!

Kate revirou os olhos e riu. Olhou novamente para a mesa, onde estavam quatro panquecas, cada uma com um coração feito com calda de chocolate e uma palavra no meio, resultando na frase “Nós amamos você, mamãe”.

Kate: Vocês são incríveis!

Jo: Eu quero o “mamãe”!

Alex: Não, eu que quero!

Jo: Eu falei primeiro!

Castle: Por que a gente não divide, ham? Vocês já dividem a mamãe, não é mesmo?

As crianças assentiram e Castle cortou a panqueca ao meio, servindo metade para cada um.

Castle: E você, rainha da casa e dos nossos corações, qual quer?

Kate: Você.

Castle se adiantou para pegar a panqueca com a palavra, mas ela o impediu, puxando-o para si.

Kate: Não, eu quero você “você”.

Ele sorriu e se sentou ao lado dela. Os dois entrelaçaram as mãos e se olharam nos olhos. Um grande sorriso se fez em seus lábios, antes de se encontrarem num beijo demorado e apaixonado.

Kate: Obrigada por plantar as sementinhas – ela falou com o rosto quase colado ao dele.

Castle: Obrigado por cuidar bem delas... – ele repousou as mãos na barriga dela – Nove meses aqui – e subiu a mão até parar em seu coração – E todos os dias aqui.

Os dois fizeram seus lábios se encontraram novamente, só se soltando depois do “Parem de se beijar!” de Alexander. Kate e Castle olharam para os filhos e riram das bocas sujas de chocolate. Não havia dúvida: eles eram realmente uma família feliz.


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