Promise escrita por Thalita Moraes


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Então, eu demorei um pouquinho :p
Espero que vocês gostem desse capítulo de hoje.



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Lentamente, Lucy abriu os olhos, lembrando-se vagamente do sonho que teve. Foi um sonho ou tinha realmente acontecido aquilo? A queimadura em sua mão, o rosto coberto por escuridão...

Por um segundo, antes mesmo de Lucy reconhecer onde estava, houve a dúvida. Ela não sabia onde estava, com quem estava. O que tinha acontecido. Então, no momento em que realmente sentiu a grama debaixo de sua pele, ela se recordou da mão de Natsu puxando a dela, de ter caída em um buraco, de ter sido transportada para uma floresta, de ter conversado com um dragão.

Aquilo realmente estava acontecendo.

À sua frente estava o céu azul. Ela se sentou na grama e olhou para os lados. Natsu não estava em nenhum canto, tinha sumido juntamente com o dragão. Tudo o que ela enxergava era uma mata densa, verde e escura. Ela tinha dormido com a cabeça em um pedaço de madeira, usando a grama como colchão.

Assim que ela se levantou para chamá-lo, Natsu apareceu na distância, empurrando folhas grossas para poder passar.

—Eu já estava pensando em te acordar. — Ele disse.

—Onde está Ryuri?

—Voltou para ver como os outros dragões estavam. Eles não ficam ao ar livre por muito tempo, por medo. — Ele disse, se aproximando de Lucy. — Nós precisamos andar também. Encontrar os outros.

—Onde eles estão?

—É melhor que eu te mostre. Eles não ficam em um só lugar. — Ele disse e começou a andar, esperando que Lucy o seguisse.

—Natsu. — Lucy o chamou, congelada no mesmo lugar onde deitara. Ela abaixou a cabeça e respirou fundo, se concentrando para buscar as palavras certas. — Você passou por isso? — Ela disse, gaguejando levemente. — Por esse...

—Sim. — Ele entendeu. — É uma forma de você encontrar a si mesmo e se aceitar. Existe muita coisa que a gente sabe, mas que está escondido em nossa mente. — Natsu então parou e inclinou a cabeça levemente para a esquerda. — O que você viu?

—Eu ouvi... — Ela disse, ainda não conseguindo encontrar a coragem. Dizer partes por parte era mais fácil. — O que aconteceu com sua magia?

Natsu sentiu como se ele tivesse sido atingido por uma bomba. O que ela estava dizendo? Como ela descobrira aquilo, somente através daquela pequena aventura dentro de si mesma?

Natsu sentiu falta de ar. Sua boca abriu para responder, mas ele gaguejou mais do que Lucy. E aquilo irritou Lucy, mais do que nunca. Ser ignorada, aquela falta de informações, continuava a irritá-la profundamente.

—O que aconteceu? — Ela perguntou novamente, dessa vez, mais segura de suas palavras. — Você não pode mais usar sua magia?

Natsu lambeu seus lábios e buscou as palavras novamente. Ele estava pensando em alguma forma inteligente de fugir da pergunta. Mas logo desistiu.

—Como você soube?

Era a vez de Lucy de desviar a pergunta dele.

—Como você não pôde me contar isso? — Ela disse com as mãos em suas têmporas, dando voltas ao redor de si mesma, tentando se acalmar. — Espera um pouco. É por isso que você quis a minha ajuda? É por isso que você me chamou aqui para vencer seja lá quem? — Ela fechou os olhos, uma outra ideia surgiu em sua cabeça, seguindo o mesmo raciocínio. — Foi assim que você perdeu sua magia?

Natsu abaixou a cabeça, recusando-se a ter de responder a pergunta. Mas seus olhos responderam por ele. Lucy bufou de raiva e começou a andar.

—Espera, Lucy, onde você vai?

—Para algum lugar longe de você. — Ela respondeu seca, seguindo em frente.

—Lucy, não vá por esse lado... — Ele tentou puxar o braço dela. Mas deu errado. Lucy puxou seu braço de volta, virando-se rapidamente para encará-lo. Ela não queria que ele a tocasse. A fazia se lembrar da época em que os dois contavam de tudo um para o outro.

