Só Para Manter O Jeito escrita por iRibeiro


Capítulo 12
12º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar sobre meu sumiço. Desculpa.



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Depois de uma conversa esclarecedora e rápida conseguimos convencer o Cam a vim conosco para Nova York. De lá o Argos o levaria para o Acampamento. Dei um jeito de fazer uma mensagem íris para Quiron.

— Ô deusa Íris, aceite minha oferta — o arco-íris tremeluziu depois que joguei o dracma — Quiron, no Acampamento Meio-Sangue.

A imagem de Quiron sentado na varanda com a cadeira de rodas, com um cobertor nas pernas e lendo surgiu. Pude ver pelo canto do olho Cam boquiaberto com aquilo.

— Percy! Como vai garoto?

— Tudo ótimo Quiron e por aí? Vamos sair de Vegas em alguns minutos.

— Do jeito de sempre, a propósito, seus amigos só comentam sobre a reunião na semana do fim de ano. Aproveitem!

— Vamos voltar o mais rápido possível para organizar tudo. Quiron, o Argos vai poder buscar o Cam que dia?

— Bom ele pediu para passar o Natal fora. Então o liberei, na terça ele pode buscar. Tem algum lugar onde o Cam possa ficar?

Então Cam posicionou-se do meu lado.

— Oi Quiron, sou o Cam. Não tenho nenhum lugar, tem alguma outra forma de chegar aí?

— Tem o táxi das irmãs.

Annabeth atrás de nós em silêncio desde que saímos do hotel falou de repente.

— Quiron, peça para o Argos encontrar o Cam no Central Park do lado sul, vamos estar lá tá bom? Boa ceia para vocês! E diga para o pessoal não se atrasar, quero todos lá no domingo.

— Ótimo então, tô te esperando garoto. Temos muito para conversar. Até mais pessoal! Bom retorno.

Annie esticou o braço entre nós e dissolveu a mensagem.

— Annabeth não quero parecer rude, mas eu sou menor não posso me hospedar por conta própria.

— Larga de ser bobo, vai passar o Natal conosco.

— É Cam, vai conhecer o pessoal também. Você vai curtir demais conversar com o Nico ele é irônico igual você. E tem o Frank, ele seu irmão, mas é filho de Marte.

— Ei cara, não sou irônico.

— Claro que é! Você é filho de Ares. Tem que ser irônico. Relaxa, vai gostar do pessoal e vice-versa.

— Vocês são estranhos ein.

Passei o braço pelo ombro de Annie enquanto riamos.

— Mas então quem vai começar dirigindo?

— Caramba Percy que carro!

— É, ele é meu xodó.

— Se importa se eu for primeiro?

— Não, sem problemas. Só fazer uma coisa aqui primeiro.

Destravei o carro e acessei as configurações colocando no modo passageiro. Para que o Cam dirigisse.

— Pronto, agora é só irmos.

Colocamos a mala dele no porta-malas e saímos em direção a Nova York, dessa vez levaríamos menos tempo com certeza.

— Cam o que o pessoal do UFC vai fazer? Já que você abandonou a luta e tudo mais.

— Na recepção fiz com que um militar procurasse a organização e dissesse que eu tive problemas de saúde e não poderia lutar por um bom tempo. Mas ele vai dizer de um jeito mais convincente sabe.

Eu ri ele falava tão naturalmente sobre usar as pessoas para fazer o que ele quisesse. Quiron com certeza daria um jeito nisso.

— Vai render notícia isso não é.

— Vai sim, mas eu tô tranquilo. Quero saber como é ser um semideus, conhecer meus irmãos, quem sabe eu não dê umas dicas de luta lá né.

— É cara, faça isso. Me avisa quando for dá aula que eu vou lá.

— Que comédia você lutando estilo UFC Percy.

Annie começou a rir no banco de trás.

— Ué, eu manjo da espada, e até onde sei mando bem no corpo a corpo também meu bem.

