Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 34
Escondido


Notas iniciais do capítulo

Estou postando agora com pressa, porque sei que passei do meu prazo e peço perdão a todos! Mas é que, bem você já sabem, malditas provas e Física (sempre física =.=)

Mas enfim! Prometo que vou responder toooooodos reviews e MPs que recebi e puta merda eu recebi mais uma recomendação e ai meu deus eu estou super feliz porque vocês estão e gostando e eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee eu vou deixar vocês lerem.



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Sim, eu estou fazendo isso escondido de Sara por que estou brava por algum motivo estúpido. Sinceramente, eu não ligo. Falei com meus pais e perguntei animada para eles se eu podia ir e minha mãe ficou mais do que contente em saber que eu estava saindo de livre e espontânea vontade para um evento onde milhares de pessoas estarão.

Dormi mal e não foi só por que eu estava ansiosa para o dia seguinte, mas também por que Sara não respondeu minha mensagem de boa noite e estava falando com aquela garota que eu já percebi que não era boa coisa. Nuno não gostava de muita gente, mas aquilo com ela era algo diferente. Então, por vários motivos eu custei a dormir um sono bem agitado.

Quando acordei de manhã mandei uma mensagem para Sara ir para a escola sem mim e desliguei o Wi-Fi. Meu humor não estava bom quando tomei banho e lavei o cabelo, mas ele foi melhorando conforme eu tomei meu chá e vesti minha camiseta de uma das minhas bandas preferidas e um jeans confortável.

Ah como eu amo essa roupa.

Coloquei a bota que me deram de aniversário e sequei meu cabelo. Logo meu celular tocou e eu sorri ao ver que Nicolas já estava lá. Tínhamos combinado de ir cedo para pegar um lugar bom na fila.

Sim, somos fãs mesmo.

Atendi o celular e a voz dele continha uma empolgação contida e uma felicidade explícita. Despedi-me de meus pais e desci com uma bolsinha tira colo com minha carteira de documentos e cartão de crédito.

Mesmo estando muito empolgada, eu não conseguia tirar da cabeça o pensamento de que Sara passaria o almoço com Ravena já que eu não estava lá. Quanto mais eu pensava nisso, mais irritada eu ficava e com vontade de deixar a marca da minha mão na cara daquela menina.

– Está bonita.

Ele estava encostado ao carro quando me viu. Eu não estava usando nada demais e acho que foi por isso que fui pega de surpresa. Parecia também que tínhamos combinado as roupas, ele estava com uma camiseta de banda preta também e um jeans escuro.

– Sara não entendeu por que você não foi. – Suas sobrancelhas arquearam e eu segurei um suspiro. – Eu não falei nada.

– Obrigada.

– Por que você não contou?

Dei de ombros e após alguns segundos analisando a minha expressão nada confortável, Nicolas suspirou. Abriu a porta do carro para mim e eu entrei a fechando. O observei dar a volta e entrar no banco do motorista.

– Preparada para conhecer os gênios desse século?

Eu ri com o exagero dele e coloquei em meu celular a playlist.

Foi uma das sensações mais... Felizes? É, um das mais felizes que tive em muito tempo. Toda vez que eles gritavam, nós gritávamos e riamos por sermos tão desafinados. Todo solo de guitarra ou bateria, nós imitávamos e se o carro estava parado, os dedos de Nicolas batiam ritmicamente no volante.

Era impressionante a reação que as músicas deles me faziam ter e ver que Nicolas tinham basicamente a mesma reação me fez ficar bem... Contente. Divertido e até mesmo intrigante ver como ele balançava a cabeça ao ritmo do baixo e às batidas da bateria.

O refrão era a melhor parte. Cantamos juntos até que chegou um ponto em que não ligávamos para a desafinação do outro. Não pegamos transito nenhum, mas já tinha fila na porta daquela bagaça.

– Vamos ter que esperar um bocado.

– Eu não me importo – disse e sorriu para mim. – Você pode me dizer agora por que não falou nada para Sara?

Suspirei e nos posicionamos no último lugar da fila que nem estava tão grande assim. Encostei-me à parede e observei o pessoal que estava ali. Todos ali compartilhavam do mesmo interesse e isso me fazia relaxar um pouco, apesar de serem muitas pessoas.