—Me deixe sozinha! — Ela gritou, fechou os olhos e voltou a correr, sem prestar atenção de onde andava. Ela não viu o que ela tinha feito, não prestou atenção no barulho do corpo de Natsu bater em uma árvore.

No momento em que ela gritou, uma onda de força fez Natsu voar. Durante o tempo que estava treinando, ele voara de várias formas, várias vezes. Sendo jogado longe feito uma bola de futebol pelos dragões tinha quebrado seu corpo e, ao mesmo tempo, o feito mais forte ainda. Mas, aquele impacto foi o suficiente para deslocar seu ombro. Ele gemeu e tocou seu braço imobilizado, olhando para o caminho que Lucy seguira.

Ela estava forte. Mais forte do que imaginara. A raiva talvez fosse um fator contribuinte. Talvez, inconscientemente, ela realmente queria que ele deslocasse o ombro.

Ele queria evitar aquilo. Os gritos e as vezes em que usava sua magia sem perceber. Ela não era a pessoa mais forte que conhecera, mas a mais instável. E era exatamente isso que a fazia perigosa de todos.

***

Correr em uma floresta sem olhar para onde anda sem se machucar é uma tarefa humanamente impossível. Lucy empurrou o mato alto para poder ultrapassar, mas, de alguma forma, ela acabou esbarrando numa árvore e, com o impacto, ela escorregou e caiu sentada em uma poça de lama. Ela desistiu. Se jogou para trás, deitando na sujeira. Ela sentiu uma gota de água escorrer pelo seu rosto. Estava chovendo?

Não.

Desde quando ela estava chorando? Porque ela estava chorando? Porque ela estava se importando?

Natsu mudara. Lucy tinha percebido isso. Ele não era a mesma pessoa que ela uma vez conhecera, ela ainda estava tentando assimilar essa informação. Ela também tinha mudado, embora não quisesse admitir para si mesma.

Como ele tinha mudado?

Quando ela tinha mudado?

Pessoas mudam. Ponto final. Não há como definir uma linha temporal para identificar quando isso aconteceu.

Talvez ela estivesse chorando porque, em alguma parte do seu coração, ela ainda o amasse. Ela ainda imaginava o mesmo que ele era, um ano atrás. Sorridente, animado, impulsivo. Ela ainda conseguia se imaginar da mesma forma como era, um ano atrás. Sorridente, brincalhona. Corajosa. Ingênua.

Quando ela deixou de ser aquela menina de sempre? Quando foi? Como?

Porque as coisas não poderiam continuar daquela forma como estavam?

Quanto mais Lucy pensava nisso, mais ela se convencia de que a culpa era de Lisanna. Se ela não tivesse desviado Natsu. Se ele não tivesse prestado mais atenção nela.

Se ela nunca tivesse voltado de Edolas.

Talvez tudo poderia continuar da mesma forma.

—Ora, ora... O que eu vejo por aqui? — Uma voz conhecida a chamara. Lucy se assustou e se levantou rapidamente. O susto de ver Lisanna parada na sua frente, com um sorriso maligno no rosto e o cachecol de Natsu enrolado em seu pescoço a fez se esquecer da lama em seu corpo. — Um porquinho em um chiqueiro.

—Lisanna? — Lucy perguntou baixinho, não conseguindo acreditar no que estava vendo. Seus olhos estavam arregalados, seu queixo pendente, prestes a cair. Ela não tinha sido sequestrada?

—Demorou para se lembrar de mim, coelhinha? — Lisanna perguntou. Lucy não conseguiu entender o tom de voz de Lisanna. Não sabia se estava sendo irônica ou se estava genuinamente brava. — Acho isso um pouco estranho, considerando que foi você quem ficou sumida por... Quanto tempo foi mesmo? Oito semanas. Dois meses longe e nem ao mesmo Natsu lembrou-se de você.

