Dois mais Dois escrita por Frozen Heart


Capítulo 3
Acidentes acontecem


Notas iniciais do capítulo

Apaguei sem querer o capitulo, e, hoje que eu vi, desculpe-me... O próximo capítulo virá em breve.



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Os nervos dela estavam todos alarmados, sentia o latejar na perna, mas resolveu ignorar. Levou Jo até um dos quartos e a acalmou, desde que o pai de Henri o levou a menina estava aos prantos, o chamou até de "o cara mal", e pedia para Caroline ligar para o tio Elijah para colocar o bandido na cadeia.

Quando a menina acalmou acabara que adormecendo, ela então pôde descer até a cozinha para cuidar do machucado na perna. Não queria preocupar o avô então resolveu procurar alguma coisa que sanasse a dor infernal que estava sentindo. Mas só viu o real estado da coisa quando levantou a calça, estava horrível e o sangue coagulado se misturava com o sangue novo, mas não parava de sangrar.

– Oh meu Deus Caroline! - Gil parou e a encarou, ela abaixou a calça e fingiu estar bem. - Eu trabalho com seu avô a mais de cinco anos, menina e se uma coisa eu aprendi e que esconder uma coisa séria e com ele mesmo. Ande deixe-me ver!

Ela prendeu os cabelos miseravelmente em um coque, estava nervosa, levantou a calça novamente. Gil quase soltou um grito quando viu o quão ruim era.

– Meu Deus! - ela levou as mãos a boca. - Fique parada, vou mandar chamarem o Klaus.

– Eu só preciso de um analgésico, por favor não precisa preocupar ninguém! - Caroline reclamou como o avô.

A velha ignorou toda as vontades dela e correu para trás da casa gritando Kol enlouquecida, a menina poderia ficar sem a perna se aquilo continuasse sangrando.

– Kol pelo amor de Deus vá chamar o Klaus, e neta do Jonathan está com um tai enorme na perna! - Kol vendo a preocupação da velha Gil, correu feito louco até a casa deles.

À poucos metros perto da cerca de divisa estava a casa deles, Kol entrou feito louco, gritando e chamando pelo irmão.

– O que diabos aconteceu? - Klaus saiu do quarto do Henri com a cara fechada, o menino não queria falar com ele.

– A neta do Jonathan está com um corte horrível na perna, Klaus ela corre o risco de ficar sem a perna, anda mexa-se ela precisa de você rápido! - Klaus revirou os olhos, agora a garota estava fazendo drama.

Ele o ignorou, aquela garota se quisesse se virava sozinha.

– Klaus eu juro que se você não ir ver o que há de errado com ela, vou embora, vou atrás do nosso irmão! - porque todo mundo estava do lado dela e ele era o vilão?

– Vamos então Kol. - deu-se por vencido.

Kol o fez correr feito louco pela propriedade, quando chegaram na cozinha viu ela tentando fazer parar de sangrar com uma toalha encharcada de sangue, ele sentiu um frio percorrer toda sua espinha, ela não estava desesperada por ajuda, estava tentando - do jeito errado - fazer parar de sangrar sem a ajuda de ninguém, e ele não acreditava no que seus olhos via, o corte estava feio, mais que feio e deveria estar doendo, como ela ainda conseguia se segurar de pé?

– Sente-se aqui. - ela o encarou ofegante, então obedeceu. - Kol pegue uma bacia com água morna um retalho grande, uma toalha nova e faixa, mexa-se garoto!

O menino saiu correndo e tropeçando em alguns objetos no caminho. Caroline viu Gil descer as escadas com Jo nos braços, ela chorava pedindo a mãe. Sentada ela pediu para levar Jo a ela.

– Meu anjo, eu vou ficar bem! - a menina olhou para o corte na perna dela que já tinha parado de sangrar. - Não olhe bebê.

Segurou o rostinho dela para cima, fazendo ela ficar sempre olhando os olhos dela, a dor da perna estava a deixando zonza, mas se concentrava bastante para se manter firme.

