(Por Federico)

Três semanas se passaram desde que meu pai aboliu a lei que proibia nobres e casarem com pobres e também acabou com a rivalidade da Itália e da Espanha. A Espanha aceitou a proposta e está se recompondo com a ajuda da Itália, e também não está mais em declínio.

Hoje é um dia especial, que mudará a minha história e a história do reino, pois pedirei Ludmila em casamento, ou seja, não terei que me casar com a filha dos De Noir. Já comprei as alianças e espero que tudo saia como o previsto. Também pedi a autorização de meu pai, que me concedeu feliz e disse que, se ela aceitasse, o casamento ocorreria no dia da minha coroação.

Procurei Ludmila por todo o castelo e a encontrei em seu quarto. Bati na porta e ela deu permissão para entrar. Ao me ver ela sorriu, estava na cama lendo um livro.

– Oi, como está? - Perguntei me sentando ao seu lado.

– Bem e você? - Respondeu ela fechando o livro e o colocando no criad-mudo.

– Muito bem. Vim aqui pra pedir uma coisa.

– O que quer?

– Quero que me encontre no jardim, antes do jantar.

– Pra que?

– É uma surpresa.

– Mas...

– Não vou falar, não adianta insistir. - Eu disse a interrompendo.

– Eu vou gostar?

– Acho que sim.

– Vou vestida como?

– Como quiser.

– Tudo bem então.

– Vou te esperar lá.

Dei um bejo em sua testa e saí. Tinha muita coisa pra fazer ainda, então fui falar com a Natália e com a Violetta. Entrei na cozinha e as duas estavam lá.

– Olá garotas. - Eu disse me aproximando delas.

– Alteza, o que está fazendo aqui? - Perguntou Violetta.

– Hoje a noite, eu pedirei Ludmila em casamento.

Natália sorriu, parecendo não acreditar e Violetta fez o mesmo.

– E o que quer que a gente faça? - Perguntou Natália ansiosa.

– De novo. - Violetta completou me fazendo rir um pouco.

– Bom, nós vamos jantar no jardim então quero que façam a melhor coisas que vocês sabem.

– Certo, já sei o que podemos fazer. - Natália falou para Violetta que parecia ter a mesma ideia.

– Tudo bem, será antes do jantar real, deixem os pratos lá mais ou menos sete e quarenta e cinco da noite.

– Ai que lindo! – Disse Violetta abraçando Natália.

– Obrigado garotas, de novo. – Eu disse.

– Que isso! É uma honra! – Disse Natália.

Me despedi delas e fui para o salão, pois estava sendo servido o almoço.

Passei a tarde inteira de um lado para o outro em meu quarto, ensaiando o discurso. Eu estava muito nervoso. Até que alguém bate na porta e pede permissão para entrar, era a voz de Ludmila e eu, obviamente, concedo.

– Você está bem? – Perguntou ela vindo até mim.

– Sim.

– Você está muito estranho comigo hoje.

– Estou? – Perguntei e ela assentiu com a cabeça.

– Me desculpe. – Eu disse cabisbaixo.

– O que você tem? – Ela perguntou.

– Não posso dizer.

– Por que não?

– Porque é surpresa.

– Você está assim por causa da surpresa?

– Talvez.

– Diga alguma coisa Federico! Eu não estou mais aguentando esse mistério todo! – Disse ela rindo, me fazendo rir também.

Ela me abraçou e ficamos assim por um longo tempo.

– Bom, vou me preparar para a “surpresa” então. – Disse ela se separando do abraço. Correu até a porta e foi embora.

Achei melhor fazer o mesmo e fui me arrumar. Depois de mais ou menos uma hora eu estava pronto, me olhei no espelho achei que estava bom. Fui até o meu armário, puxei a ultima gaveta e peguei a caixinha das alianças. Sorri. Estava quase na hora e então fui até o jardim, com muito cuidado para que Ludmila não me visse. Chegando lá, perto da fonte, havia uma mesa, com uma toalha branca, dois pratos tampados (N/A aquelas tampas redondas, que tem nos lugares chiques sabe), um arranjo no centro da mesa e velas. Estava tudo perfeito. De repente uma voz me chama, me virei e vi Natália.

– Gostou Alteza? – Perguntou ela.

– Está ótimo Natália.

– Que bom que gostou. Agora vou indo antes que Ludmila chegue.

– Obrigado e agradeça a Violetta também.

– Certo. Boa sorte.

– Obrigado.

Ela saiu e me deixou sozinho. Respirei fundo e tentei me acalmar. “Vai dar tudo certo” eu pensava. Até que em menos de cinco minutos vejo Ludmila se aproximar. Estava muito bonita, com um vestido rosa longo, com alguns detalhes em dourado. Ela me olhou e sorriu, mas parecia meio confusa. Se aproximou e perguntou:

– O que é isso Federico?

– É a minha surpresa.

– É muito bonito.

– Que bom que gostou. Mas ainda não terminou, na verdade nem começou.

Ela riu e eu ri também. Fomos até a mesa e nos sentamos.

– Tem camarão na comida? – Perguntou Ludmila, olhando para o prato.

– Tem sim. Por quê?

– Porque eu não gosto muito.

Eu a olhei fixamente por alguns segundos, sem me mexer.

– Bom, talvez possamos... É...

– É brincadeira! – Disse ela rindo.

Ri também.

– Você é muito especial para mim sabia?- eu disse segurando sua mão que estava em cima da mesa.

Ela sorriu e olhou pra baixo, corada.

– O que foi? – Perguntei.

– Nada, é que eu não consigo me acostumar com isso. – Disse ela sorrindo.

Conversamos, rimos e jantamos ao mesmo tempo. Depois disso, fomos dar uma volta pelo jardim, que estava iluminado por velas. Fomos caminhando até a fonte, que era o lugar mais bonito do jardim.

– Chegamos na parte mais importante da surpresa. – Eu disse.

– Tem mais?

– Tem, tem sim. Eu quero te fazer uma pergunta.

– Tudo bem.

Me ajoelhei, tirei a caixinha de aliança do bolso e perguntei:

– Quer se casar comigo?

Os olhos dela se encheram de lágrimas e os meus também, ela sorriu e disse:

– Sim, claro que sim! Nem precisava perguntar.

Me levantei e coloquei a aliança no dedo dela. A olhei e vi que ela estava chorando, mas estava sorrindo.

– Agora definitivamente nada nem ninguém vai poder separar a gente. – Eu disse.

E então nos beijamos, um beijo sincero. Sabíamos que dali para frente seríamos felizes para sempre.

FIM