The Love Competition escrita por heysarayuu


Capítulo 3
Three


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir desculpas, porque prometi "tentar" postar todos os sábados, mas estava/estou atarefada e meu computador é junto com a TV (ou seja, tenho que esperar a boa vontade dos outros para poder escrever).

O palácio da minha imaginação é parecido com o "Palácio Belvedere" que fica na Viena,Áustria.
Charlotte, Angel, Faith, Lilian e Kate são minha criação, imagino a Kate como a atriz Kaya Scodelario.



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Digerir tudo aquilo que minha mãe falou não estava sendo fácil, ainda mais por eu descobrir coisas sobre a história das bruxas que eu nem mesmo sabia que existiam, sei que são coisas pequenas, mas saber que minha vida está em jogo por causa dos meus ancestrais me deixava ainda mais frustrada, infelizmente não tínhamos muitos livros sobre a história das bruxas os que tinham eram exemplos de contos de fadas.

— Ainda pensando na conversa com a mamãe, pirralha? — James se aproximou sentando ao meu lado na árvore.

— Quero ficar sozinha — murmurei.

— Quando a nossa avó nos contou sobre que um dos filhos da mamãe teria grandes poderes e tudo mais, torci para que fosse eu, a Meredith ainda era um bebê e mesmo que não soubesse direito o que estava acontecendo queria proteger aquele pequeno ser a mesma coisa aconteceu quando você nasceu e depois o Isaac, não queria exatamente o poder, mas eu sabia que aquele que o adquirisse correria grandes perigos e eu não queria isso para os meus irmãos, por isso durante toda a minha vida passei treinando intensamente para tentar aumentar meus poderes, sendo uma tentativa um tanto falha, mas aprendi rápido a controlar os poucos que tenho e se você quiser minha ajuda, posso te ensinar o necessário para controlá-los por um tempo.

— Então quando você estava fora, estava treinando? — suspirei surpresa — eu achava que você saía para namorar várias mulheres.

— Porque achava isso? — me fitou.

— Um dia vi você beijando uma garota ao invés de trabalhar, não reconheci quem era, mas confesso que fiquei com bastante raiva de você.

— É realmente você tem um irmão muito bonito, as garotas sempre correm atrás dele — brincou — mas para o azar delas, o coração dele pertence somente a uma.

— O que? — falei arregalando os olhos — e vai me dizer quem é a sortuda?

Pensou por alguns instantes abrindo e fechando a boca — Sinto muito pirralha, mas temos coisas mais importantes para serem feitas — falou enquanto levantava e me oferecia a mão para me ajudar a fazer o mesmo, ele seguiu em direção a casa.

— Sério que vai me deixar curiosa? — reclamei tentando o acompanhar.

— Sim, mesmo que não tenha pedido minha ajuda, vou te ensinar a controlar seus poderes, não vou deixar minha irmã morrer porque eu não a ajudei — virou parando na minha frente — prepare-se.

Ele me olhava sério e sem que eu percebesse me derrubou com um golpe, me fazendo cair com força contra o chão.

— O quê você acha que está fazendo? — falei irritada.

— Te treinando, agora levante logo — James ordenou.

— Pensei que iríamos treinar minha magia — reclamei enquanto levantava.

— Antes de treinar sua magia temos que saber o que a ativa e depois descobrir como controla-la.

Treinamos por mais ou menos uma hora, a maior parte James me derrubava e a outra eu o torturava com minha magia, não sabia o que estava fazendo, mas odiava a ideia dele me vencer, nunca fui muito competitiva, porém James usava o nome do Kai e da nossa família para me provocar o que me deixou bastante irritada.

— Vamos logo pirralha, se você não controlar sua magia vão matar o seu amado...

Antes que ele pudesse continuar, ergui minhas mãos em sua direção, um fogo percorreu meu corpo se concentrando em minha barriga e logo atravessando pelo meu braço, e em seguida por minha mão lançando um poder invisível contra James o fazendo voar contra a porta da minha casa e derrubando a mesma.

