The Heir of The Universe escrita por Mellody di angelo, Corujinha, lover of letters, LuigiOribáDasGaláxias


Capítulo 3
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Heyyy galera :3 aqui é a Corujinha (Mih) postando meu capitulo e.e Espero que gostem e até as notas finais. C:



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POV Mi

Incrível. São três anos sem vilões malucos tentando trazer titãs de volta, sem monstros e sonhos estranhos!

Eu mudei muito. Eu aprendi muito. Finalmente fiz a viagem com meu pai, conheci vários países absurdamente lindos! Canadá, Brasil, Portugal, Espanha, Alemanha, Itália, voltei pra Grécia, Holanda, Rússia, China, Gana...
Fiquei dois anos na África, fazendo trabalho voluntário e me isolando de tudo, também. Estava tudo indo absolutamente bem. Até que um manticore resolveu me lembrar de quem eu era e onde deveria estar. Estava brincando com algumas crianças de uma tribo, quando manticore apareceu. Ficou em posição de ataque, rugindo. As crianças gritaram, assustadas, dizendo algo como "leão faminto!" Conseguimos fugir, mas papai não gostou nem um pouco disso e me mandou de volta pra cá, pro Acampamento.

Meus amigos não mudaram muita coisa fisicamente. Apenas a altura, a força, o tamanho do cabelo (Isa e Cora) e os meninos, mais músculos.
Cora passou realmente pro "lado negro da vida". Luigi já deixava as palhaçadas de lado, mas sempre tinha alguma delas na ponta da língua, pronto pra fazer todos rirem. Samu continuava triste e se culpando da morte de Isabella. Isa parecia confiante e madura, mais alegre, até. Quando ela apareceu com uma idéia repentina de banda, não pude deixar de dizer que era uma das melhores idéias que já teve.

Propositalmente ou não, estou usando isso como uma forma de me aproximar de novo. Quando me sinto deslocada, Isa ou Cora vem puxar assunto comigo, e ocasionalmente, até mesmo os meninos. Mensagem de Íris não é a mesma coisa, né gente?

Modéstia a parte, ou não, somos incríveis. Isa no vocal (admito que nunca pensei que veria ela cantar), Cora na guitarra, eu fiquei no teclado/piano, Luigi no baixo e depois de um tempo, Samu entrou como baterista.

A primeira música que tocamos, se tornou uma das minhas favoritas, assim que Isa me apresentou a banda, Imagine Dragons.
A Raiozinho começou a cantar, e logo em seguida, os outros acompanharam com seus instrumentos. Fiquei sem tocar, apenas observando e esperando minha vez. Os efeitos eletrônicos de fundo estavam perfeitos. Tudo em silêncio, comecei, suave. Cora fez um pequeno vocal em alguns refrões.

– Life isn't always what you think it'd be... - Isa abaixou o tom, e passou a cantar de modo mais calmo e melódico. Até daria pra dormir, mas o final da música não deixaria. - Turn your head for one second and the tables turn... Weah, weah... And I know, I know that I did you wrong... But will you trust me when I say that I'll make it up to you... Somehow, somehow... - Silêncio. - So you gotta fire up, you gotta let go!

E lá foram eles de novo. Admito, era de certa forma, reconfortante. Últimas notas, bateria finalizando e... Acabou.

Algum dia eu vou convencer a Isa a nos deixar tocar um show inteiro de Imagine Dragons. A Shots é absurdamente linda.

Não sei se o motivo real foi agradar Cora para que ela se animasse nos ensaios, tocando uma música da banda favorita dela ou se a música é realmente boa ou se Isa escolheu pelo fato de todos os instrumentos serem utilizados. Ou até mesmo ela quis juntar o útil ao agradável. Não sei dizer o que realmente foi o motivo, mas só sei que a próxima era Hail to the King.

No ensaio seguinte, fomos presenteados com instrumentos novos, com o símbolo de cada um dos nossos progenitores, juntamente com o nome da nossa banda, Only a Cover. Só faltava Isa querer distribuir camisetas e fazer uma propaganda na TV. O pensamento me fez rir.

