Obliviate {Blackinnon} escrita por Mrs Blackinnon


Capítulo 3
If I could turn back time


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridas do meu Brasil varonil cor de anil!
Antes de mais nada: viram que coisa mais linda a capa que a querida Cya fez pra história?
Ficou tão maravilinda! Lene divando! Amei, amei!
Muito obrigada por todos os comentários, vocês são umas queridas! E eu não tenho como dizer o quanto fico feliz quando vejo um review novo!



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“If I could turn back time, if I could find a way I’d take back all the words that have hurt you and would stay. If I could reach the stars, I’d give ‘em all to you, and you’d love me, love me like you used to do.”

Os três andavam pela avenida larga e movimentada em silêncio. Marlene encontrava-se imersa em seus próprios pensamentos, imaginando quanto de sua vida havia se perdido nos recantos de sua própria mente. Ela segurava a mão de Adhara com firmeza, como se dissesse à filha que estavam juntas, apesar do momento turbulento. A garota, contudo, mal sentia o aperto da mãe, tão longe se encontrava sua mente: então ela tinha um pai... Um pai que poderia conhecer, que lhe diria o quanto se parecem, e implicaria com seus namoradinhos... Era algo que ela nunca imaginara que poderia ter, e então a possibilidade aparecia, bastante palpável.

_Acho... Acho que aqui está bom. – Lupin parou, a certo ponto, guiando as duas mulheres por um caminho um tanto menos movimentado. Os três tinham saído do Café há alguns minutos, quando Lupin pediu que as duas o acompanhassem até o local onde, segundo ele, tudo faria mais sentido. Marlene relutou bastante (ela não era mulher de acompanhar estranhos, afinal) mas a confiança que aquele homem transmitia era algo a ser estudado!

_Hm... Tem certeza? – Adhara deu uma olhada ao seu redor, vendo os prédios comerciais que ela não fazia idéia do que poderiam revelar sobre o passado de sua mãe.

_Já aparatou, querida? – Lupin perguntou, ignorando a pergunta da menina.

_Oh! – ela arregalou os olhos em entendimento. Virando-se para a mãe, com uma expressão que variava entre divertida e temerosa, sugeriu – É melhor fechar os olhos, mãe...

No instante seguinte, de mãos dadas com Adhara, Marlene teve a sensação mais estranha de sua vida quando foi puxada pelo umbigo e pareceu cair em um redemoinho de cores e, quando finalmente sentiu terra firme debaixo de seus pés novamente, estava em um local que lhe era completamente estranho – qualquer dúvida que tinha quanto à magia, desapareceu bem ali.

_Jesus! Eu vou vomitar. – foram as primeiras palavras da morena, logo que sua cabeça deixou de girar. Adhara soltou uma risadinha pelo nariz, fazendo um carinho nos cabelos da mãe, com pena.

_Onde estamos? – Adhara perguntou a Lupin, ansiosa por respostas.

_Largo Grimmauld, em Londres. – ele informou, e no momento que se seguiu, Adhara e Marlene assistiram abismadas a duas casas magicamente se afastando para o surgimento de uma terceira, um tanto mais sombria e aristocrática que as que a rodeavam.

_Venham... – Lupin chamou, abrindo a porta de mogno incrustrada em bronze – Bem-vindas à Mansão dos Black.

Marlene e Adhara observavam com curiosidade a casa. Era sim, bastante escura, mas de beleza inegável e decoração elegante que demonstrava o porte aristocrático que, certamente, tinham seus moradores. Ou teriam, já que o local parecia vazio.

“Sangue-puro na mansão dos Black... Enfim algo que não me dá desgosto...”

A voz ecoou pelo corredor, e Marlene teve um leve sobressalto. Ainda não tinha se acostumado àquele mundo inteiramente novo de viagens por meio do pensamento e vozes que surgiam do nada.

_O que foi isso? – Adhara sussurrou. A voz lhe soara bastante assustadora.

_A adorável Walburga Black. – Lupin respondeu com um meio sorriso, e a menina notou a ironia em sua voz – Parece que ela reconheceu seu sangue em você, Adhara.

_Ela é... – a menina começou, mas seus olhos se desviaram para baixo, levemente insegura – parente de Sirius? – perguntou, em tom mais baixo. Ainda lhe era estranha a sensação de ter um pai vivo. E isso, ao mesmo tempo que lhe aquecia o coração com uma felicidade antes desconhecida, gerava na jovem uma ansiedade e insegurança que não lhe eram nada típicas.

_Oh, sim. – Lupin sorriu – Walburga é a mãe de Sirius. – informou – Não que isso lhe agrade... – completou, em tom confessional que fez a menina rir. De fato, o tom nada amigável dela fazia com que concordasse com Sirius mesmo sem conhecê-lo.

