Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 7
Érica


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!



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Como não estava frio eu resolvi abrir a janela e então me conectei ao Skype torcendo por uma pessoa em especifico estar online.

MAO LIN NEKO está online. Ela estava e parece que ainda não trocou seu username. Ela nem me deu tempo de clicar em seu nome, pois já estava me mandando uma mensagem.

MAO LIN NEKO: Heeeeeeeeeeey pretty girl ♥ hehehe tudo bem?

~Roxy~: Vamos conversar pela chamada de voz?

MAO LIN NEKO: Claro. Tá tudo bem? :/

~Roxy~: chamada de voz!

Com isso ela me chamou logo em seguida para uma chamada e eu aceitei. Foi bom ver o rosto pálido e o cabelo longo escuro cacheado dela. Minha melhor amiga Sara nem sabia da existência dela, mas Érica sabia de praticamente tudo sobre todo mundo. Nunca teve algo que eu não pudesse contar para Sara, mas às vezes eu gostava de conversar com outra pessoa e essa outra pessoa era ela. Érica Montenegro, minha prima por parte de pai.

Pele pálida, cabelo castanho escuro cacheado, olhos castanhos, nariz reto e pequeno e boca rosa. Se bem que na maior parte do tempo eu acho que ela usa gloss. Mas deixa para lá, isso não é importante.

– Bom dia princesa – ela riu e eu revirei os olhos. – Ai. Meu. Deus.

Ela percebeu meu novo corte de cabelo. Confesso que foi maravilhoso ver a expressão dela.

– Roxanne Montenegro! Quem fez isso no seu cabelo?!

– Minha mãe – eu sorri e ela riu. – Mas está feio? – eu toquei a ponta do meu cabelo.

– De jeito nenhum! Ficou muito bom em você! Eu sabia que franjas combinavam com você – ela tinha um sorriso aberto. – Ah eu também tenho uma novidade – ela mostrou a língua e se abaixou.

– O que está fazendo? – eu franzi a testa.

– Péra! – ela gritou. Um pouquinho depois ela aparece com um projeto de gato na mão, por que aquilo ali era muito pequeno para ser um gato de verdade. – Não é fofo?!

– Fofo é... É de brinquedo?

– Claro que não Roxanne! – ela era a única que me chamava de Roxanne, mesmo o meu nome sendo Roxy. – Olha – ela apertou o coitado do gato e ele deu um berro. – Viu? É de verdade!

– Eu já entendi! Pare de apertá-lo! - eu me desesperei. Devia ser um filhotinho e se ela continuasse o apertando daquele jeito iria matá-lo.

– Mamãe me deu de presente por ter ganhado a medalha de aluno com as notas mais altas de todo o Fundamental!

Érica tem a minha idade, tem paixão por gatos, é extremamente inteligente e mora em outro país. Não sei como ficamos tão amigas, mas sempre conversamos de tempos em tempos. Não somos do tipo que conversamos todos os dias, esperamos reunir novidades depois conversamos uma com a outra.

Além de ser boa em todas as matérias escolares, Érica ainda falava quatro línguas sem contar o português. Ela e meus tios moraram durante um tempo em Portugal e estavam na França há anos. Érica parecia ter doze anos apesar de tudo e, de acordo com o que ela me falou, media 1.50cm.

– Isso é muito legal – eu sorri. – Só, por favor, não o mate sufocado – franzi a testa.

– Roxanne! – ela gritou e seu celular tocou. – Ah, um momento.

– Claro.

Ela atendeu ao telefone com uma voz animada, estava falando em francês então eu não fazia ideia do por que estava rindo. Eu percebi que ela falou “Roxanne” e se despediu da pessoa. Eu vi a cor vermelha do esmalte dela e a capa brilhosa de seu celular pensando em como aquilo era a cara dela.

– Você precisa vir me visitar! Quero te apresentar para minha amigas!

– Suas amigas francesas?

– Bem, é. – ela franziu a testa.

– E como você acha que eu iria me comunicar com elas, Érica – eu revirei os olhos e ela riu.

– Isso a gente dá um jeito depois, não é um grande problema – nada para ela era um grande problema. – Hum? Está tudo bem?

– Por que a pergunta? – eu me afundei ainda mais na cama. Não era possível que ela percebesse algo errado.

– Sua expressão está triste – suspirou e apoiou o queixo na mão.

