A vida da família Darling mudou bastante com a chegada de Naná, mudou para melhor na opinião de todos, até o George o pai das crianças começou há ter mais tempo para os filhos e a esposa Mary, eles agora sempre brincam juntos, dançam e fazem canções engraçadas sobre tudo que possa fazer uma pessoa rir ate Liza a emprega participa das brincadeiras. Numa dessas noites eles fizeram um brincadeira de contar histórias uns para os outros e a Wendy foi à última, pois ela é considerada a melhor contadora de histórias da família.

– Vai Wendy conta a história do tesouro perdido. - Clamava alto o pequeno Michael.

– Não essa não. - Pedia John. - Conta a dos três porquinhos e Cinderela.

– Prefiro a da bela e o sapo. - Diz Mary e todos começam a rir, pois Wendy conta as histórias de forma diferente tentando torna-las mais cheias de aventuras e emoção.

– Está bem, tem uma nova sobre um menino chamado Peter Pan.

– Peter Pan o garoto das fadas? - Pergunta John.

– Sim. - Responde Wendy.

Em outro lugar Naná a babá estava de folga era um lindo fim de tarde de domingo, ela estava sentada no mesmo banco que sempre fica para observar as coisas que acontecem no Kensington Gardens, a noite se aproximava quando de repente Naná sentiu o cheiro de magia no ar.

– Esse cheiro... é você Peter?

A silhueta de um rapaz aparece entre alguns arbustos atrás de Naná e parece ser de um garoto, ele começa a rir e diz.

– Nunca consigo me esconder de você Naná seu nariz ainda funciona muito bem continua sendo uma ótima farejadora.

– Mas já eu mudei faz muito tempo e você pode mudar também.

Peter desconversa e diz. - Você leva muito a sério o trabalho que as fadas deram a você, eu gostava mais de você quando você era do outro jeito, lembra? Brincávamos muito aqui.

– Eu me lembro, mas eu gosto do jeito que estou agora e sou feliz assim. – Naná rir e pensa em se levantar para poder vê-lo, porém ela sabe que se o fizer Peter vai desaparecer.

– Que pena é bom brincar com você Naná.

– Onde está a Sininho Peter?

– Shhh Naná, não fala o nome dela estou brincando de pique-esconde vale tudo, daqui até a Terra do Nunca.

– Peter você se lembra do William?

– Quem?

– William o pequeno. - Naná sabe que Peter não se lembra, mas ela sempre tenta fazê-lo lembrar das coisas que fez ou das pessoas que conheceu.

– Eu já lutei contra ele? É algum pirata que eu matei?

– Não, ele foi um dos garotos perdidos não se lembra?

– Não. O que aconteceu com ele? Morreu.

– Não. Ele está vivo e bem se tornou um bom homem.

– Ele cresceu? Então não serve para mim.

– Crescer não ruim.

– Essa conversa ficou chata eu vou embora e me esconder em outro lugar.

– Peter espera. - Mas ele não respondeu Naná se levanta e o procura. - Onde você foi Peter?

Em casa Wendy conta a história do garoto das fadas que leva as crianças perdidas pelos pais ou pelas babás negligentes para o lugar entre os sonhos uma ilha fantástica onde o tempo passa como quer e que é habitada por fadas, e feras selvagens, índios e garotos perdidos, todos lutando contra os piratas invasores.

– Engraçado Wendy eu já ouvi esse nome em algum lugar. - Comenta a Mary. - Mas não me recordo aonde ou quando foi.

– Naná disse que ele ajuda as crianças que se perdem dos seus pais.

– E ele não tem mãe? - Pergunta a mãe de Wendy.

– Acho que não.

Mary fica com pena dele e pensa que se pudesse o adotaria, mas ela deixa esse pensamento de lado e diz. - Bem está ficando tarde é hora de vocês dormirem crianças.

As crianças não protestam por que até elas estão cansadas depois de tantas brincadeiras. Enquanto isso Naná está no meio do caminho de volta para casa, ao olhar para o céus ela vê um rastro de pó mágico das fadas seguindo o mesmo caminho da casa dos Darling e subitamente ela tem um pressentimento ruim e apressa os passos para casa deles.

Na casa dos Darling Mary arruma o quarto dos filhos todos que já estão dormindo Wendy adormeceu com algumas anotações nas mãos e Mary as pega curiosa ela passa os olhos em algumas delas e lê e percebe que todas são sobre Peter Pan, o nome dele está escrito em todas as páginas e Wendy escreve sobre os sonhos que vem tendo com ele diariamente.

– Wendy minha menina está crescendo sem saber. - Mary senta-se ao lado da cama dela, acaricia o seu rosto e lhe da um beijo de boa noite ela coloca as anotações de filha na cabeceira que fica ao lado da cama.

Um vento forte abre a grande janela do quarto e uma pequena luz atravessa mais rápido do que os olhos possam acompanhar, a noite está fria e Mary fecha a janela e depois sai do quarto.

George está na sala lendo um livro e Mary vem até ele e faz uma pergunta que deixa o marido surpreso. - George você acha que está na hora de pensarmos sobre o futuro de nossa filha?

– Futuro? Como assim?

– Casamento, filhos.

– Casamento? Filhos? - George põe o livro numa mesinha ao lado dele e diz. - Mary a Wendy tem dezesseis anos eu sei, mas ela ainda é uma menina, apesar de sua aparência dizer outra coisa.

– Quando me casei com você eu tinha dezessete anos.

– Eu sei querida, mas Wendy é como você sabia?

– Como eu?

George abraça a esposa e pergunta- Alguma coisa a preocupa?

Ela retribui o abraço e responde. - Não sei se é uma preocupação, apenas um pressentimento. A conversa deles é interrompida quando alguém bate na porta o horário avançado faz George estranhar.

– Quem será está tarde. - Ele vai até a porta e vê Naná tremendo de frio e ofegante e ele pergunta. - Naná o que houve?

– Posso entrar?

– Claro que sim está frio?

Naná entra e pergunta. - Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa estranha com as crianças hoje?

No quarto das crianças a pequena luz que entrou no quarto voa entre os irmãos procurando vê quem é quem quando ela acha a Wendy pousa no chão ao lado cama dela e se transforma crescendo de tamanho subitamente e virando uma bela jovem. Ela é magra e alta e apesar de parecer humana ela tem as orelhas pontudas, os seus cabelos parecem ser feitos de ouro e seus olhos são estranhos e sempre mudam de cor, ela não usa roupas, mas o seu belo corpo é recoberto de pó mágico das fadas sobre a pele em um tom parecido com o dourado e nas suas costas um belo par de asas semitransparentes. Ela se aproxima de Wendy e se senta ao lado dela e começa a acariciar o seu cabelo e depois diz.

– Oi pequena Wendy, sentiu saudades?