Uma parte do coração de Klaus amoleceu com a cena da neta do amigo tranquilizando a menina enquanto o fogo e a dor percorriam seu corpo. Kol trouxe tudo o que havia lhe pedido. Klaus pegou o retalho e o amarrou acima do corte, para cortar a circulação, pegou a toalha e colocou na água morna limpou todo o machucado, quando terminou enfaixou a perna enquanto Jo fazia carinho nos cabelos loiros e a mulher que dormia, ele não sabia se ela cedera, tocou de leve a testa dela, e por Deus estava queimando.

– Gil pegue a menina! - pronto, a menina armou um berreiro tão grande que ninguém conseguia acalmá-la. - Kol a leve daqui, arraste Henri também.

Henri que estava lá parado na porta ouvindo todo o alvoroço, se encolheu. Ao falar o nome de Henri a menina se calou, beijou o topo da cabeça da mãe prometendo resgatar Henri para fugirem dali, seguiu Kol para fora da casa, Klaus pediu que Gil pegasse alguns analgésicos e levasse para o quarto, ele pegou Caroline no colo e subiu, o corpo dela estremecia em agonia, a colocou na cama e ficou absorvendo-a. Ela era muito bonita, não entendia o porquê de ter tanta raiva dela sem nem a conhecer. Mas sabia que essa raiva era pelo fato de Jonathan dá a sua vida pela a daquela garota, essa lealdade cega o deixava irritado, ela não merecia.

– Aqui estão... O Jonathan está perguntando por ela! - o olhar cansado de Gil o deixou preocupado.

– Dê o remédio para ela, ela vai descansar, e se ela quiser contar sobre o ocorrido, ela que conte. - ele levantou e saiu do quarto. - Vou falar com ele.

Ele saiu do quarto irritado, parte daquilo era sua culpa, mas não ligava, ela que fosse embora para New York se estivesse irritada. No fim da escada o velho já esperava por ele inquieto.

– O que aconteceu com ela? Não tem nem um dia que ela está aqui e já terá que ir para a cidade, assim ela nunca vai aceitar minha proposta! - resmungou para Klaus.

– Ela só caiu do cavalo! - Klaus riu da piada negra que inventou em sua mente. - Ela vai ficar bem!

– Ela tem que ficar com a fazenda, eu a melhorei, consertei apenas para ela! - ele falava pra si mesmo. - E se depois desse incidente ela querer voltar para aquela cidade horrível?

Klaus não respondeu, preferia que ela voltasse para aquela cidade horrível que todos eram mesquinhos e esnobe, como ela.

No quarto ela já estava desperta, Gil a acalmou dizendo que Jo tinha ido brincar com Henri. Ela ainda tinha febre, e seu corpo gelado e trêmulo, a irritava. Era só uma droga de corte insignificante que causava muita dor.

– O almoço será servido daqui uma hora, quer ajuda para o banho? - Gil se ofereceu gentil.

Antes mesmo de Caroline responder o telefone ao lado da cama começou a tocar insistente, Gil correu e atendeu.

– Fazenda Forbes, em que posso ajudar? - os ombros dela se abaixou. - Vou ver se ela está em condições de atender...

Gil entregou o telefone para ela, sabia que ela era como o avô, mesmo se estivesse morrendo atenderia ao telefone. Gil saiu do quarto para dar privacidade.

– Oi?! - se mexeu na cama e soltou um gemido.

– Espero que você ainda esteja viva! - o sotaque búlgaro a fez sorrir. - Jo ligou desesperada dizendo que precisava de ajuda, e que a mamãe estava com muito sangue espalhado no chão, quer me dizer?

– Como a Jo te ligou? - balançou a cabeça. - E como você conseguiu esse número?

– Liguei para sua mãe, ela disse que estava indo no mercado e que você estava na fazenda! Aí pedi o número, já que o seu celular você não atende! - fingiu irritação.

– Aqui não pega sinal de telefone! - suspirou. - Eu cai de cavalo, e machuquei um pouquinho a perna.

– Um pouquinho? - ela ironizou. - Tá agora diga o quão péssimo isso está?

– Olha pelo lado bom, minhas mãos estão intactas! Ainda estamos dentro do ramo da arte - sorriu porque podia jurar que bulgariana estava revirando os olhos.

– Então você está bem! Não precisa Elijah ir aí para mandar um cara mal para cadeia que está sequestrando um garotinho cego? - dessa parte as duas riram.