_Onde ele está? – os dois interromperam o diálogo, virando-se para Marlene, que se pronunciava pela primeira vez. A voz dela era decidida, e Lupin viu ali a jovem que conheceu há quinze anos. Queria tanto que Sirius estivesse ali... A vida era realmente feita de desencontros. Lamentáveis desencontros.

_Eu... – Lupin focou o chão, sem saber como começar a dizer o que precisava. Quando focou novamente as duas, seus olhos carregavam uma tristeza pungente – Sirius está morto. Aconteceu há pouco, eu... Eu não posso acreditar em como o acaso foi cruel com vocês. – revelou, observando as faces que antes demonstravam tanta expectativa, serem tomadas por dolorosa surpresa.

_Mas... – Adhara murmurou, os olhos antes cheios de vivacidade tornaram-se desolados. Marlene abraçou a filha, sentindo ela própria como se seu coração estivesse estilhaçado. Não conseguia compreender como podia sentir tanto a perda de alguém de quem nem mesmo se lembrava... Era como se seu coração ainda sentisse o que sua memória havia apagado – Oh, como eu sou estúpida... – Adhara murmurou, secando uma lágrima que caía – Eu... Eu nem mesmo o conheci...

_Querida... – Marlene beijou os cabelos da filha, carinhosamente – Chore... Ele era seu pai. – sussurrou, e nisso havia uma certeza tão grande que a própria Marlene estranhou assim que proferiu tais palavras. Era o que sentia, entretanto. Era uma verdade que não sabia explicar, mas que latejava em sua alma. Sirius era pai de Adhara.

Lupin respeitou em silêncio ao momento das duas, pensando no quanto haviam perdido. No quanto Sirius havia perdido... Ele, que sempre se cobrou por não ter deixado no mundo um legado, morreu sem saber que tinha uma filha com a única mulher que amara na vida. Oh sim... Porque Marlene, todos sabiam, fora o único amor de Sirius Black – ainda que nunca viesse a se lembrar disso.

_Marlene... – Lupin chamou, após alguns minutos – há algo que eu acredito que você possa querer ver...

A morena acenou positivamente, passando os dedos pálidos por baixo dos olhos, retirando de lá quaisquer vestígios de lágrimas. Seguiu Lupin até o segundo andar da casa, em companhia de Adhara. Ela observava curiosamente o lugar, tão diferente de tudo que já vira antes... A forma como as formas sombrias da casa escondiam alguma elegância, a interessava imensamente. Lupin abriu, então, a porta de um quarto, e Marlene se sentiu imersa em um filme antigo, do qual não se lembrava bem.

As cortinas fechadas eram vermelhas, bem como a maioria dos objetos do quarto. Nas paredes, vários pôsteres de motocicletas e belas mulheres adornavam o quarto, claramente de um adolescente. Marlene sorriu, instintivamente.

_Isabelle Adjani. – apontou, reconhecendo uma das jovens no pôster – Ela é... como eu, trouxa. – disse, estranhando.

_Oh, se havia algo que Sirius amava nessa casa, era enchê-la de objetos trouxas apenas para desagradar seus pais... – Lupin explicou, e Marlene simpatizou com a rebeldia do dono daquele quarto.

_Deve... deve estar aqui em algum lugar... – Lupin esquadrinhou o quarto com os olhos, falando consigo próprio – Oh, aqui!

Ele pegou, com certa dificuldade, uma grande bacia de pedra contendo um líquido prateado que aprecia etéreo.

_O que é isso? – Adhara perguntou, não controlando o impulso de tocar com as pontas dos dedos aquele líquido: era morno, agradável. Como água para banho.

_Isso, Adhara, é uma penseira. – ele revelou, os olhos ávidos por enfim mostrar a elas o que tanto desejava desde o princípio, para que então as dúvidas de Marlene enfim desaparecessem.

_Vocês podem, por favor, lembrar que eu não faço idéia de metade do que dizem? – Marlene reclamou, fazendo uma careta. Adhara riu brevemente, bem como Lupin, que a cada minuto reconhecia mais de sua amiga, que a memória não havia alterado.

_Acho mais fácil você ver por si própria... – Lupin afirmou, antes de encostar a varinha em sua têmpora, extraindo um feixe luminoso que depositou na penseira – Isso vai leva-la a 1979. Mergulhe nas minhas memórias, Lene... Veja por você mesma o filme sobre a sua vida.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram??
Não me matem pelo Sirius! Muita coisa ainda está por vir!!!
E a Adhara, o que estão achando dela?
O próximo capítulo será inteiramente dentro da penseira, com os nossos queridos personagens da Era Marota!