Em uma nova era escrita por Thamiyyi12


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiie.
Desculpa pela demora... Sério mesmo, eu sinto muito. Tá rolando umas coisas aqui no meu mundo, que estão me deixando ocupada. Mas... estou aqui!!
Bom, esse capítulo era para ter ido até quando o Hic chegasse em casa, só que já estava muito grande. Então eu dividi em dois.
Jack e Hiccup ainda não estão afim um do outro, apenas estão curiosos. Então qualquer coisa que tiver aí que dê a entender que eles já estão se gostando, é mera coincidência.
Capítulo não revisado, sorry pelos erros.
Espero que gostem !!



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"Quem sabe esse se torne o melhor emprego do mundo para mim..."

"Abriu os olhos e tudo ao seu redor estava escuro e frio. O garoto não sabia de nada, só sabia ou tinha certeza que estava com medo. Então sentiu seu corpo sendo puxado para cima. Não entendia como isso estava acontecendo, mas era claro que estava acontecendo. Viu um buraco se abrindo em cima de seu corpo, à medida que subia. Ele passou pelo espaço, podendo finalmente enxergar algo, uma vez que não estava mais no escuro. E a primeira coisa que viu foi a lua cheia. Tão grande e tão brilhante, pensou a encarando. Parecia que a linda bola brilhante espantava a escuridão no qual ele se encontrava há segundos. E então quando viu a luz em cima de sua cabeça, percebeu não estar mais com medo. Bom, o porquê desse garoto estar ali, a razão de sua existência, isso ele ainda não sabia. Então, nos próximos segundos, ele encara por algum tempo suas mãos, tendo certa curiosidade quanto ao seu corpo, ao passar os dedos por seus detalhes. Não sabe o momento, mas logo começa a andar no lago congelado, até que sus pés quase pisam em algo; ou pisam, não tem certeza. Olha para o chão, e vê algo como uma foice. Quando o garoto outra vez pisa nela, a mesma se torna branca, na parte em que seu dedo encostou. Ele se abaixa para pegar o objeto, e a sua cor, antes só marrom, fica em um branco puríssimo. Talvez tenha se distraído por um momento, e não sabia o que havia acontecido, mas pensou que talvez o cajado estivesse escorregado de uma de suas mãos, caindo no lago, que na mesma hora se tornou da cor do objeto; branco. Ele olha para a foice e sorri, talvez um sorriso de admiração, ou confusão. Então o menino testa em outros lugares, para ver se o que aconteceu com o lago congelado, também acontecerá nos lugares que ele encostar. E realmente tudo que ele toca, vira o lindo branco. Logo animado com a ideia de ter descoberto isso, ele corre pelo lago passando o cajado, por onde seu pé pisa, vendo no que o chão se transforma. Com alegria do momento, algo acontece, o vento se torna mais forte, e o levanta no ar, fazendo com que ele se assuste e dê alguns gritos. Seu primeiro voo, não é o mais lindo de todos, na verdade, ele é bem atrapalhado, desde o momento que deixa o chão. Agora ele se encontra no ar, olhando para baixo, e visualizando o trabalho que o cajado havia feito no mesmo, sorrindo ao perceber o quanto de espaço foi preenchido pela cor branca. Com a distração, logo se vê caindo; caindo em árvores. Vai de barriga ao tronco de uma, e fica deitado de bruços por algum tempo, rindo. Logo visualiza uma pequena cidade, ou talvez uma aldeia, e com a nova descoberta sobre poder voar com o auxílio do vento, vai de encontro ao mesmo. Seu primeiro pouso também não é o melhor de todos, pois assim que ele encosta no chão, a gravidade o faz se desequilibrar. Tira a neve que se instalou em seu ombro, graças ao tombo, e dá uma risada. Começa a caminhar cumprimentando as pessoas ao redor, sem se importar se elas respondem ou não. Escuta o latido de um cachorro que corre, e uma criança que o acompanha. Ele, curioso, pergunta onde está para o menino, enquanto se abaixa, para poder ficar do tamanho do mesmo. Mas para quando o garoto o atravessa, fazendo com que fique sem ar, e automaticamente, seu sorriso se desfaz. A sensação de invalidez passa por todos os elementos de seu corpo, principalmente por seu abdômen e talvez por seu peito. Logo mais pessoas passam por ele, fazendo-o ficar assustado e se desviar a cada vez que isso acontece. Seu nome é Jack Frost. Como ele soube disso? A lua lhe contou. Foi a única coisa que ela lhe contou."
