It's You escrita por Malina


Capítulo 19
We know who I truly love


Notas iniciais do capítulo

Eu tive um ataque de criatividade então acho que esse capitulo ficou bem comprido, mas enfim... Eu espero que gostem :*



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Já estava tudo planejado, Sam seguiria na frente, ao endereço indicado pela legista e chegaria mais cedo, enquanto Maura iria atrás em seu carro. Eles repassaram várias vezes o planejado para que nada desse errado.

– Okay, então eu chegarei no bar uma hora antes, esperarei do lado de fora até que ele entre, e após alguns minutos eu entrarei disfarçado e observarei tudo de longe – Disse Boucher

– Então eu chegarei e discutirei o resgate com o Tyler – Maura prosseguiu.

– Tem certeza que não quer pôr escutas? – perguntou Korsak.

– Tenho. Não quero que ocorra problemas.

– Okay, então está tudo certo?

– Sim, vocês ficam aqui resolvendo o caso, enquanto eu e Sam iremos ao bar.

– Boa sorte – a equipe desejou e os dois agradeceram.

– Maura, posso conversar com você? – Boucher perguntou

– Claro.

– Você concorda com tudo né?

– Você sabe que sim.

– Só para confirmar, Jolly Bar em uma hora.

– Isso... Eu aparecerei... logo depois... – Maura estava tendo dificuldades para falar, então apressou o passo dizendo – Se me der licença, eu tenho que... que fazer uma coisa.

Sam observou a legista desaparecer pelos corredores, ela corria em direção ao seu escritório, mas como viu que estava longe demais optou ir pelas escadas, mas ficou por lá mesmo, sentada no degrau e tentando controlar sua respiração. Já respirando normalmente ela pegou o papel no bolso de sua calça, o papel onde anotara o endereço e o horário do encontro com Tyler.

Bar Rosso – 9:00 am

– Só espero conseguir acalmar as urticarias.

*****

Boucher já estava preparado para partir, estava dentro do carro confirmando tudo com a doutora Isles que permanecia fora do veículo.

– Eu irei com meu carro, vai dar tudo certo – Ela disse.

– Okay, te encontro lá em meia hora.

– Sim, como o combinado.

Ele ligou o carro e Maura pôde vê-lo sumir na estrada. Ela correu para seu escritório e pegou sua bolsa, estava preparada para trancar tudo, mas voltou e pegou uma cartela de seu remédio.

– Em caso de segurança – Ela disse olhando para o remédio e andando.

A doutora foi até seu carro, ficou sentada ali por alguns minutos, tinha tempo, estava adiantada, não estava preocupada em ir para o bar agora. Ela vasculhou sua bolsa em busca de seu celular e verificou se não havia nenhuma ligação ou mensagem de Tyler ou qualquer pista de Jane. Maura ligou o carro e partiu, mas não para o bar.

Eu estou fazendo a coisa certa? Talvez eu devesse falar a verdade para Sam e os outros, isso pode complicar para mim mais tarde... Se bem que estou mentindo por uma boa causa, é por Jane e por ela eu faço qualquer coisa... Até o que ele me pediu, o encontro de ontem foi inesperado, sei que o que ele faz é para o bem de todos... Eu acho. Ultimamente eu não tenho pensado com tanta clareza, tenho que falar para a Jane sobre ele, e sobre tudo o que ele está me fazendo fazer, que nada disso é culpa minha. Talvez um pouco, afinal eu a botei nessa situação horrível, e não posso deixar assim, já levei um tiro por ela e levarei outro se for preciso. Só espero que ele não tenha tocado um dedo nela... Mas logo logo isso vai acabar, não se preocupe Jane, eu estou chegando.

Maura então chegou no Jolly Bar, o bar que disse para Sam que era o certo. Saltou do carro com cuidado para não ser vista, não poderia arruinar tudo. Olhou ao seu redor e encontrou o local certo, pegou seu celular e o silenciou antes de escondê-lo em um arbusto que decorava o lado de fora do bar. Notando que tinha cinco minutos para chegar ao bar correto, Maura voltou para o carro e deu a partida, correndo para chegar a tempo.

*****

– Imaginei que você fosse pontual – Disse Tyler indo em direção a Maura.

– Você disse nove horas, aqui estou.

– Por favor, sente-se – ele ofereceu o assento em sua frente.

– Como está Jane? O que fez com ela?

– Nada por enquanto.

– Você não tocará em um fio de cabelo dela, está me entendendo?

– Ou o que?

– Ou eu vou ter que chamar alguém pra dar um trato em você.

– O Mascarado? Acha que tenho medo dele?

– Acho, mas não, não é dele que me refiro.

– Quem? – ele perguntou cerrando os dentes.

– Paddy Doyle.

