Os raios de sol quentes queimam meu rosto, abro meus olhos, e me movo um pouco para sair da mira dos raios solares.

Olho em volta, "Não foi um pesadelo" Penso, vejo alguns agentes a metros de mim, eles também deve sentir muita fome, e fraqueza. Eu queria falar com eles, dizer que nós podemos nos juntar e sair daqui, mas eu não tenho força nem pra falar, não vou ter pra me levantar e sair andando por ai.

É então que eu percebo. Eu não sei onde estou. Sei que aqui é um galpão, sei que é velho e as paredes são feitas de madeira. Sei que os raios solares batem no meu rosto por entre as aberturas e furos da madeira. O que me faz tentar raciocinar, nós estamos em um lugar afastado.

Afinal, se aqui é de madeira, então é um galpão muito velho, tem aberturas demais, a maioria circular. Então já ouve um ataque com armas de fogo aqui. A S.H.I.E.L.D com certeza está nós procurando, e se ainda não encontraram é porque é um lugar esquecido.

"Eu devo estar muito longe de casa" Penso, me movo um pouco, a madeira raspa na minha pele descoberta, e eu tento impedir isso.

Gemo um pouco por conta da dor de cabeça que vem com tudo e o vazio que sinto no estomago, nos últimos dias eles só nos dão comida para sobreviver. "Ai..." Penso movendo minhas mãos para o pescoço onde a madeira raspava, doía muito.

Eu realmente não sei a quanto tempo estou aqui, não sei quantos dias se passaram, e nem quantos dias eu dormi antes de acordar e me ver aqui, algemada e fraca.

Mas o que eu sei é que eu pensei em Steve todos os dias.

Eu sinto tanta falta dele, mas eu me perguntei porque a viúva já não tomou o controle, eu estou fraca, longe de Steve, ela poderia, mas não o fez. Ou tem algo a impedindo. Não entendo. Eu tento afastar meus pensamentos da viúva, quanto mais pensar nela, mais força ela terá contra mim. Então eu tento pensar em outra coisa. Penso em Steve.

Olho pro nada, me lembrando do dia que eu e Steve nos conhecemos.

–Segurem ela.- O médico dizia enquanto Steve e Nick corriam até mim e seguravam meus braços. Eu me debatia, tentava me livrar de suas mãos, mas eles eram muito mais fortes. Eu tinha uma faca, mas o que eu queria com ela? Ah, sim, eu queria matar o médico. Mas por que eu queria matar o médico? Eu não sei, só sei que eu sentia muita raiva, muita, muita, raiva.

Steve e Nick me forçaram sentar em uma cadeira branca mas eu tentava sair, eles me prenderam e eu rugi pra Steve, ele me olhou com uma cara de pena e eu fiquei me perguntando o porque. Eu estava fora de mim, a viúva estava me dominando por completo e tudo que eu queria era matar lentamente cada um naquela sala.

–Você vai ficar bem, Natasha.- Steve disse, e daí a minha parte "Natasha" ficava ecoando a voz de Steve dizendo meu nome, uma voz doce e calma, uma pessoa que transmite um calor maravilhoso, sua áurea era tão pacifica, você poderia ficar ao lado dele nas piores situações e se sentiria protegida, tudo nele era bom, e quando eu o ouvi dizendo meu nome, era como se eu tivesse me acalmado, sua áurea me contagiou e então, eu apaguei.

No dia seguinte, ao acordar, eu não o vi. Eu não o vi por dias, fiquei presa, passando pela quarentena, mas a voz dele dizendo "Natasha" ecoava na minha mente.

Me pego sorrindo fraco, e então eu começo a lembrar de quando, Steve disse me nome. Um gesto tão simples, um gesto tão normal, mas que me lembrou de tanto, não pelo substantivo próprio que carregava a frase, mas pelo seu tom.

Talvez eu não tenha me apaixonado por Steve de uma hora pra outra, talvez isso tenha se desenvolvido com o nosso relacionamento. O amor é como uma fórmula, e cada sentimento que a compõe, fazem o amor se formar. E talvez, minha fórmula do amor tenha sido cada coisa que eu sentia por Steve, cada momento. Primeiro, a calma que ele me passava, depois a confiança, a amizade, sinceridade, proteção, e então, talvez, o ciúme.

Eu não sei o que esperar, não sei se vou sair daqui, mas o que eu sei, é que eu preciso de Steve comigo, e que eu não posso passar nem mais um segundo sem ele.