— James! — corri em sua direção passando pela porta quebrada — você está bem? — me ajoelhei ao seu lado.

— Hm... Me lembre de nunca mais te provocar ok? — sentou com dificuldade.

— O que está acontecendo aqui? — mamãe veio correndo da cozinha, mal percebi, mas todos estavam parados nos olhando assustados.

— Nada mãe, só estávamos treinado. — falou enquanto levantava.

— Vocês estão loucos? — pausou limpando suas mãos e o ajudando a levantar — Treinem dentro de casa, funcionários do Palácio já devem está a caminho daqui, eles não podem saber que a Bonnie pode fazer mais que uma simples dor de cabeça em alguém.

— Você viu o que ela acabou de fazer? Se treinarmos em casa é capaz dela destruir a mesma.

— Ela não precisa usar seus poderes para controlá-los.

A campainha tocou, torcia loucamente que fosse o Kai não um dos funcionários do Palácio, ainda não estou preparada para servir de marionete.

— Por favor, se controle — mamãe sorriu e correu para abrir a porta principal.

Atrás dela um homem de terno caminhava em nossa direção observando a porta quebrada, sendo seguidos por uma loira baixa e por uma câmera de gravação.

— Senhorita Bennett — me cumprimentou com a mão — vim lhe fornecer algumas informações e finalizar seu formulário, se quiser pode ser em particular ou com um membro de sua família — assenti com a cabeça e seguimos pelo corredor estreito da minha casa, fomos para o segundo andar e logo estávamos no meu quarto.

— As câmeras vão filmar isso? — murmurei fitando as câmeras.

— Sim, mas não se preocupe só a família real irá visualizar — o homem se ajeitou na cadeira fornecida pela minha mãe. — Podemos começar? — tirou de sua pasta uma espécie de quadro digital, minha mãe saiu do quarto e a câmera começou a filmar — Senhorita Bonnie Bennett, você conhece a história da família real?

— Claro, parece que é a única coisa que ensinam! — falei indignada, a mulher que estava atrás do homem fez movimentos para que eu respirasse fundo e tivesse calma, fiz o que ela mandou e continuei — Mas me sinto muito grata por conhecer a história. — sorri falso.

Ter que me opor aquilo não estava sendo fácil, nunca fui uma boa mentirosa, mas para proteger a minha família teria que saber atuar, pelo menos até que eu seja a primeira a ser mandada de volta para a casa.

— A família real ficará feliz por sua gratidão — respirou fundo e prosseguiu — Com sua sinceridade, responda essa pergunta que vou lhe fazer, Você está feliz por fazer parte da seleção?

— Sinceramente? Se dependesse de mim nunca que eu estaria na seleção, odeio essa ideia de ser feita de fantoche por um homem com o codinome “Príncipe” — fiz aspas com as mãos — que nem sequer o conheço ou saberei se ele é uma pessoa boa — todos me olharam assustados — aquelas expressões significavam algo, precisava praticar mais minha atuação no espelho.

O homem engoliu em seco — Ultima pergunta, a senhorita é virgem? — Ouvir essa pergunta me deixou completamente paralisada, não sabia onde por minha cara, principalmente por está sendo filmada.

— Sim eu sou e estou me guardando para o homem certo — engoli em seco.

— Bom, por hoje é só, muito obrigada por nos receber — o homem se levantou me cumprimentando mais uma vez com a mão e logo saiu do meu quarto.

As câmeras se desligaram e todos, exceto a loira saíram do meu quarto, ela sentou-se na cadeira e ficou me observando, parecia procurar palavras certas para começar a falar.

— Você... Hm... Você foi bem — sorriu.

— Não fui não, quase não consegui me segurar para falar umas poucas verdades — respirei fundo — Por que todos me olhando assustados quando respondi a pergunta “Você está feliz por fazer parte da seleção?” — a observei.

— Ah... é porque você foi a única que realmente falou o que pensava, todas as outras deram respostas falsas — sorriu — espero que isso não a comprometa.

