It's You escrita por Malina


Capítulo 21
I'll be back for you


Notas iniciais do capítulo

Olá pequenos humanos, cheguei jogando purpurina. Tudo certinho? Espero que gostem desse capitulo, não tinha muito o que fazer agora então pode ser que esteja um pouco parado, mas depois começa a agitação ~Se é que me entende~ e.e



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Era de tarde quando Jane decidiu ir para a casa de sua mãe, o tempo estava nublado e chuvoso. Parada no transito Jane não pensava em nada, a única coisa que vinha em sua mente eram lembranças do dia anterior, a briga com Maura, a conversa honesta com Frost, a noite em claro; tudo isso recusava a sair da cabeça da detetive.

Já chegando na rua Jane encostou o carro torcendo mentalmente pra que Maura já estivesse no hospital. São quatro horas, ela disse que iria depois do meio dia, pensou olhando para o relógio. Atravessou a rua e hesitou em bater na porta, olhou seu relógio mais uma vez e conseguiu convencer-se de que Maura não estaria em casa. Logo foi atendida por sua mãe que abria os braços para um abraço caloroso, a mais velha parecia triste e por isso Jane não teve outra reação além de abraçar sua mãe.

– O que houve ma? – a detetive perguntou.

– Entre querida, estou fazendo um café e então contarei.

– Okay... – ela disse com medo do que estava por vir.

Jane acompanhou sua mãe até a cozinha de Maura, a casa parecia vazia, mais silenciosa que o normal, a morena podia sentir a ausência da legista na casa, o ar parecia tão diferente quanto o ambiente. Jane estava sentada na ilha da cozinha olhando para um ponto fixo da janela enquanto esfregava suas cicatrizes da mão. Angela caminhava até Jane enquanto enchia uma caneca com café quente, mas parou quando viu o movimento ansioso de sua filha.

– O que está acontecendo? – ela perguntou entregando a xicara para Jane.

Jane não respondeu imediatamente, continuava olhando para a janela como se estivesse em um transe.

– Jane!

– O que? – se assustou

– O que aconteceu? Eu te conheço minha filha.

– Nada não.

– Não quer falar? Tudo bem, mas você sabe que uma hora ou outra eu vou descobrir.

– Ta tudo bem mãe, sério mesmo. Mas me conta o que te deixou triste?

– Maura... Ela vai se mudar.

– Sim, ela vai.

– Você tentou mudar a ideia dela?

– Tentei, mas ela sabe o que faz ma, Maura não vai mudar de ideia tão rápido.

– Aconteceu algo entre vocês?

Sim, nós estamos apaixonadas uma pela outra, mas ela não aceita e decidiu se afastar, mas acho que o “afastar” dela é bem... afastado...? Ela pensou.

– Não aconteceu nada.

– Então porque ela está indo embora?

– Eu não sei ma, por que não pergunta a ela?

– Eu pergunte, mas ela disse pra eu falar com você.

– Ótimo... Olha mãe, eu não sei de nada okay? Eu fiquei tão surpresa quanto você.

– Okay... Tome seu café, vou fazer um sanduiche pra você

*****

O tempo havia ficado melhor, agora o sol tomara o lugar da chuva e Jane caminhava lentamente pelo parque, ela estava focada no caso das gêmeas esse estava empacado, nada que fosse avançar o processo de achar o assassino vinha em sua cabeça, ela estava tentando ajudar os rapazes no trabalho antes do Cavanaugh a mandar pra casa. Ele dissera que Jane deveria ir com Maura ao hospital e ficar com ela pois passaram pelo mesmo trauma, a detetive tentou mudar a ideia do chefe, mas ele parecia firme com sua opinião.

A morena se sentou em um banco ali perto, ficou observando as pessoas caminhando e se exercitando, cada uma com seus problemas em suas cabeças, cada uma com suas preocupações, viu as crianças brincando nos brinquedos do parque e pensou em como é bom ser criança. Como eu queria voltar no tempo onde eu apenas comia areia e brincava de polícia e ladrão, pensou ela, rindo com as memórias dela brincando com seus irmãos. Ela estava tão distraída que quase não sentiu a bolada que levou no ombro, passou a mão no local dolorido e logo viu uma garotinha correndo em sua direção.

– Me desculpe moça, te machuquei?

– Não machucou não, está tudo bem. Acho que isso é seu – ela disse entregando a bola de baseball para a menina.

– Obrigada.

– Ammy! – Um homem gritava de longe e corria em direção a menina. – Não saia assim sem me avisar!

– Desculpe papai, minha bola acertou a moça.