*****

Sam olhava para seu celular sem parar, sempre checando o horário, Maura não podia estar tão atrasada, ela estava tão preocupada e bolou esse plano tão meticulosamente que Boucher não podia crer que ela não fosse aparecer. Ou talvez algo ruim aconteceu, pensou ele. Sem saber o que fazer ele tentou novamente ligar para Maura, e novamente a ligação foi pra caixa postal como nas várias outras tentativas. Ele segurava o volante de seu carro com força enquanto olhava para o interior do bar, nenhum sinal de Tyler ou Maura, Boucher já estava muito preocupado pensando em tudo que poderia ter acontecido. Ele pode ter pego ela, o Mascarado pode estar junto. E se algo acontecer? Meu deus, se algo acontecer Jane vai me culpar pra sempre por ter sido irresponsável. Tenho que fazer algo.

Novamente ele pegou o celular, mas dessa vez ele discou um número diferente.

Detetive Frost. – Respondeu o homem da outra linha

– Frost, aconteceu algo. Nenhum sinal de Tyler ou de Maura.

Como assim? Era pra eles estarem aí faz tempo.

– Mas não estão.

– Fique aí caso eles apreçam, vou tentar rastreá-la.

– Okay.

Ele pôs o celular no painel do carro, e ficou em alerta de qualquer um que passasse pela porta daquele bar.

*****

– Paddy Doyle? Sério? – Riu debochadamente – Acha mesmo que vou acreditar nisso?

– Não espero que acredite, mas quero que entenda que eu ainda não o informei de nada do que aconteceu comigo, sobre o Mascarado. E a qualquer instante eu posso ligar pra ele e omitir algumas verdades sobre você. E no mesmo instante seu apartamento pode “acidentalmente” explodir com você nele – disse ameaçadoramente, com o olhar duro.

Tyler engoliu seco, mas sem perder a pose ele disse com tom duvidoso e desafiador:

– E por que ele faria isso?

– Porque ele é meu pai, e o ultimo cara que ousou me ameaçar acabou com um picador de gelo no coração. Então se eu fosse você eu soltaria Jane.

O homem a olhava com raiva no olhar, ele acreditava no que Maura dizia, e sabia o que Paddy fazia com suas vítimas, mas mesmo assim Tyler estava duvidoso em questão de soltar Jane.

– Se eu soltar Jane eu vou acabar preso.

– Se você não soltar vai acabar morto. E eu vou lhe dizer algo... Antes preso do que morto.

– Você não pode estar falando sério.

– Sério como um ataque cardíaco.

Após um longo minuto de silencio pensando Tyler chegou a uma conclusão.

– Okay, eu solto a Jane, mas com uma condição.

– Qual?

– Você vai pegá-la e leva-la, e vai me deixar fugir.

– Nós vamos acabar te encontrando.

– Não importa. Feito?

– Feito.

Eles se levantaram e caminharam até a saída do bar, Maura acompanhou o homem até seu carro, ainda meio suspeita. Parecia ter sido muito fácil.

– O local onde ela está é esse – entregou um papel para Jane – O tempo que você levar pra chegar lá, eu estarei bem longe.

– Como sei que não está mentindo? – Disse analisando o papel delicadamente.

– Não sabe. Vai ter que confiar.

– Em um assassino?

– Eu não matei ninguém

– Deixe-me reformular então... Em um psicopata?

– Melhorou, eu acho.

Ela deu as costas e entrou em seu carro, ligou o automóvel e disparou em direção à casa que o homem havia lhe direcionado.

Não se preocupe Jane, estou chegando.

Após dirigir por alguns minutos Maura chegou à rua indicada. Ela olhava nervosamente para a casa de madeira antiga, era uma residência boa demais para se manter um refém, a grama aparada, ladrilhos enfileirados que guiavam pessoas até a porta, flores nas janelas, e cortinas floridas, uma casa perfeita para uma família grande e tradicional. A doutora olhou para todos os cantos possíveis para assegurar-se de que não havia ninguém e vagarosamente andou até o pórtico, receosa e com medo de algo dar errado Maura abriu a porta lentamente, e se surpreendeu quando viu o interior da casa. Se a residência era familiar por fora, por dentro era mais ainda, isso a fez pensar em quem morara ou mora ali, os primeiros passos dentro da casa foi para conhecer o lugar e tentar descobrir onde ele poderia estar mantendo Jane. Ela olhou ao redor, uma cozinha não tão grande e bem iluminada, frutas descansavam em uma fruteira no balcão, na mesa uma toalha branca com detalhes de renda, e ao centro um vaso com lírios amarelos. Cansada de olhar ao redor, e ansiosa para encontras a detetive, Maura começou a entrar em todos os cômodos, mas nenhum sinal da morena. Foi quando ela notou a porta no fim de um corredor.

