Ensina-me escrita por apenasmika


Capítulo 3
Procura


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou um pouco maior, mas se ficou chato e tal por favor me avisem.



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Assim que algumas pessoas viram que a situação parecia estar resolvida começaram a se dissipar, sem se preocupar se a criança ficaria bem, muito menos quem era a garota que falava com ele, pareciam que estavam ali apenas por que uma criança estrangeira chorava, nada mais, nada menos.
– Então, você consegue entender o que ele fala? - Perguntou uma senhora, restaram apenas três pessoas, uma senhora e sua filha, e o homem que o garoto havia mordido ele ainda estava observando apenas de longe.
– Sim. Ela é japonesa.
– Ainda bem que agora tem alguém para cuidar dele. - A senhora deu um pequeno sorriso Então vamos indo já que ele parece está em boas mãos. - As duas olharam para a criança e sorriu e o garoto simplesmente não fez nada. O homem se aproximou.
– Se você precisar de alguma coisa é só me procurar. Eu trabalho naquele prédio ali. - Ele apontou para um enorme prédio do outro lado da rua - Se você me procurar eles irão me chamar, eu sou Marcos.
– Tudo bem, você é muito gentil, ele te mordeu e você ainda se preocupa com ele.
– Eu tenho um filho, deve ser um pouco mais novo que ele, mas se fosse meu filho eu ficaria preocupado, não sei se ele se perdeu da mãe ou do pai, porém eles devem estar muito desesperados. Recomendo que você leve ele a uma delegacia, será muito melhor e você sabendo falar com ele, provavelmente não irá te morder. - Ele deu um pequeno sorriso - Qualquer coisa sabe onde me achar. - E foi embora, apesar de parecer ser um tanto quanto carrancudo, o homem se mostrou mais gentil do que qualquer pessoa que se encontrava ali.
Eles observaram o homem se afastar, Alice por um momento não soube o que fazer com a criança que se encontrava ao seu lado, teve medo de olhar o relógio, devia faltar menos de quinze minutos, voltou a olhar para a criança, o papel em sua mão esquerda parecia pesado, algo em seu coração muito mais.
– Qual é o seu nome? ( Anata no namae wa nanidesu ka?)
– Naoki Ishikawa.
– Posso te chamar de Naoki? - O garoto assentiu.
– O seu nome é?
– Alice...
– Arisu... - A garota sorriu, era fofo ele tentando falar seu nome - Arice... - Tentou mais uma vez fracassando.
– Pode me chamar de Ally, acho que ficar mais fácil.
– Ary... Ally... - Ela assentiu com a cabeça.
– Temos que achar a pessoa que estava com você.
– Você vai me ajudar a achá-lo?-
– Sim. - Ela estendeu sua mão, o garoto a segurou sua mão firmemente e começaram a andar parao lado contrário para onde Alice deveria ir. - Você estava com quem?
– Com o meu irmão.
– Onde foi a última vez que você o viu?
– Estavámos do outro lado da rua - Naoki apontou - Eu queria ir ver uns brinquedos só que meu irmão não deixava eu ir com medo de que me acontecesse algo, então eu disse que estava com fome e quando ele se virou para comprar algo, eu me afastei dele e me aproximei da loja e quando me dei conta, meu irmão não estava mais lá, só havia pessoas estranhas.
– Entendi. Então você ficou procurando seu irmão até lá em cima?
– Sim, mas não consegui achá-lo ai fiquei com fome e o moço me assuntou, então comecei a chorar.
– Quantos anos você tem?
– 8 anos. Mas pareço ter mais né?
– Sim. Me diga como é seu irmão? Para tentarmos encontrar ele.
– Ele é alto e muito bonito, lá no Japão ele era muito popular com as garotas sabe, por ser inteligente e bonito. Ele é muito alto, os cabelos muito, muito preto... - O garoto sorriu, fazendo os pequenos olhos brilharem - Ele tambem é um irmão muito gentil.
– Ele esta vestido como? - Naoki pareceu relembrar a roupa do irmão
– Talvez com uma camiseta preta... Ou era azul escuro. Eu não lembro.
– Vamos parar um pouco aqui.
