Children escrita por OhhTrakinas


Capítulo 1
one-shot.


Notas iniciais do capítulo

Oiolaa amiguinhos :U
Era pra eu ter postado essa fic já faz tempo, mas eu enrolei ela um mês meio.. Estava difícil escrever ela. kkk Mas enfim. Postei!

Um beijo na bunda e boua leitchura '3'

[Não revisei, então deve ter alguns errinhos]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/613414/chapter/1

A mulher desce do ônibus segurando a mão de seu filho de apenas cinco anos. Iria visitar sua amiga de escola que não via a anos, desde o tempo que ela se mudara para o campo, longe da grande cidade.

A mulher de cabelos castanhos claros e medianos, com olhos de cor âmbar, vestia um vestido branco bem confortável para aquele tipo de lugar, onde tinha bastante arvores, ar fresco e nada de carros e arranha-céus. Seu filho, que estava usando uma camiseta branca com alguns botões por de baixo de um shortinho marrom escuro, calçado em sapatos nada esportivos, quem olhasse para aquele garoto diria que era um daqueles meninos mimados que não saberia se virar em nada sem a mãe, e que de fato era... Aquele menininho tinha uma aparência frágil, com olhos grandes e curiosos da cor âmbar, assim como a mãe, que olhavam a todo tempo para os lados se perguntando em que fim de mundo estava; seus cabelos loiros bem tratados que balançavam com a brisa que refrescava um pouco o calor, cobria a testa que parecia ser um pouco maior.

-Vamos querido, já estamos chegando. –Disse a mulher caminhando numa pequena estradinha que ao longe dava pra ver uma casa muito bonita.

-Mamãe, onde estamos? –Disse o garotinho.

-Estamos no interior do estado, é longe da onde a gente mora.

O garoto havia percebido aquilo desde quando chegou, tudo estava tão verde e diferente do que estava acostumado. Cadê os carros? Os ônibus? Os metrôs? Supermercados e shoppings!?

-Ahh, finalmente chegamos! –Disse a mulher aliviada, ela solta a mão do filho brevemente pra ajeitar os cabelos medianos e depois toca a campainha.

O garotinho sobe a cabeça, olhando para cima e vendo que a casa era grande e bonita.

E de repente, a porta abre.

Quem atende é uma mulher quase da mesma altura que sua mãe. Ela tinha uma pele mulata e cabelos negros ondulados, e seus olhos eram azuis, um azul bem profundo.

-Makoto! –Disse a mulher morena.

-Giovanna! –Disse a mãe do menininho loiro.

As duas dão um leve gritinho e se abraçam, dando risadas e dizendo o quão com saudades estavam uma da outra.

-A quanto tempo, amiga! –Disse sorridente a mulher de cabelos negros que estavam marrados.

-Pois é, depois que você se mudou nunca mais a gente se viu.

-Vamos, entre, entre!

A moça deu espaço e a mãe e o garoto loiro entram na casa, tratando de irem para sala e se sentando no sofá espaçoso.

-Meu Deus do céu, quem é esse menininho fofo, ham? –Disse a moça morena, sentada no sofá, colocando as mãos nos joelho e encarando o garoto.

-Pois é, minha filha, esse daqui é o meu filho!

-Caramba!!! A ultima vez que te vi, ainda estava grávida! Nossa, como ele é lindo! –Disse apertando as bochechas do garoto.

-Não é uma graça? –A mãe passa a mão nos cabelos loiros do menino. –O nome dele é Kise Ryota!

-Waahhh, a gente sempre reclamou desse nome quando éramos mais jovens, e no final das contas você acabou batizando seu filho com esse nome! Hahahahaa.

As duas riram. Kise não estava entendendo nada.

-Ele é a cara do pai, só digo isso. –A mulher morena disse, cruzando os braços.

-Cala a boca, Giovanna, ele tem os meus olhos.

-Só isso, hahahaha.

-Ei, ei e você? Teve bebê também, não? Estávamos grávidas quando nos vimos a ultima vez.

-Pois é, o pestinha está no quintal brincando, logo logo ele apare-

-MÃAAAAAAAEEE!

De repente ouve-se um grito de um garoto, que logo em seguida entra na casa segurando uma bola de futebol toda suja de lama e seu corpo também estava no mesmo estado.