– Não! Você sabe Jo tem essa coisa de exagerar quando vai contar as coisas. - novamente ela tentou mexer na cama soltando outro gemido. - E você já contou para o Elijah?

– Já! - se tinha uma coisa que Caroline sabia era que esse ‘Já’ era uma mentira.

– hum-hum. Vou dizer para a Jo ligar para ele e dizer! - ela ameaçou a amiga. Ela sabia que ela tinha que contar, se estivesse aterrorizada, que colocasse Elijah também.

– Você não faria isso, claro que não. Você é boazinha demais, e não colocaria a Jo nessa posição. - Katherine brincou. - Ainda pretende voltar em uma semana ou quer vir mais cedo?

– Uma semana, vou embora em uma semana, nada mais, sinto que não pertenço mais aqui... - se lamentou.

Do lado de fora Klaus ouviu essa parte da conversa, agora mais do que nunca a odiava, foi até ali para ir ao banheiro mesmo tendo um banheiro no andar de baixo, ele não queria admitir o porquê foi até lá, perto do quarto dela, resignado voltou para a sala, a Jo o olhou desconfiada.

Klaus saiu da casa, se sentindo mal, desapontado, não sabia o que era, só sabia que isso o fazia querer socar alguma coisa, mas não era isso que queria? Que ela fosse embora.

No almoço Jo e Henri comeram juntos, Jonathan os admiravam juntos, notou a falta de Klaus e se perguntou onde diabos estava.

– Jo você já vai a escola? - Henri levou o purê até a boca.

– Não gosto de lá, mas a tia Kate sempre diz que é bom para mim e pra mamãe, porque se eu estiver em casa não vou aprender a ler e escrever... - ela sorriu. - E atrapalhar a mamãe quando está desenhando, mesmo ela dizendo que adora ficar comigo em casa.

Só estava Johanna, Henri e Jonathan na mesa. A neta almoçou e foi descansar porque os remédios davam muito sono. Kol foi ajudar Gil a dar comida as galinhas.

– Porque você não gosta da escola? - Jonathan sorriu para deixá-la confortável para dizer.

– Eu fico meio na lua quando estou na aula de música... - ela limpou a boca com o guardanapo. - Mamãe não sabe mais eles ficam tirando sarro de mim por isso... não contém a ela, porque ela ficou tão feliz quando eu disse que adorava a escola.

– Porque você disse que gostava da escola se não gosta? - Henri a questionou.

– Tia Kate disse que é sempre ruim no começo, mas eu iria me acostumar... eu só gosto mesmo da aula de piano... - ela revirou os olhos sem perceber. - Quando vamos comer a sobremesa?!

– Tão apressada quando sua mãe, acredita que ela era como você? - o velho já ia começar outra história quando Klaus entrou na sala de jantar.

– Oi Jonathan... - os olhos dele bateram na menina, depois desviou para o filho. - Henri você disse que me ajudaria com os porcos depois do almoço? Desistiu?

– Não papai... é porque a Johanna me chamou para brincar com as borboletas... - ele se defendeu.

– Me trocou pela primeira mulher que cruzou seu caminho? - Klaus soltou uma risada gostosa, Jonathan o acompanhou. - Depois que brincarem com as borboletas pode vir me ajudar e traga sua amiga, claro peça sua mãe.

– Obrigado! - Jo respondeu por educação.

Klaus parou antes de desaparecer e ficou chocado, nunca ouviu um obrigado dos netos de Jonathan ainda mais para trabalhar, eram todos umas pestes, que não respeitava nem a mãe. A filha de Caroline tinha uma educação fina, mas Klaus não quis se enganar por ela. Não podia gostar delas. Continuou o caminho até sair da casa.

Mais tarde quando as crianças se juntaram a ele para dar comida aos porcos, ele admitiu a menina não era uma nojenta, ela ajudou Henri a carregar o balde de lavagem para os porcos pequenos. Ela só errava na parte de colocar a comida. Klaus foi ajudá-la.

– Johanna, vou te ensinar a colocar. - pegou a mão dela segurou o balde para cima, puxou com a outra mão o fundo do balde e o virou sem derrubar o que ela derrubava nos pés. - Viu não sujou os pés, agora tente com aquela lá.