Olhei para trás sorrindo de lado. Ela ficou vermelha e parou de rir.

— Percy!

— Viu cara, acho que tô apto para luta.

Ele deu uma risada.

— Beleza, eu aviso pra você.

Annabeth estava se esticando lá atrás. Até que encontrou uma posição que sentia confortável.

— Agora nos conte. Quem é Cam, filho de Ares?

Um silêncio de dez, pesados, segundos se instalou.

— Não tenho ideia por onde começar.

— Todos têm passados completamente fora do normal. Não se ache estranho nunca, os meio-sangues tem cada história que às vezes até nós nos surpreendemos.

— Pra começar me chamo Cameron, nascido em Vegas e criado por projetos sociais. Foram eles que evitaram o tempo todo de eu me perder nessa cidade.

Ele parou. Devia estar pensando no que queria compartilhar conosco.

— A luta foi a melhor alternativa de conseguir conquistar meu dinheiro para eu poder ficar mais tranquilo. Então aprendi as artes marciais e disputei campeonatos, deu pra ter alguns ganhos. Então cerca de um ano atrás eu resolvi tentar o UFC. E também foi nessa época que consegui influenciar o primeiro militar.

— Como é que funciona essa coisa de influenciar? Os deuses disseram que era bastante manipulador.

— Eu não sei como os militares conseguem, mas sempre fazem o que quero. E uso bastante para chegar a pessoas importantes, ou evitar problemas. Basta eu fazer aquele movimento de continência para o cara militar e pronto, ele tá sob meu comando. Eu consigo identificar semideuses, mas não consigo influenciar. Sinto um espécie de formigamento quando tem algum militar por perto, não sei explicar.

— Interessante...

— Daí basta eu falar autoritário, e eles me obedecem. Por exemplo, aqueles dois que vocês viram comigo, eles conseguem contato direto com os chefões do UFC. Eu fiz o seguinte pedido para eles: quero conversar com fulano e fulano. Então no fim do dia eles me encontraram no lugar que alugo com os dois caras do UFC.

— Eles encaram como uma missão muito importante, tipo isso Annie?

Eu ainda não tinha entendido muito bem como funcionava, sempre confirmo com ela para ter certeza.

— É deve ser isso que se passa na mente deles.

— Acho que é isso, depois basta eu dizer: “Soldado, descansar.”.

— Nossa isso é demais! Eu falo com cavalos e os seres marinhos, mas não posso mandar neles. Se eu pudesse já teria feito muita coisa.

— Percy, mas você sabe que é perigoso. Desculpa Cam, é só que é um poder muito, muito perigoso.

— É eu imagino, deve ser por isso que meu pai pediu para vocês me buscarem de qualquer jeito. Eu nunca pensei em usá-lo para fazer mal a ninguém, só tava tentando ganhar o que é meu para me manter e não viver mais de projeto social.

— Você é bem mais legal que a Clarisse, então não fica chateado cara, isso já é uma vitória. Ares teve um bom motivo pra pedir isso.

— Ele e a Clarisse não se gostam?

Annie deu um riso breve.

— Quando Percy chegou ao Acampamento quem recepcionou ele, depois de mim, foi ela. Digamos que recepcionar é uma palavra branda, o que aconteceu foi mais um conflito. — ela tava se segurando para não rir — Por fim, hoje eles se respeitam, mas vocês filhos de Ares são bem temperamentais, você vai ver como é uma discussão entre nós, os de Atena e seus irmãos.

— Isso parece bem interessante. Mas e vocês, pelo que deu pra ver são muito mais que um casalzinho de ensino médio, tem muito mais história.

— Como tem cara.

Levei minha mão para trás e Annie a segurou apertando. Cúmplices.

Contamos as partes mais importantes do que já vivemos, sobre a batalha de Nova York, a Guerra contra Gaia, as antigas missões. E claro que contei quando enfrentei Ares, essa não podia deixar de fora.