– Moça? – Ele perguntou confuso, só então viu Jane sentada no banco. – Ah... Oi, me desculpe ela está aprendendo.

– Sem problemas – Sorriu.

– Sou Tom – Ele ofereceu a mão como cumprimento.

– Jane – Ela levantou e apertou a mão do homem.

– E eu sou Amélia

Jane riu quando viu a menina esticar a mão como o pai havia feito.

– Muito prazer Amélia – apertou a mão da menina.

– Nós deveríamos voltar, a mãe dela está esperando. Foi um prazer e me desculpe novamente.

– Ta tudo bem.

Jane voltou a sentar no banco e observou pai e filha andarem juntos em direção à mãe, e pensou no futuro que poderia ter tido com Maura. Se ela tivesse aceitado estaríamos namorando, um dia casaríamos e quem sabe teríamos um bebê, ela pensou. Bebês Jane? Casamento? Qual seu problema? Eu nunca me imaginei casada muito menos com uma criança, por que agora? Ah claro, não basta Maura fazer eu me apaixonar por ela, tem que me mudar em uma menininha clichê apaixonada.

Assustou-se quando seu celular toucou de súbito, olhou na tela e era seu irmão ligando.

– Frankie?

Jane, você tem que vir aqui.

– “Aqui” onde?

Na BPD, precisamos de você.

– Okay, estou indo – ela encerrou a ligação e foi o mais rápido que pôde para a central.

*****

Depois de uma longa corrida ao subir as escadas do departamento, Jane apenas se jogou na cadeira tentando controlar sua respiração ofegante, podia sentir os olhares dos rapazes ali a observando como e ela estivesse louca.

– Vai tirar o pai da forca? – Perguntou Boucher.

– Você tem o que? 60 anos? Ninguém mais fala assim. – Jane respondeu ainda sem folego.

– Por que essa correria toda? – Korsak perguntou.

– Frankie disse que precisavam de mim.

– Eu disse sim, mas não precisava correr como se não houvesse amanhã – Frankie disse.

– Cala a boca. Por que me chamou? É sobre o caso?

– Não. É que eu estava conversando com Maura mais cedo no hospital e descobri que ela ficará no hospital por apenas mais um dia se tudo der certo, e segunda feira ela vai para Nova York...

– Essa era a emergência? – ela falou interrompendo seu irmão.

– Posso terminar de falar? – Jane fez que sim com a cabeça – Muito bem, como hoje é terça temos bastante tempo pra passar com ela, e sexta feira ela irá passar aqui pra pegar algumas coisas então decidimos fazer uma festa surpresa de despedida pra ela.

– De novo: Essa era a emergência?

– Vamos lá Jane, por favor – disse Frost com um olhar motivador.

– Tudo bem, mas o que querem?

– Ajuda com a festa, vai ser lá no Dirty.

– Então por que querem minha ajuda? Lá eles arranjam tudo.

– Não exatamente, eu aluguei o lugar, Ma enviou uma lista com as comidas, Korsak vai tocar, Frost já está encarregado das bebidas, agora você... você vai fazer um discurso.

– EU?! Eu sou péssima com discursos!

– Nós sabemos, mas você é a melhor amiga dela Jane, você tem que fazer isso.

– Okay, posso tentar.

*****

Maura estava sentada em sua cama de hospital lendo um livro de medicina, porém não conseguia focar-se, ficava pensando se sair de Boston era mesmo a coisa acerta a se fazer. Cansada de ficar parada, Maura levantou da cama e começou a andar de um lado pro outro sussurrando para si que fizera a decisão certa designada a se convencer te tal coisa. Parou de andar, roendo a ponta da unha do dedão.

– Você não deveria roer suas unhas – disse a visitante.

– Cailin! – Maura se surpreendeu ao ver sua meia irmã ali – O que faz aqui?

– Eu estava passando pela vizinhança e resolvi fazer uma visita.

– Entendi... Mas como você está?

– Eu? Não sou eu que estou no hospital – riram baixo – Estou bem, e você?

– Estou bem, só esperando alguma notícia.

Cailin concordou com a cabeça entrando no quarto, ela olhava curiosa os cantos do cômodo. Maura podia ver que algo a incomodava, e mesmo desconfortável por não ter tanta intimidade com a menina, perguntou:

– Ta tudo bem?

– Não exatamente. Podemos conversar?

– Claro, sente-se. – Ela apontou para a poltrona dos visitantes e sentou em sua cama.

A menina sentou na poltrona desconfortável, Maura a olhava com atenção ansiosa para descobrir o que viria à seguir, mas a mais nova nada disse e um silencio desconfortável tomou conta do quarto.

