O garoto sem nome escrita por Gessikk


Capítulo 1
Carta 1


Notas iniciais do capítulo

A cada capítulo vai ter um novo trecho de uma musica, aconselho que ouçam e apesar desse inicio da historia, não esperem que seja focada em um Ship especifico, pois o foco vai estar nos pensamentos do Stiles e no decorrer das cartas vai estar mostrando diferentes relacionamentos e sentimentos!Espero que gostem :3"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe." Oscar Wilde



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Everything Has Changed- Taylor Swift feat. Ed Sheeran

"Is green eyes and freckles and your smile In the back of my mind making me feel right

(...)

All I know is a simple name, everything has changed"

Lembro da primeira vez que a vi. Os cabelos ruivos e cheios caindo como cascatas em suas costas, o sorriso lindo faltando o dente da frente, a pele pálida e os olhos verdes.

Eu estava ansioso com o primeiro dia de aula, só conhecia Scott em Beacon Hills e ao me deparar com tantas crianças juntas, correndo de um lado para o outro, me impedindo de encontra-lo, fiquei completamente desorientado. Eu pulava sem parar, com a hiperatividade fluindo sobre mim, sem saber o que fazer, até que com toda a minha maturidade aos 7 anos, decidi correr desesperado pelo corredor, chorando, chamando pela minha mãe.

Acabei caindo em cima de uma professora que me acalmou e me levou até a sala de aula, onde estava todos da minha turma. A partir daí não lembro de muita coisa, a não ser o quanto estava envergonhado quando vários alunos me encararam e do alívio que senti ao finalmente encontrar Scott e sentar ao seu lado.

Em meio as lembranças confusas daquele dia, lembro perfeitamente quando Lydia chegou atrasada na sala, ela parecia uma pequena boneca de porcelana, com um laço enorme no cabelo, usava um vestido rodado e rendado, sapatilhas vermelhas e uma mochila pequena em suas costas.

Scott riu e falou que a garota era exagerada, mas a única coisa que consegui pensar foi no quanto ela era linda e como se não bastasse aquele rosto perfeito, ela abriu um sorriso radiante, exibindo a falta do dente frente, o que a deixava ainda mais perfeita.

Ela veio saltando até a cadeira na minha frente e sentou enquanto ajeitava os lindos cabelos. Com minha ansiedade, nem esperei ela terminar de se ajeitar e falei apressado, tropeçando nas palavras " Oi, sou o Stiles!"

Lydia virou para trás e me encarou dos pés a cabeça, com um olhar muito maduro para sua idade, exibindo no seu rosto que tinha consciência de que era perfeita e boa demais para mim.

—Lydia. — Foi a única coisa que ela disse e foi o suficiente para mudar tudo em minha cabeça.

Antes dela dizer o lindo nome que saltou de seus belos lábios, eu apenas existia, mas depois, pude presenciar o que era viver.

Fiquei obcecado por ela a partir daquele dia, assim que cheguei em casa contei para meus pais que eu tinha encontrado o amor da minha vida e eles riram, minha mãe disse que eu estava me tornando um homenzinho e bagunçou meu cabelo, enquanto meu pai falou que depois de um mês eu teria outra paixão, mas não foi o que aconteceu.

Os meses foram passando e eu tagarelava sobre Lydia o tempo todo e lutava todos os dias para conversar com ela, pois estava desesperado para a conhecer melhor, mas a única coisa que eu sabia era o seu nome e mesmo assim, de maneira louca, sentia borboletas no estômago só de me aproximar dela.

Minha mãe começou a adoecer naquele ano e meu mundo inteiro desabou, todo dia após a escola eu ia direto para o hospital para ficar com ela. Meu pai começou a beber para tentar esquecer o sofrimento e se concentrou absurdamente no trabalho, me deixando sozinho com a mamãe.

Antes de perder a sanidade, minha mãe disse repetidas vezes que se eu gostava mesmo de Lydia, eu conseguiria conquista-la com "meu jeito Stilinski de ser". Foi uma das últimas coisas sãs que ela me aconselhou, antes de confundir sonhos com a realidade e enlouquecer aos poucos.

Por mais que tente esquecer, não consigo. Lembro perfeitamente do momento em que a máquina gélida apitou, anunciando que o coração tinha parado de bater, o coração de minha mãe. Eu segurava sua mão com força, ouvindo ela murmurar coisas incoerentes, quando parou de respirar.

Meu pai demorou horas até saber o que tinha acontecido e chegar ao hospital, desesperado, me encontrando encolhido no chão, cercado por enfermeiras, berrando, onde estava desde que vi o corpo dela ser retirado do quarto. Eu implorava que me deixassem ficar com ela, sem aceitar que já estava morta.

"Claudia Stilinski ", quando li esse nome na lápide, finalmente entendi, eu nunca mais a veria. Aquele momento foi o fim de tudo o que existia em mim. Foi nessa época que encontrei no sarcasmo uma forma de me defender, aprendi a guardar meus sentimentos e aparentar não me importar com as coisas que me atingiam, mesmo quando estava destruído por dentro. Porém, uma coisa não mudou: Eu continuava perdidamente apaixonado por Lydia Martin.

Antes de continuar, eu tenho que avisar que essa não é uma linda história de amor, é apenas o relato de um garoto problemático, então não espere encontrar um final feliz, afinal estou escrevendo sobre a minha vida.

Não tinha outra maneira que eu pudesse começar a escrever, pois tudo começou com Lydia e terminou com minha mãe. Eu não existia antes de conhecer os olhos verdes, que no mesmo instante que os vi, me apaixonei e não conhecia a dor antes da morte da mulher que mais me amou.

Se você só quer saber da minha vida, já leu tudo o que queria, pois minha vida só durou por poucos meses. Não comecei a viver no meu nascimento, mas sim quando ouvi um único nome: Lydia.

A partir de agora vou falar sobre meu fim, do que aconteceu após o dia que morri, mas que por algum motivo inexplicável, meu corpo continuou intacto e eu permaneci respirando, andando comendo, falando, mesmo com meu interior entrando em decomposição.

Se mesmo após eu ter falado isso, ainda sobrou uma curiosidade mórbida dentro de você, então leia por sua própria conta e risco.

O garoto sem nome.


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