Levanto as sobrancelhas, esperando que a outra continue, mas olho para o lado vendo que isso não acontece.
Nós estávamos deitados em minha cama naquele momento, e estava de noite.
Hoje, eu, minha mãe e Astrid fomos em vários lugares, isso como uma forma de nos despedimos da cidade, pois sabemos o quanto sentiremos falta desse lugar. Estava exausto, e mamãe também.
Mas de qualquer forma, ela estava ali, contando a segunda parte da história que iniciou dias atrás. Fiquei confuso quando a mulher fez referência à Jack Frost, mas entendi que poderia ser somente a abreviação de Jackson Overland Frost.
—Não vai continuar?- pergunto, finalmente. Ela balança a cabeça negativamente, antes de pronunciar qualquer palavra.
—Não. Amanhã eu tenho que acordar cedo, e você também.- fala, virando a cabeça e me olhando.
—Mãe, eu não quero acordar cedo.- digo, e olho para o teto.
—Mas é preciso, porque provavelmente o caminhão da mudança chegará aqui nesse horário.- responde.- Nem sei porque você está reclamando. Eu vou acordar mais cedo do que você, pois quem irá me levar será meu chefe!
—Fala sério, mãe! Eu não quero ir com o homem da mudança! Aposto que ele é um velho nojento, barbudo e idiota.- digo, depois que lembro que ela me avisou com quem eu teria que ir. Queria que Astrid fosse comigo, mas a família dela nos avisaram que queriam ter a oportunidade de se despedir.
—Eu sei que não quer. Mas você não pode vir comigo, nem com a Astrid.- responde, passando a mão pelo meu cabelo.
Solto um suspiro conformado, e fecho os olhos gostando do carinho que ela faz em minha cabeça.
Amanhã o dia será longo, e apesar disso, ainda espero que seja bom.
—Os pais de Astrid me falaram que também estão indo para entregarem uma casa que eles compraram para ela lá na cidade.- me informa.
—O que? Mas por mim ela iria morar com a gente...- respondo, um pouco surpreso.
—Você procurou saber se ela iria realmente morar com gente?- disse a mulher, afastando sua mão do meu cabelo.
—Não, mas pensei que não era preciso, pois ela não mencionou se queria morar sozinha.- respondo, mas não me incomodo pelo fato de ela ter uma casa separada; só espero que seja perto da minha.
—Eles vão dar de surpresa.- comenta, depois de um tempo.
—Legal. Aposto que Astrid gostará muito.- respondo sorrindo, e imaginando a cena.
—Tomara, não é?- pergunta, e eu faço que sim com a cabeça.
—Quando que o cara da mudança vai chegar aqui em casa, mãe?- digo vagamente, quebrando o silêncio que se instalou por algum tempo.
—Não sei, mas só sei que ele pegará as coisas de Astrid primeiro, porque eu pedi que fosse assim. Então, provavelmente demore... ou provavelmente não. É bom você estar acordado quando ele chegar, viu? Mas caso isso não aconteça, vou avisar para o meu chefe para ele ligar para o cara da mudança, falando que eu autorizo a sua entrada em nossa casa, caso demorem para atender.- fala e se levanta.
—Também acho bom que a senhora faça isso, porque não posso garantir que estarei acordado nessa hora.- respondo.
—Tudo bem, eu vou ligar. Provavelmente ainda terão coisas para empacotar amanhã, então você se encarregue de fazer isso, para colocar no caminhão.- diz, e se inclina para me dar um beijo na testa.