— Eu fui a ultima a passar por isso ou falta mais alguém? E porque iria me comprometer?

— Não, ainda faltam mais duas — pensou por alguns segundos — por essa resposta você já poderia está fora da seleção, eles pegam pesado nas escolhas.

Ao ouvir aquilo me senti mais tranquila e sem perceber um sorriso enorme tomou conta da minha face, deitei na cama olhando para o teto e imaginando que a ideia do casamento iria poder realmente acontecer, fiquei tão em êxtase que mal lembrava que ainda estava sob a companhia da loira.

— Pelo visto a senhorita ficou bastante feliz por saber disso — falou me tirando das minhas alucinações.

— É, realmente fiquei — sentei-me novamente — você vai ficar aqui? — tentei não ser rude.

— Ah desculpa, são ordens da realeza uma de suas criadas e dois seguranças permanecerem na casa da escolhida até que a mesma se dirija para o palácio.

— E onde eles pensam que vocês vão dormir? Eles pelo menos sabem que existem selecionadas pobres?

Ela pôs sua mão sobre minha perna com um sorriso em seu rosto — Não se preocupe, viemos preparados — piscou.

— Fico mais aliviada não iria deixar ninguém dormir no chão, porém mesmo assim, o porquê dois seguranças e uma criada? — a fitei.

— A senhorita sempre faz muitas perguntas? — riu e respirou fundo — Sinto, mas não posso lhe dizer.

Minha mãe nos interrompeu abrindo a porta, fazendo com que a loira desse um pulo da cadeira e a cumprimentou segurando em seu vestido com uma reverencia mamãe a retribui.

— Por favor, pode nos deixar a sós? — sorriu.

— É claro — me fitou — se precisar de algo, é só chamar Senhora — sorriu e logo saiu.

Esperei alguns segundos e encarei minha mãe — Não sei se vou aguentar isso tudo por muito tempo — levantei minha perna deixando meus pés sobre a cama e abraçando meu joelho.

— Você vai sim — sorriu — Você é uma Bennett, não se esqueça disso.

— Ser uma Bennett me impede de ter medo? Porque eu estou com muito medo, muito mesmo. — abaixei minha cabeça sobre minhas pernas.

Senti seu corpo se aproximar do meu e me contornar com um braço — Querida, medo é algo a parte, mas você terá que ser muito forte, tenho algo para você — levantei minha cabeça e a observei tirar de seu bolso um pequeno livro — Chamamos de grimório, neste livro existem feitiços que irão de ajudar a controlar seus poderes, porém existem também feitiços muito fortes — me entregou o mesmo — Prometa que só irá fazer os feitiços necessários para te ajudar a controlar, nada além desses — falou séria.

Assenti com a cabeça — Prometo — sussurrei — Ma-mas... Eu achava que não existia mais esse tipo de livro — analisava encantada com cada página do mesmo.

— Conseguimos salvar este, por isso você tem que fazer o possível para manter em segredo.

Minha mãe saiu e eu permaneci sozinha encarando o livro, sem saber se deveria começar a praticar, peguei o mesmo que estava sobre uma mesinha que ficava ao lado da minha cama e folheei mais uma vez cada página do livro, tentava repetir algumas palavras, porém fracassava em todas, mal conseguia entender o que significavam.

Deixei de lado o livro ao ver a hora, já estava próximo de Kai vim me ver como sempre fazia, desci para cozinha e pedi para que minha mãe me ajudasse a preparar algumas refeições, confusa, mas sem fazer nenhuma pergunta a mesma me ajudou, preparamos torta de maça coletada do nosso quintal, suco e algumas outras coisas, por incrível que pareça fiquei feliz pelo os funcionários do Palácio terem vindo, pois trouxeram bastante comida.

Peguei dois pedaços de cada refeição e dois copos de sucos, caminhei para o meu quarto, acendi algumas velas e arrumei os alimentos sobre uma toalha de mesa no chão.