O garotinho estava com a respiração rápida, os cabelos bagunçados com algumas folhinhas presas nos fios, os joelhos sujos com arranhões e um bandeide, e várias manchinhas nas canelas, mostrando que aquele garoto vivia se machucando.

Simplesmente, ele era o retrato de todo garoto traquinas que aproveita a infância da forma certa.

-Tsc, entra logo Daiki, está todo sujo! –Disse a mulher o chamando com pouca paciência.

-Mãe, acabei chutando a bola nas suas plantas... –Disse jogando a bola num lugar qualquer da casa.

-A é? Que novidade, você sempre faz isso... –Dizia a moça enquanto tirava algumas folhinhas do cabelo do filho. -Está todo sujo, olhe pra você, deveria ter vergonha! Tem visita, sabia?

O garoto se vira e encara a mulher e o garotinho que estavam sentados no sofá.

-Amiga, esse é o teu filho!? –A mulher dos cabelos castanhos pergunta meio entusiasmada.

-Pois é, nada comparado ao seu anjinho... Esse daqui é muito travesso e não para quieto. –Disse com um sorrisinho torto, passando a mão nos ombros do garoto.

-Nhaaaa, como ele é fofo!

-O nome dele é Aomine Daiki.

-Oi Aomine, meu nome é Makoto e eu sou amiga da sua mãe! Eu vi ela quando você ainda estava na barriga dela! –Dizia sorrindo.

-Oi Makoto... Oi... –Aomine encarava o garotinho loiro que permanecia perto da mãe. –Qual o nome dele? –Perguntou.

-É Kise Ryota.

-Oi, Kise Ryota! –Disse estendendo a mão cheia de machucadinhos.

-... –Kise ficou meio receoso de apertar a mão dele e se agarrou mais a mãe.

-Ora vamos, Kise! Aperte a mão dele, não seja tímido. –Encorajava a mãe.

O loirinho então obedece e aperta a mão do garoto. Kise logo percebe que a mão dele era toda cheia de calos.

-Ei, por que vocês não vão brincar lá fora? –Dizia Giovanna, a mãe de Aomine.

Kise olha pra mãe.

-Pode ir, meu amor. –Diz a mulher com um sorrisinho no rosto.

-Vamos lá, Kise! –Dizia Aomine, encorajando mais o loirinho.

Então, vencido, o garoto desce do sofá e segue Aomine para fora de casa, deixando as duas mulheres na sala sozinha, conversando.

-Ele é muito fofo. –Disse Giovanna.

-O seu também é uma graça. –Comenta Makoto.

-Ele é um terror, isso sim. Ei, ei, vamos relembrar os velhos tempos, vamos bater um papo!

-Sim, sim, hahaha.

E começam a relembrar da juventude vividas juntas.

[...]

-Onde estamos indo? –Pergunto Kise, que estava seguindo Aomine no meio do mato.

Os dois estavam se afastando da grande casa, indo mais a fundo do jardim, pulando a cerca e indo mais pra longe, onde a vegetação começava a ficar mais densa. Aos olhos de Kise, aquilo seria uma floresta selvagem. Mas não passava de um lugar com bastante grama e arvore...

-Você vai ver só, espere aí!

Aomine para e olha pra cima, e vê uma arvore cheia de maçã. O moreninho coloca as mãos na arvore e começa a subir com certa facilidade. Kise fica encantado ao ver ele subir na arvore sem ter medo de cair.

-Uooohh, você conseguiu! –Grita Kise surpreso.

-O quê? É fácil! Não consegue subir em arvore, não? –Dizia Aomine olhando pra baixo. Kise balança a cabeça negativamente.

Aomine estica os braços até chegar nos galhos onde estavam as maças e pega duas. Depois de pegar as duas fritas ele começa a subir da arvore, parando em frente a o Kise.

-Toma. –Aomine entrega a fruta.

-Isso daqui é uma maçã? –Pergunta Kise observando a fruta.

-É lógico que é... –Disse Aomine erguendo uma sobrancelha, mordendo a fruta.

-Eu achei que elas surgiam nos super mercados e nas feiras. –Falou Kise meio confuso.

-Quê!? Mas a maçã nasce na arvore, cara! Cê é burro?

-Não! Tsc, esquece. –Kise morde e fruta, degustando o sabor que ela tinha. –Está gostoso.

