E se... escrita por Virgo


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Curiosidade. Sabiam que o Tio Kurumada disse em uma entrevista que nenhum dos personagens de Saint Seiya é homossexual? Nem mesmo o Milo e o Camus? Na verdade, ele disse achar engraçado essa mania que os fãs tem de colocá-los juntos, afinal, segundo ele, os dois são apenas bons amigos e nada mais. Mas, ele disse que se houvessem homossexuais na obra estes seriam apenas dois e, choquem, seria o Afrodite e o Shaka, ninguém mais, ninguém menos.
Se querem saber minha opinião, eu fiquei chocada quando vi essa entrevista, afinal eu sou mega adepta de Camus&Milo, e a primeira coisa que passou na minha cabeça foi: "E O MISTY É O QUÊ TIO?!"
Tenham uma boa leitura :)



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Passou dias ao lado do pequeno lemuriano. Era um menino adorável e que sempre a acompanhava para tudo que é lado, parecia uma mini sombra, apesar de alguns dizerem que ele mais se parecia com um filho perto dela. Já ela preferia dizer que era um irmãozinho.

Esses dias foram de relativa paz e calmaria. Os médicos viviam afirmando que, apesar do estresse gerado pelo ataque do Santuário, seu bebê continuava bastante saudável e forte. Os Cavaleiros Negros agora estavam mais espertos e “rosnavam” para todos que chegavam perto da ilha com cara de suspeito. O Santuário não parecia disposto a um novo ataque. E o leonino ainda não tinha retornado, mas segundo boatos, o cosmo que escapava do vulcão estava cada vez mais forte. No entanto, todos sabem que depois da calmaria vem a tempestade.

Era estranho ver um Cavaleiro Negro se embrenhando no mercado. Não que eles não fiscalizassem o mercado, mas UM SÓ era impossível de se ver, afinal eles sempre andavam em grupos. Sem contar que não era qualquer Cavaleiro Negro, era um dos Cavaleiros do Apocalipse.

¬ Senhora.— chamou Andrômeda Negro.

¬ Darin.— o cumprimentou e entregou a cesta de compras para o menino ao seu lado. – O que houve? Algum problema?

¬ Eu não diria um problema, mas talvez o começo de um.— respondeu. – Wanáx Fênix atualmente se encontra a caminho do Santuário e se move rápido. Talvez já tenha chegado nesse meio tempo em que falamos.

Sentiu o coração falhar uma batida. Agora sim o medo estava lhe assombrando de verdade, antes tinha conseguido empurrá-lo para longe, só que não mais conseguia repetir o feito. Suas mãos tremiam e isso não passava despercebido por ninguém que prestasse atenção.

¬ Como está a situação dos Bronze?— perguntou.

¬ Sabe-se que passaram da Terceira Casa. Estão feridos e talvez não consigam avançar muito mais.— disse o turco. – Devemos mandar algum tipo de reforço?

¬ Não.— respondeu depois de algum tempo em silencio. – Não podemos nos envolver ainda mais. O Santuário tem muitos outros aliados pelo mundo, com uma carta eles podem nos esmagar de vez. Apesar de me doer o coração ao negar ajuda se preciso aos Bronze e à própria Athena, eu devo pensar em nome de todos e pensando neles digo que devemos deixar a batalha seguir seu curso sem interrupções. Tudo o que podemos fazer agora é observar e orar por seu sucesso no campo de batalha.

¬ Sim, senhora.— se retirou para comunicar seus companheiros.

A virginiana quase ruiu quando o mais velho se afastou. O medo era um sentimento horrível e desesperador, sendo obrigada a se apoiar ao lemuriano.

¬ Acho melhor irmos pra casa, né?— disse o menino a levando pela mão.

Nem soube dizer quando chegou em casa, o medo que sentiu naquele momento foi capaz de fazê-la perder a noção de tempo e espaço. Só percebeu que estava em casa quando o pequeno lhe estendeu um copo d’água, puxando uma cadeira para sentar ao seu lado logo em seguida.

¬ Você tá bem?— perguntou um tanto receoso.

