Ensina-me escrita por apenasmika


Capítulo 10
Adeus


Notas iniciais do capítulo

E ai gente, mais um capítulo... Tipo esse atrasou um pouco por preguiça mesmo... kkk Estou virando a Deusa da preguiça ultimamente, enfim é isso... E cheguei no capítulo 10 (me sentindo emocionada) na minha mente no capítulo 10 estava perto de acabar e agora mal começou a história, mas né é a vida... Então é isso, boa leitura.



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– Então o que me diz Alice? - Voltou a perguntar Seiji não recebendo nenhum resposta.

– Eu - Ela passou a mão pelo cabelo enquanto encava o chão, como se ali fosse encontrar alguma resposta.

Alice não sabia ao certo o que falar ou pensar, deveria está feliz por terem lhe oferecido um emprego era algo que vinha procurando há algum tempo, tinha se formado e mesmo assim não encontrava nada, estava em casa mofando e achando ser mais um estorvo para a família, mas aquela oferta não era cem porcento algo bom, afinal ela teria que ensinar a pessoa errada, ficar próxima por Deus sabe quanto tempo de uma pessoa que claramente a odiava, ter paciência ela tinha, mas ensiná-lo? Alguém que claramente queria aprender com má vontade não era um dos seus maiores desejos ao almejar um emprego.

– Eu não sei. - Soltou por fim, o homem a sua frente ergueu uma sobrancelha.

– Você não precisa de um emprego? - A garota abriu a boca, mas nada saiu. Hiro olhou Alice de canto de olho vendo que a garota não respondeu nada, parecia que assim como ele, ela não tinha vontade de ficar mais perto dele, ou melhor, talvez por ele a tratá-la tão mal que a garota queria se afastar.

"Mas ela ser sua professora?, pensou, que ideia ridícula o pai teve. Sempre achou o pai um homem muito inteligente, porém aquela ideia... - Ele cessou os pensamentos vendo que o pai retornava a falar.

– Então você não quer?

– Olha eu - O rapaz ao seu lado lhe interrompeu.

– Eu não preciso de nenhuma professora, essa ideia é ridícula. - Se pronunciou pela primeira vez Hiro e ao contrário do que o pai esperava o filho se mostrava muito calmo, provavelmente sabia que a garota ia recusar a oferta do emprego e falou algo apenas para ser contra tudo assim como sempre.

– Creio eu que já falei com você várias vezes não? Você não quer fazer um curso de língua portuguesa na escola com sua mãe e também não quer uma professora particular. O que você quer, Hiro?

– Sabe o que eu quero. - Alice sentiu o clima ficar pesado, apesar dos dois falarem calmamente um tensão passava de pai para filho, como se a qualquer momento estivessem prontos para gritar e começar um discursão.

– Certo. Vamos deduzir que você queira voltar para o Japão. Com faria isso sem um emprego? Como você conseguiria um emprego sem saber falar a língua daqui?

– Eu não preciso arrumar um emprego aqui. Já que você pagaria minha passagem de volta ao Japão. - Respondeu o rapaz, o pai deu uma pequena risada.

– Não, não pagaria. Por que eu quero que fique aqui e já que você quer ir sozinho, deveria se virar sozinho. - Hiro piscou algumas vezes e ele ficou irritado, seu pai estava sendo egoísta e muito, ele o levou para lá, um país indesejável e estava lhe forçando a permanecer junto a uma cultura que não gostava e pessoas que apesar de não conviver com elas não tinha nenhuma vontade para tal.

– Então eu morrerei aqui sem saber nada, sem me adaptar a nada. - Ele encarou Alice - Eu não preciso dela como minha professora e você deveria parar de me forçar a me fazer viver aqui, a aceitar as coisas que não quero.

– Eu não estou forçando nada, Hiro. - Respondeu o pai, suspirando - Mas essa é nossa realidade agora. E se a Alice aceitar ser sua professora, ela será. - Ele desviou a atenção para a garota - Então o que me diz, Alice?

– Eu acho que se o seu filho não me quer como sua professora. - Ela fez uma pequena pausa, não sabia ao certo o que estava dizendo. - - Eu não posso aceitar. Forçá-lo a ter aulas que não quer ter, engolir uma cultura que ele claramente odeia. Não é algo certo. - Ela respirou fundo parecia ser algo certo a se fazer, se Hiro a recusava e a odiava sendo apenas uma pessoa de passagem em sua casa, como professora ele seria muito pior e por algum motivo Alice não estava afim de aturar tanto mal humor e idiotice vindo do garoto.

