Talvez a vida seja isso, amores incompletos, vontades irreais...

NICOLE P.O.V.S

Depois que sai da casa de Lucas, fui diretamente para o hospital. Ao chegar, encontrei Nathalie, Henrique e meu pai na sala de espera. Meu pai veio até mim e me abraçou, ficamos algum tempo assim.

—Tenha calma, sua mãe vai ficar bem. –Ele diz me soltando do abraço e eu assinto.

Olho para Henrique e ele levanta-se e vem até mim, Nathalie faz o mesmo.

—Você ta bem? –Nathalie indaga.

—Na medida do possível.

Os dois me abraçam me fazendo lembrar de quando brincávamos no jardim de casa.

—Amo vocês, maninhas. –Henrique fala sendo interrompido pela entrada do Dr. Cézar.

Muito tempo se passou e nenhuma noticia, estava tão angustiada, tentava desviar meus pensamentos para alguma outra coisa mas nada ajudava. Finalmente o médico apareceu na sala, sua expressão não era boa, Henrique segura minha mão e eu me preparo para o pior.

—E então? –Meu pai fala aflito.

—Infelizmente... –Ele faz uma pequena pausa, e ao ouvir essa palavra apoio minha cabeça no ombro no de Henrique e choro baixinho. –A cirurgia não deu certo, houve algumas complicações devido aos ferimentos.

—Meu Deus, ela... –A voz de Nathalie some devido as lagrimas.

—Não, nós interrompemos a cirurgia quando percebemos que ela não iria resistir se  continuássemos, nós a levamos para a UTI pra que o corpo pudesse se reestabelecer, por enquanto vamos controlar o aneurisma com medicamentos.

Fiquei mais aliviada ao ouvir isso, eu tive tanto medo de perde-la, senti todo o meu corpo estremecer.

DANIEL P.O.V.S

—Nós ainda precisamos ter uma conversinha, dona Maya. –Falo e ela levanta do sofá indo até a cozinha e eu a sigo.

—Fala serio, Dani. Eu não sou uma criancinha, eu sei me cuidar, ok?

—E o Henrique?  Vocês...

—Olha, eu vou responder antes que você pergunte. A resposta é não, eu não transei com o Henrique. –Arqueio uma sobrancelha. Será se ela ta falando a verdade?. –Oh, idiota...Eu sou virgem. –Ela completa.

—Por que será que o Henrique me parece mais agradável agora? –Falo e ela ri.

A campainha  toca e ela vai atender.

—Entra. –Escuto ela dizer e em seguida vejo a imagem de Nicole se formar ao lado de Maya.

Caminho apressadamente até a sala e Maya sai de lá nos deixando a sós.

—Oi. –Ela suspira. –Daniel.

—Senta. –Falo e ela sorri.

Ela senta-se no sofá e eu sento-me ao seu lado com certa distância.

—Nós precisamos conversar... –Ela diz me encarando.

—Sobre?

—O Lucas...

—Eu quero pedir desculpas pelo modo como eu agi naquele dia na sua casa, eu fui um idiota ao achar que você tinha transado com meu melhor amigo, me desculpa por agir daquele jeito no hospital também, eu não sei o que há entre vocês, talvez vocês sejam apenas amigos, não sei...Mas...

NICOLE P.O.V.S

—Daniel, me escuta. Entre eu e o Lucas não há nada além de amizades. Eu...Eu realmente disse que odiava ele muitas vezes, mas...

Eu estou me sentindo péssima, minha cabeça dá voltas e voltas, mesmo assim tento achar as palavras corretas.

—Quando você me ligou aquele dia, eu estava com o Lucas, mas não houve nada entre nós, apenas dormimos na mesma cama, sei que pode ser difícil entender, mas eu não queria que você fosse justamente por isso, você não entenderia e vocês iriam discutir. Eu tô me sentindo péssima, Daniel. Como você acha que eu me sinto ao saber que acabei com uma amizade de anos? Não há motivos pra ficar com raiva do Lucas, poxa, ele é seu melhor amigo. Por favor, Daniel.

—Eu entendo, Nicole.  E, não se sinta culpada, a culpa é minha por tirar conclusões erradas.

Sorrio e o abraço, lembrando de como tudo era mais tranquilo quando namorávamos.

—Nic, eu te amo tanto, você não tem ideia, e me dói ver que você já não me ama como antes. Desde o dia em que terminamos, eu não paro de pensar em tudo que vivemos, eu fico me perguntando se ainda vamos continuar nossa história mas de qualquer forma, eu vou tá sempre aqui pra você, pro que você precisar. Volta comigo?

Ótimo, o que eu vim fazer aqui? A essa altura eu já estou em lagrimas.

—Daniel, não faz isso. –Seco minhas lagrimas. –Minha mãe ta no hospital, e eu sinto muito, mas não vou pensar em nada à não ser ela nesse momento. Desculpa.

Dito isso, saio dali o mais rápido que eu posso. Já ta virando moda, sair correndo da casa das pessoas.

Vou pra casa por alguns conteúdos da faculdade em dias, hoje tem aula e eu não posso perder.

***

Assim que termino, vou até a cozinha disposta a comer alguma coisa. Afinal, prometi isso pro Lucas, né? Escuto meu celular tocar, era Zayn. Recuso imediatamente, e faço isso com as demais chamadas. Ele vem me ligando desde que postou as fotos com a ex, mas eu o ignoro; Meu celular toca mais uma vez. Isso  já ta ficando chato. Acabo atendendo.

LIGAÇÃO ON                                  

—Graças a Deus, você me atendeu. O que houve, amor?

—Isso é serio? Você não para de postar foto com sua ex, e vem me perguntar o que houve. Cara, me esquece.

—Nicolle, tudo isso, as fotos e as legendas não são ideia minha, é tudo pela minha carreira, eu precisava fazer isso.

—E eu, foda-se né? Custava uma ligação ou uma mensagem avisando antes de postar as fotos?

—Eu não podia, Nicole. E, eu vinha falando com a Sophie, ela tava me dando noticias suas...

—Não acredito que ela fez isso. Era tão difícil entender que eu não queria falar com você?

—Como tá sua mãe? Nicole, você sabe que qualquer coisa que precisar, qualquer coisa mesmo, pode contar comigo. E, eu posso dar um jeito de trazer sua mãe pra melhor clinica daqui se quiser, eu faço tudo por você, meu amor.

—Ué, você não ta muito ocupado com sua fama? –Pergunto seca.

—Nic...

—Zayn, quer saber? Tudo bem, só me esquece, esquece tudo que você já viveu comigo.

—E você? Já esqueceu? –Ele pergunta e eu não consigo responder mais nada e só encerro a chamada.

LIGAÇÃO OFF

Me jogo no sofá, escutando a campainha tocar. Hoje é meu dia de sorte. Caminho até a porta e abro a mesma, era Lucas.

—O que você tá fazendo aqui? –Falo seca. –Eu já disse que é melhor a gente ficar distante um do outro, eu quase destruí sua amizade com o Daniel. Olha, Lucas, eu não faço ideia do por que você se interessa em me ajudar, mas eu vou dizer novamente. EU não sou sua responsabilidade. Quando você vai entender isso?

—Quando você entender que eu não vejo como uma responsabilidade. Eu gosto de te ajudar. Não sei porque. –Ele solta uma risada entrando em seguida. –O que você quer comer?

—Então, eu devo considerar isso algo inexplicável?

—Algumas coisas não precisam de explicação.

Ele caminha até a cozinha e eu o acompanho totalmente confusa.

—Isso é serio? –Falo e ele vem até mim.

—Mais que serio, Colle.