¬ Eu estou bem, Kiki, obrigada.— fez carinho nos fios castanho alaranjado. – Será que eles vão ficar bem?

¬ Tenho certeza que sim.— disse o menor animado. – Shiryu é muito forte, já o vi voltar dos mortos uma vez. Shun despertou o Sétimo Sentido ainda em treinamento. Hyoga era aprendiz de Camus de Aquário e, dizem os boatos, conviveu e treinou com Milo de Escorpião também. E Seiya já enfrentou Aiolia de Leão sozinho duas vezes. Eles vão conseguir.

¬ Que os deuses te ouçam.— respondeu em um suspirou e apoio o rosto em uma das mãos tentando não chorar, odiava não poder fazer nada além de esperar.

O menino estava inquieto ao seu lado. Sabia que era desconfortável ver as pessoas sofrerem enquanto você não sente nada, na verdade, você sente culpa por não sentir nada, e isso gerava uma vontade absurda de querer ver a pessoa melhor não importava como.

¬ Olha.— disse o menor. – Eu posso transferir a minha mente para alguém e ver o que tá acontecendo de tempos em tempos. Ou posso lev-...— tampou a boca assim que se deu conta do que estava falando.

¬ Começou, agora termina.— disse a mais velha olhando-o nos olhos.

¬ Ou eu...— abaixou a cabeça e se encolheu já imaginando a bronca que levaria do mestre. – Ou eu posso te levar até lá com o teleporte.

¬ Teleporte?— o mirou com mais atenção. – Quer dizer que...? Você sumiu mais cedo por uma hora e quando eu lhe chamei apareceu do nada. Você tinha se teleportado para o Santuário?

¬ Não queria que se preocupasse ou pensasse em traição.— respondeu de cabeça baixa. – Eu só estava vendo como estavam as coisas, sem contar que meu Mestre me chamou para ajudar. Ele pensou que se eu aparecesse, os Bronze, que estavam desconfiados, colocariam um pouco mais de fé no que ele dizia.

¬ E deu certo?— questionou.

¬ Sim.— respondeu. – Acontece que teve um pequeno incidente e tive que aparecer para convencê-los de que Mestre Mu era confiável.

¬ Que incidente?— sua curiosidade era justa.

O menino pareceu se encolher ainda mais, pelo jeito as coisas estavam mais difíceis do que realmente era capaz de imaginar. O que afinal poderia ser tão grave assim?

¬ Lady Athena foi ferida gravemente com uma flecha dourada.— respondeu. – E a única forma de salvá-la é cruzar todas as Casas, chegar ao Grande Mestre e obrigá-lo a ajudá-la.

Mil e uma coisas passaram-se por sua mente naquele momento. Em instantes conseguiu entender a gravidade da situação e calcular todas as consequências e possibilidades. Se Athena perecesse, uma nova era de trevas recairia sobre a Terra e talvez essas trevas nunca mais se dissipassem.

¬ Vamos pro Santuário agora, Kiki.— ditou firme.

¬ Mas-...

¬ Sem “mas”!— rebateu. – Eu não vou aguentar ficar apenas esperando pelo pior! Vamos logo!

Para os Cavaleiros Negros que zelavam por sua segurança não houve diferença alguma. Só reparariam seu sumiço quando o dia se tornasse noite e nenhuma vela fosse acesa em sua casa, ou então quando sua chaminé não soltasse fumaça alguma. Nessa hora, muito provavelmente, invadiriam sua casa e tudo o que encontrariam seria um bilhete escrito as pressas sobre a mesa.

A viagem tinha sido tão rápida quanto um piscar. O menino tinha apenas respirado fundo e segurado sua mão, e de repente estavam os dois no Santuário. E pela aparência do lugar, estavam no tão falado Coliseu.

¬ Kiki?— era a voz de um homem.

Reconheceu o homem assim que o viu. Era o guardião da Primeira Casa, dessa vez trajando sua Armadura imponente, mas mantendo o mesmo ar sereno de quando o vira pela primeira vez.

¬ Desculpa Mestre Mu.— disse o menor de cabeça baixa.

