Altos e Baixos escrita por JLaw Mason


Capítulo 6
Chamar Sua Atenção


Notas iniciais do capítulo

E aí, gente?
Capitulo novinho aqui!
Não se assustem, ela só exagerou um pouco.
Boa leitura!



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Esses dias estão sendo bem confusos. Essa aproximação com Katniss está me confundindo. Katniss uma hora me trata com grosseria, outra hora ela está tão frágil e começa a chorar, Katniss está mentalmente destruída, eu entendo. Mas uma coisa eu não entendo, Por que ela chorou quando eu disse que eu ia embora? Não sei, eu só queria entender o que se passa na cabeça dela.

Quando eu vejo Katniss chorando, sinto como se eu precisasse segurar o mundo dela em minhas mãos. Não aguento a ver chorando, não aguento ver ela tão frágil, sinto um desejo de cuidar dela e não deixar uma lágrima cair de seus olhos. Katniss é minha vida, e eu não aguentaria viver longe dela. Nem que seja ao menos para trazer pães para ela, qualquer coisa, eu quero ficar perto dela. A Capital não conseguiu tirar esse amor que eu tenho por ela, o meu lado bestante não é maior que esse amor. Claro, sinto a necessidade de ser retribuído, e isso não ajuda nada em relação ao meu outro lado. Mas eu a amo.

Essa situação que acabou de acontecer ainda me deixa perplexo. Depois que Katniss falou sobre Coin, tudo passou rápido demais. Katniss caindo no chão de joelhos. Plutarch a levantando. Ela correndo porta a fora.

Minha cabeça está tão confusa que eu não tenho tempo nem de chamar por seu nome. Foi tudo muito rápido. Quando estou preste a correr atrás dela, Plutarch me impede.

– Saia da minha frente. – Digo tentando passar por ele.

– Não posso deixar você ir também. – Paro de tentar passar. – Precisamos conversar.

– Conversar sobre o que?

– Sobre o real motivo de minha visita.

– Real motivo? – Pergunto a ele. – Espero que seja um motivo bom demais, a ponto de não poder ir atrás de Katniss.

– Me acompanhe. – Ele diz caminhando até a saída da casa.

– Acho que podemos conversar aqui mesmo, Plutarch. – Digo sentando no sofá.

– Tem uma pessoa nos esperando em um restaurante aqui próximo. – Ele abre porta. – Vamos.

– Mas eu tenho que ir atrás de Katniss. – Caminho até ele.

– Ela ficara bem, Peeta. – Ele diz impaciente. – Vamos logo.

Plutarch me leva até um carro que se encontra em frente à casa de Katniss. Durante o caminho Plutarch faz perguntas sobre o Distrito. O caminho não é muito longo, poderíamos ter percorrido ele todo andando, mas Plutarch não parece querer isso. O Distrito está tão diferente, tantas coisas mudaram. As pessoas estão se reerguendo aos poucos, as pessoas que eram proprietárias de mercados de diversas coisas antes, agora estão reconstruindo-as. As obras na padaria começaram em pouco tempo. Não sei exatamente quando, mas vão. A única pessoa que sabe que eu vou reconstruir a padaria é Delly, não contei para ninguém depois da nossa conversa. O apoio dela é muito importante para mim, ela é como uma irmã.

– Chegamos. – Diz Plutarch tirando-me de meus pensamentos.

Entramos no restaurante onde está completamente lotado. Creio que Plutarch tem reservas, pois uma moça dos cabelos escuros com um vestido bem justo que vai até suas coxas, ela é bem bonita. A moça, chamada Cláudia, nos acompanha até uma mesa, onde tenho uma grande surpresa nos esperando. Na mesa se encontra o ilustre Dr. Aurelius.

– Peeta. – O Dr. Aurelius se levanta para me cumprimentar com um aperto de mãos.

– Sente-se. – Dessa vez quem fala é Plutarch.

– Qual o motivo de sua visita? – Digo me sentando.

– Bom te ver também, Peeta. – Ele diz bem humorado. Deixo uma pequena risada escapar. – Eu vim acompanhar Plutarch em uma visita aos meus pacientes favoritos.