Pararam embaixo da sombra de uma árvore, o sol era forte naquele dia estava quase impedindo a garota de pensar, Alice não sabia o que fazer estava procurando um garoto que não sabia exatamente como era sem ser a descrição de uma criança de oito anos, olhou mais uma vez para o relógio faltavam cinco minutos, o coração deu uma pequena acelerada, realmente não sabia o que fazer, pensou em levá-lo até uma delegacia, mas a mais próxima ficava a uns trinta minutos de onde eles se encontravam, fechou os olhos tentou pensar em alguma coisa mais sensata, então rezou para que o irmão do Naoki assim como em um passe de mágica aparecesse ali, gritando e chorando para seu irmão desaparecido, não aconteceu, mas se tivesse acontecido ela naquele mesmo momento sairia correndo dali e ainda teria chances de conseguir o emprego, porém não aconteceu, olhou para o relógio mais uma vez, tentando retardar o tempo também não deu certo.
– Desculpa, moça... - O garoto falou depois de um tempo, os olhos cheios de lágrimas - Eu não tenho ajudado muito e você ainda tenta me ajudar, desculpa.
– Não tem problema, você fez o seu melhor. Vamos procurar seu irmão. - Ela tornou a pegar sua mão. O garoto enxugou os olhos e então ouviu um estomâgo roncar, Alice olhou para ele e um pequeno rubor tomou conta do seu rosto. - Está com fome?
– Não... - Ela deu uma pequena gargalhada - Não ria de mim, por favor.
– Tudo bem. Vamos comer algo.
– Mas eu não quero.
– Por que não?
– Eu... Já estou te incomodando demais, você está procurando pelo meu irmão, cuidando de mim e sendo gentil. Eu não posso abusar de você, minha mãe me ensinou a não abusar de pessoas boas. - Alice colocou a mão em sua cabeça, era uma criança adoravél.
– Você não está me incomodando, eu também estou com fome, então vamos comer. - Não era totalmente mentira, começava a sentir com fome, os dois atravessaram a rua e entraram na primeira lanchonete que encontraram, as pessoas estranharam ao vê-los falando japonês principalment por que Alice não era nenhuma turista, muito menos parecia ser.
Quando sairam a garota deu mais uma olhada no relógio, o coração doeu, era três horas, não tinha mais tempo para entregar os documentos, mas se ela encontrasse o garoto naquele momento... Talvez... Alice sabia que nada disso iria acontecer, balançou a cabeça negativamente era melhor aceitar logo a verdade, por que afinal, doeria menos, ficar se enchendo de ilusões seria apenas pior para ela.
–Ally?
– Ah, vamos. - Eles caminharam mais um pouco e encontraram a loja de brinquedos ao qual Naoki havia falado. - Foi aqui que você se perdeu?
– Sim. Eu disse que queria comer a comida daquele tio. - Eles desceram mais um pouco e o garoto apontou para um senhor que um pouco a frente fazia um cachorro-quente. - E quando meu irmão se virou para fazer o pedido eu me afastei dele e com o vai e vem eu acabei me perdendo.
Eles se aproximaram do senhor que acabara de atender um último cliente.
– Senhor... - Chamou Alice.
– Desejam um cachorro- quente? - O senhor sorriu e se moveu para frente, fazendo com que seu rosto bronzeado e velho ficasse mais evidente.
– Não, mas pode me responder uma pergunta? - Ele acentiu, mas por um momento pareceu desapontado. - Nos últimos trinta ou quarenta minutos o senhor atendeu um garoto japonês de cabelo preto e alto? - O homem pensou, Alice desconfiava que provavelmente ele não lembraria deveria ter atendido muitos clientes nesse meio tempo.
– Hum... Talvez sim... - Ele coçou a cabeça como se assim fosse mais fácil lembrar - Eu lembro de um garoto, ele não falou nada apenas apontou para o cachorro-quente e mostrou dois dedos, deduzi que deveria ser estrangeiro, então ele começou a olhar em torno de si e gritar algumas coisas, eu não entendi nada depois ele saiu correndo todo desesperado.
– O senhor sabe para onde o garoto correu?
– Ele foi para cima. mas depois foi para baixo. Se ele perdeu algo, acho dificil ele encontrar nesse mar de gente.
