Pov. Anastasia Grey

A vida do dia a dia só era baseada em reuniões, assinar documentos e envio de cartas aos autores. Eu contava os minutos no relógio só para ir embora e esticar minhas pernas, afinal, não é fácil ser a dona da empresa Grey Publishing estando grávida de 7 meses.

Christian e eu estamos cada dia mais descobrindo coisas novas um do outro. Nosso casamento só tende a melhorar dali para frente, seu amor era tudo da qual eu precisava e ele era o meu porto seguro.

Abri lentamente meus olhos, olhando no relógio e passava das 22 horas e Christian ainda não tinha vindo para cama. Tirei o edredom de cima do meu corpo e me levantei devagar por causa da barriga, calcei meus chinelos e sai do quarto.

A luz da copa ainda estava acesa e a senhora Jones guardava algo dentro do armário.

- Gail? – chamei-a e ela se virou com aquele sorriso simpático.

- Ana. Está tudo bem? – perguntou ela e assenti, coçando os olhos.

- Está sim. O que ainda faz aqui? – perguntei – Pensei que o meu marido tivesse te dispensado.

- Só precisava guardar a louça do jantar e deixar tudo arrumado para amanhã – respondeu ela – Quer alguma coisa?

- Não, obrigada – disse – Christian ainda está no escritório?

- Sim – respondeu ela e andei até lá.

A medida que me aproximava, escutava a voz grossa do meu marido falando, obviamente, no telefone. Girei a maçaneta e abri a porta sem fazer muito barulho, entrando no escritório devagarzinho. Christian levantou seu olhar assim que me aproximei dele e terminou o que dizia ao telefone, desligando o aparelho em seguida.

- Baby, está sentindo alguma coisa? – perguntou ele virando de frente para mim e me fazendo sentar em seu colo.

- Não. Só senti sua falta na cama – disse e passei um braço em sua nuca, ele deitou sua cabeça em meu ombro e comecei a fazer carinho em seus cabelos – Está tarde, amor.

- Eu sei. Estou terminando algumas coisas e já me junto a você na nossa cama – disse ele todo manhoso e eu ri. Sua mão livre foi para a minha barriga protuberante, fazendo uma acaricia leve e um toque suave – E o nosso Pontinho?

- Quietinho. Dormiu junto comigo – respondi colocando minha mão em cima da sua – Falta pouco para ele nascer.

- Pois é. Ainda minha ficha está caindo de que vou ser oficialmente pai daqui a 2 meses – disse ele. Quando a notícia da gravidez veio, Christian ficou assustado e resultou em uma discussão feia no dia seguinte, mas tudo ficou bem logo depois e ele começou a se acostumar com a ideia de ser pai.

- Quem diria, hein? Christian Grey, um magnata poderoso e um CEO famoso: casado e com o primeiro filho a caminho – disse em tom de brincadeira e ele riu, ainda fazendo carinho na minha barriga.

- Acrescentando: casado com uma linda mulher e com um lindo filho a caminho – retrucou ele todo romântico e erguendo a cabeça para me olhar. Minhas bochechas criaram um tom de vermelho vivo com essa declaração – Eu te amo, senhora Grey.

- Eu também te amo, senhor Grey – olhei em seus olhos e nossos lábios se juntaram em um beijo cálido e apaixonante.

Na manhã seguinte...

Ainda de olhos fechados, senti a mão de meu marido subindo e descendo nas minhas costas e sua respiração leve no meu rosto. A barriga grande chegava até a encostar no abdômen definido dele, é até engraçado.

Abri meus olhos devagarzinho por conta da claridade e sorri para o meu lindo marido, no qual se encontrava desperto e me olhando como se eu fosse uma bela paisagem. Minha mão foi para o seu rosto em um breve carinho e cheguei mais perto, encostando meu nariz no dele.

- Bom dia, baby – sussurrou ele, dando um beijo na pontinha do meu nariz.

- Bom dia, amor – retruquei – Dormiu bem?

- Sempre durmo bem ao seu lado – respondeu ele e estiquei um sorriso – E você? O bebê mexeu durante a noite?

- Não. Ele ficou quietinho desde aquela hora que fui te chamar no escritório – disse. Christian sempre ficava preocupado das vezes que me mexia de madrugada, o bebê chutava muito e ficava agitado – O que vamos fazer hoje?

- Bom, primeiro: hoje é o nosso dia de folga e segundo: vamos caminhar um pouco na praça. Quero ficar com a minha linda esposa e o meu filhinho – disse ele me dando um selinho e descendo até a minha barriga.

Nos levantamos e fomos tomar o maravilhoso café da manhã preparado pela senhora Jones.

[...]

O dia estava típico de Seattle: ensolarado e fresquinho. A brisa leve balançava nossos cabelos e refrescava nossas peles. Adorava dias como esses: folga, o tempo livre para passar com o meu marido, passeios ao lado dele e momentos que nos conectavam como um só.

Ríamos de nossas lembranças e caminhávamos com as mãos entrelaçadas pelo belo parque. Christian ficou receoso quanto a andarmos um pouco mais distante do Escala, pois poderia passar mal ou acontecer algo comigo. Mas lhe expliquei que estava tudo bem e a médica mesmo recomendou caminhar.