—Até amanhã, em nossa casa nova, baixinho.- fala, e logo vejo o seu sorriso, antes de a mulher dar de ombros.
—Até, mãe.- sussurro, e já posso sentir minhas pálpebras fechando lentamente, sem que eu possa controlar.

Minhas mãos estavam no volante, e meu corpo, envolto ao cinto de segurança. Pressionei o botão de fechar a janela, e vi a mesma subir, parando somente depois de alguns segundos e deixando um espaço ainda aberto, fazendo com que boa parte do vento frio que entrava, cessasse.
O dia em Berger amanheceu bastante gelado.
Quando eu mudei para essa região, não lembrava se o clima era esse, o que me faz questionar se os meus poderes ainda funcionam, nem que só um pouco. Mas aí penso que isso é muito ridículo, pois lembro que realmente a Noruega é bastante fria, e que quando eu era guardião, nem precisava ficar muito perto do local para que nevasse.
Meu uniforme era bastante confortável e grosso, o que aliviava o frio que eu estava sentindo, mas mesmo assim, tive que colocar mais uma roupa por cima. É super irônico meu estado agora, pois o cara que era o próprio frio em si, não aguenta mais nem uma brisa, o que de certa forma é irritante e decepcionante.
Acordei bem cedo naquele dia, pois queria chegar cedo na casa da amiga do filho da mulher que viaja muito, e também porque me orientaram que eu deveria o fazer dessa forma. Pode se dizer que passei o dia anterior dormindo, pois meus planos eram sair de Berger de madrugada, para quando chegar lá, ainda fosse de manhã.
Fazia um bom tempo que eu estava dirigindo, isso estava claro, já que podia ver o sol se elevando lentamente, para o centro do céu.
Eu me sinto um pouco cansado; tenho certeza que é por causa da viagem, e apesar de ter comido algo antes de sair de casa, sinto o vazio em meu estômago, que ainda não começou a roncar.
Mas de qualquer forma, sei que já me encontro na região onde as famílias moram. Então, estaciono o caminhão perto da calçada, e pego os papéis com os dados pessoas dos meus clientes, indo direto para as informações sobre a menina, pois sei que mandaram eu pegar as suas coisas primeiro. Vejo seu endereço, e olho para a rua em que estou, com o intuito de confirmar se é a mesma que a da garota, ou se eu estou perto. Percebo que não é a rua, mas que mesmo assim, a sua está próxima, pelo menos, de acordo com o GPS.
Dirijo até a rua, sem demora para chegar, e procuro com o olhar pela casa, a achando com facilidade. Arqueio as sobrancelhas ao ver o quão lindo é o recinto aonde a menina mora. Tem só um andar, é vermelha e possui um cercado na área da frente da casa.
Fico mais alguns segundos no automóvel admirando a casa, e então coloco meu crachá, e tiro meu casaco, sentindo um pouco a mudança de clima. Pego a chave do caminhão, e estou para sair do automóvel, quando lembro de pegar as folhas com os dados e o caderno com a caneta, caso eu precise anotar algo.
Abro a porta e pulo para fora, fechando o caminhão logo depois. Ajeito minha roupa e começo a caminhar em direção à casa, abrindo a cerca quando chego perto o suficiente. Dou mais alguns passos e aperto a campainha, que não é tão alta. Olho para meus pés, esperando que me atendam.
Não demoro muito para escutar a porta abrir, fazendo com que meus olhos se desvie para a pessoa. Com certeza é a loira da foto que estava nos papéis em minhas mãos, pois logo reconheci a expressão nada amigável.
Sorrio para ela, que devolve com um meio sorriso, demonstrando um pingo de gentileza.
—Você é a Astrid?- pergunto, depois de certo tempo.
—Sim.- parece me analisar por alguns segundos.- Pensei que você iria vir mais tarde.- fala, e entra em sua casa, deixando a porta aberta.
Fico com dúvida se devo ficar ali parado, ou se deveria entrar, pois não escutei seu convite, e não queria ser mal educado.
—Você vai ficar aí fora?- escuto sua voz, mas não sei de onde vem exatamente.