-Lógico que está. Ei, ei, vem, vamos andar por aí. –Aomine pega no braço de Kise e os dois começam a caminhar.

O lugar era bonito, Kise tinha que admitir. Havia bastante espaço para brincar, bastante arvores, grama por todo lado, e havia um riacho que cortava o acesso para uma lagoa que havia perto. O loirinho então pensava “Era aqui onde ele brincava todos os dias? Que legal!”.

-Qual tal brincarmos de pega-pega? –Falou Aomine cortando a linha de pensamentos do outro.

-Pega-pega?

-Sim.

-E-eu não sei... –Falou meio encabulado. –E se eu cair? É que eu sou meio desajeitado...

-Se você cair eu te ajudo a levantar, ué! Vai, vamos, vai ser legal...

-Tá bom. –Responde com um sorrisinho.

Aomine então toca no ombro de Kise e sai correndo. –Tá com você! –Grita quando já havia tomado uma certa distancia.

-Ei, eu estava despreparado, não vale!

-Vem logo!

Kise começa a correr em direção ao Aomine, e os dois começam um pega-pega no meio daquele grande espaço.

Aomine tinha muito mais habilidade que o loirinho, corria mais rápido e se esquivava com facilidade, enquanto o loirinho era meio lento, mas conseguia acompanhar o paço do moreno.

Corriam, corriam e corriam. Gritavam feito loucos, tropeçavam e quase caiam, e se sujavam, raspando as roupas nas arvores com musgos e passavam a mão na terra.

Estavam se divertindo.

Kise agora estava mais uma vez correndo atrás de Aomine, realmente o outro era muito bom. Kise conseguia pegar o moreno mas logo quando conseguia, era pego de novo. Um saco.

-O que foi? Já cansou!? –Gritava Aomine afastado do outro, tentando o irritar e começar a correr atrás de si.

-Não estou! –Grita divertido, sentindo o suor escorrer por seu rosto e contornar o pescoço. Sua respiração estava pesada. –Eu vou te pegar!

Kise então começa a correr mais uma vez e Aomine também. O moreno passa a correr por uma área onde tinha mais arvores e as raízes eram um pouco altas. Para ele era fácil correr por ali, ele conseguia se equilibrar facilmente nas raízes, pulando de uma em uma. Enquanto Kise, com aquele sapatos de couro delicados que sua mãe o fez calçar, era um pouco difícil de se correr e se equilibrar naquelas raízes, mas fazia o possível para não escorregar.

Até que um momento, quando pulou de uma raiz para outra, acabou pisando em falso, e escorregou entre as raízes, caindo feio no chão, ralando o cotovelo e joelho.

Aomine escuta algo caindo e olha pra trás, e quando percebe o outro já estava chorando.

O moreno corre em direção ao loirinho que estava no chão um pouco preocupado. Ele ajuda Kise a se sentar e mesmo assim não parava de chorar.

-Calma Kise, só foi um machucadinho!

-M-mas está doendo! H-huaa~

-Tsc, como você é chorão, para de chorar!

Bem que Kise tentou, por breves segundos segurar o choro mas, a boca se abriu novamente e lentamente e retomou o choro, e parece que voltou mais alto.

-Aiai viu! Parece que nunca caiu na vida! –Fingiu um certo irritamento. –Vem...

Aomine fica de costas para o loirinho.

-O-o que foi? –Disse gaguejando, puxando o ar com força, tentando parar de chorar.

-Eu vou te carregar, vamos sair daqui, vai...

-M-mas você me a-aguenta~?

-Aguento sim, vem!

Kise então se levanta um pouco, sentindo o joelho arder. Ele se apoia no ombro de Aomine e se acomoda nas costas do mesmo. O moreno se levanta, mostrando que tinha um pouco de dificuldade em carregar o loirinho nas costas, ambos tinham quase o mesmo peso. Aomine então começa a andar se afastando das arvores e indo para perto de casa.

-Pronto... –Aomine põe Kise no chão. O loirinho se senta.

-Está doendo?

-Um pouco... Tá ardendo.

-Hm... –Aomine olha pro joelho do loirinho e percebe que não estava tão feio assim. Só estava um pouco ralado e quase não saia sangue. –Já sei, é só cuspir!