- Vamos nos sentar ali, baby – disse ele e assenti. Atravessamos o outro lado e nos sentamos em um banco grande, olhando para as outras pessoas que estavam passeando por ali ou brincando com seus filhos – Daqui um tempo, nosso filho estará no meio daquelas crianças – afirmou ele apoiando sua mão na minha barriga. Encostei meu corpo ao seu, olhando na mesma direção que ele.

- E seremos pais orgulhosos quando isso acontecer – disse e ele beijou a minha bochecha, juntei minha mão com a sua em cima da minha barriga.

- Ana? – chamou ele com a voz tímida.

- Oi amor – respondi.

- Quando você descobriu que me amava? – perguntou ele de repente e franzi a testa. Conversávamos bastante sobre sentimentos, fomos sinceros um com o outro e nem chegamos a citar o momento em que descobrimos apaixonados um pelo o outro.

Mas eu nunca me esquecia do momento em que me apaixonei por este homem derivado em Cinquenta Tons diferentes. Queria tocá-lo, sentir seu coração bater e sem qualquer regra.

- Descobri que te amava quando fui ao seu escritório te entrevistar para o jornal da faculdade – respondi – Você tinha me dito em um momento que as pessoas disseram que você não tinha um coração e eu senti uma resposta mentirosa. Olhei fixamente para este belo rosto que acaricio todas as manhãs e algo dentro de mim despertou fortemente. Desde então, sai daquele escritório e passava vários minutos pensando em você, tive a completa certeza de que tudo por que passamos valeu a pena.

- Isso é uma novidade para mim, senhora Grey – disse ele e eu ri – Mas adorei ouvir de sua linda boca que pensava em mim desde que pôs seus pés para fora do meu escritório.

- E você, senhor Grey? – retruquei a pergunta – Quando descobriu que havia se apaixonado por mim?

Pov. Christian Grey

O homem de antes dentro de mim não era capaz de oferecer sinceros sentimentos ou qualquer compromisso sério a alguma mulher. Antes de conhecer Anastasia, não levava nenhuma garota para meus pais conhecerem e nem para passear. Todas as mulheres que estiveram em meu caminho serviram para um único objetivo: ser uma submissa.

Satisfação era do que eu precisava e nada mais do que isso. Mas há um certo tempo atrás, conheci minha esposa e seu jeito doce e inocente me admiraram logo de cara quando a vi em meu escritório pela primeira vez. Não sabia desde então essa mulher, que hoje espera meu filho, invadiria meus pensamentos com frequência e naquela época não reconhecia o que estava acontecendo comigo.

Em momentos que tivemos, ela me mostrou como um homem com o passado mais sujo e nojento, poderia viver uma felicidade eterna e ser capaz de oferecer felicidade a quem se ama. Precisou que uma antiga submissa me convencer a reconquistar o amor que quase perdi, lutar por aquilo que estava na sua frente e reconhecer o que havia mudado em mim.

Anastasia me tornou um homem melhor e supera comigo os fantasmas do passado que me cercaram por muito tempo. Eu a amo por isso, por estar comigo e me dar o presente valioso: um filho.

- Eu era um homem que não pensava em um dia se casar e ter filhos. Vivia focado em meu trabalho, no esforço que fazia para manter o sucesso que consegui e só pensava na minha satisfação. Quando as pessoas diziam que não tinha um coração, elas parcialmente tinham total razão sobre o que diziam sobre mim e só então lembrei que nesse mundo há pessoas que sofreram as mesmas coisas que sofri há mais de 20 anos atrás – dizia ele – Um dia, como todos os outros, uma bela estudante de Literatura entrou em meu escritório para fazer um trabalho da faculdade. Só de olhar em seus olhos descobri uma conexão forte e intensa entre nós, fazendo meu coração pular dentro do peito e eu pensava a todo momento em você. Mas tive a certeza de que te amava mesmo, quando a Elena me convenceu a ir atrás de você na Geórgia e tive a certeza que ficar ao seu lado tornava meu mundo melhor e mais claro. Eu vivia na sombra da escuridão e quando você entrou na minha vida pude encontrar a luz. Hoje sou um homem realizado e feliz, graças a você, baby.

Limpei com o dedão as lágrimas que escorriam por suas bochechas. Capturei seus lábios com os meus, num beijo calmo e delicado.

- Eu amo você, Christian – disse ela.

- Eu amo você também, Ana – repeti. Anastasia foi o melhor acontecimento em toda a minha vida. Por ela atravessava o pólo norte descalço e escalava o céu só para poder lhe dar a melhor estrela.

- Tem uma pessoinha acordada aqui – disse ela em tom de humor e colocando minha mão em sua barriga de 7 meses. Senti nosso filho se mover e um chute embaixo de nossas mãos. Me inclinei para frente, colando meus lábios no local em que ele chutou.

Me levantei pegando o rosto de minha esposa entre minhas mãos, colando mais uma vez nossos lábios e sincronizando em uma dança suave cheia de amor.

Essa era a nossa realidade: um amor eterno e capaz de destruir qualquer obstáculo.

Este é o fim...