It's You escrita por Malina


Capítulo 40
É você.


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores do meu little heart.

AVISO IMPORTANTE: esse capítulo NÃO está leve.Ta bem pesado.



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Um mês depois.

Jane acordou com batidas na porta, abriu os olhos confusa e tentando entender o que estava acontecendo, olhou para o relógio 02:48 da manhã, a TV estava ligada, dormiu assistindo a um filme qualquer, pensou ter tido uma breve ilusão de ter ouvido os sons da porta, mas novamente cinco batidas rápidas e desesperadas soaram pelo apartamento, Jane olhou para a janela, estava chovendo e mais escuro que imaginava, deu um grito avisando estar indo atender a porta, e levantou do sofá com dificuldade, estava sonolenta e raciocinando lentamente, abriu a porta esquecendo de checar o olho mágico. De repente tudo se tornou mais confuso ainda, agora ela estava mais que bem acordada, assustou-se ao se deparar com afigura loira em sua porta.

— Maur... - a voz de Jane estava embargada.

— Jay.

Maura parecia aliviada, sua voz saiu macia e doce, seus cabelos estavam molhados da chuva, assim como suas roupas. Ela segurava aos seus lados duas malas de um tamanho bastante extravagante, tudo que elas conseguiam fazer era olhar nos olhos uma da outra, Jane estava petrificada, Maura estava esperando alguma reação, e ao ver um pequeno sorriso se formar no rosto de descrença de Jane, ela soltou as alças de suas malas as deixando cair no chão, e correu para os braços da detetive. Elas estavam envolvidas em um abraço apertado, podiam sentir o coração acelerado uma da outra, Jane segurava Maura com força não querendo jamais soltar, com medo de que se soltasse iria perde-la novamente. A detetive podia sentir o cheiro do shampoo de frutas da loira, como sentiu falta daquele cheiro adocicado e cítrico. Ela beijava o rosto de Maura como se o tempo tivesse apagado seus beijos anteriores e precisava mostrar que ainda a tinha, quando enfim voltou a olhar para a amada, ela disse:

— Você voltou. Você realmente voltou.

— Você duvidou que eu voltaria? - Maura limpava as lagrimas quentes que escorriam no rosto da morena.

— Você não atendeu minhas ligações.

— Todas as quinhentas? Eu precisava de tempo pra resolver tudo o que está acontecendo. Mas eu estou aqui agora e não vou a lugar algum.

— Promete?

— Prometo

A legista com as mãos no rosto de Jane aproximou sua boca da de Jane, elas podiam sentir a respiração uma da outra, algo lento, algo que esperaram por muito tempo, seria como um primeiro beijo, seus lábios estavam prestes a se reencontrar, mas um som a puxa para fora daquele quase beijo, o telefone às interrompe. Jane pulou do sofá, seu coração acelerado, o telefone tocava descontroladamente, olhou no relógio, 02:48. Foi um sonho, ela pensou triste porém conformada. Levantou do sofá e desligou a TV, estava assistindo um documentário sobre a vida marinha quando pegou no sono. Pegou seu telefone e o atendeu.

— Rizzoli.

— Jane!!! – Frost gritou animado assustando a morena.

— Frost? São três da manhã, o que você quer? - ela perguntou sonolenta

— Eu quero uma carona.

— Você está bêbado?

— Por que você acha isso?

— Porque você está falando completamente enrolado e se fosse possível eu sentiria o cheiro do seu bafo pelo telefone.

— É sexta feira Jane! Mas... espera... já são três da manhã.

— Sim.

— É sábado Jane! Feliz dia novo!!!– O moreno gritava feliz ensurdecendo Jane do outro lado da linha – A gente ta... Onde a gente ta?

— Estamos no bar! – Amélia gritou para que Jane ouvisse – Aquele perto daquele lugar. – ela roubou o celular da mão de Frost.

— Ah sim, aquele? – Jane disse sarcástica.

— É! Esse mesmo! Como você é esperta, Jane.

— Não é à toa que ela é detetive– Frost gritou.

— Amy, me escuta. Onde vocês estão?

— Sabe aquela rua? A perto daquele lugar com árvores.

— Amy, vou precisar que seja mais específica.

— O bar novo que abriu lá perto da casa da sua mãe.

— Ah okay, não saiam daí que eu vou buscar vocês.

— Esperaremos ansiosos – os dois riam descontroladamente do outro lado da linha.