– Se você recusar o emprego por causa dele recomendo que não faça isso, Alice. Se não for você a ensiná-lo será outra pessoa. - O pai voltou sua atenção ao rapaz que já saia da cozinha assim que ouviu a resposta da garota. - Mas eu não aceito um não tão facilmente - Seiji tirou alguns papéis que se encontrava sobre a mesa e pegou um pequeno cartão - Aqui. Pense bem no assunto. - O homem sorriu gentilmente - Eu gostaria de ajudá-la, por que você ajudou uma pessoa que eu amo.

– O senhor não precisa se preocupar com isso. - A garota soltou pegando o cartão.

– E eu acho que por ser tão educada e gentil, possa ensinar algo ao Hiro. - Ela riu.

– Vou pensar no assunto, mas não irei prometer nada. - Respondeu enquanto olhava o cartão - Então irei embora senão ficará um pouco tarde para mim.

– Quer que eu a leve? - Seiji já ia se levantando da cadeira.

– Não, não precisa se incomodar - Ela sorriu - E obrigada por tudo. - Alice saiu da cozinha e deu de cara com Hana conversando com o filho mais velho, Seiji logo a seguiu. - Então irei embora, Hana. Obrigada por essa noite.

– Seja bem-vinda quantas vezes quiser. - A mulher sorriu e voltou sua atenção ao marido. - Ela aceitou o emprego? - O marido fez que não com a cabeça. - Que pena.

– Acho melhor levá-la de carro, é mais seguro. - Falou Seiji voltando para a cozinha para pegar as chaves do carro.

– Não, tudo bem - Alice falou sem jeito - Ainda está cedo, não precisa se incomodar, vocês fizeram muito por mim hoje, foram muitos gentis. - Ela falou já indo em direção a porta, tentou colocar a coturno preto o mais rápido possível antes que uma grande ideia surgisse daqueles dois, mas não foi rápido o suficiente.

– Hiro, leve-a até o ponto de ônibus - Pediu Hana, Alice olhou para trás para encarar o rapaz que soltou um suspiro e então começou a caminhar em sua direção.

– Não precisa e está garoando. - A mulher ia insistir, mas Alice não deixou - Não preciso de acompanhante. Está tudo bem. - Ela abriu a porta.

– Não, Hiro leve-a. - Hiro já colocava o tênis, o mais lentamente possível, para quem sabe a mãe mudasse de ideia e a garota saísse correndo dali.

– Até mais. - Ela despediu e sequer o esperou, Hana reclamou para o rapaz ir mais rápido então ele foi e na metade do corredor ele a alcançou, não falou nada apenas começou a andar um ao lado do outro, caminharam lentamente sobre a rua vazia do centro da cidade, sequer nenhum momento nenhum deles ousou dizer uma palavra, Hiro a levou até o ponto de ônibus ele estava completamente vazio.

– Você já pode ir. - Informou ela ao notar que o rapaz ainda se encontrava ao seu lado.

– Eu sempre ouvi falar que esse país é muito perigoso, então não sou tão ruim para deixar você aqui sozinha, se algo acontecer com você a culpa será minha.

– Sempre sai sozinha a noite e não será hoje que alguma coisa irá me acontecer. - Ela o ouviu bufar e calar-se, uma garoa fina continuava a cair, um silêncio incômodo continuou, um olhava para o outro lado da rua para alguns arruaceiros que se encontravam ali e a outra observava se seu ônibus se aproximava.

– Pensei que não fosse tão esperta, pensei que ia aceitar o emprego. - Comentou Hiro tomando a atenção a garota.

– Não pense que eu fiz isso por você. - Ao longe ela viu seu ônibus se aproximar. - Eu só acho que prefiro ficar desempregada a ter que te aturar. Eu tenho bastante paciência, mas acho que não para idiotas como você. - Ela deu sinal e observou o veículo diminuir sua velocidade.

– E eu fico grato por ser idiota para pessoas do seu tipo. - Retrucou o rapaz - E adeus fico feliz que não poderei mais te ver. - Ela ficou em silêncio e começou a andar vendo que o ônibus parou um pouco atrás, mas logo se virou para Hiro.

– Esse é o meu agradecimento. - Ela lhe mostrou o dedo do meio. - Adeus, babaca. - E quando Hiro a observou se virar novamente o rapaz riu.

Então Alice subiu no ônibus e por algum motivo se sentia mais leve, ela havia sido mal educada, mas o rapaz bem que mereceu. Sorriu novamente ao passar pela catraca e sentar-se no último assento encostada a janela, sabia que não os veria nunca mais, havia gostado de Naoki e do resto da família, porém apenas um já era o suficiente para estragar tudo e falou adeus mentalmente enquanto o ônibus se afastava cada vez mais das pessoas que não voltaria mais a ver, ou melhor, era o que Alice achava, mas sua história com aquele garoto não podia acabar ali.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Alice foi certa ao recusa o emprego ou nem? Bye, até o próximo



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