Ele observou ela colocar do jeito que ele ensinou, ela derrubou um pouquinho mais fez certo, Klaus sorriu. Ela ajudou com todos os porquinhos e depois Henri pediu Klaus para cuidarem do jardim.

– Cuidado com as abelhas. - Klaus advertiu vendo eles se limparam e correram para o jardim da frente da casa.

A tarde tinha se estendido, Caroline se sentia muito melhor, sua perna nem parecia que tinha sido tão machucada, já se sentia renovada, levantou da cama e foi até a janela, sorriu igual boba quando viu Jo cuidado das plantas com a ajuda do Kol.

Ficou lá admirando a menina por tanto tempo que nem percebeu que Klaus a observava de longe, o sorriso no rosto dela era tão puro. Se ele a odiava, odiava. Mas a admirava como mãe. Não tinha dúvidas que ela amava a garota mais que a própria vida.

Mas não podia gostar dela de jeito nenhum, se gostasse também estaria com sérios problemas, ela era quem era e não mudaria, saiu dali para parar de pensar nela, foi até sua casa e pegou o violão, a música o deixaria mais calmo.

Caminhou pelo campo, já tinha anoitecido, viu o carro da filha de Jonathan chegar e ela e o marido entrarem, sabia que Jonathan iria oferecer a fazenda para a neta, e Klaus a odiava por isso. Nada melhor que a música para espantar o emaranhado de sentimentos que o engolia por dentro.

Na mesa de jantar estavam todos os integrantes de família apreciando a comida de Gil, incluindo Henri e Kol. Jonathan tinha muita consideração com a família de Klaus. Jared, Lukas e a recente Jo eram seus netos, assim como Henri e Kol seus netos postiços.

– Como já estão todos aqui... - Jonathan sorriu para Liz, ela sabia de sua decisão, e o apoiava. - E todos já sabem sobre a minha condição de doente terminal... vou dividir minha herança enquanto ainda estou respirando.

Liz limpou uma lágrima teimosa. Todos na mesa permaneceram em silêncio até Caroline se indignar.

– Não estou acreditando nisso! Vovô você não vai morrer amanhã, pelo amor de Deus, não estamos aqui por causa do seu dinheiro... - ela limpou rapidamente os lábios de Jo com o guardanapo, que comia feito um trabalhador braçal.

– Cala a boca, Caroline... deixe ele falar! - Hayley que ficou a tarde toda sumida, apareceu apenas quando o carro dos pais entrou na propriedade.

– Obrigado Hayley! - o velho levantou as mãos. - Como eu dizia, eu vou dividir as coisas.

Ele ficou em silêncio deixando Caroline aflita, ela não gostava nada dessa desistência do avô, não sabia se era a divisão dessa herança ou o fato de que com essa divisão ele ia desfazer da fazenda, sabia que não tinha direito de intervir, mas se isso acontecesse juntaria toda seu dinheiro para comprar a fazenda para ela mesma. Amava o lugar e não deixaria destruir.

– Totalizando meus bens, temos a casa da Hayley, a casa em que eu comprei no French Quarter e a fazenda. - ele respirou fundo. - Hayley pode ficar com a casa que está, a casa no French Quarter vou deixar para minha Liz e a fazenda para a Caroline...

– Porque a Caroline vai ficar com a fazenda? - Hayley ficou indignada. - Ela nem vai ficar aqui...

Todos ficaram chocados com a indulgência da Hayley. E ela deu os ombros, nunca tinha saído da cidade, e se desdobrava para agradar o avô e agora a filha pródiga recebia tudo?! Agora queria estrangular a irmã por roubar o que era seu por direito.

– Calma Hayley! - o avô a acalmou. - A fazenda não pode ser vendida e quem ficar com ela tem que morar aqui!

– Mas eu já moro aqui, isso não é justo... ela já é rica. - Hayley acusou apontando o dedo para ela. - Mora em New York, não é casada, não precisa de nada de nós, ela sumiu por sete anos sem se preocupar com quem ela magoou... agora vocês vêm me dizer que tudo fica com ela e essa bastarda que nem o pai quis?