– Sua mãe te ofereceu um emprego, certo? – Ela disse depois de um longo tempo.

– Sim, ela ofereceu.

– Você aceitou?

– Aceitei sim, por quê?

– Eu não sei, parece estranho. Sinto que tem alguma coisa errada.

– Não há nada errado, Cailin. Eu liguei para o tenente do departamento que vou trabalhar, e já combinei tudo com ele, não tem com o que se preocupar.

– Mesmo?

– Mesmo. Não se preocupe.

– Okay, desculpa o incomodo, é que achei estranho pelo fato de você estar deixando tudo pra trás. Você lembra quando me conheceu? Eu tinha acabado de me mudar pra cá.

– Mas você é nova ainda Cailin.

– Mesmo assim, só não quero que se arrependa depois.

– Se eu me arrepender eu volto.

– É... pode manter contato comigo... se quiser. – ela pegou seu celular para checar o horário – Eu tenho que ir, a gente se fala outra hora. Tchau Maura, espero que saia desse hospital logo.

– Obrigada, tchau Cailin.

– Sabe, você pode me chamar de Cay, se quiser. Meus amigos me chamam assim.

Maura sorriu com as palavras da irmã.

– Seria uma honra, Cay. Pode me chamar de Maur se quiser.

– Jane me mataria – Ela sorriu e foi embora.

Maura estava feliz pela aproximação que teve com sua irmã, sentia que seriam irmãs mais próximas futuramente. Ela voltou a andar de um lado para o outro quando ouviu mais alguém entra no quarto, virou-se, era seu médico. Ele entrou no quarto com um sorriso, cumprimentando Maura e checando se tudo estava bem.

– Fico feliz em dizer que amanhã você já vai poder ir pra casa.

– Vou receber alta amanhã? – perguntou sorrindo.

– Sim, mas tem que se cuidar. Vi nos seus exames que você bebeu quando esteve fora do hospital.

– Ah... sobre isso, eu bebi sim, mas eu estava tendo um dia difícil. Eu sou cuidadosa quando se trata de álcool, só ontem que extrapolei um pouco, porém não muito.

– Tudo bem, mas lembre-se que estás tomando remédios, e que a bebida corta o efeito então tenha mais cuidado.

– Eu terei.

*****

A estrada estava vazia, não haviam muitos carros na rua, a música que tocava no carro de Jane a distraia do que estava por vir. A música Red House do Jimi Hendrix tocava em um volume baixo no carro, Jane se deixava levar pelo solo de guitarra que adorava. Sem pressa nenhuma ela estacionou o carro em frente ao hospital, desligou o carro com relutância pois queria terminar de ouvir a música, mas desligou. Pegou suas coisas e saiu do carro, o hospital estava cheio, Jane andava com calma, pegou o crachá de visitante e entrou no elevador que estava um pouco cheio, um bebê no colo de uma mulher não parava de chorar, a mulher parecia desesperada. Outro senhor se apoiava na parede do elevador, parecia ofegante. Jane sentia que poderia pegar mil doenças naquele elevador. Soltou um suspiro de alivio quando chegou no andar desejado, e saiu o mais rápido, sentiu a beleza do silêncio, sem choros de bebês.

Jane atravessou o corredor do hospital, passando por vários quartos até que chegou no de Maura. Bateu na porta e ao ouvir a permissão ela entrou.

– Jane. Oi, o que faz aqui?

– Oi, Cavanaugh disse que eu deveria ficar com você, e ma pediu pra eu te trazer isso – entregou um pote com tampa. – Segundo ela, você está muito magrinha.

Maura abriu o pote e ficou com água na boca quando viu vários cokies dentro.

– Obrigada, é bom poder comer algo diferente. Diga a ela que agradeço muito.

– Claro... Mas e ai? Não cansa ficar deitada o dia todo?

Maura riu.

– Um pouco, mas amanhã eu ganho alta e voltarei a me exercitar mais.

– Longas caminhadas no parque?

– Tipo isso – riram – ...É bom conversar assim com você.

– É sim. – sorriu sentando na poltrona – Senti saudades dessa cadeira.

– Essa tão confortável?

– Você sendo sarcástica? Vê Maur? Melhoramos, por que não fica?

– Porque melhoramos apenas pelo fato de que estou indo embora.

– Não vá.

– Eu tenho Jane, eu não tenho outra escolha, mas não se preocupe.

– Com o que?

– Com minha partida.

– Por que?

– Eu vou voltar pra você.


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Notas finais do capítulo

Final meio bosta, mas vale. Reviews?