—Ahn... Não pretendo.- respondo, procurando a garota com o olhar.
—Então, está esperando o que para entrar?- pergunta.
Continuo do mesmo jeito por mais alguns segundos, então entro em sua casa. Por dentro é mais lindo, as cores são bem vivas e valorizam bastante a casa. Vejo que quase tudo está dentro de uma caixa, tirando os móveis muito grandes.
—Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem?- ouço sua voz atrás de mim.
Nunca parei para pensar em minha idade, só sei que antes de eu renunciar meus poderes, fiquei vagando na terra por trezentos anos. Depois disso, não me perguntava qual era idade quando eu morri... 16. Escuto em meu ouvido, e já sei de quem é aquela voz. Parece que o homem na Lua ainda pode falar comigo, ou eu ainda posso escutá-lo.
—Dezesseis.- respondo.
—Nossa! E já trabalha nesse tipo de cargo?- pergunta, levantando uma sobrancelha.- Pensei que só velhos idiotas e tarados faziam isso, e para falar a verdade, eu estava esperando um quando fui abrir a porta.
"Tecnicamente, eu sou velho", pensei, enquanto sorria de lado.
—E ficou aliviada quando viu que era eu?- perguntei irônico.
—Parte aliviada, parte surpresa. Mas isso não vem ao caso, já que é melhor a gente começar. Meus pais chegarão aqui daqui a pouco.- diz, e pega uma caixa.

Havia acabado de conferir o endereço da mulher e do seu filho, vendo que ficava perto da casa de Astrid; não na mesma rua, mas bem próximo.
Estacionei em frente à casa azul de dois andares, me sentindo mais uma vez impressionado pela beleza das casas dos meus clientes.
Tiro o cinto de segurança, pegando as folhas com os dados pessoais, exatamente como fiz antes. Saio do caminhão, fechando a porta atrás de mim, e começando a sentir um nervosismo estranho, assim que lembro que falta poucos segundos para dar de cara com o menino de nome estranho, e... com sua mãe. Caminho limpando a garganta e ajeitando o crachá em meu peito.
Já me encontrando em frente à porta branca, bato na mesma, vendo que não há campainha. Espero que venham me atender por alguns minutos, antes de bater de novo na madeira. Continuo aguardando, e começo a pensar que terei que ficar esperando no caminhão até que acordem, pois sei que a essa hora, eles provavelmente estão dormindo, porém, logo lembro que posso entrar na casa, caso isso aconteça.
Viro a maçaneta, e olho ao redor para ver se tem alguém até onde minha visão alcança.
Entro e fecho a porta, percebendo as caixas espalhadas pela grande casa, e algumas coisas que ainda não foram empacotadas. Ando um pouco pelos cômodos, procurando com o olhar por alguém, mas não há. Então decido começar a fazer o meu trabalho logo.
Vou em direção ao caminhão, abrindo a sua traseira, para poder colocar as caixas. Volto para dentro da casa, e começo a transferir as coisas da família para o automóvel.
Não sabia exatamente há quantos minutos estava fazendo aquilo, mas eu já podia sentir o suor em minha testa, denunciando que já fazia bastante tempo desde que cheguei e que estou trabalhando. Já havia transferido bastante das caixas para o caminhão, vendo que faltavam poucas, quando escutei passos na escada.
Me endireitei, pois estava abaixado pegando uma caixa, e olhei para onde o barulho vinha. Era ele, o garoto de nome estranho.
Estava usando uma calça de moletom marrom, blusa branca amarelada, essa mesma que era bem folgada, chinelos errados, e acho que ele ainda não percebeu isso. Seu cabelo, na mesma tonalidade da foto, bagunçados num topete.
Alongou os braços, os esticando no ar, como se quisesse alcançar o teto, e deu um bocejo. Levou a mão esquerda para o rosto, esfregando os olhos, e soltou mais um bocejo.
Dei um mínimo sorriso com a cena, e senti aquela coisa esquisita de novo em meu corpo, quando vi sua foto há dias.