Assim que acabei alguém bateu na porta, abri a mesma e fui recebida com um enorme e belo sorriso.

— Finalmente descobriu onde fica a porta principal — sorri.

— Ainda sim prefiro a minha amada janela — sorriu — mas infelizmente aqueles seguranças não me permitiram entrar pela mesma.

— Sua amada? Estou sendo trocada por uma janela? — ironizei.

— Hm... A janela me parece uma boa opção — piscou olhando por cima do meu ombro — Ok, o que é isso tudo?

— A-Ah entre... Hm... Preparei algo para a gente — abri caminho para que o mesmo entrasse, o observei entrar e parar com seus músculos tenso, caminhei em sua direção — Gostou? — sorri entrelaçando nossas mãos.

— Sim... M-mas por que tudo isso? Comemoração de algo?

— Bom... Mais ou menos — me sentei na extremidade esquerda da toalha e fiz sinal para que Kai fizesse o mesmo com na outra — Como você percebeu, os funcionários do palácio se instalaram aqui e um deles me informou que devido a uma resposta que dei na entrevista, poderia ser a primeira ser mandada embora.

Já sentado a minha frente, Kai me olhava curioso — E qual seria essa resposta?

Suspirei — Bom, não vem ao caso, mas o fato é que poderemos nos casar — meu coração pulava freneticamente entre ansiedade e felicidade por poder finalmente falar sobre tal coisa, em meu rosto um sorriso profundo formava-se.

— Bonnie... — sussurrou — Não poderei me casar com você — sua expressão era uma mistura de tristeza e angustia, seu olhar me pediam desculpas silenciosas.

Meu coração que antes pulava de forma agitada aos poucos freava, poderia se dizer que estava morrendo, aquelas simples palavras havia destruído qualquer tipo de sentimentos bons.

— Eu sinto muito — suspirou.

— M-Mas por quê? — abaixei minha cabeça encarando minhas pequenas mãos.

— Estava disposto a casar com você meu amor, mas após ver que você tinha sido escolhida pensei que poderia ser uma grande oportunidade para você — segurou em minha mão — Bon, sei que você não queria isso, mas não vou deixar que você desista de algo que pode melhorar não só o seu futuro, mas também o de sua família — deslizou pelo chão ficando ao meu lado e logo segurou em meu queixo levantando meu rosto — Se você conseguiu ser selecionada, você tem chances de ficar pelo menos entre as três...

— NÃO! Kai... Por favor, não faça isso — uma lágrima caminhava sobre meu rosto — Todos estão me obrigando a aceitar isso tudo, você é o único motivo de eu continuar aguentando toda essa palhaçada, então, por favor... Não seja como eles — levei as costas da minha mão ao meu rosto, limpando as poucas lágrimas — Não me diga o que tenho que fazer, pois eu quero ficar com você e não vou aceitar continuar nesse circo por dinheiro e títulos nobres.

— Sinto muito, mas não quero ficar entre seu futuro — beijou minha mão e logo se levantou.

Em um pulo me levantei ficando na sua frente — Kai! Você é o meu futuro — envolvi meus braços sobre seu pescoço levando meu rosto em direção ao seu aproximando nossos lábios.

Tentou relutar contra seus instintos mas logo fracassou permitindo-se vivenciar um profundo beijo, colocou suas mãos em meu rosto segurando o mesmo e afastou-se — Prometa que tentará ficar pelo menos por um mês e depois se você chegar a sair, mas não de propósito, casaremos — beijou minha testa — Não posso permitir que perca esta oportunidade, nunca me perdoaria se a impedisse de ter uma vida melhor — me envolveu profundamente em seus braços e antes que pudesse responder o mesmo saiu.

As lágrimas que antes segurava desabaram completamente sobre meu rosto, uma dor enorme crescia sobre meu coração me impedindo de continuar em pé, caí sobre o chão frio lutando contra todos os sentimentos que me mantinha fraca e desolada, a pouca força que me restou a usei para deitar sobre a cama e finalmente permitir que a tristeza profunda tomasse conta dos meus pensamentos me fazendo chorar loucamente.