Paramos logo depois das duas em uma lanchonete de um posto. Lá pedimos sanduíches e refrigerantes. Era a única coisa que serviam. Enquanto Cam ia ao banheiro reparei que a TV estava sintonizada no canal de esportes e tinha uma manchete deslizando na tela: “jovem promessa do UFC está fora!”. Na imagem três caras sentados em volta de uma mesa, provavelmente, debatendo sobre a luta que foi cancelada.

Cam foi direto para o carro e nos esperava. Enquanto saímos da lanchonete Annie pegou a chave da minha mão.

— Eu vou dirigindo agora, você fica morto de sono depois que come.

— Só tiro uma soneca nem é assim.

— Soneca de três horas no mínimo né?

— Claro, a não ser que você me dê um motivo pra ficar acordado.

Coloquei minhas mãos nos seus ombros e dei um beijo demorado no seu pescoço.

— Ei não faz isso. Temos que chegar logo em Nova York e que só ver você dormir.

Ela se virou e me deu um beijo que sempre fazia meu cérebro derreter.

— Cara, vou deixar você com a Annie. Agora é hora da minha soneca. Essa garota me cansa!

— Percy!

Cam e eu rimos da expressão constrangida da Annabeth. Comecei a me ajeitar no banco de trás enquanto minha namorada entrava na rodovia novamente.

Percy as vezes passava do namorado carinhoso para o safado e do safado para o irritante em instantes. Ele sempre se divertia fazendo essas gracinhas que me deixavam envergonhada, mas eu acabava rindo também.

A viagem seguia com o som do rádio tocando baixo, Cam estava acordado olhando para a janela. Devia estar pensando na luta que deveria estar acontecendo agora.

— Pensando na luta?

— Sim.

— Logo você pode recuperar tudo isso.

— Não tô ansioso por isso. Acho que essa coisa do Acampamento vai funcionar.

— Quando você conhecer lá só vai pensar em voltar lá sempre. Percy e eu vamos lá uma vez ao mês nos finais de semana.

— Por que não ficam lá?

— Depois da Guerra resolvi que queria estudar. Percy já vivia em Nova York e ia ao verão pra lá. Então tô estudando e ele também. Eu vivi lá desde muito nova.

— Você parece ter muita história.

— Não posso negar, tenho sim.

— Aliás, vocês parecem ter muita coisa. Pelas histórias que contaram antes já são heróis né?

— É engraçado ouvir os outros chamando nós de heróis. Mas sim, já fizemos coisas o suficiente para isso. Percy mesmo já recebeu um convite para ser imortal, na Batalha de Nova York. Mas ele recusou.

— Caramba, virar um deus?

— É, provavelmente.

— E ele recusou? Como pôde?

— Ele não fala, mas acho que não queria deixar os amigos, a mim. Ele é leal às amizades que tem.

— Entendi. Mas caramba.

— É caramba. No Acampamento tem um registro com todas as missões, se conversar com o Quiron vai poder ler.

— Tá bom, vai ser uma das primeiras coisas. E esse pessoal que vai passar o Natal lá.

— É o grupo dos 7 todos eles participaram da missão contra Gaia. Só o Léo que não vai.

Só de lembrar que o Léo não estaria lá uma parte de mim ficava triste. Ele era bobo, mas se juntasse ele e o Percy eu não conseguia parar de rir.

— Deve ser ruim perder um amigo em missão. Mas vai ser divertido né? Reunião de amigos sempre é.

— Vai sim, o pessoal é muito legal. Você vai ver.

— Tá bom.

Cerca de sete horas da noite parei em uma lanchonete na beirada da estrada mesmo para comermos algo para seguir viagem durante a noite. E eu só conseguia pensar no que fazer para os nossos amigos no Natal.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem lê. A quem acompanha. A quem favorita. Obrigada pessoal!



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