-...O que? –Disse Kise levantando uma sobrancelha.

-Cospe, ué!

-Cuspir na onde?

-No machucado!

-Eca! –Kise faz uma carinha de nojo.

-Ahh, vai me dizer que tu nunca cuspiu no machucado quando se machuca? –Aomine cruzou os braços, fingindo indignação.

-Eu não! Minha mãe sempre passa remédio.

-Tsc, então deixa que eu cuspo.

-NÃO VAI CUSPIR, NADA!

-PARA DE SER CHATO!

-SAI!

-MAS VAI MELHORAR!

-TÔ NEM AÍ! –Kise afasta a perna machucada.

-Eu prometo que vai melhorar... Vai diminuir a dor!

-Mas é nojento!

-Você nem parece um menino, sabia!? Parece uma menininha chata e chorona!

Depois dessas palavras Kise faz bico e fica murmurando. Oh não, ele iria chorar de novo.

-E-eu estava brincando, estava só brincando!

Depois que Kise se acalmou e depois de passarem quase dez minutos discutindo se Aomine ia ou não ia cuspir no machucado de Kise, o loirinho finalmente deixa o outro cuspir... Mas ainda assim, estava receoso.

-V-vai logo... –Estava com os olhos fechados e com o rosto virado, se recusava a ver aquela cena nojenta.

-Tá bom... –Aomine estava com o rosto em frente ao machucado, pronto para soltar a saliva no machucado.

-Mas vai arder? –Perguntou mais uma vez.

-Não arde, não...

-Tá... P-pode ir.

E não demorou muito, Kise escutou um som da boca de Aomine e sentiu o joelho ser molhado por algo morno e viscoso. Se segurou para não gritar e fazer cara de nojo, quer dizer, fazer cara de nojo ele já estava fazendo...

-Waahh~ Que nooojo! –Falou se contorcendo.

-Pronto, daqui a pouco vai parar de arder...

-Mas é nojento!

-Para de frescura! Agora falta o cotovelo.

-DEIXA QUE EU MESMO FAÇO ISSO! –Kise tenta virar o braço e fazer com que o cotovelo fique perto do rosto mas, estava difícil.

Então o loiro cospe no braço, perto no cotovelo, e deixa a gravidade fazer o resto... A saliva escorrega até chegar no machucado. Kise então percebe, quando a saliva tocou no machucado, sentiu um alivio. E o que ardia, acabou parando.

-Nossa, funciona mesmo. –Disse surpreso.

-Eu não disse? E o joelho, como está?

-O joelho... Uooh, o joelho melhorou! Não arde mais!

-E ai, vamos continuar brincando!? –Pergunta Aomine, já entusiasmado novamente.

-Não quero brincar de pega-pega...

-Tá... Vamos brincar de esconde-esconde!

-VAMOS!

Kise se levanta animado e segue Aomine para outro lugar.

Os dois estavam juntos e agora discutiam quem iria contar e quem iria se esconder.

-Tá bom, então eu vou contar... –Disse Aomine meio derrotado com a discussão.

-Tá!!! –Grita Kise sorridente, já correndo para longe, se distanciando do moreno que já começava a contar.

Kise iria se esconder atrás de uma grande arvore que havia perto do lago. E qualquer coisa era só se abaixar e se esconder entre as raízes da arvore.

Aomine termina de contar e vira o rosto, olhando para trás para ver se o loirinho estava por perto... Nada...

Ele cruza os braços, não estava a fim de sair por aí procurando o loiro, vai que ele bate!

Kise se vira um pouco para olhar para o Aomine. Estava um pouco afastado mas ainda assim dava pra ver o corpo do moreno. Kise acaba percebendo que o moreno estava guardando caixão.

-Mas o que... Maldito, está guardando caixão! –Falou baixinho, mostrando irritação. A vontade dele era de gritar para ele parar de guardar caixão, mas se fizesse isso estaria se revelando.

Mas alguns segundos depois, Aomine desiste de ficar parado e começa a andar, meio receoso, olhando para todos os lados, com medo de Kise sair de algum lugar correndo em direção a parede. Kise percebe que o moreno começou a se mexer, então ele vai pra trás da grande arvore e fica ali, escondido em silêncio.