– Ela estava se divertindo ontem à noite com a amiga dela.

Minha frase soou estranha, mas ele não franziu a testa nem fez mais perguntas, apenas se calou. Enfim, depois de quase uma hora foi aberta a entrada.

Nunca tinha visto tantos fã de uma mesma coisa juntos ao vivo. Evito ao máximo shows e outras coisas, mas para falar a verdade, aquilo não era tão ruim. A música começou e muita gente trombou de leve em nós. Nicolas ficou mais perto de mim e se abaixou um pouco para falar perto do meu ouvido.

– Tente se manter perto de mim, ok?

– É melhor irmos para o auditório onde eles estão.

Closer To The Edge começou a tocar e eu sorri junto de Nicolas. Ficamos perto um do outro e eu segurei a barra da sua camisa quando muita gente apareceu. Ele sorriu virando o rosto um pouco para trás e eu revirei os olhos sem conseguir tirar o sorriso do rosto.

Cortamos caminho por entre as pessoas e eu não consegui acreditar quando os vi ali. Eu não gritei nem nada, por que não sou tão tiete assim, mas eu definitivamente estava emocionada com aquilo. Tantas músicas escutadas deles durante todos os tipos de momento me fizeram sentir esse negócio no coração que não dá para explicar.

Os quatro estavam sorrindo no palco acenando para todo mundo. Muita gente mesmo estava ali e tinha um pessoal desmaiado no chão. Rimos com aquilo e andamos mais para entrar na final dos autógrafos que só começariam dali uma hora, mas... Valia a pena o esforço.

Ao som de 30 Seconds to Mars esperamos e conhecemos um pessoal ali. Nem eu nem Nicolas puxamos assunto, mas sorrimos para alguns comentários. Trocamos olhares algumas vezes quando eles faziam referência a alguma série que gostávamos, mas não falamos nada.

Meu celular tocou e eu vi que era Sara.

– Você deveria atender, Roxy. – Olhei para Nicolas e ele suspirou. – Ela estava preocupada por que você não deu nenhuma informação a mais.

– Ah e o que eu devo dizer? “Olha to saindo com seu irmão aqui”.

– Eu acho – disse enquanto soltava um curto suspiro – que você deveria dizer para ela que está se divertindo.

– Ela vai ficar chateada por não ter vindo junto.

– Ela nem ia gostar de noventa por cento das bandas aqui, Roxy. Ela ficaria entediada em um piscar de olhos. – Sua voz não era acusatória e sim cansada e foi isso que me desconcertou.

– Por que me convidou, Nicolas?

Ele não me respondeu. Seus olhos apenas me encararam e o brilho que eu tinha visto no cinema voltou. O canto da sua boca se levantou levemente e com um leve sorriso ele deu de ombros.

– Você é a única pessoa que eu quero aqui.

Essa frase me deixou sem reação e fui salva pelo anúncio de que os autógrafos começariam. Nos levantamos do chão – sim, estávamos sentados no chão – e sorrimos um para o outro desconfortavelmente. O grupo na nossa frente disse algo sobre outra banda que nós concordamos.

Meus olhos encontraram o chão segundos depois e eu me perguntei o que diabos eu estava fazendo.

Eu estava com Nicolas num evento de música que eu nunca iria normalmente. O que diabos eu estava fazendo com ele ali? Olhei para cima e encontrei as costas não muito largas e o cabelo curto dele que deixava amostra as pintinhas que tinha no seu pescoço. Algumas eram marrom outras eram bege e eu não pude deixar de pensar em como meses antes ele tinha me levado para casa quando praticamente desmoronei naquele café.

Aqueles últimos meses tinham sido os mais loucos da minha vida e ao mesmo tempo eu sentia como se o tempo não tivesse passado. Como se ele ainda estivesse se arrastando por ai e eu tivesse que encontrá-lo em meio a todas as discussões, o drama do coma dele e ainda mais o problema com Ravena.

Problema? Não. Não era um problema, é na verdade apenas uma preocupação estúpida com os poucos amigos que tenho. É apenas isso, certo? Não pode ser mais do que isso assim como a felicidade e esse sentimento inquieto que eu estou tendo não podem ser mais nada do que empolgação pela banda.

