Capítulo 4: Enfim sós

Jake’s POV

 

Bella parecia uma doente mental... Mas não importa muito... Eu tenho que levar essa jaqueta pra ela três horas...

Não sei exatamente o que ela quer com isso... Mas e daí?

Três horas eu subi na moto segurando a jaqueta e fui em direção a casa dela.

Cheguei lá e seu carro estava na vaga habitual, e o outro carro que eu presumo ser de Pandora estava no mesmo lugar de anteontem.

Desci da moto e andei até a porta.

Bati algumas vezes e Pam abriu a porta.

- Oi Jake! – Ela disse sorrindo

- Oi Pam. A Bella tá ai? Ela esqueceu o casaco.

- É... Ela me falou... Mas ela saiu com o Edward. – Ela disse dando de ombros

Era esse o plano dela? Me deixar sozinho com Pam?

- Ah... Você sabe quando ela chega? – Perguntei apesar de acho que sei a resposta

- Não faço idéia, desculpe.

- Umh... Será que eu posso esperar?

- Claro. – Ela disse sorrindo. – Me dê isso, eu levo pro quarto dela.

Quando eu passei a jaqueta para ela, nossas mãos se tocaram, e parece que dessa vez ela percebeu a diferença de temperatura, mas não disse nada.

Ela se virou e subiu as escadas rápido.

Eu entrei e fechei a porta atrás de mim, andei até o sofá e me sentei ali.

Charlie sempre chegava às sete e meia... Então provavelmente Bella chegaria as seis e não ele...

E quando Bella chegasse, ela estaria junto com o parasita, não me parecia uma oferta muito boa ficar e esperar por ela até as seis.

Pam voltou e me encarou por alguns longos segundos depois foi se sentar na cadeira que havia em frente ao sofá.

- O que você está assistindo? – Perguntei 

- Filme.

- Qual?

- Hancock. – Ela respondeu sem muito entusiasmo – Não tem muita coisa passando na TV

- Eu não sei nada sobre você... Bom, nada além do que você me contou na sexta.

- O que quer saber? – Ela perguntou se virando pra mim

- Quantos anos você tem?

- 16

- Sério?

- É! Quantos anos você tem? – Ela perguntou levantando as sobrancelhas

- 17 – Respondi sabendo que ela não acreditaria

- E eu sou um pato! – Ela respondeu cruzando os braços

- Eu to falando sério!

- Eu também! Quá!

Eu ri da imitação.

Tirei minha identidade do bolso e lhe mostrei

Ela pegou da minha mão e encarou-a por um instante

- Você tinha cabelo grande!

- Pois é...

- Sem ofensas... Mas acho que ficou muito melhor assim. – Ela disse mordendo o lábio

- Eu também.

Ela sorriu

- Você ainda é um pato?

- Não... Agora eu não sou mais... Mas você NÃO tem 17 JAMAIS!

- Então eu falsifiquei uma identidade pra ser mais novo e perder toda a graça de... Quantos anos eu tenho?

- 20!

- É... Então... O meu sonho de vida SEMPRE foi ter 17 e eu fiquei deprimido quando acabou!

Ela riu 

- Mas ainda é inacreditável pra mim.

Se ela achava minha idade inacreditável... Nem imagino o fato de eu ser lobisomem ¬¬

- Mais perguntas? 

- Está gostando de Forks?

- É um lugar legal... Cidades pequenas são interessantes.

- São?

- São sim... Dá uma ideia de lar... Todo mundo se conhece...

- Umh... Eu nunca tinha pensado assim...

 

Nós conversamos certo tempo e acho que eu posso dizer que nós nos tornamos amigos.

Eram cinco horas... E eu tinha que sair de lá antes das seis...

Mas não era algo que eu realmente quisesse fazer.

- Estou com fome! – Pam se levantou sorrindo e estendeu a mão pra mim

Eu a encarei um tempo, pegar aquela mão ia fazê-la sentir a diferença de temperatura.

Ela recolheu a mão e torceu os lábios. 