Aomine caminhava na grama, olhando atrás das pedras e olhava pra cima, pra ver se Kise subiu em alguma arvore... Mas depois ele desiste de ficar olhando pra cima, sabia ele que o loiro não teria coragem de subir nas arvores... Gente da cidade é fogo, bando de medroso.

Kise toda hora olhava de cantinho, vendo o outro tentando acha-lo. Estava com vontade de dar risada mas colocava a mão suja de terra na boca, tentando se controlar para não rir.

Foi aí que Aomine se aproxima perigosamente, ele passa perto da grande arvore, e Kise, para não ser encontrado, ele desce para baixo das grandes raízes. Graças ao seu pequeno corpo ele cabia perfeitamente de baixo das mesmas. Onde estava escondido tinha bastante lama e era abafado. Havia bastante muco e sua mão, assim como os joelhos, canela e pé estavam todos sujos. Mas nem se importava mais com isso.

Aomine passa por cima das raízes, pisando em cima ainda procurando o loiro, mas em nenhum momento pensou em olhar pra baixo e ver o loirinho.

-Onde será que ele se escondeu? –Disse Aomine. –Caraca, não sabia que ele sabia se esconder tão bem.

Kise sentia a raiz da arvore se entortar com o peso de Aomine e deixar o lugar mais apertado, mas o loirinho nem se preocupava com isso, ele não pensava que aquilo dali poderia quebrar e causar um acidente o machucando, até por que crianças dificilmente vão pensar no perigo quando estão brincando, ainda mais de esconde-esconde. O moreno desiste de procurar naquele lugar e sai dali, deixando o loirinho sorridente pra trás que estava se segurando pra não dar risada.

Foi aí que Kise não percebeu, mas uma minhoca, grande e gorda, nojenta, acaba brotando da terra, bem ao lado de sua mão, subindo em cima dela, fazendo o loiro sentir uma coisa gelada, mole e viscosa movimentar-se em sua mão. Ele olha pra trás e leva um grande susto, se levantando rapidamente, mas batendo a cabeça na raiz e se atrapalhando todinho para sair daquele lugar apertado, se sujando ainda mais.

-Haaaaaaaaa!!!!! –Kise grita, grita com uma voz fina, como se fosse uma menina. Correndo em direção ao Aomine que estava de costas perto do canteiro de rosas da sua mãe, procurando Kise. –AOMINEEEEEEEEEEE!!!!

Quando o moreno se vira, ele sente um peso sobre o seu corpo, quase fazendo-o cair no chão. Era Kise que o abraçava morrendo de medo, quase escalando seu corpo para se proteger do-que-sei-lá-o-que.

-K-kise!!! –Aomine tentava falar, mas o loirinho o abraçava todo desajeitado.

-UMA MINHOCA, UMA MINHOCA GRANDE E FEIA!!! –Gritava Kise.

-KISE, TU TÁ COM MEDO DE MINHOCA!? –Aomine empurra um pouco Kise pra ter mais espaço, estava difícil segurar aquele loiro.

-EU TENHO PAVOR DE MINHOCA! –Dizia gritando, totalmente assustado, ainda não acreditando que uma subiu na sua mão.

-Para de ser medroso, Kise! Não tem mais minhoca nenhuma!

O loirinho tenta se acalmar respirando fundo com a mão no peito. Ele olha para os lados para ver se nenhuma minhoca estava por perto e olha para o braço também para ver se não tinha nenhum resquício. É, estava a salvo.

-Não quero mais brincar de esconde-esconde... –Disse Kise fazendo bico e cruzando os braços.

-Por que não!? Era a minha vez de me esconder, poxa! –Fala Aomine com uma voz de indignação.

-Tenho medo de ficar saindo por aí no meio dessas arvores sozinho... Vai que eu ache algo pior que minhoca! –Dizia olhando para o canto com as sobrancelhas para cima, mostrando medo.

-Tsc, é uma menina mesmo.

-CALADO! –Gritou.

-Tá, tá... Então o que vamos fazer?

-Eu não sei... Não conheço muitas brincadeiras.

-Hã? Você não conhece nenhuma? –O moreno estava surpreso.

-Não... –Balança a cabeça negativamente meio cabisbaixo. –É que na onde eu moro eu não saio muito de casa... Mamãe disse que é perigoso brincar na rua, e quando eu saio ninguém quer brincar comigo...