– Sou séria, não quer dizer que...

– Te conheço há anos, Roxanne, você não está séria – ela franziu a testa. – Você está triste. Não falou sobre Sara ainda.

Eu devo ter torcido o nariz ou feito algo parecido por que ela fez um “ahá” e apontou para a tela. Eu suspirei e bem... Eu já estava planejando contar para ela de um jeito ou de outro.

Eu contei tudo o que aconteceu. O jeito que Nicolas estava destratando Sara, o jeito que eu explodi e o jeito que Sara me tratou depois, mas também contei que estava ignorando as chamadas dela por que eu não queria vê-la no momento.

– Hum... Você deve ignorá-la só mais um pouquinho, só mais um pouquinho, por que depois terá que falar com ela.

– Eu não quero falar com ela – sim, eu era uma criancinha emburrada.

– Você precisa Roxanne – ela revirou os olhos. – Eu duvido que consiga se manter bem sem falar com ela.

– Ei! Eu não dependente dela!

– Desculpe-me a franqueza querida prima, mas você é sim! – ela levantou o tom de acordo com o meu e eu recuei um pouco em minha própria cama. – Ela gosta muito de você, idiota. Pare de ser teimosa e ligue agora para ela!

– Você acabou de me dizer para esperar e eu não vou de qualquer jeito!

Ela suspirou e nós nos encaramos por um tempo. Érica removeu a expressão e o tom divertido quando falou comigo, eu nunca tinha visto um olhar tão sério. Ela apontou o dedo para a webcam e eu quase me senti intimidada pelo jeito que ela falou.

– Não me importa que esteja com birra, Roxanne, mas para o seu bem e para o bem dela você vai ligar. Nem adianta protestar por que mesmo que não seja agora, você vai ligar.

Ela encostou-se a cadeira e cruzou os braços, depois disso eu suspirei e assenti. Depois disso as palavras fluíram da minha boca. Não sei por que eu falei ou como as palavras simplesmente escaparam da minha boca.

– Eu sei que vou ligar uma hora ou outra, sei que se demorar demais vou aparecer na porta da casa dela pedindo desculpas de joelho, sei que se ela quiser eu vou ter que aguentar aquele cuzão chamado Nicolas, sei que – eu respirei fundo e senti o nó na garganta do dia anterior. – Sei que tudo isso é inevitável por que aquela idiota apesar de tudo é minha melhor amiga.

Minha língua enrolou tanto na última palavra que eu parei de falar e me deixei chorar. Minha garganta ardia e eu tentava controlar os soluços para que Érica não me olhasse mais assustada do que ela já estava. Ela deve ter falado algo, mas tudo o que eu consegui fazer foi desligar a chamada por que não estava aguentando a expressão dela.

MAO LIN NEKO: Roxanne? Roxy? Desculpa! Eu não queria te fazer chorar! Argh por favor me responde!

~Roxy~: to bem. Só não quero falar por voz agora. Não to conseguindo falar de qualquer jeito ¬¬

MAO LIN NEKO: É nessas horas que eu queria estar ai.

Eu cobri minha boca com a mão e esperei um pouco para eu parar de soluçar. Eu quis sorrir no momento em que falou aquilo, mas não estava sendo possível.

MAO LIN NEKO: Sinta-se abraçada, ok?

~Roxy~: pode deixar ;D

Minha última mensagem pareceu acalmá-la e depois conversamos um pouquinho sobre coisas idiotas. Ela pediu para eu mandar um beijo para meus pais e saiu. Desconectei o Skype e abri o navegador entrando em algumas redes sociais só para passar o tempo.

Já umas quatro horas da tarde me bateu um sono e eu fechei o laptop o colocando na escrivaninha ao lado da minha cama. Fechei a janela e deitei a cabeça no meu travesseiro. Meus olhos já não estavam tão vermelhos, mas eu os sentia arder um pouco e foi um alívio no momento em que os fechei.


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Notas finais do capítulo

Bom, pessoal, eu devo postar só semana que vem. To com alguma coisa relacionada com gastrite e to mal :( de qualquer forma, o próximo capítulo não passa de uma semana! Se eu me sentir melhor podem ter certeza de que postarei antes ^^
Obrigada por estarem me acompanhando até aqui :* e me digam o que acharam deste capítulo ^^ particularmente acho a Érica uma fofa.



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