Sonhos escrita por O Comediante
Tem um ponto de ônibus perto da casa dele.
O garoto olhava para os próprios pés, como sempre fez. Desde quando era um garotinho, imaginava por onde seus dois bravos companheiros o levariam. Eles eram parte essencial de seu universo.
Dentro do grande veiculo, ninguém olhava para nada além de sua própria janela. O dia estava nascendo. O dia estava se pondo. O céu continuava sendo o limite.
O bar era novo, com piso de madeira e estilo clássico dos anos 50. As luzes eram douradas, contrastando com os elementos verdes que decoravam o lugar.
Os pés calçados com um tênis surrado.
Um novo par apoiado em saltos.
Um quarteto perfeito.
A música lenta, a bebida forte, a baixa iluminação, a sensação de esperança... Não estava mais sozinho no mundo. Nunca mais estaria.
O conflito de sentimentos dominou seu espiritual. Amar voltou a ser possível. Uma luz para guiar o aventureiro pela escuridão gélida da imensidão. Gelo, vibração, calor, raios, chuva, chá, café... A sintonia da perfeição, tocada pelas arpas da natureza.
A maciez de seu colchão. A sensação de vômito. A solidão. Oblivion...
Seriam, os tamancos, reais?
Havia um ponto de ônibus perto da casa dele. Um lugar perfeito para um garoto qualquer ter um sonho qualquer. O rei em seu mundo solitário.
Não havia mais nada?
Não havia mais nada.
Não havia mais.
Não havia.
Não.
O ônibus chegou. O dia raiou e se pôs.
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