¬ Ai, Kiki... — suspirou. – Porque a trouxe? Eu pedi que tomasse conta dela enquanto a situação ainda estivesse difícil. Porque me desobedeceu?

O tom do mais velho era em nada reprendedor, mas ao que parecia o menino realmente se sentia mal por decepcioná-lo de alguma forma. Aquela sim era uma relação de Mestre e Aprendiz, talvez, até mesmo, a de um pai e filho.

¬ Eu pedi para ele me trazer senhor.— interveio em nome do menino. – Posso não ser uma Amazona e nem possuir cosmo, mas tenho algo que acredito ser útil. Então, por favor, não fique bravo com ele, se quer ficar bravo com alguém, fique bravo comigo.

O lemuriano mais velho, ao menos presumiu que fosse um lemuriano devido sua aparência, apenas suspirou, como se estivesse muito sobrecarregado.

¬ Não estou bravo com ele. Apenas estou com a cabeça cheia de preocupações.— respondeu. – Mas você disse ter algo que podia ajudar e por isso o convenceu de trazê-la. Pois bem, o que seria essa coisa?

Levou a mão até o pescoço e puxou o cordão preso nele, mostrando para os presentes seu bem material mais precioso. A lacrima brilhava como nunca, chegando quase a pulsar.

A expressão do mais velho mudou de maneira drástica. Sua boca agora formava um “O” perfeito, suas pupilas estavam contraídas e seus braços pendiam ao lado do corpo.

¬ Como conseguiu isso?— sua voz era um sussurro. – Como conseguiu esse legado do meu povo?

¬ Essa joia salvou minha vida um ano atrás e foi Ikki quem a conseguiu.— explicou. – Se usarmos em Lady Athena, talvez possamos conseguir mais tempo para os Bronze. Pode ficar com a joia depois se assim quiser, mas eu quero ajudar de alguma forma e isso é tudo o que posso oferecer.— seus olhos refletiam a ânsia de ajudar de algum jeito.

O lemuriano mais velho receou, olhou para o relógio de fogo preocupado e depois voltou seu olhar para os dois mais novos. Ele ainda pensou por mais um tempo e mirou o relógio de fogo outra vez, soltando um gemido frustrado.

¬ Venham comigo.— disse o mais velho.

Foram guiados até uma das ruínas, lugar em que as crianças costumam brincar ou até mesmo assistir aulas. O lugar agora em nada parecia com um centro de brincadeiras ou ensino, agora parecia um acampamento militar armado em meio ao desespero.

Alguns panos suspensos protegiam as pessoas do sol grego e escaldante. Rapazes e garotas, em sua maioria Bronze, corriam de um lado para o outro, tentando ajudar de alguma forma ou então guarnecer melhor aquele pequeno acampamento, que pelo jeito era constantemente atacado. Um único homem, vestindo uma armadura estranha e portando uma espada de madeira, ficava posicionado frente uma tenda também feita as pressas.

Na tenda tinha uma cama improvisada entre vários panos, com alguém deitado nela. Ao seu lado estavam várias pessoas tentando de todo jeito fazer algo para ajudar. Aquela pessoa deitado só podia ser Lady Athena.

Uma das pessoas saio e falou com o homem da armadura estranha, que agora parecia ainda mais aflito. Logo todos que estavam na tenda, todos Cavaleiros, se retiraram com expressões desoladas de quem sabia que os esforços foram inúteis.

¬ Sr. Tatsumi.— chamou o lemuriano. – Algum problema?

¬ Mu-dono!— o homem estava cada vez mais aflito. – Eles não conseguiram nada! Disseram que toda vez que tocavam na flecha, ela se afundava ainda mais na carne e se aproximava mais e mais do coração! O que fazemos agora, Mu-dono?!

O mais velho parecia ainda mais desconfortável. Pelo jeito a situação estava muito mais caótica do que o imaginado a principio.

¬ Sr. Tatsumi.— por fim se pronunciou. – Não é uma certeza, mas esta jovem pode nos ajudar.

O homem a mirou aflito e esperançoso, como se esperasse um grande milagre vindo dela. Não achava que podia fazer tanto quanto o homem a sua frente parecia esperar, mas sabia que quando desesperadas, as pessoas tendem a depositar suas esperanças em qualquer pessoa ou coisa.