Os dias passaram-se rápidos, decidi não derramar mais nenhuma lágrima e usar toda a minha força nos treinamentos e nas tentativas de conseguir realizar algum feitiço do grimório.

O dia de ir para o palácio finalmente chegou, minha mãe me obrigou a usar o melhor vestido que tinha no meu armário, um vestido azul com pequenas flores que mesmo desgastado continuava tão lindo quanto no dia que foi comprado.

— Eae, está preparada? — Mere me abraçava enquanto caminhávamos em direção à praça.

— Que pergunta! Mas é claro que estou nervosa

— Não acredito que minha querida vai ficar longe de mim — disse se aproximando.

— Relaxa pai, logo, logo estarei em casa novamente — o abracei.

Mere parou na minha frente — Olha, sei que você está triste, mas nem pense em desistir facilmente, Ok?

— Por mais que eu queira está sempre com você, sua irmã está certa.

— Mas se eu não quero ficar lá, por que eu simplesmente não posso desistir?

— Por que um Bennett nunca desiste — piscou e logo seguiu junto com minha mãe e Isaac.

— Maninha, pelo menos tente, afinal você não tem nada a perder.

Meredith já estava ciente sobre tudo que aconteceu com o Kai, se não fosse por ela ainda estava deitada com um pode de sorvete, que Lorene a loira baixinha que agora eu sabia o nome, sempre comprava.

— OK, vou tentar.

Quanto mais me aproximava da praça, mais ouvia as pessoas gritarem por “Bonnie” e “Campeã” fazendo com que um sentimento de culpa florescesse sobre mim, pois sabia que não ganharia e mesmo assim, não queria que tal coisa se realizasse. Caminhei entre os mesmo sorrindo e acenando para todos.

Despedi-me de toda a minha família e segui com o carro para o aeroporto, por todo lugar que passava pessoas gritavam e algumas poucas com plaquinhas em suas mãos escritas Kate Johnson e muitas outras com plaquinhas da Caroline Forbes. Acho que a população já tem suas preferidas.

Algumas horas depois chegamos ao aeroporto, uma mulher com suas roupas um tanto escandalosas e cabelos loiros com mechas rosa claras se aproximou com um sorriso enorme.

— Olá, você deve ser a Bonnie Bennett, certo? — assenti com a cabeça, a moça me olhou dos pés a cabeça e conclui com uma voz trêmula — Sou a Lilian, vamos, temos muita coisa para resolver, as meninas já chegaram. Só faltava você — a loira disse séria e prosseguiu em direção ao avião.

— Ela é um tanto escandalosa — sussurrei para mim mesma.

— Você acaba se acostumando — a criada respondeu com sua voz doce.

— Espero — respirei fundo seguindo a loira com vestido vermelho escandaloso — D-desculpe-me, mas qual é seu nome? — perguntei envergonhada, pois já fazia dias que a mesma estava em minha casa e eu sequer fiz questão de saber seu nome.

— A-ah...hm... M-me chamo Faith — respondeu com seus rostos corados.

— Belo nome — sorri para a mesma — Acho que seremos grandes amigas.

As ruas da capital Linóvia City que ficavam de frente ao palácio estavam completamente lotadas, repletos de pessoas bem humoradas e com suas roupas também escandalosas, assim como de Laila, seguravam plaquinhas com nomes das selecionadas. Diferente das meninas a minha frente acenei para todos sorridente, deixando de lado toda a minha vergonha por está chamando tanta atenção.

Percorri com meus olhos por toda a multidão, até uma adolescente sorridente de mais ou menos 12 anos me chamar a atenção, segurava uma placa escrito “Bonnie Bennett, mude o país”, me aproximei da mesma que estava grudada a grade que cerva as ruas.

— Você realmente acredita que posso mudar o mundo? — sorri sem graça.