Ele olhou um pouco para os lados, depois baixou os olhos para seus pés, podendo finalmente ver seus chinelos colocados errados. Resmungou algo, antes de endireita-las nos pés certos.
Parece que o ruivo ainda não me viu, o que de certa forma me deixa aliviado, mas sei que uma hora ou outra eu preciso falar algo, pois se depender dele, ainda poderemos ficar ali por vários minutos e o garoto não me verá.
—Ahn... Olá você.- falo sorrindo, sem perceber quando passo minha mão em minha nuca.
Ele finalmente olha em minha direção, e... seus olhos são mais lindos pessoalmente. O que? Que pensamento foi esse?
—O que você está fazendo aqui? Está roubando minha casa?- pergunta com os olhos arregalados, dando passos para trás, como se não soubesse sobre nada da mudança.
—Não, eu só vim fazer a mudança.- respondo, estendendo as mãos, em um ato demonstrando inocência. Ele logo suaviza sua expressão.
—Ah... me esqueci da mudança.- responde, parecendo falar mais com ele mesmo, do quê comigo, e olhando para as poucas caixas no chão.
Dou um risinho, lembrando da cena que ele fez segundos atrás. Então, como se tivesse escutado meu riso, ele me observa com uma expressão indecifrável, como se me analisasse, o que me deixa um pouco desconfortável. Limpo a garganta, olhando para o chão, e colocando as mãos no bolso da calça do meu uniforme.
Se passou bastante tempo, e nós ficamos lá, sem falarmos nada.
—Já tomou café da manhã? Se não, eu vou preparar agora.- ele quebra o silêncio, andando até a cozinha, mas mesmo assim, me olhando.
Mais uma vez, sinto o vazio em meu estômago, e percebo que, realmente eu quero comer alguma coisa.
—Pode ser.- respondo sorrindo, e sigo pelo caminho que o menino fez.
—Pode sentar aí.- fala, e aponta para a cadeira perto da mesa.
—Valeu.- agradeço, fazendo o que ele disse.
O garoto vai até o armário, e abre a porta, provavelmente procurando por algo para comermos.
—Minha mãe só deixou cereal para o café da manhã. Tudo bem para você?- pergunta se virando para mim.
—Tudo, mas o que é isso?- respondo, realmente confuso.
Mesmo estando como humano por alguns meses, existe bastante coisa que eu ainda não conheço, o que é estranho, porque antes de eu me tornar um guardião, eu ficava pelas cidades me divertindo com as pessoas.
—Você mora numa caverna, é isso?- pergunta, sorrindo irônico.
—Mais ou menos.- respondo, dando um riso sem graça, e coçando a cabeça.
—Você nunca comeu cereal?- pergunta, agora um pouco mais sério.
—Seria muito ruim se eu dissesse que não?- digo sorrindo.
—Sim, porque você não sabe o que está perdendo.- fala, e se vira novamente para o armário, pegando uma caixa toda colorida.
—Bom, tem uma primeira vez para tudo, não é?- comento, vendo o outro se aproximar.
—Exatamente, e a sua será hoje.- responde, deixando a caixa em cima da mesa, pegando duas tigelas logo depois.
Ele abre a caixa colorida, e despeja o que eu identifico como o tal cereal em uma das tigelas. Tem vários formatos e cores, e parecem ser crocantes, pelo barulho que fizeram ao serem despejadas na tigela. Ele faz o mesmo em outra vasilha, que é a que está mais perto dele, e deixa a caixa em cima do balcão, perto da mesa. Vai em direção à geladeira, pegando uma caixa de leite.
Não entendi na hora o porque do leite, talvez fosse para nós tomarmos depois de comer... Não sei.
Deixa o leite em cima da mesa, perto das tigelas, e pega duas colheres, colocando uma em cada vasilha.
Pego a talher, depositando um pouco de cereal na mesma, pronto para colocar a comida em minha boca, mas o ruivo me impede, dando um tapa em minha mão.
—Está com pressa?- pergunta, sorrindo de lado.