Aomine sentia cada palavra que Kise dizia. O loirinho não se divertia muito já que não tinha amigos. Raramente brincava e sempre ficava trancado em casa vendo TV.

Naquele momento Aomine percebe que precisava fazer aquele garoto se divertir.

-Então... Então vamos brincar mais!

-Hã?

-Vamos, de agora em diante eu sou seu amigo, Kise!

-O qu-

Antes de terminar de falar o loirinho é interrompido, sentindo seu braço ser puxado para um outro lugar que não sabia onde ficava.

-A-aomine, onde está me levando!? –Tentava falar Kise, que estava sendo praticamente arrastado.

-Você vai ver, vai ser bem dahora! –Sorria divertido.

Os dois correm mais um pouco e até que chegam num lugar onde a grama tinha uma grande decida.

-O que vamos fazer aqui nessa decida? –Perguntou Kise.

-Vamos ficar tontos!

-Que?

-É só deitar na grama e rolar e deixar acontecer!

-Como assim? –Kise estava confuso.

-Faça que nem eu, óh! -Aomine se deita na grama, na beirada da decida. Ele se vira um pouco e depois começa a descer rolando. Ele não parava, descia e descia, até chegar na base, onde a decida havia acabado. Kise via que Aomine estava dando várias gargalhadas, e céus! Suas roupas estavam totalmente sujas do verde da grama e cheia de matinhos.

-VEM KISE! –Grita Aomine sorrindo.

Meio receoso, já que nunca havia feito algo parecido, se ajoelha na grama e depois deita, e quase que leva um susto quando sente o corpo, sozinho, se virar e começar a rolar.

Ele descia com o corpo girando, sentindo ser puxado pela gravidade. Ele bem que se segura, mas acaba soltando um sorriso divertido apesar de tudo, até que era divertido! Ele abre os olhos e vê tudo girando, girando e girando, uma hora o sol estava no chão e a grama no céu, depois ficava tudo de ponta cabeça de novo e... Uow! Era doido de mais! Não demorou muito, até que tudo para de girar e seu corpo se acalma, parando. E Kise começa a dar risada. Uma risada divertida.

Agora que Aomine se deu conta do quão podia ser o sorriso daquele garoto. Chega brilhava aos raios do sol, era divertido.

-Minha cabeça tá giraando~ -Dizia Kise com as mãos na cabeça, ainda tentando controlar a risada.

-Lógico, você girou que nem doido!

-M-minha cabeça tá doendo! Hahaha~

-... Cê tá bem?

-Nãooohahaha~

Aomine não sabia se tinha que ajudar ele ou ficar calmo, já que ele ainda estava dando risada. Mas depois de um tempinho Kise consegue parara de rir e se acalma. Ele abre os olhos âmbares e fita o céu, vendo as nuvens vagarosamente caminharem em direção ao sol. Tudo ali era tão bonito.

-Você está todo sujo... –Diz Aomine, se aproximando do loiro.

-Eu sei, sinto o cheiro de grama em mim. –Ele se levanta, vendo o estado de suas roupas. Lamentável.

-E agora, o que vamos fazer? –Pergunta o moreno.

-Hm... Eu quero brincar mais nessa decida, achei ela bem legal. Mas não quero rolar, não... Se não acho que vou vomitar. –Disse com um sorrisinho, passando a mão na barriga.

-Hmmm.. –Aomine põe a mão no queixo pensativo. –Ohh, já sei! -Começa a caminhar para cima.

-Ei, me espera. –Kise o segue. –O que vai fazer?

-Vou pegar umas garrafas pet vazias. Vamos subir nelas e descer o morrinho, é muito dahora fazer isso.

Kise nunca fez isso, mas pelas palavras de Aomine aqui realmente parecia ser divertido.

Aomine manda o loiro o esperar onde estava, e ele foi pra sua casa pegar algumas garrafas pet vazias. Alguns minutos ele retorna com duas garrafas pets, uma pra ele e outra pro Kise.

-Aqui, toma. –Aomine entrega pro loiro.

-É só subir em cima e descer? –Pergunta Kise.

-Isso.