- Desculpe... É que eu trato todo mundo assim desde pequena... – Ela disse um pouco hesitante

- Umh? Não... Eu... – Eu pensei um momento... Era melhor isso do que ela achar que eu não queria segurar a mão dela.

Eu me levantei e estendi a mão pra ela.

Ela sorriu e segurou-a.

- Você está quente. – Ela me disse preocupada

- Eu sou... Mais quente que a maioria.

- Você devia olhar isso. – Ela murmurou

- Febre deixa as mãos frias.

- Mas pode ser algo grave...

- Eu já fui ao médico... Não é nada... Acredite em mim. – Eu disse sorrindo

- Então tá. – Ela disse dando de ombros.

 

Ela largou minha mão pra procurar algo para comer na geladeira.

Ela encontrou bifes descongelados, arroz e batatas.

- Quer ajuda?

- Não precisa... Eu gosto de cozinhar... Apesar de não ser exatamente boa nisso. – Ela disse enquanto descascava as batatas

Eu a observei cozinhar gravando cada mínimo detalhe em minha mente.

Após algum tempo ela colocou dois pratos na mesa e se sentou a minha frente.

Eu peguei os talheres e ia comer, mas ela estava me encarando...

- Que foi?

- É que eu só cozinho pra mim sabe... Quero ver se não vou precisar te levar ao hospital... Vai que eu sou muito ruim e você acaba com intoxicação?

- Muito animador! – Eu disse e comi uma grande garfada...

Se eu morresse por intoxicação seria a melhor intoxicação de todas.

- Você não cozinha mal. – Eu disse após engolir – É muito boa por sinal!

- Se você diz. – Ela disse dando de ombros e resolveu comer também.

Nós comemos em silêncio e quando acabamos o relógio marcava cinco e meia.

Eu sabia que devia ir embora antes do parasita chegar...

Mas se a razão pela qual o universo existia pra mim estava aqui...

Não tinha o menor sentido ir embora.

A obriguei a aceitar minha ajuda para lavar os pratos e nós voltamos à sala.

Ela se sentou no sofá, que agora eu reparei que tinha uma coberta e um travesseiro...

Ela devia estar deitada lá antes de eu chegar.

E foi o que ela fez agora...

Eu sentei na cadeira onde ela estava antes

- Você pode sentar no sofá se quiser. Essa cadeira é muito ruim – Ela disse fazendo careta

- Eu gosto dela. 

- Então tá. – Ela disse sorrindo

 

Nós não tínhamos absolutamente nada pra fazer, e não tinha nada passando...

Era uma boa desculpa para eu ir...

Mas eu achava muitas outras pra ficar...

Ela pegou o controle e colocou em um joguinho de campo minado...

Ela perdia toda hora, até que desistiu e cruzou os braços como uma criancinha de cinco anos.

- Eu odeio esse jogo! Nunca entendi como é que se joga essa droga.

Eu ri e a expliquei como ela saberia onde tem as bombas.

- Sério que você nunca soube jogar isso?

- Eu nunca entendi a finalidade desses números até agora!

Eu ri da cara incrédula que ela fez pelos números terem um significado...

Mas minha graça acabou em segundos...

Ouvi o motor do carro do parasita e senti seu cheiro assim que ele parou na frente da casa.

Mas quando Bella entrou, entrou sozinha.

- Oi Jake! – Ela disse feliz

- Oi Bells... Eu trouxe seu casaco.

- Ah, obrigada! Você está aqui há muito tempo?

- Não sei... Que horas são?

- Seis.

- Então sim, estou aqui há muito tempo. – Eu disse antes que ela começasse suas loucuras

- Bella, Jéssica e Ângela te ligaram pra você ir ao cinema com elas. – Pam disse

- E elas não te chamaram? – Bella perguntou irritada

- Chamaram, mas... – Ela começou

- Então você vai!

- Se elas não tivessem me chamado eu poderia ficar em casa?