Hayley tinha razão, uma parte mórbida de Caroline concordava, não tinha direito de tomar o que era para ser dela, quando fugiu com Enzo a sete anos perdeu o direto de ter uma família, agora que Hayley a lembrou de que não deveria sentir que ainda fazia parte, era só ela e a Jo e mais ninguém. Seus planos era ficar no máximo uma semana ali e não mudaria isso.

– Eu preciso de tempo! - disse Caroline baixo. - Sinto muito!

Jo ficou olhando nos olhos da mãe, não sabia o que fazia a mãe ficar consternada.

– Eu não acredito, você ainda vai deixar as a fazenda não mãos dela? - Hayley levantou. - Não vou mais participar dessa baboseira, vou para casa... amanhã venho buscar os meninos!

A saída de Hayley, fez todos na mesa ficarem em completo silêncio, Jared e Lukas desapareceu assim que a mãe deu o fora. Todos na mesa se voltaram para Caroline.

– Eu preciso de ar! - ela levantou e saiu.

Jo até tentou ir atrás da mãe, mas foi impedida pela avô Liz que a segurou, sabia que a filha precisava de tempo, e nesse tempo podia ficar com a neta que pouco teve contato.

O ar da noite a abraçou por completo, o frio correu por todas as veias do seu corpo, a pele branca se arrepiou, não se lembrava de que a fazenda fazia tanto frio, talvez fosse porque já estivesse tremendo com tudo o que estava acontecendo.

Esfregou as mãos uma na outra e depois passou elas no braço para espantar o frio e um pouco da tremedeira. Começou a andar na direção leste, sem nem mesmo saber para onde ia, no momento queria apenas desaparecer, não aguentaria mais um segundo ali, seus ossos ainda por cima pediam desesperados pelo cheiro das tintas e do óleo e a familiaridade do pincel.

Só parou quando viu a casa de longe, a árvore próxima a um tronco caído, se deteve a sentar lá, ainda nem tinha se recuperado do corte na perna, doía, mas como nunca deixava que a dor ser grande coisa, observou o curativo bem feito, não imaginava que os homens da fazenda tinham mãos tão habilidosas para isso.

Corrigindo Klaus tinha mãos habilidosas, sua mente a traiu. Tratou de tirar tais pensamentos da cabeça, afinal tinha um problema maior para resolver. Mesmo que aqueles olhos verdes e sua queda por sotaques a colocasse em uma posição complicada, será que não tinha aprendido que o seu tipo de homem também não trazia benefício algum?

Os olhos lacrimejaram, pela primeira vez não sabia o que fazer. A música soou longe demais dos seus ouvidos, mas desejou que aquela voz gentil a guiasse para longe da guerra que estava acontecendo dentro de si. Ao ouvir a voz um misto de emoções tomou conta dela.

Ela levantou quando a voz parou e os acordes do violão tomaram seu lugar, caminhou devagar para o norte da fazenda indo de encontro a voz aveludada e apaixonada cantando sua melodia solitária. Quando viu a sombra sobre a cerca de madeira, com as botas penduradas no ar o chapéu de couro na cabeça, e segurando o violão entre as mãos de costas para ela, ficou quieta deixando-o terminar de cantar, era calmo, tão calmo quando a fina chuva que começou a cair. Ela não percebeu, e talvez nem ele já que ambos estavam envolvidos na canção.

De repente a música parou e ela desejou que ele voltasse imediatamente a cantar, mas a chuva engrossara mostrando sua fúria. Eles correram em direções opostas.

Sem pressa de chegar na casa do avô deixou que a chuva a molhasse inteira, era totalmente inspirador ter a chuva batendo no rosto, lavando sua alma do tormento.

Voltou meia hora mais tarde, e quando entrou pingando, molhando tudo por onde passava, fez Liz abrir um sorriso lembrando do passado, e, o velho Jonathan correu para a neta, mandando Gil trazer uma toalha e roupa seca, porque desse jeito ela poderia pegar um resfriado.

– Você quer morrer antes mesmo de mim? - ele a sacudiu. - Pelo visto a perna já sarou!

– Vovô você pode esperar por uma semana até eu me decidir? - a água da chuva pingou do seu cabelo no rosto.

– Todo o tempo que quiser, meu anjo! - ele a abraçou mesmo estando molhada. – O tempo que quiser...


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