Cartas Anônimas escrita por Massie


Capítulo 46
Capítulo 46 - Viemos te convidar para uma festa


Notas iniciais do capítulo

Olha eu só eu voltei :3, último capítulo de hoje. Só pra vocês não ficarem na "sofrência" haha. Agora só segunda. Espero que gostem e boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612936/chapter/46

Meses se passaram e minha rotina tornou-se uma monotonia só. Acordava cedo com a vontade de continuar a dormir, ia para á escola, ficava por lá como uma morta viva, voltava para casa, me trancava em meu quarto, chorava e dormia, sempre á mesma coisa durante tantos dias. Meus amigos estavam preocupados, meus pais estavam preocupados, mas nada que eles dissesse me fazia mudar. Pedro não havia dado sinal de vida desde que partirá, nem mesmo para João, na verdade eu acho que ele sabia de algo, mas não me contava. Era sábado e como sempre eu estava em meu quarto olhando para as paredes.

– Karina… – Minha mãe bateu na porta, mas eu não respondi – Filha…

– Oi mãe.

– Filha é sábado e você está nesse quarto. Saia daí garota, vá se divertir.

– Ahh não muito obrigada, eu não estou nada a fim de viver a felicidade alheia enquanto a minha entrou em completa extinção.

– Karina Duarte, saia desse quarto agora! E abra essa porta.

– Mãe, saia com o papai vá em busca do tempo perdido e me deixe aqui nessa eterna amargura.

– Agora eu entendo quando seu pai diz que eu sou um poço de drama. Filha é serio, abra a porta.

– Mãe… Deixe-me.

– Karina…

– Mãe…

– Ok.

Silêncio. Eu realmente pensei que ela tinha desistido, mas esse pensamento mudou na hora que eu ouvi um barulho na porta. Ótimo, eu havia esquecido que ela tinha uma copia da chave do meu quarto.

– Eu mereço – Girei os olhos e ela se aproximou da cama.

– Ai credo Karina, que atmosfera ruim – Ela se aproximou da janela e abriu as cortinas escuras deixando que as luzes invadissem o quarto.

– Ahh meu Deus, o sol… Está me queimando. Ô vida – Minha mãe gargalhou alto e sentou-se na cama.

– Filha eu estou muito preocupada com você, você não come direito, não sai desse quarto, não tem mais vida Karina.

–Minha vida foi embora mãe, a partir do momento que Pedro também se foi.

– Karina agora eu preciso mesmo te trazer para a realidade. Filha, eu não tive gêmeos, você nasceu sozinha e cresceu sozinha, você sempre fez tudo sozinha, você não nasceu grudada em ninguém e viveu os 17 anos da sua vida sem o Pedro. Vocês viveram algum tempos juntos e eu sei que será difícil de esquecê-lo, mas você tem que aprender que isso passa Karina. Você está tentado manter essa dor dentro de você porque essa é á única coisa que te faz acreditar que o Pedro realmente existiu e essa dor que você sente é o que te mantém próxima dele, mas acredite, quando essa dor passar você não estará distante dele, você não irá esquecê-lo minha filha e essa dor ainda vai te ensinar muito, a partir do momento que você a superar você verá como forte você é. Karina minha filha eu criei você durante todo esse tempo e sei que você tem uma grande força ai dentro, você precisa apenas acha-la, você tem que parar de sentir pena de si mesma porque isso só te levará ao fim do poço e eu sinto muito dizer, mas no fim do poço não tem nenhuma cama elástica para te mandar de volta.

Ao ouvir aquilo eu não disse nada eu apenas desabei, abracei minha mãe o mais forte que pude e desabei.

– Eu fui tão idiota mãe, eu fui tão estúpida, eu mais uma vez pensei só em mim, só no que aquelas pessoas hipócritas iriam pensar á meu resito. Eu o deixei mãe, ele partiu e uma vez liberto eu sei que ele não voltará mais pra mim. Mãe eu sinto tanto a falta dele, das vezes que ele sussurrava no meu ouvido que me amava, das vezes que ele me deu carinho, me deu amor, da sua risada, das suas palavras que me acalmavam, eu sinto falta dele por inteiro mãe! Nenhum homem nunca me tratou daquela forma. Eu o tive e não soube dar valor e agora ele se foi e irá se acolher nos braços de outra, de outra que saiba dar o devido valor a ele, que não sinta vergonha da pessoa maravilhosa que ele é. Eu o perdi mãe e nunca mais sentirei aquele toque.