Jane desligou o aparelho e pôs a primeira roupar que encontrou, pegou as chaves, mas congelou ao virar-se em direção a porta. Lembrou do sonho que tivera mais cedo e sentiu um aperto no coração, contra sua vontade ela abriu sua porta sabendo que não teria ninguém no corredor. Atravessou o corredor vazio e silencioso com uma certa pressa de sair de lá, tentava enganar-se dizendo que era pra ir ajudar seus amigos ébrios, mas no fundo sabia que não queria ficar naquele apartamento cheio de Maura, com fotos dela, com documentários dela, sonhando com ela, pensando nela. Entrou em seu carro e foi o mais rápido que pôde atrás dos amigos, e acelerou ainda mais quando se viu passando em frente à casa de Maura. Encontrou o bar e os dois amigos dançando sozinhos do lado de fora, saiu do carro batendo a porta mais forte que o desejado, assustando os dois bêbados que cambalearam até a morena.

— Jane! – Frost gritou indo abraçar a amiga – Você veio!

— Por que não pegaram um taxi? – Jane perguntou tentando afastar o cheiro de álcool que vinha dos dois.

— Gastamos todo o nosso dinheiro em bebida.
Jane virou os olhos sem paciência

— Okay crianças, entrem no carro e eu vou levar vocês pra casa.

Jane os ajudou a entrarem no carro, os dois nos bancos detrás, dirigiu devagar não querendo que alguém vomitasse em seu carro, sentiu uma vontade imensa de acelerar novamente quando passou na frente da casa da legista, mas tinham dois bêbados desmaiados na traseira.
Parou o carro em frente à casa do Frost e o acordou, o moreno estava com certa dificuldade de se orientar no espaço, então Jane se certificou de que Amélia estava dormindo quando saiu do carro para escoltar o detetive até sua cama. Ele se aconchegou nos lençóis e caiu num sono profundo, antes de ir embora Jane pegou uma lixeira de inox e a deixou ao lado da cama. Amorena voltou para o carro e dirigiu até a casa da veterinária, que era um pouco mais longe. Teve o mesmo cuidado ao colocar Amy em sua cama, pegou a primeira bacia que encontrou e colocou igualmente ao lado da cama. Saiu da casa fazendo o máximo de silencio possível, e ao chegar em seu carro pode descansar um pouco seus olhos pesados. Dirigiu até sua casa e ao chegar se jogou em sua cama esperando o sono voltar, mas ele já havia ido embora há muito tempo. Jane pegou seu celular e já era quatro da manhã, sábado estava começando, o mês de Jane tinha sido corrido, trabalhou em alguns casos, distraiu os pensamentos da loira que sempre estava lá. Seus amigos lhe ajudaram bastante, fazia um mês e uma semana que Maura tinha ido embora, e Jane não conseguira em momento algum falar com a legista, tinha parado de ligar tão constantemente para a mulher, e tinha que unir forças dentro de si para não digitar os números que estavam grudados em sua cabeça. Angela não havia contado para Jane, mas inda mantinha um pouco de contato com Maura, mas a mais velha nunca perguntou onde a loira estava para caso a filha perguntasse ela não estaria mentindo ao dizer que não sabia. Frost não mantivera muito contado, sentia como que se fizesse estaria traindo Jane. O resto dos rapazes não sabia direito o que estava acontecendo, com exceção de Boucher, ele só não era tão próximo de Maura, principalmente depois dos problemas que causou, mas agora que não trabalhava mais para Frank, ele tentava se redimir com as duas.
Jane cansou de tentar se enganar dizendo que não correria atrás de Maura, ela não queria desistir do amor e da felicidade, Maura a completava e a fazia a mulher mais feliz do mundo, Jane não queria deixa isso passar. Discou o número.
Ela não estava esperançosa, e mesmo que caísse na caixa postal estaria feliz em ouvir a voz de Maura, mas dessa vez a voz disse outra coisa e isso fez com que o coração de Jane acelerasse descontroladamente.

— Jane...

— Maura! Finalmente. Onde você está? Você está bem?

— Eu estou bem... Jane eu não queria atender, mas sabia que você não ia parar. Você precisa me deixar ir, precisa esquecer e...

— Não! Para! Eu não vou esquecer, Maur, você foi a melhor coisa que já me aconteceu, não posso te deixar ir.

— Você precisa.

— Por que você foi embora? Podiamos ter lidado com isso tudo juntas.

— Eu fui porque era mais fácil, eu cansei do difícil, eu estava, estou, exausta de tanta confusão, isso tudo está acontecendo de um jeito tão turbulento, eu precisava de um tempo, ainda preciso.

— Você vai voltar um dia?

— Eu não sei.

— Me responda.

— Você sabe que eu não faço suposições.

— Isso não é uma suposição, isso é a sua decisão.

Jane podia ouvir os suspiros sôfregos que saiam da legista a cada pausa.

— Tchau Jane.

— Maura, não! Eu preciso de você.

— Você irá me ter um dia, se eu voltar.

— Pensei que não fazia suposições

— Não faço, mas é você, você causa esse efeito em mim, e é por isso que talvez um dia eu volte, por que é você.


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Notas finais do capítulo

Eu disse que não ia ser leve.

Beijos e até amanhã no próximo capítulo :*