Aomine põe a garrafa no chão e senta em cima e Kise faz o mesmo, o imitando. Aomine se empurra com as mãos na grama e se apoia em cima da garrafa, e vai descendo com rapidez ladeira abaixo. Vendo aquilo, Kise se sente motivado e faz o mesmo, ele desce sentindo que a cada segundo ia mais rápido. Até que seu pé acaba encostando na grama enquanto descia e a garrafa vira, fazendo Kise “capotar” e descer o resto rolando.

Doeu um pouco, mas a emoção de “sair voando” e descer rolando foi mais divertida. Ele comaça a rir.

-Isso foi demais! Vamos de novo.

-Tá bom!

Eles desceram aquilo em cima das garrafas inúmeras vezes, era impossível de se enjoar daquilo, pensava Kise.

Apostaram algumas corridas e várias delas Aomine ganhava, já que tinha mais experiência.

-Vamos nós dois juntos. –Disse Aomine.

-Juntos? E cabe?

-Cabe sim, é só chegar bem perto.

-Vamos! –Respondeu o loiro sorridente.

Aomine estava na frente e Kise estava atrás. Estavam juntos o suficiente para caberem na garrafa. Kise abraça sua cintura se aproximando mais e Aomine dá o impulso. Os dois descem a ladeira rapidamente. Descem gritando. Até que a garrafa vai virando aos poucos e os dois corpos acabam caindo, rolando e rolando, mais uma vez. Estavam rindo demais, aquilo foi engraçado.

Aomine abre os olhos e vê que o corpo de Kise estava sobre si. O loiro estava com a cabeça deitada sobre seu peito e continuava a dar risada. Era bom ver aquele loiro se divertir, e triste saber que aquele sorriso tão lindo, não ganhava vida quando chegava em casa, já que sempre vivia sozinho.

Kise levanta o rosto e começa a fitar o rosto de Aomine. Agora que percebeu que estava sobre si... Mas por alguma razão ele não queria sair dali de cima, aquele corpo era quente e um pouco mais robusto que o seu.O loiro fitava aquele rosto que mostrava coragem e determinação, típico de uma criança pentelha em plenos sete anos. Aomine era bonito...

-Ei, ei, o que os dois barulhentos estão fazendo aí, eim!?

De repente uma voz feminina um tanto forte, chama a atenção dos dois que estavam deitados na grama. Era a mãe de Aomine.

-Mãe!

-T-tia...

Os dois se separam e se levantam.

-Vamos voltar, a mãe do Kise já quer ir embora.

E nesse momento os dois se olham, vendo que o sorriso onde ainda brincava em seus rostos havia morrido...

[...]

-Ahh, obrigada amiga, obrigada pela tarde maravilhosa. –Agradecia Makoto, mãe de Kise. –Ryota se divertiu muito.

-Eu que agradeço a visita. –Respondeu Giovanna, mãe de Aomine.

-Vamos embora Ryota... –A mãe do loiro o pega e coloca em seu colo, começando a nadar em direção a saída da grande casa.

Ryota em nenhum momento desviou o olhar do seu mais novo e melhor amigo. O mesmo de Daiki, que agarrava a blusa de sua mãe, parecendo querer dizer algo, que de fato queria, porém se continha.

-Se despediu de Ryota? –Perguntou a mãe do moreno.

Aomine balança a cabeça negativamente.

-Ai, ai viu, que mal educado... –Ela se abaixa e tira alguns matinhos que estavam presos em seus cabelos azuis marinhos. –Vamos tomar banho?

-... Uhum... –Disse com um olhar baixo.

Giovanna o pega no colo, levando-o até o banheiro.

Alguns minutos depois o garoto termina de tomar banho e sai do Box do chuveiro. A mãe já estava com a toalha estendida, e o enrola no pano, o secando.

-Gostou de ter brincado com Ryota? –Pergunta a moça.

-Sim...

-Parece meio triste. –Comenta.

-Eu to não... Só queria brincar mais com ele.

A mulher dá uma pausa e acaba soltando uma risada doce.

-Aiai, Daiki, tu é uma figura. –Disse beijando a testa do menor.

-Vamos ver ele de novo?

-Quer vê-lo de novo?

-Eu queria...

-Heh. –Sorri.

-O que foi? –Pergunta com a sobrancelha levantada.

-Nada não, Daiki, nada não...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Gostou.
Não gostou? Não gostou.
COMENTE!
Me ajuda demais da conta -D



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Children" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.