– Aposto que o senhor diz isso para todos os pacientes. – Falo rindo.

– Talvez. – Aurelius levanta sua bebida rindo. – Vim acompanhar vocês de perto, para entender a situação melhor.

– Peeta. – Plutarch me olha meio hesitante. – Tenho uma proposta para você e Katniss. Não sei se vocês vão aprovar, mas eu preciso disso.

– Você não acha melhor falar quando ela estiver presente. – Digo achando esse assunto bem estranho. – Se ela souber que foi a ultima a saber, seja lá o que for, ela ficara com mais raiva do que já está.

– Com certeza.

– Então, se era isso, eu acho que já posso ir atrás dela. – Digo me levantando.

– Não seja desagradável, Peeta. – Plutarch se manifesta. – Fique para almoçar conosco. – Com toda certeza Katniss estava certa, Plutarch não está sendo nem um pouco agradável.

– Tudo bem. – Digo me rendendo.

A conversa segue tranquila com Dr. Aurelius falando sobre os problemas de seus pacientes, Plutarch falando sobre como andam os Distritos e eu falando apenas o necessário. Depois de um tempo eles decidem pedir o que comer. A mesma moça que nos acompanhou até a mesa, veio nos atender. Cláudia se mostra uma moça muito simpática, lembra o jeito de Delly. Esperamos pouco tempo até que a comida chegue. A conversa segue durante o almoço. Cláudia aparece sempre perguntando se estamos precisando de algo. Pretendo ter funcionários como ela em minha padaria. Depois que acabamos de almoçar lembro-me que preciso ir atrás de Katniss.

Agradeço pelo almoço e vou caminhando até a Aldeia dos Vitoriosos. Durante todo caminho me pergunto onde Katniss pode estar. Ela pode está na floresta. Não, ela não está na floresta, ela nem sai da Aldeia. Talvez ela se encontre na casa de Haymitch. Caminho a mais rápido que posso. Quando chego à entrada da Aldeia avisto a casa de Haymitch. Chegando a porta ouço risadas escandalosas. Haymitch está rindo como um louco. Bato na porta, se bem que nem precisa, mas prefiro fazer o ato.

– Garoto. – Diz Haymitch quando abre a porta. Ele está rindo feito louco. – Ainda bem que você. Olha isso. – Ele diz indicando para que eu o siga.

Ele caminha até a cozinha, ainda rindo. Quando ele chega próximo à porta ele tem uma reação esquisita. Primeiro ele arregala os olhos assustado, depois começa a rir sem parar. Caminho mais rápido até a porta e me assusto com o que vejo. Katniss está com uma garrafa de aguardente na mão esquerda, sem blusa e deitada em cima da mesa balançando a perna como uma criança. Não consigo evitar olhar para as curvas dela. Podem-se ver pequenas cicatrizes. Mesmo assim ela continua linda.

– Oh meu Deus, Katniss. – Digo indo até ela. Ela se senta ainda na mesa, e bebe mais um gole de sua bebida. Uma grande quantidade de bebida escorre pelos cantos da boca dela. O líquido desce por seu pescoço, continua descendo, desce até o vale de seus seios e eu engulo em seco. Olho novamente para Katniss e ela está me olhando nos olhos. – Me dê isso aqui. – Digo pegando a bebida da mão dela.

– Não, Peeta. – Ela diz com uma voz melosa. Tá, com toda certeza ela está bêbada. Katniss nunca usaria esse tom de voz. – Me deixa ser feliz. – Ela diz com a mesma voz. Katniss se levanta da mesa e caminha na minha direção.

– Nem pensar, você já está bêbada. – Digo levantando a mão quando ela tenta pegar a garrafa. Com esse gesto ela apoia a mão no meu peito, fica na ponta dos pés e encosta seu corpo no meu. Fico tenso com a situação. Katniss encostada em mim sem roupa. Haymitch está assistindo tudo rindo.

– Eu não estou bêbada. – Ela resmunga batendo o pé no chão como uma criança. – O que faz você pensar assim?