— Tenho certeza disso, mesmo eu sendo nova, vejo em você algo que possa tornar o nosso país melhor — sorriu — Um mundo que todos sejam tratados igualmente.

Abracei a mesma por alguns minutos, ela realmente acreditava em mim, já estava decidida a desistir de tudo, mas por ela eu irei tentar. Sabia que ela era uma humana através de sua áurea e que também vinha de uma família pobre devido a suas roupas gastas, depois disso abracei mais algumas pessoas que me chamavam e voltei a caminhar com as outras meninas.

— Fez bem em falar com todos, com certeza irá ganhar pontos por isso — Faith sussurrou.

— Não falei pelo os pontos, mas sim porque todos merecem ser tratados de forma igual — pausei — gostaria de poder ter falado com todos — abaixei minha cabeça fitando meus pés.

— Você é uma verdadeira Rainha — falou com um sorriso em seu rosto.

Antes que pudesse responder, as portas para o palácio se abriram deixando visível à imagem de um enorme jardim ornamental repleto de flores e arbustos, com um caminho de pedras brancas e douradas com um médio chafariz, ao final encontrava-se um enorme palácio com arquitetura barroca. Senti meu coração parar com tamanha beleza, não só eu, mas as duas garotas também estavam de boca aberta.

— É melhor do que esperava — a loira dos olhos azuis comentou com animação.

— Acho que não somos só nós “seres inferiores” que nos surpreendemos com tamanha beleza deste lugar — a morena murmurou parando ao meu lado — Me chamo Kate Johnson e você deve ser a Bonnie — sorriu.

— É-é... Prazer — ainda estava um pouco em êxtase com o lugar — Calma... como sabe meu nome?

— Li a ficha de todas as garotas, tenho tudo gravado aqui — levou seu dedo à cabeça — você não?

— Cheguei a ler, mas não dei muita importância.

— Oush... Pois deveria, é sempre bom conhecer suas adversárias — sorriu apontando para a loira — Ela por exemplo, é Vampira, sua família é bastante conhecida e é modelo.

— Não achei necessário decorar o nome de todas — engoli em seco.

Ninguém precisava saber que ao invés de focar na seleção eu passei a semana treinando meus poderes.

— Relaxa não se preocupe, caso você precise saber de algo estarei aqui — Kate sorriu.

Ok, essa atitude simpática me fez estranhar, tá certo que não tenho muitos amigos ou amigas, mas qualquer pessoa em sã consciência estranharia, ainda mais quando se está em jogo um príncipe, não que eu me importe.

— Hm... Ok, qual nome dessa loira? — apontei para a mesma.

— Caroline Forbes, se eu fosse você não ligaria muito pra ela — riu fraco.

Sem perceber já estávamos em frente ao palácio junto com as outras meninas que nos aguardavam, cheguei a ouvir algumas reclamarem baixo pela a nossa demora. O palácio é ainda mais lindo de perto, entramos no mesmo e suspiros de surpresa foram ouvidos por todos os cantos, todas estavam encantadas com a beleza ainda mais perfeita do interior.

Lilian parou em nossa frente — Bom algumas regras precisam ser cumpridas, muitas delas são para a segurança de cada uma — respirou fundo — Se alguma de vocês a descumprirem serão automaticamente expulsa ou até mesmo outras possíveis consequências — Todas engoliram em seco — A primeira delas é óbvia enquanto estiverem participando desta seleção só poderão ter relacionamento com o príncipe, A segunda é que temos horários exatos para cada coisa, como por exemplo, passear pelo jardim ou ficar na piscina somente pela manhã, não se preocupem, em seus quartos tem informações sobre, A terceira é que as mulheres tem o seu próprio lugar de “diversão”, ou seja, somente vocês e a Rainha poderão ficar neste lugar, os príncipes e o rei só podem entrar com a permissão da rainha — encarou todas mais uma vez — Venham comido, mostrarei o palácio à vocês... Ah e mais uma coisa e não menos importante, nunca... Mas nunca mesmo, pensem em ir ao quarto andar, pois ele é reservado somente para a realeza.