– Minha criança – Ela cariava meu cabelo – Não diga o que você não sabe. Quando foi que eu me imaginei vivendo novamente com seu pai? E olha só onde estamos hoje. Dê apenas tempo ao tempo, pode ser que vocês realmente nunca mais se vejam, mas isso não é garantia, esse mundo é tão grande, mas diariamente tantos caminhos são cruzados. Aguarde o seu tempo minha pequena e viva sua vida até lá. Ficar mergulhada nessa dor não te levará á nada, somente te trará a derrota pelo resto de sua vida.

Ela ficou me acalentando por horas e não á mesmo lugar melhor que o colo da sua mãe, da única pessoa que estará do seu lado a partir do momento que você nasce, até o seu ultimo momento de vida. Aquelas palavras me fizeram mudar, os dias se passaram e eu não chorava mais tanto assim, eu também já não passava mais tanto tempo em meu quarto apesar de quase nunca sair, mas era um começo para tudo.

– RAINHA DAS VADIAS! ! ! – Ouvi Bianca me gritando e gargalhei corri até as escadas e desci a mesma.

– O que é maior produtora de ovos da fase da terra – Gargalhamos.

– Eita que o amor tá forte hoje hein – Vicky bateu a porta e se juntou a nós.

– Não tenho culpa se todos me amam.

– Ah lá Bianca, nem se acha essa vaca.

– Ok, ok, parou de tanto amor, assim eu enjoou – Nos jogamos no sofá.

– Fazia um tempinho que não nos juntávamos assim não é?

– Pois é Bianca. Vicky e o cabaré como anda?

– Então Karina, eu não sei né, desde que você o comprou por ciúmes dos seus homens só você sabe dele – Bianca gargalhou alto.

– Ahh Vicky eu só fiz aquilo porque apareceu uma vadia nova na esquina, ai fiquei sem ponto né. Cê tinha só que ver ela, ela era morena, alta, tinha os olhos castanhos e parecia uma bonequinha artificial, era muito puta tinha que ver só – Bianca me deu um tapa estalado no braço, Vicky caiu no chão já gargalhando e eu fiz bico passando a mão no local atingido – Por que você fez isso? Eu tava te elogiando tá.

– Ô não quero nem ver quando você me ofender – Rolou os olhos.

– Ô minha neném mais linda do universo – Deitei por cima dela e a abracei forte.

– Hey, não vou ficar excluída aqui não – Vicky se jogou em cima de mim e eu grite.

– Isso tá parecendo um sanduiche. Eu sou o pão, a Ka é o hambúrguer e a Bibi é o outro pão – Vicky falou e Nós gargalhamos.

– Pode crê.

– Agora, amor á parte – Nos levantamos – O que vocês vieram fazer aqui?

– Te convidar para uma festa – Fiz bico.

– Qual é Karina, vamos voltar aos tempos de vadiagem garota.

– Ahh Bianca nem vem, você parou com isso desde que se envolveu com o João.

– Eu parei de ficar com todos, não de frequentar festas.

– Digo o mesmo! – Vicky levantou o braço e eu ri de sua forma de falar – Eu to com meu Mateus agora, mas curtimos juntos.

– Ai que lindos.

– É serio Ka, hoje vamos, nove horas estaremos aqui.

– Ok, ok.

– Oba. Eu disse Vicky que nós somos demais.

– Vocês são é duas enchedoras de saco isso sim.

– Biancaaaa – Vicky arqueava as duas sobrancelhas freneticamente e olhava para Bianca, logo vi a cara das duas ser ocupadas por uma expressão maliciosa.

– Agora!

– Não…

Tarde de mais, já estava sendo maltratada com várias cócegas em todos os lugares do corpo enquanto altas gargalhadas eram ecoadas pela sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!