Peter despertou com um beijo de Wendy e os efeitos foram mais fortes que a Sininho podia imaginar, ele não só cresceu de tamanho, mas também amadureceu por dentro e ficou um pouco diferente do menino que era.

– Oi Wendy.

– Peter! - Wendy fica extasiada e o abraça tão forte que ele quase sufoca.

– Calma Wendy, calma eu estou sufocando.

Ela o solta e pede desculpas. - Ai foi sem querer não queria te machucar.

– Tudo bem, eu vou ficar legal - Peter se senta na cama e fica massageando o próprio pescoço.

Wendy olha para Sininho e diz - Sininho eu estou me lembrando de tudo é tão bom me lembrar do que aconteceu é tão... - Wendy para por um momento e o seu semblante cai ela olha com raiva para Peter e dá uma tapa certeira no rosto dele.

– Ai Wendy por que fez isso? - Mas ele desiste de ter a resposta ao ver a feição furiosa de Wendy que fala muito nervosa colocando o dedo indicador bem no meio da cara dele.

– NUNCA mais vá EMBORA sem mim, VOCÊ me OUVIU PETER PAN?

– Sininho tenta argumentar, mas Wendy olha para ela e faz um sinal negativo com a cabeça pedindo que não dissesse nada.

Peter não está assustado, mas surpreso pela maneira dela falar ele abaixa a cabeça parecendo que vai chorar, porém na verdade começa a rir sem parar deixando Wendy ainda mais nervosa. Ela ameaça bater nele outra vez só que desta vez ele segura a mão dela e a puxa para si, ela o empurra e dá as costas e depois de um breve momento de silêncio diz o seu nome como se pergunta-se a resposta dele.

– Peter? - Wendy deixa as lágrimas correrem pelo rosto, ele se levanta e apesar de ser um pouco mais baixo que ela seu corpo já esboça um desenvolvimento para se tornar um homem, ele a virá para si limpa as lágrimas no rosto dela e diz.

– Eu sempre quis que viesse comigo, mas era orgulhoso demais para admitir, não acho que na verdade eu nem percebia isso, mas agora vai ser diferente eu prometo.

– Promete mesmo que não vai me esquecer ou me deixar sozinha outra vez?

– Sim como disse eu prometo.

Um clima romântico envolve os dois até que eles são interrompidos pelo som de alguém batendo na porta, Sininho voa apressadamente e se esconde na pequena casa de bonecas de Wendy que está guardada em cima do guarda-roupa, Peter se joga na cama de Wendy e se cobre para fingir que ainda está dormindo, Wendy fica parada no meio do quarto e diz.

– Pode entrar.

A mãe de Wendy Mary entra com um sorriso constrangido e olha para Peter e depois para Wendy e pergunta.

– Está tudo bem com ele?

Wendy olha para Peter e depois fala. - Ele parece melhor acho que vai acordar logo.

– Bem filha eu estou preocupada seu pai e eu achamos que deveríamos chamar um médico para examina-lo, talvez o médico possa passar um remédio para ele melhorar.

Ao ouvir a palavra remédio Peter pula da cama e faz um reverencia para a mãe de Wendy e diz. - Não há necessidade de remédio senhora eu estou bem.

Wendy revira os olhos e não acredita que ele simplesmente se levantou.

– Nossa que recuperação! - Comenta a mãe de Wendy que depois questiona eles. - E o que vocês estavam fazendo aqui sozinhos.

– Não estávamos sozinhos senhora a Sin...

– EU ESTAVA contando a história de Branca de neve pra ele mãe, já estava no final. - Wendy interrompe Peter que estranha o comportamento dela.

– Branca de Neve?

– Sim.

Fica um silêncio e Peter começa a assoviar a mãe de Wendy rir, depois vai na cômoda aonde guardou a sombra de Peter, ela a pega e a entrega nas mãos dele.

– Acho que isso é seu e me desculpe por tirar isso de você.

Peter pega a sua sombra muito feliz, ele pularia e voaria de felicidade, mas decide só agradecer pra não parecer mal educado.

– Obrigado senhora.

– Por nada e tem algumas roupas que colocamos ao lado da cama, veja o que pode servir em você acho que não vai querer ficar de pijama o tempo todo.

– Tem razão, vou experimentar e vou pedir a Wendy pra costurar a minha sombra de volta.

Mary fica com vontade de rir pelo o que Peter disse, mas não o faz. - Bem Wendy ajude o Peter, depois desçam os dois já vamos servir o jantar. - Mary dá as costas e sai fechando a porta do quarto. Peter desdobra a sombra e comenta com Wendy sua impressão em relação a mãe dela.

– A sua mãe é uma mãe de verdade.

– É, mas só que... Wendy não fala mais nada e fica pensativa, imaginando se a mãe dela há viu beijando Peter.

Wendy costura a sombra de Peter e após ela terminar ele vai ao banheiro se trocar, enquanto isso Wendy guarda as coisas que usou no baú que William lhe deu, ela então vê e pega um dedal que á deixa pensativa, Peter volta sem ela perceber e ele pergunta.

– Como estou?

Peter vestia uma das roupas do pai de Wendy e estranhamente estavam ajustadas para o seu tamanho até mesmo os sapatos, talvez fosse uma mágica das fadas, e desde aquele momento Wendy começava a perceber que tudo se ajustava para cumprir as necessidades de Peter e em então ela pensou se isso acontecia com ela também.

– Wendy? - Peter chama a sua atenção e ela percebe que estava desatenta, Wendy deixa o dedal cair no chão, ele pega o dedal e olhando a pequena peça e pergunta. - O que é isso?

Wendy rir e diz. - Um beijo!

– Um beijo, um beijo seu?

– É sim, mas já lhe dei um, não se lembra?

– Acho que sim, mas posso ficar com esse também? - Wendy fica surpresa com o pedido e após alguns momentos pensando ela aceita.

– Claro que sim Peter.

Ele põe o dedal no bolso da calça e faz uma reverencia a Wendy, ela responde também fazendo uma reverencia e eles começam a rir e depois vão para o jantar. No começo Wendy ficou pensando que o pai dela não iria gostar de Peter, porém foi justamente ao contrário George ficou encantado com ele, pois Peter se portou como um verdadeiro cavalheiro inglês e em muitos momentos a Wendy percebia que ele fazia tudo com muita naturalidade, só depois a Wendy soube por Sininho que Peter participou de muitas festas solenes das fadas e por isso conhecia tão bem a forma de um cavaleiro se portar. Assim não foi difícil para Mary confirmar com o marido definitivamente que Peter poderia ficar hospedado na casa deles até que Naná encontrasse a mãe dele ou um novo lar para Peter ficar. Todos sem exceção aprovaram a permanecia do hospede na casa dos Darling.

Peter foi alojado em um pequeno quarto que servia de depósito e que fica ao lado do de Wendy e os irmãos, era pequeno e com uma cama apenas, mas tinha uma grande janela. A primeira noite no seu novo quarto Peter estranhou e ficou sem sono, então ele saiu de lá pela janela e foi voando para o quarto de Wendy e os seus irmãos. Todos os três Wendy, Jonh e Michael estavam dormindo, Peter voou até Wendy e ficou planando sobre ela. Depois ele se aproximou um pouco mais e acariciou o seu rosto, ela mesmo dormindo pegou a mão dele e a segurou firme, ele sorriu e falou ao ouvido dela como se Wendy não tivesse dormindo.

"- Eu prometo Wendy que nunca mais vou te deixar."