- Não, mas eu ia dar um xingo nelas. – Ela disse sorrindo

Bella xingando alguém além de mim... Difícil.

- Elas disseram quem vai? – Bella perguntou

- Sim... Elas, Lauren, Tyler, Mike, Ben e Erick.

- Ummh... Então você também vai Jake! – Ela disse animada

- Por que você não chama seu namorado?

- Porque ele não pode ir.

- Acho que eu também não posso.

- Pode sim! Por favor, Jake? – Bella pediu sorrindo

- Amhh...

- Eu acho que você deveria ir. – Pam falou – Eu detesto a Lauren, a Jéssica vai ficar em cima do Mike que vai ficar em cima da Bella junto com o Tyler e o Erick e o Ben e a Angie que são gente boa tão namorando... São todos amigos da Bella ai eu sobro.

- Então tá... Você sabe dizer pelo menos que filme vai ser?

- Não faço idéia. – Ela respondeu mordendo o lábio.

Bella foi para a cozinha descobrir o filme e o horário.

- Umh... Eu acho que você não vai gostar do filme Pam... – Ela disse quando voltou

- Por quê?

- É de terror. – Bella disse virando o lábio

- Ahhh... Eu tenho mesmo que ir? – Ela perguntou abraçando os joelhos – Eu odeio filme de terror Bella.

- Por favor, Pam!

Ela fez uma careta.

- Se você ia ficar sobrando imagine eu. – Disse sorrindo

- Mas você não tem aversão a sobrar... Eu tenho aversão a filme de terror

- Por favor? – Bella pediu

- O problema é sangue?

- Não... Nenhum problema com sangue. Eu só ODEIO filme de terror...

- Então você não devia mesmo ir.

- JAKE! De que lado você esta?

- Eu não estou do lado de ninguém. – Eu protestei – Mas ninguém te obriga a ficar perto de sangue... Não acho justo você obrigá-la a ver filmes de terror.

- Eu não estou obrigando, estou pedindo.

- Tudo bem... Eu vou. – Ela disse me encarando de uma forma estranha – Não precisa brigar com a Bella por isso.

- Eu não estou brigando com ela.

- Mas parece. – Ela disse dando de ombros

- De qualquer forma. – Bella se pronunciou – O filme é às sete e meia, se você for Jake, apareça aqui as sete já que o cinema é em Port Angeles.

- Sim senhora. – Eu disse me levantando – Mas você pretende ir na sua caminhonete? – Perguntei encarando o veículo pela janela 

- Nós vamos no meu carro. – Disse pandora ainda no sofá

- Então tá. Até depois. – Eu disse saindo pela porta

 

 

Bella’s POV

 

Esperei Jake virar a esquina e me voltei pra Pam.

- Legal, gato e...?

- Você é doente. – Ela reclamou virando pro encosto do sofá.

- Anda Pam!

- Bella eu não sei as definições que você quer... É só perguntar que eu respondo sim ou não.

- Umh...

- Viu, nem você sabe o que quer saber. – Ela disse se enrolando na coberta e encarando o jogo de campo minado.

- Diga algo qualquer então...

- Como assim?

- O que vier na sua cabeça.

- Ele gosta de você. – Ela disse dando de ombros

- O que?

- Viu só... – Ela disse triunfante – Pergunta o que quer, ouve o que não quer

- Ela não gosta de mim sua anta! – Eu disse irritada 

- Hey... Não me xingue ta legal!

- Ele gosta de você!!! Até as pedras podem ver isso! – Eu repliquei com raiva

Ela me olho séria por um minuto.

- Você planejou isso não foi?

- Planejei o que?

- Esquecer a jaqueta lá... Fazê-lo ficar aqui comigo por três horas... E agora ir ao cinema...

- Não... Não planejei... Não a jaqueta e não o cinema

- Mas planejou ele vir aqui e te esperar.

- Planejei. – Eu disse sorrindo

- E ele ao menos sabe disso?

- Não.

Ela se levantou e subiu as escadas.

Será que ela ficou brava comigo?