¬ Pode mesmo salvar a Saori-san?— questionou.

¬ Eu posso fazer o meu melhor.— respondeu.

¬ Onegai.— deu espaço para que ela entrasse na tenda improvisava.

O lemuriano mais velho entrou com ela, mas chegou a vez do pequeno lemuriano e ele não pode entrar, só podendo reclamar. O que era até compreensível, afinal uma criança não pode ajudar muito nessas horas por mais que tenha a vontade.

Era a primeira vez que via Athena. Já tinha questionado o leonino muitas vezes quanto a aparência da deusa, na época era apenas a Garota Kido, mas nenhuma descrição dele chegava perto da verdade. Ela era muito mais bonita do que imaginava.

¬ Espero que dê certo.— comentou tirando a lacrima de seu pescoço.

Deixou a lacrima junto a flecha, tomando todo o cuidado possível para não encostar no projétil, e começou a rezar para que tivesse sucesso. A lacrima já estava brilhando naturalmente, agora que estava junto ao ferimento a joia pulsava e brilhava mais intensamente quase cegando as vistas dos presentes.

¬ Isso é um bom sinal?— perguntou para o guardião da Primeira Casa.

¬ É um ótimo sinal!— disse sorrindo. – A joia a está ajudando! Está aumentando nosso tempo!

Sorriu com a possibilidade de realmente estar ajudando em algo. O mais velho também sorria, a virginiana e a lacrima eram presentes dos deuses para aquele momento de dificuldade. As coisas estavam sim difíceis na batalha das Casas, mas com aquela joia as coisas não precisavam ser tão corridas, os Bronze poderiam descansar um pouco entre uma luta e outra, não precisariam matar ninguém.

No entanto, como conseguiriam informá-los? As ligações por cosmo se tornaram impossíveis, pois eles estavam em momento de forte tensão. Todos que tentassem subir atrás deles também seriam barrados e teriam que lutar para passar. O pequeno lemuriano poderia se ferir na tentativa de informá-los. No final, teriam que deixar como estava, não conseguiriam informá-los nunca. Suas esperanças eram de que ninguém perecesse naquelas batalhas.

Esperava do lado de fora da barraca, mas ainda estava protegida pelos panos do sol ardente. Estava na companhia do menino lemuriano, que no momento se maravilhava com o bebê mexendo. Foi durante essa espera que todos os Cavaleiros e Amazonas, até mesmo o pequeno perto de si, pararam tudo o que faziam e olharam para as Doze Casas.

¬ Kiki.— chamou depois de um tempo. – Kiki. O que está acontecendo?

¬ A-Ah... Os Bronze...— o menino ainda estava atônito. – E-Eles passaram da Sexta Casa...

Tampou a boca pro instinto, temia pelos Bronze, mas também pelo protetor da Casa. Se eles passaram então o derrotaram, mas nenhuma outra hora viu a mesma reação, afinal ainda tiveram que enfrentar os Cavaleiros de Câncer e Leão para chegar ali.

¬ Não...— disse o menino ainda olhando para as escadarias. – Eles não venceram... Alguém está segurando Shaka de Virgem...

Segurando? Quem teria força e vigor o bastante para tal depois de cruzar cinco Casas? Nenhum dos quatro que se arriscaram a subir teria força o bastante, já estavam gastos pelos batalhas anteriores, então quem poderia estar segurando um Cavaleiro de Ouro sozinho? A única pessoa que até então não se envolveu em luta alguma.

¬ Kiki.— temia a resposta.

¬ Fênix é o adversário de Virgem...


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Notas finais do capítulo

Aliais, dizem que Peixes e Virgem são signos complementares e que casais destes signos costumam dar mega certo, então fica essa dúvida (ao menos comigo): Se o Dite e o Shakito gostassem da mesma fruta... Eles seriam um casal? Ou continuariam a ser como nos foram apresentados, apenas tendo na ficha de personagem essa diferença dos demais?
Espero que tenham gostado :)

Bjs. L :3



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