– Você está sem blusa. – Digo apontando para ela. Ela olha pra si mesma e depois para mim. Seu rosto não fica vermelho, o que ficaria se ela estivesse sóbria.

– Eu estou com calor. – Ela dá de ombros. – Me devolve Peeta. – Ela continua com a voz melosa. – Por favor. – Ela diz se aproximando de mim. Ela chega bem perto e me abraça pela cintura. Calma Peeta, calma. – Devolve vai. – Ela diz apoiando o queixo em meu peito para me olhar. Olho para Haymitch, ele está com a mão na barriga rindo sem parar.

– Katniss, eu acho melhor... – Não consigo terminar a frase, pois ela me interrompe.

– Por favor, Peeta. – Ela beija meu peito. Meu Deus, o que é isso? Calma, eu preciso de calma.

– Katniss, eu... – Eu não sei o que falar, eu não sei o que pensar, eu não consigo raciocinar. – Não, Katniss. Você já bebeu demais.

– Você não é meu pai! – Ela diz se afastando com raiva. Ela veste a blusa e volta a sentar em cima da mesa, mas dessa vez com os braços cruzados e faz bico. Isso é fofo, e dessa vez não consigo evitar rir. Ela me olha frustrada. – Não ria de mim!

– Vamos para sua casa, você precisa de um banho. – Digo olhando para ela.

– Você está dizendo que eu estou fedendo, é isso? – Ela pergunta irritada.

– Aguenta essa, garoto. – Diz Haymitch rindo mais ainda da situação.

– Eu não disse isso. – Digo me defendendo.

– Foi o que pareceu! – Ela volta a fazer bico.

– Eu quis dizer, tomar banho para ver se você volta ao normal.

– Eu estou normal! – Ela diz ainda fazendo bico.

– Vamos, Katniss. Deixa de birra! – Caminho até ela.

– Eu não saio d’aqui! – Ela diz virando o rosto.

– Ótimo. – Digo me aproximando mais. Passo um braço por de baixo de suas pernas e o outro por sua cintura.

– Me solta! – Ela diz se mexendo.

– Solto não! – Digo segurando ela mais forte. Ela cruza os braços emburrada.

Caminho com ela até a saída. Haymitch abre a porta para nós. Caminho até a casa dela devagar. No meio do caminho ela passa os braços ao redor do meu pescoço e me aperta enterrando sua cabeça ali. Isso seria mais estranho se ela estivesse sóbria. Começo a sentir cócegas em meu pescoço. Katniss está cheirando ele e isso não ajuda em nada.

– Você tem um cheiro bom. – Ela diz sem tirar o rosto de meu pescoço. Não digo nada.

Quando chego até a porta de sua casa, tenho certa dificuldade de abrir. Com muito esforço consigo abrir a porta. Entro em sua casa e fecho a porta com a costa. Quando vou colocar Katniss no chão ela aperta mais o abraço em meu pescoço.

– Você já pode me soltar, Katniss. – Digo rindo de leve.

– Eu não quero. – Ela diz manhosa, rosando o nariz em meu pescoço. Sinto um arrepio correr toda extensão de meu corpo. – Você vai embora!

– Não vou, não. – Digo colocando ela no chão. Ela me olha emburrada. – Não me olha assim. Vamos fazer assim. – Ela continua com cara de emburrada. – Você sobe, toma seu banho e eu espero você aqui na sala. Sentado no sofá. – Digo sentando no sofá.

– Não, não e não. – Ela diz manhosa. Katniss caminha em minha direção e se senta em meu colo, com uma perna de cada lado de meu corpo. Eu gelo por completo. Ela passa os braços por meu pescoço e enterra a cabeça nele novamente. – Eu gosto de ficar assim com você. – Ela diz mais manhosa ainda.

– Eu também gosto. – Sussurro passando os braços ao redor de sua cintura. Eu sussurro tão baixo que ela não ouve. É melhor assim, ela só está fazendo essas coisas por que está bêbada, nada mais. – Vai lá tomar seu banho, eu te espero aqui. Prometo.

– Promete mesmo? – Ela pergunta melosa.

– Prometo!