Após mostrar todos os lugares necessários, Lilian nos levou para o salão feminino, o mesmo estava repleto de pessoas correndo para todos os lados o lugar que antes era aconchegante se tornou um salão de beleza.

— Meninas, deixarei que os profissionais cuidem de vocês, em breve nos veremos novamente — sorriu e logo saiu.

Todas se encaminharam para seus lugares, observei cada uma falar loucamente com seus cabeleireiros pedindo mudanças radicais de cor, me encarei no espelho fazendo careta me perguntando mentalmente se eu preciso mudar em algo.

— Você acha que eu devo mudar a cor do meu cabelo? — Kate apareceu ao meu lado.

— Sinceramente? Acho que você deveria ficar do jeito que está, seu cabelo escuro realça seus olhos azuis — sorri.

— Sério? — sorriu mostrando os dentes — Que bom, já estava desesperada — riu e voltou ao seu lugar.

— Então... Você gostaria de mudar algo em seu cabelo? — um moreno falou me encarando através do espelho.

— Não quero nada muito exagerado, quero algo natural

Não que eu ligue para essas coisas, mas já que estou nesse inferno, com certeza iria aproveitar.

Algumas horas depois estávamos em uma fila para fotografar com roupas melhores, me vestiram com um vestido azul rodado de renda que tampava somente a metade de minha coxa e com um salto baixo preto.

— Nossa, você está linda — Kate se aproximou com um sorriso enorme.

— O-obrigada... Não estou acostumada a usar tanta maquiagem assim — sorri fraco.

— Não falo só da maquiagem, seu cabelo ficou lindo curto e com essas mechas caramelo.

— Ainda estou tentando me acostumar.

Após tirarmos as fotos, as criadas nos levaram aos nossos quartos. Abri a porta do mesmo e permaneci paralisada com olhos arregalados e boca entreaberta. O quarto possuía uma cama centrada branca com dourado, com móveis na mesma tonalidade e mesmo estilo barroco e suas paredes brancas com pequenos detalhes dourados.

— Senhorita, não sabia que iria aparecer agora — uma ruiva com aparência de 25 sorriu ao sair do banheiro — mas por sorte, terminamos de arruma sua banheira — segurou minhas mãos sendo seguidas por Faith e uma outra mulher.

— Vamos tirar sua maquiagem e sua roupa, precisa descansar bastante, amanhã irá conhecer o príncipe e precisa está bela — disse Faith.

— Não sei se quero estar bela — fiz careta ao sentir um pano molhado e gelado tocar em minha face.

— Mas é claro que precisa! — a ruiva falou alto.

— Ok, mas antes preciso saber o nome de vocês duas — apontei para as mesmas que tiravam meus sapatos.

— Eu sou a Angel e está é a Charlotte — apontou para a morena dos cabelos cacheados, a mesma sorriu timidamente.

Tomei meu banho durante quarenta minutos, precisava urgentemente relaxar, ordenei que as meninas me deixassem sozinha durante a noite, olhava as estrelas sentindo cada vento maravilhoso que passava pelo meu corpo, senti uma lágrima rolar sobre meus olhos e uma falta de ar eminente. Saí pelo corredor escuro em silêncio, desci as escadas loucamente sentindo mais lágrimas rolarem pelo meu rosto. Estava acontecendo mais uma vez, meus pensamentos me torturavam com as palavras de Kai.

Já não conseguia enxergar mais nada devido as lágrimas que embaçavam meus olhos, corri pelo primeiro andar tentando achar uma saída, alguns guardas tentaram me parar porém usei meus poderes deixando os mesmo com dores fortes na cabeça, continuei a minha corrida pelo corredor até que tropecei em meus pés e sem perceber esbarrei com força em alguém que imediatamente me fez cair de bunda no chão.


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Notas finais do capítulo

Sim, Damon aparece no próximo...
Então me diz, o que acharam?

Xoxo, Sarayu.