—Mas não é para comer?- digo confuso.
—Não é assim que se come.- responde, pegando a caixa de leite e abrindo.
Derramou o líquido branco dentro da minha tigela, fazendo com que eu imediatamente fique com certas dúvidas se é mesmo tão bom quanto ele disse.
Observo o garoto fazer o mesmo com a tigela que está mais perto, e que sei que é a sua.
—É assim que se come.- aponta para o conteúdo na tigela.- Bom apetite.
Olho para a vasilha e depois para ele, um tanto desconfiando.
O ruivo ainda não começou a comer, talvez esteja esperando eu o fazer para ver qual será a minha reação, então decido começar logo, e... oh! Com certeza eu nunca havia comido coisa igual.
Era crocante, assim como eu pensei, e era doce, combinando perfeitamente com o gosto do leite. Logo me via mastigando rapidamente para poder colocar outra colherada em minha boca.
Escutei o risinho do menino à minha frente, e sabia que ele estava me observando.
—Qual é o seu nome?- ouvi, e olhei para o ruivo.
—Jack.- respondi, com a boca cheia.
—Vem cá Jack, você não é muito novo para trabalhar nesse cargo?- perguntou com as sobrancelhas arqueadas.
Será que todo mundo vai me questionar isso?
—Por que? Quantos anos você acha que eu tenho?- perguntei sorrindo, e vendo que minha tigela já estava vazia.
—Sei lá... dezesseis?- respondeu, desviando seu olhar para a talher.
—Talvez. Não é idade suficiente para trabalhar?- respondo com uma sobrancelha elevada.
—Talvez. Mas não como motorista de um caminhão, indo para lugares distantes para fazer mudanças.- diz com convicção, antes de continuar.- Pensei que só velhos idiotas faziam isso.
Dou um riso, reconhecendo as palavras já ditas para mim.
—Deixa eu adivinhar; você estava esperando um para fazer a sua mudança?- pergunto rindo.
—Na verdade, sim.- confessou, também rindo.
—Sinto em te decepcionar.- digo sarcástico.
—Não sinta. Prefiro você, do que aqueles velhos fedorentos.- fala, e dá risada.
—Ótimo.- respondo, e por um momento, só fixo meu olhar em seu sorriso, que por algum motivo, me faz rir também.
Paramos de conversar, e eu o observo terminar de comer, o que não demora muito. Ele pega minha tigela e a sua, e leva para a pia, lavando as louças rapidamente, para logo depois, jogá-las em uma caixa, que até então eu não havia visto.
—Desculpa não ter acordado mais cedo para poder te ajudar.- fala, e se vira para mim.
—Não tem problema.- digo, e é verdade.
—Não... é sério. Eu queria ter te ajudado, porque eu sei que nossas coisas não são poucas, e...
—Hiccop, eu já falei que não tem problema.- falo com convicção. Não demora muito, e sua risada ecoa pelo ambiente, o que me faz ficar confuso.
—Meu nome não se diz assim.- diz, depois que para de rir.
—Ops. Não posso fazer nada se seu nome é esquisito.- respondo.- Como é que se diz, então?
—Hiccup.- responde.
—É mais estranho quando se escuta.- tiro sarro, e dou gargalhada, pois realmente é muito engraçado.
—Para de rir do meu nome.- manda, fazendo bico e cruzando os braços.
—Que criancinha você.- digo depois de alguns segundos, ainda sorrindo.
—Acho que agora eu prefiro os velhos idiotas.- responde, descruzando os braços.
—Prefere nada! Você sabe que eu sou muito mais legal que eles.- afirmo, debochado.
—Cala a boca, e vamos trabalhar.- pega a caixa perto da pia, da qual ele jogou as tigelas, indo em direção à sala, logo depois. Sorrio antes de fazer o mesmo que o ruivo.


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Notas finais do capítulo

É isso...
Espero que tenham gostado do jeito como as coisas fluíram entre os dois.
Não irei postar se não tiver comentários. Então, por favor, comentem.
Beijo, e amo vocês...



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