Ela se levanta e caminha rumo à escada. Fico pensando no que está acontecendo. Katniss está agindo diferente, eu sei, ela está bêbada. Mas não é só isso, antes ela não estava bêbada, mas mesmo assim ela agiu de uma forma diferente. Continua como antes, só que mais frágil. O fato dela está bêbada me confunde um pouco. Ela está agindo como uma criança birrenta, mas fala coisas que me deixa louco. Me confunde. Não sei se essa aproximação está sendo boa. Aproximar-me do meu próprio pesadelo. Eu a amo, mas ela não me ama, e isso machuca. Ouço passas leves vindo da escada e ela aparece, com uma calça de moletom e uma camisa de mangas compridas, vindo em minha direção. Ela senta em meu colo como antes, abraçando meu pescoço e enterrando a cabeça nele. Ela continua sobre efeito de álcool.

– Eu quero aquela água que eu estava tomando na casa do Haymitch. – A voz melosa continua ali.

– Aquilo não era água, Katniss. – Digo rindo. Ela se afasta de mim, ainda em meu colo, e cruza os braços com cara de emburrada.

– Não ria de mim! Era água sim!

– Eu não vou discutir com você. – Continuo rindo. – Mas não era água!

– Você está me irritando! – Ela bate no meu braço.

– Mas não era água! – Digo rindo. Ela bate de novo no meu braço e sai no meu colo. Ela se joga no outro sofá com o rosto enterrado na almofada.

– Eu não gosto mais de você! – A voz continua melosa, mas sai abafada. Lembro-me de uma vez que Delly disse que Katniss estava com ciúmes de mim. Vamos ver se isso é verdade.

– Ótimo. – Digo levantando. Vamos ver o que acontece. – Vou para casa de Delly, ela gosta. – Digo caminhando até a porta.

– Não, não, não! – Ela corre antes que eu abra a porta e fica na minha frente.

– O que foi Katniss? – Digo segurando o riso. Meu Deus ela está completamente bêbada.

– Você vai ficar aqui! Comigo! – Ela diz com ar de mandona.

– Mas eu não quero mais ficar aqui! – Continuo com a brincadeira.

– Eu não perguntei! – Ela me empurra pelo peito até chegar ao sofá. Ela me faz sentar nele e volta a sentar no meu colo do mesmo jeito de antes, a cabeça enterrando no meu pescoço. – Você vai ficar!

– Essas reações não são de Katniss Everdeen. – Escapa de minha boca sem que eu perceba.

– Eu não sou Katniss Everdeen. – Ela diz se levantando. Olho para ela confuso. – Eu sou um pássaro! – Ela diz como se fosse normal. Eu começo a rir. – Por que você está rindo? Eu posso voar quer ver?

Ela sobe em cima da mesinha de centro e começa a contar, antes que ela se jogue de lá eu vou até ela.

– Você não sabe voar! Vem! – Digo colocando ela em meus ombros.

– Eu estou voando! – Ela exclama como se acreditasse nisso. – Está vendo? Eu estou voando.

– Você não está voando. – A coloco no sofá. Ela faz uma cara de decepção.

A tarde continua assim. Tento fazer de tudo para Katniss dormir, ou um chá para ela voltar ao normal. Mas toda vez que eu oferecia chá para ela, ela dizia que eu queria envenenar ela. Ou que eu dizia que era para ela dormir ela dizia que eu queria me livrar dela. Teve uma hora que ela pegou o telefone e botou no ouvido, do nada ela o desligou e pulou no meu colo falando que era uma bomba disfarçada. O pior foi ela discutindo com ele depois porque eu disse que não era bomba nem uma. Ela disse que ele estava enganando ela. Ela também chorou porque a torneira estava “chorando”. Quando chega a noite eu faço uma sopa para ela. Logo depois vamos para sala, ela se senta no meu colo de novo, do mesmo jeito.

– Você está agindo tão diferente garota em chamas. – Digo a mim mesmo.

– Talvez eu esteja tentando chamar sua atenção! – Ela fala com a voz fraca.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Katniss piradona? Isso que dá ficar bebendo com Haymitch.
Cláudia é? Que isso Peeta? Tô de olho!
Comentários?



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