– Obrigada, senhor. Boa tarde. - Ela pegou a mão de Naoki. - Ele disse que seu irmão correu para cima e logo após foi para baixo. Você desconfia para onde ele pode te ido?
– Não. - Se caminhassem um seria quase o final do centro da cidade, onde o movimento diminia, para aquele lado o que mais tinha era apenas algumas pequenas lojas, seria pouco provavelmente que ele estaria ali. - Quando meu irmão foi para cima me procurando eu desci, provavelmente foi onde nos desencontramos.
– Vamos achá-lo. Provavelmente ele deve está próximo.
– Ele deve está muito preocupado...
– Vai ficar tudo bem.
– Eu sou um idiota. - Então ele começou a chorar agora de forma silenciosa;
– Não chore. - Haviam chegado ao final do centro, então decidiram atravessar para o outro lado da rua que era pouco movimentado, um pequeno desespero começava a tomar conta de Alice, ao contrário do que pensava o dia não ia bem, estava se sentido numa montanha russa e tinha medo de pensar que as coisas ainda podia piorar.
–"Ah, pior não pode ficar"... - Pensou, sempre que se diz "pior não pode ficar", bem sempre fica, é como se o mundo estivesse provando, jogando na sua cara para nunca mais repetir tais palavras por que cada vez que ela for dita, tudo ficará drasticamente ruim, porém naquele momento Alice estava tentando ser otimista, uma de suas melhores qualidades e que um dia a destruiria completamente.
– Olhe, as coisas não estão tão ruins - Ela apertou sua pasta com mais força, Naoki ainda chorava - Por favor, pare de chorar. Eu te entendo, mas chorar nunca é solução. Se seu irmão te ver assim, vai ficar triste.
Eles continuaram subindo a rua, tentando procurarar motivos para o garoto não chorar (De qualquer forma continuava chorando) e também ela tentava encontrar motivos para não chorar, mas parecia bem dificil perguntou-se se seria feio se uma garota de dezoito anos começasse a chorar naquele exato momento, porém desistiu, seria muito ridículo, então preferiu listar o por que daquele dia ser ruim e se perguntou novamente por que tinha resolvido levantar.
Então qando tudo paria perdido um garoto que andava apressado a sua frente lhe chamou a atenção, ele olhava de um lado a outro como se procurasse algo, ou talvez alguém, era quase como Naoki o havia descrito seu irmão, ou talvez não e a garota finalmente havia enlouquecido.
– Ei, ei. Aquele ali não parece seu irmão? - O garoto olhava para baixo, os olhos ainda cheio de lágrimas, não sabia por que, mas teve a sensação de que aquela criança amava chorar. Ele levantou os olhos e então sorriu, pareceu que Alice havia acertado.
– Irmão! - O garoto gritou e de repente o rapaz a sua frente olhou para trás, ele era realmente alto, os cabelos muito, muito preto e muito bomito, os olhos castanhos que por apenas uma questão de segundos pareceu transparecer medo e preocupação em outro se tornaram leve e gentins.
– Naoki... - O garoto saiu correndo para os braços do irmão e assim como Alice esperava ele não começou a chorar, apenas fechou os olhos e suspirou.
– Desculpe... Desculpe...
– Não faça isso nunca mais, você quase me matou de coração. - Alice sorriu, olhou o seu relógio se aproximava das quatro passou mais tempo com o garoto do que havia percebido, seu atraso era de quase um hora, sequer era aceitável, não havia mais nada o que se fazer, pelo menos o Naoki estava feliz, pode ajudar os irmãos a se reencontrarem e os resto ela deixaria simplesmente como detalhe, os dois pararam de se abraçar então ela se aproximou.
– Que bom para você não é Naoki, que encontrou o seu irmão - Alice colocou a mão na cabeça do garoto e a afagou de leve. Entao sentiu uma mão forte em torno do seu braço.
– Não toque nele, sua garota suja.
Alice piscou algumas vezes pensando ter entendido errado.
Seus olhos era pura confusão e o dele era puro desprezo.
Castanho se chocaram contra castanho e ela teve certeza que naquele momento algo ruim iria acontecer e o mundo provaria mais uma vez que sim, as coisas poderiam piorar.


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