Um porão... Ela pensou engolindo seco e apertando sua coxa, sentindo fortes pontadas nas cicatrizes.

Desde o que aconteceu com ela, desde o Mascarado ela não consegue mais nem imaginar-se entrando no próprio porão, tivera pesadelos por dias, e as vezes eles reapareciam para assombrá-la. Maura inspirou e expirou lentamente com a tentativa inútil de acalmar seu coração. Com a mão tremula ela tocou a maçaneta, respirando profundamente pensou na escuridão que estaria no cômodo, tateou os bolsos da calça a procura de seu celular, mas lembrou que ela havia deixado no bar e logo se arrependeu de ter feito tal coisa. Com medo de abrir a porta, ela deu meia volta e procurou por uma lanterna pelos quartos da casa. Foi quando enfim achou uma lanterninha de pulso num quarto infantil de paredes rosas. Ela voltou a encarar a porta do porão, já com a lanterna acesa ela respirou fundo mais uma vez e abriu a porta. Ela não precisou descer todos os degraus para avistar Jane, ela estava amarrada a uma cadeira e com um passo na boca, dormindo como um anjo. Com pressa e agora mais segura, Maura correu até a morena e a chacoalhou levemente.

– Jane, acorde. Vamos Jane, acorde – ela sussurrava.

Jane deu um pulo quando sentiu o toque e o aroma da mulher, mas foi a sua doce voz que a acordou. Ela olhava para Maura com confusão, medo e preocupação, a loira sorriu ao ver que ela estava bem, e tratou de soltá-la imediatamente.

– É você – Jane falou quando Maura desamarrou o pano que a impedia de falar.

– Sou eu.

– Como chegou aqui? Ele te pegou também? Como me encontrou?

– No caminho eu explico, Jane, agora vamos.

Rapidamente elas subiram as escadas e atravessaram a casa quase perfeita, Jane andava devagar por ter ficado muito tempo sentada e com as pernas amarradas. Elas entraram no carro da legista que começou a dirigir no mesmo instante, e só quando saíram daquela rua que Maura diminuiu a velocidade e se sentiram seguras.

– Você me achou.

– Duvidou que eu acharia?

– Mas como?

– Conversei com Tyler hoje, e eu assustei ele um pouco.

– Maura Isles assustou um criminoso? – Jane disse brincando com a mulher ao seu lado. – O que disse pra ele?

– Eu só... Omiti a verdade, disse que tinham policiais na casa, que conseguimos rastreá-lo. É uma longa história, e você está bem, isso é o que importa.

Jane olhava para a loira com um sorriso no rosto, mal conseguia acreditar que Maura Isles conseguiu mentir para Tyler, e salvou sua vida, ela sonhava com isso quando estava presa no porão, sonhava com Maura a salvando, mas a diferença é que quando ela era salva, a doutora a beijava apaixonadamente.

O caminho até a BPD tinha sido completo silencio, ambas apenas apreciando a quietude e a presença uma da outra, sempre que o sinal fechava Maura olhava para Jane, a morena olhava para a janela inspirando o ar fresco que batia em seu rosto, a legista só conseguia pensar em agarrá-la ali e agora, mas algo a impedia.

– O sinal abriu – disse Jane apontando pro semáforo.

– Obrigada. – Maura pôs-se a dirigir.

– Como está minha mãe?

– Preocupada, muito preocupada. Assim como seus irmãos e todos do departamento.

Jane ficou em silencio, então Maura prosseguiu.

– Todos ficaram loucos quando descobriram. Sua mãe não parava de chorar quando soube.

– E você?

– Eu?

– É. Como ficou?

– Tyler me ligou, disse que tinha te sequestrado, eu quase desmaiei na hora.

– Você tem que tomar cuidado, está frágil agora.

– Eu não estou frágil! – Disse alterando o tom de voz – Eu-eu estou bem.

– Me desculpe, não quis te insultar.

– Eu sei...

E agora no lugar do silencio confortante reinava o silencio constrangedor. Maura estava nervosa, sua perna chacoalhava de um lado pro outro sem cessar.

– Sabe... Sam ficou bem mal quando soube.

– Boucher? Sério? – Ela soltou um riso.

– Ele disse que te ama.

– hm...

– “hm”? É isso que tem a dizer?

– O que quer que eu fale? Que ele é trouxa? Que eu não o amo? Porque isso nós duas sabemos.

– Que ele é trouxa?

– Não. Quem eu realmente amo.

– Jane...

– Não, só continua dirigindo.

~ Continua...


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Notas finais do capítulo

O que estão achando desse novo lado da Maura?
Reviews?
Logo a continuação estará aqui.