—O que aconteceu com você? — Lucy deu um passo para trás, inconscientemente, temendo por sua própria vida. Lisanna estava amedrontadora. Ainda mais com aquele cachecol ao redor de seu pescoço.

—O que aconteceu comigo? Nada. Eu estou perfeitamente normal. Eu estou ótima. — Ela disse sorrindo. Lisanna deu um passo para frente. — Acho que o você quer dizer é... O que aconteceu com você. Lama não faz bem à pele.

Lucy sentiu-se estranhamente consciente da lama encrostada em sua pele.

—Ou... Você veio aqui pelo Natsu? — Lisanna parecia agressiva. Lucy identificou um brilho vermelho em seus olhos. — Veio buscar ele? Sentiu a falta dele, foi?

Lucy ainda desviava de Lisanna quando tropeçou em alguma coisa e acabou caindo, sentada no chão. A lama grudando toda sujeirinha que conseguia no caminho. Lucy estava tão assustada que não conseguia se mover.

—Ou será que ele te mandou? Ele te trouxe para cá para pegar o cachecol dele? — Ela perguntou tocando no cachecol em seu pescoço. — Fica tão bem em mim, não acha?

—Lisanna... — Lucy tentou fazer outra pergunta, mas Lisanna ainda não tinha parado de falar.

—Ele te mandou vir atrás de mim para pegar o fogo dele de volta, não foi? — Lisanna sorriu mais ainda. As sobrancelhas de Lucy se curvaram de uma forma que fez Lisanna pular, batendo palmas. — Sabia! Ele é tão inútil que não consegue fazer nada sozinho, teve que mandar a amiguinha vir buscar o brinquedinho dele.

Lisanna ergueu seu pulso, a palma da mão virada para cima. Uma bola de fogo surgiu à centímetros de sua mão.

—É por isso que você está aqui?

Lucy não pôde responder. Por um segundo, ela se sentiu hipnotizada com o fogo na mão de Lisanna. Por um segundo, Lucy não piscou. Por um segundo, Lucy achou que estava ali, dançando dentro do fogo junto com suas chamas. Um grito torturado passou dentro de sua cabeça e somente quando Lisanna a atacou com o fogo, Lucy percebeu o que estava acontecendo. Ela desviou bem a tempo, e Lisanna tinha socado uma árvore. Sua mão estava alguns centímetros enterrada no tronco da árvore, rachaduras se estendiam até o chão. O que teria acontecido se Lisanna tivesse conseguido atingir Lucy?

O coração de Lucy batia desesperado em seu peito, dando à ela energia suficiente para se levantar e correr mais um pouco, tendo que se desviar das bolas de fogo que voavam da mão de Lisanna, tentando acertá-la.

—O que houve, Lucy? Você não quer brincar? — Ela ria enquanto jogava cada vez mais bolas de fogo para cima de Lucy. Então, Lucy escorregou mais uma vez na terra molhada, caindo de joelhos à frente de uma árvore. Naquele instante de horror, tudo o que ela pôde fazer foi virar-se de frente para Lisanna e encarar profundamente aqueles olhos que costumavam ser amigáveis, procurando a mulher que Lisanna foi. Se ela estava ali, Lucy não enxergava mais. — Você é tão bonitinha quando está com medo.

Por instinto, Lucy fechou os olhos e agarrou a terra molhada com força, desejando que

alguém parasse ela.

Ela desejou que Gajeel estivesse ali.

Lucy se preparou mentalmente pelo ataque final de Lisanna, mas ele não veio. Lisanna reclamou alguma coisa e Lucy abriu os olhos. Lisanna olhava para baixo, para seus pés. A lama tinha congelado ao redor de seus pés, impossibilitando que ela continuasse a andar. Parando Lisanna.

Lucy imediatamente levantou-se e se pôs a correr.

—Volte aqui! — Ela gritou. — Uma hora a gente vai ter que terminar essa luta!

Lucy teve a audácia de virar para trás e replicar.

—Quanto mais tarde, melhor!


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Notas finais do capítulo

Eae? :3
Quem será que venceria numa batalha? A nova Lucy ou a nova Lisanna?



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