Nesse ensaio, notei que todos estavam atentos, inclusive Cora, com exceção de Samuel. Isa começou a contar. Voltei a atenção para ela, para não perder o ritmo.
No refrão, Isa teve que parar. Samu deu uma desculpa, e recomeçamos. Mas quando voltamos no refrão...

– Hail to the king! Hail to the one! Kn... - Paramos. Havia entendido. A bateria não estava no ritmo. - Samu, o que foi? Tem alguma coisa te incomodando.

Samu apoiou a cabeça por entre as mãos, entre os joelhos. Olhando para o chão, cerrou os punhos, levantou o olhar com e raiva e explodiu (coisa que achei desnecessária, já que Isa nem teve culpa):

EU NÃO CONSIGO! TUDO ME LEMBRA ELA! TUDO ME LEMBRA DE EU TER SIDO A CAUSA DA MORTE DELA!

– Isabella...? - Sussurrei, baixinho, mas ele ouviu.

Sim. É culpa minha. Ela morreu pra me salvar. É MINHA CULPA!– Bradou ele, pro vazio.

– Sammy, eu te entend... - Começou Isa, mas não pode terminar a frase.

NÃO! VOCÊS NÃO ENTENDEM!– Pelo canto do olho, vi Isa vacilar quando ele reiniciou o acesso de fúria contra ela. Aquilo não daria boa coisa. - NENHUM DE VOCÊS PERDEU ALGUÉM POR SUA CULPA! POR SUA DISTRAÇÃO!

E não deu.

CALA A BOCA!– Isa o cortou, mais irritada que ele. Todos olhamos pra ela, assustados, até mesmo Samuel. - EU ENTENDO SIM, SAMUEL. EU PERDI MINHA IRMÃ TAMBÉM, CARALHO!

Se alguém souber como agir em uma situação dessas, por favor, me diga. Não sabíamos, nem cogitamos nem sonhamos nem nada. “Isa tem... Tinha, uma irmã?”
Todos ficamos sem reação, menos Cora, que franziu a testa e mordeu o lábio. Acho que ela já sabia ou descobriu sozinha.

Isa tentou falar algo, mas a voz não saiu. Ela deu alguns passos para trás, se virou, correu, saltou o palco e continuou correndo. Pensei em ir atrás dela, mas pelo visto ela precisava de um tempo sozinha. Também duvidava que fosse encontrá-la tão cedo.

Samu, depois de "reiniciar", tentou sair do palco. Eu e Cora tentamos segurá-los, mas foi em vão. Ele saiu correndo, em uma direção mais um menos oposta a de Isa. Era triste ver um amigo antes tão sorridente, agora tão abatido.

– Isa tinha uma irmã gêmea. - Disse Cora. - Ela morreu já faz alguns anos.

– Por que ela não contou antes? - Sussurrou Luigi, baixinho.

– Ela tem medo do que vocês podem pensar. - Respondeu Cora, ríspida. E saiu, apressada.

Fui pro meu chalé. Havia ficado muito tempo sem conversar com meus irmãos, então fazia pouco tempo que estávamos colocando o assunto em dia. Tinha me esquecido como era viver no Chalé 6. Era sempre "Quem pegou meu livro?" "Alguém viu minha espada?" "Cadê o engraçadinho que bagunçou meus papéis?!" Ou quando aparecia alguma aranha, mesmo que inofensiva, e todos nós acabávamos surtando, tendo que pedir pra alguém matar pra gente.

Gabriela estava sozinha, distraída, lendo. Provavelmente não me notou, pois não fez qualquer reação. Aproveitei pra pregar uma peça. Peguei uma aranha falsa que Mila usou pra me assustar quando cheguei e joguei em sua cama, do lado do seu pé.

Gabi desviou o olhar devagar, e quando notou a aranha, gritou e ficou pulando na cama histericamente. Saltou de cama em cama até ficar do outro lado do quarto, enquanto eu morria de rir no chão.

– Quando foi que você entrou?

– Agorinha.

– Você não viu nada.

– Se está falando do seu susto, - peguei a aranha de plástico, coberta pelo lençol. - ela é de plástico.

Ela parecia querer me matar.

– Vai ter volta.

– Eu sei. Aguardarei ansiosa. Acho que ainda sou melhor que você na parede de escalada.

