A sensação de epifania é única. Anos de remorso e ódio sem sentido ganham um resultado surpreendente.

O passado é assustador. É frio. Cruel. É da natureza humana fugir e negar o que, um dia, fez um enorme sentido. Cultivar raiva é extremamente custoso. Nos tira tempo, oportunidades e harmonia. Nos apodrece aos poucos. Corrompe.

Eu estive próximo de ser igual a você.

Acendam as luzem. Mostre o que sabe. Improvise. A plateia está esperando. Chegamos no clímax.

Você não soube aceitar sua condição, mente sobre as origens com tanta veemência, que a faz parecer vergonhosa. Você deixa te usarem como quiserem para que ganhe o mínimo de carinho. Clama e chora por atenção. Nunca aprendeu a cuidar dos seus, todos vão embora em algum momento. Você continua sozinha. Se agarra em um amor que não existe, que é passageiro e trabalhosamente inútil. Egoísta.

Eu abraço meus erros com força. Admito todos, mesmo que ninguém nunca tenha perguntado. Enxergo meus limites, amos meus amigos e jamais negarei o que eu fui e o que sou. Eu não preciso de você. Uma lembrança infeliz que me impede de progredir ainda mais. Você precisa morrer para que eu possa nascer das cinzas.

Se destrói sem motivo. Erros e circunstancias podem ser consertados e reparados, mas sua falta de amor próprio é crônica. Um pesadelo. Acorde, escove os dentes e abra a janela.

Hoje eu não me rebaixo, não corro ou tremo. A epifania diz que sou feliz e não preciso de mais nada. Atingir a iluminação, descobrir o seu sentido em minha vida é maravilhoso.

Eu renasço mais forte. Você definha mais rápido.

De ti, minha querida, apenas tenho pena.

Fechem as cortinas. Fim do primeiro ato. Retornamos em breve.