Suspirou ficando a cada segundo mais nervoso, confessava que estava com medo. Medo dela já ter outro alguém, medo de não conseguir falar com ela como sempre se falavam, com amor e carinho. Ainda poderia reconquista-la e não deixaria essa chance passar! Por mais que esteja com medo, esteja nervoso... Nada o impediria de ir atrás dela, pois ele a amava como nunca amou ninguém.

As férias já haviam se passado e hoje seria seu primeiro dia no 3° ano do ensino médio, podia-se dizer que pela primeira vez Eduardo Almeida Campos estava eufórico com a volta das aulas, pela primeira vez gostou que fosse para a escola, seu pior pesadelo passou a ser seu maior paraíso, pois, apenas lá ele a veria novamente e o mesmo sabia disso.

Estava tão nervoso que pela primeira vez em anos levantou sedo, as 07h00min da manhã em plena segunda-feira. Sabia que não adiantaria em nada levantar-se cedo mais de qualquer forma, ele não havia conseguido pregar os olhos, para falar a verdade desde aquele maldito baile ele não conseguia dormir bem.

Suspirou e caminhou em direção da cozinha, faltava poucos minutos para dar o horário de ir a escola, precisava pelo menos comer alguma coisa para ter estomago para enfrentar ela, cara a cara. Em alguns passos o garoto chegou á cozinha e sem dizer nada aos familiares, que já estava na mesa, sentou-se.

—Duda, conta para a gente o que aconteceu. Sabemos que desde a despedida do segundo ano você está agindo estranho – comentou Junior preocupado

—Não aconteceu nada – disse somente. Sinceramente Eduardo não gostava nem um pouco de falar sobre o assunto com os familiares, na verdade com ninguém.

—Você é um mal educado! –comentou sua tia Carmem amarga, como sempre.

—Carmem, fique quieta! –repreendeu seu tio José Ricardo —Se o Duda não quer nos falar, é um direito dele –falou por fim, fazendo todos os presentes ficarem quietos

—Obrigada tio – falou baixo, tanto que apenas o homem escutou e acenou com a cabeça.

O resto da refeição foi em silêncio, apenas o barulho das colheres batendo nos pratos eram escutados, era um silêncio bom... Pelo menos para Duda

—Eu já vou indo, se não irei me atrasar –falou Junior e os outros se despediram —Quer carona Duda? –perguntou vendo o garoto acenar positivamente com a cabeça

—Quero sim, obrigada –falou se levantando —Até mais –falou ele aos outros dois que estavam á mesa

—Até –José Ricardo respondeu e Carmem apenas acenou coma cabeça

Junior e Eduardo já estavam no carro. O caminho seguia como na refeição de antes, em silêncio. Junior queria saber o que acontecia com o primo mais o respeitava e apenas seguia dirigindo em silêncio.

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Duda já estava na sala de aula, a sala ainda estava vazia e silenciosa. Não teve coragem de ir procura-la, ainda estava com medo. Mais o repreendeu e decidiu que no intervalo, com certeza iria falar com ela!

—Duda! –ouviu uma voz conhecida e se virou, dando de cara com Mosca —Fala cara! Não te vi as férias todas. Até tentei te ligar mais só caia na caixa postal, aconteceu algo –perguntou

—Não aconteceu nada – falou irritado. Mesmo que a culpa fosse dele, Mosca teve sua parcela ao propor aquela maldita aposta!

—Bem... Deixando isso de lado. Como não te vi as férias todas eu não pude te pagar – falou e Duda o olhou sem entender —Você cumpriu a aposta então te devo meu carro por um mês e até o trouxe hoje – falou ele jogando as chaves em direção a Duda, que deixou passar fazendo com que o objeto caísse no chão —Que foi Duda? Você está estranho – falou

—Eu já disse que estou bem! –gritou — Leva essa droga com você! –falou ele jogando a chave em direção do moreno. Sim, ele estava descontando sua raiva em seu melhor amigo, mais se não fizesse isso explodiria a qualquer hora e com qualquer pessoa!

—Duda você por acaso está ficando louco? Eu te devo o meu carro por um mês e você vai ficar com ele – gritou Mosca colocando a chave na mesa do outro.

—Olha Mosca... Eu não quero seu carro. Deu para entender? –perguntou com raiva

—Eu não vou parar de te encher até você me contar o que aconteceu! Sei que aconteceu algo. –falou Mosca olhando para Duda que suspirou derrotado. Ele precisava conversar com alguém e Mosca era um ótimo ouvinte.

Depois de poucos minutos Duda já havia falado tudo que lhe atormentava, falou que não queria ter feita a aposta, que queria ficar com ela, que estava completamente apaixonada e falou que era o pior idiota do universo.

—Eu sinto muito – falou Mosca culpado —Se eu não tivesse feito à aposta... Desculpa-me – sussurrou

—Tudo bem Mosca... Parando para pensar agora, se você não tivesse feito a aposta eu não teria a conhecido! –falou Duda

—Tudo tem o seu lado bom – falou Mosca e Duda riu pouco

—Olha, estou feliz por ter desabafado com você... É um idiota mais eu confio em você – falou Duda

—Ei Duda! –gritou Mosca rindo —Mais agora falando sério... Irei te ajudar com qualquer coisa que você quiser! Até se for para ser algo vergonhoso

—Obrigada Mosca! –falou sorrindo

Duda também havia dito ao amigo que de qualquer maneira iria reconquista sua amada.

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Perdão? É uma palavra pequena com muitos significados, e ela sabia disso! Tentou perdoa-lo mais sempre que pensava na possibilidade de perdoa-lo as palavras ditas naquele dia sempre vinham a tina e ela estava com medo de ouvi-las novamente

Flash Back On

—Você achou mesmo que eu te amava? –o garoto perguntou rindo sem humor e ela o olhou com medo do que viria

—Duda o que você está dizendo? –perguntou com a voz tremula e ele riu mais ainda, agora acompanhado de várias pessoas que estavam no baile naquela noite. Logo a garota sentiu várias lágrimas caírem sobre seu rosto.

—Sério que você ainda não entendeu? Foi tudo uma aposta... Achou mesmo que iria gostar de você? –perguntou ele

—Você sempre falou que me amaria – falou com a voz fraca, ninguém escutou apenas ele.

—Foi tudo mentira! Eu não te amo e ninguém nunca amaria alguém tão idiota como você – falou Duda e foi o suficiente para ela sair correndo com lágrimas nos olhos.

Flash Back Off

A garota ainda se perguntava com fora tão idiota de achar que ele, Eduardo Almeida Campos o garoto mais lindo e popular da escola iria se apaixonar por ela? Era até burra de achar que ele iria se interessar por ela, ingênua!

—Amiga? O que ainda está fazendo, temos que ir para a escola! –falou a loira entrando, mais logo se deparou com sua melhor amiga chorando e correu para ajuda-la —Ei, está tudo bem! Estava pensando nele? -perguntou baixinho.

—Estava me lembrando daquela noite. Eu fui uma idiota de achar que ele realmente estava gostando de mim! –falou

—Não fala isso Cris! Qualquer pessoa poderia se apaixonar por você. Aquele idiota é um babaca que não te merece, ouviu bem? Ele não te merece! –falou

—Obrigada Vivi... –sussurrou