– Devo te informar que melhorei muito. - Gabi ergueu as sobrancelhas, orgulhosa.

– Isso é um desafio? - Sorri.

– Pode estar certa que sim.

– Vamos tirar a prova.

Saímos do chalé, em direção a parede de escalada. Uns poucos semideuses estavam ali. Esperamos que terminassem pra começarmos.

– Preparar, apontar, já! - Gritei.

Gabi começou com um pouco de vantagem, mas depois peguei novamente o jeito e me recuperei. A lava cairia a qualquer momento, então precisava me apressar. Quando cheguei ao topo e toquei o sino, me virei, e vi Gabriela arfando.

– Com um pouco mais de treino você talvez consiga ficar no mesmo ritmo. - Dei de ombros.

– Engraçadinha. Vou vencer na próxima, te garanto.

Depois de Gabi voltou pro chalé, fui até o píer, onde uma lembrança ocorreu-me como água corrente.
Havia caído na água. Quando Bella me ajudou a sair, foi proclamada. “Você faz falta.” Pensei. Algumas Náiades brincavam na água. Filhas de Afrodite paqueravam os garotos que passavam de barco. Alguns filhos de Poseidon controlando a água, e virando os barcos que os filhos de Hermes apontavam. Caíam na gargalhada logo em seguida.
Pode passar o tempo que for. Mas isso jamais irá mudar.

No cair da tarde, estava andando perto da colina de Thalia, quando vi Luigi, Samu e Cora. Luigi estava vermelho, e parecia não respirar. Cora e Samuel discutiam.

– Samu? Cora? Luigi? - Perguntei, me aproximando.

– Michele - Cora pegou Luigi pelo braço e o trouxe até mim. - Leve Luigi até a enfermaria, acho que ele engoliu um inseto e não está respirando.

– Okay... - Respondi. Aquilo estava estranho, mas resolvi não questionar. Segui direto pra Casa Grande. Quíron estava dando alguns pedaços de bacon pro leopardo vivo, em cima da lareira, que rugia alegremente. - Enfermaria. - Disse, antes que ele perguntasse. - Will?

– Aqui nos fundos! - Bradou o filho de Apolo. Era o curandeiro. Praticamente todos os filhos de Apolo eram iguais, exceto por uma coisa ou outra. - Certo, o que temos aqui?

– Acho que Luigi engoliu um inseto.

– Eu to be... - Começou ele, mas um acesso de tosse repentino o interrompeu. - Água.

– Vem cá mano. Valeu Mi. - Will o conduziu até o fundo da enfermaria. Saí da Casa Grande, apenas parando pra cumprimentar Quíron.

Enquanto descia o palanque, vi Isa sentada apoiada em uma árvore. Me aproximei devagar, querendo ter certeza de que eu não seria um incômodo.

– ... my way. Show me a sign. Sweep me away. This is my word, heartbreaker, gatekeeper. I'm feeling far away, I'm feeling right there. Deep in my heart, deep in my mind, take me away, take me away... This is my word, dream maker, life taker... Open up my mind! All I believe... is it a dream that comes crashing down on me. All that I hope is it just smoke and mirrors... I want to believe ohh oh oh oh oh oh oh... But all that I hope is it just smoke and mirrors...

Demorei pra entender. Estava cantando Smoke and Mirrors. Bonita. Mas a tradução se encaixava demais no que tinha acontecido.

– Isa?

– Smoke and mirrors... Irônico, não?

– Sim. - Respondi, e me sentei ao seu lado.

– Olha só, outra: Oh I'm wishing you were here, But I'm wishing you were gone. I can't have you, And I'm only gonna do you wrong. Oh I'm gonna mess this up. Oh this is just my luck. Over and over and over again... I'm sorry for everything! Oh everything I've done! From the second that I was born, it seems I had a loaded gun. And then I shot shot shot a hole through, everything I loved. I shot shot shot a hole through, every single thing that I loved... Enfim, você não veio aqui pra me ver cantar. O que foi?

– Queria saber o que ac...

– Aconteceu comigo mais cedo e que história é essa de irmã. - Ela suspirou fundo e fitou o vazio a sua frente. Me arrependi de ter perguntado.

– Desculpa se isso te incomoda, eu... - Me preparei pra me levantar, mas ela dispensou.

– Não. Incomoda, sim, mas... Fazer o quê. A merda já fugiu. Eu tinha uns sete anos. Ela chamava Laura. Éramos idênticas, tirando a cor do cabelo e a altura. Inseparáveis. Até que um dia, estávamos brincando de vôlei na garagem, até que Laura deu um saque errado e a bola passou por cima do portão. Fui até a rua e ergui a bola por cima da cabeça, pronta pra jogar pra dentro da garagem novamente. - A cena se formou em minha mente, Isa, pequena e uma irmã que não fazia a menor idéia de como era. - Um carro havia entrado na rua. Preto. Não tinha placa. Não fazia som algum, de modo que só percebi quando faltava poucos segundos pra eu acabar sendo atropelada. - Ela cerrou os olhos e os punhos, querendo escapar de algo que não existia. Bateu a cabeça no tronco da árvore e fitou as estrelas que começavam a aparecer. - O pânico me envolveu. Não conseguia sair do lugar, como se o solo estivesse me prendendo a ele. Laura viu tudo, e correu. Me empurrou no último instante, me tirando do caminho, mas não teve como escapar da batida. Acabei caindo no chão e cortando o lábio. - Ela me mostrou a cicatriz, no lábio inferior, do lado esquerdo. Sempre havia notado, mas nunca tinha parado pra perguntar. - Quando me levantei, ela estava caída, machucada e com a nuca sangrando. Olhei pro outro lado da rua, para onde o carro havia ido. Só vi um adesivo de caveira antes dele virar a esquina e desaparecer. Gritei e chorei, até que vizinhos apareceram e chamaram meus pais, que vieram correndo. O resto é só um borrão: a delegacia, o enterro, meus surtos de culpa... E pensar que as últimas palavras dela foram “Vamos brincar lá fora?”.

Só percebi que havia prendido a respiração quando meus pulmões me lembraram que eu precisava deles pra respirar.

– E por que nunca contou pra gente? Podíamos ter ajudado você.

– Aquele que abandona o cargo que está destinado a carregar, não é honrado o suficiente pra seguir em frente quando os problemas aparecerem. Além do mais, se tem uma coisa que eu detesto é se vista como vítima. Eu posso ser a vítima, mas não quero ser tratada e mimada como uma. Sou capaz de me virar, sei disso, e não preciso do apoio de ninguém. De qualquer forma, eu superei.

Ela olhou pra mim, decidida. Mas eu não estava convencida, ergui as sobrancelhas como se dissesse “É mesmo?”. Isa bufou, rindo, mas a risada morreu.

– Se lembra da caverna do Gabriel? Anos atrás, na Grécia?

– Sim. O que tem?

– Se lembra quando Eric usou aquele feitiço na gente, que fez todos nós termos alucinações?

– Ahn, sei.

– Na minha visão, eu vi minha irmã. Estávamos na rua do acidente, e a poça de sangue ainda estava lá, fresca. Estava chovendo. O sangue começou a borbulhar, e uma mão surgiu. - Notei o quanto doía pra ela contar, apenas pelo tom da voz e ritmo. - Logo, Laura emergiu da poça, machucada, ensanguentada e me fitando com olhos dourados. Corri pra dentro da nossa antiga casa, e me escondi no quarto, entre a cama e a parede. Quando ouvi a porta se abrir e algo rastejando no chão, perguntei “Você já não me incomodou o suficiente?” Mas ouvi a voz de Bella, ao invés da de Laura, metálica e sinistra.

– Você não precisava me contar tudo isso.

– A verdade já vazou. - A corneta do jantar soou. - Vem, vamos comer. - Ela sorriu. Um sorriso meio triste. Isa colocou a mão no bolso do moletom, e pude ouvir o barulho de um pedaço de papel. - Só um comunicado que ia fazer pra vocês no próximo ensaio. - Disse ela, tirando o papelzinho do bolso e me mostrando, sem desdobrá-lo. - Nana. Surpresa.


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Notas finais do capítulo

Então pessoal espero que tenham gostado. Se gostaram comentem e favoritem pq seria bem legal e.e



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