Certo?

– Você quer ver outros estandes depois daqui? Acho que vai demorar bastante aqui, talvez vamos sair só na hora do almoço... O que acha de irmos à praça de alimentação daqui?

O sorriso dele estava mexendo comigo muito mais do que deveria estes últimos dias. Assenti levemente e ele estava certo. Demorou um bocado e ainda houve um problema com dois fãs lá, mas conseguimos.

Foi uma emoção sem igual. Tiramos foto e tivemos nossos álbuns assinados por cada um deles.

Não sou do tipo que fica morrendo só por que tocou no ombro do cara, mas eu definitivamente estava com uma alegria infinita por ter os conhecido pessoalmente. Meu sorriso não cabia no meu rosto e Nicolas riu daquilo.

– Vamos garota. Estou morrendo de fome.

– Ok!

Nossas mãos se tocaram, mas não a segurei. Com certeza meu rosto não corou, mas meu coração acelerou um pouco ao toque. Corremos até a praça de alimentação apostando uma corrida boba e chegamos lá com nossos rostos vermelhos e a respiração ofegante.

Qual não foi nossa surpresa ao ver tudo lotado e todas as mesas ocupadas. Olhamos ao mesmo tempo para uma barraca de tapioca e sorrimos.

Compramos quatro tapiocas de frango com catupiry gigantes. Nossa fome não era brincadeira e nos sentimos bem satisfeitos quando terminamos de comer em pé mesmo tudo aquilo. Meu celular tocou de novo, mas eu o desliguei.

Passamos horas ali. Acredite quando eu digo que nem vimos o tempo passar. Fomos e vimos apresentações de bandas nacionais que estavam começando e achamos algumas legais, mas não compramos nada por que dinheiro não está brotando em árvore.

– Roxy... São quatro horas da tarde. – Nicolas me olhou e riu.

– Impossível. – Meu tom era completamente descrente e peguei meu celular antes de soltar uma curta risada. – Caramba, acho que temos que voltar.

– É garota.

Guardei meu celular e olhei para ele pronta para falar que a saída estava perto do estande de camisetas quando nossos olhares se encontraram de novo. Ele estava me olhando com um leve sorriso no rosto.

– O que foi? – Perguntei não contendo o leve divertimento na minha voz.

– Nada. Só achei que não me divertiria assim nunca mais.

Eu não falei para ele que eu estava achando a mesma coisa. Eu não podia simplesmente dizer para ele que também cheguei a cogitar a ideia de que depois de tudo o que aconteceu eu achei que eu podia rir o quanto fosse, mas eu nunca me sentiria tão feliz.

Ainda bem que eu não disse.

– Vamos, tenho certeza de que Sara logo vai estar em casa e já deu para perceber que você quer que isso fique em segredo.

– Eu... – Mordi a parte interna da minha bochecha e suspirei. – Não precisa esconder nada dela, sério. Não quero que seja um segredo ou algo assim, apenas...

– Não comente nada?

Suspirei e ele assentiu levemente. Sua mão tocou meu braço levemente e eu não pude deixar de lembrar como ele não se assemelhava a sensação do toque de Sara, mas que como antes, ainda parecia o dela.

– Não se preocupe. Apenas vamos para casa.

O olhei e imaginei se tudo aquilo era real. Se aquele Nicolas era real. Sorri e assenti já andando em direção à saída. Fomos para o carro e voltamos o caminho inteiro cantando as músicas que tínhamos escutado naquele dia.

Chegamos ao meu prédio e com um aceno a gente se despediu.

– Até mais, Roxy.

– Nos vemos no chat – falei e a expressão levemente surpresa dele me divertiu.

– Sim.

Seu sorriso não deixou minha mente enquanto eu subia pelo elevador e entrava em casa mostrando para a minha mãe meu mais novo CD autografado.

Liguei meu celular e todas as mensagens perdidas de Sara me deixaram com remorso. Não. Eu não vou me sentir mal por isso. Li cada uma delas que me deixaram mais irritada do que arrependida. Basicamente eram “queria que estivesse aqui, eu e Ravena fizemos isso...”.

Mandei uma mensagem para ela dizendo que legal e mandei as fotos que tirei com meu celular para Nicolas. “Obrigado :D” foi o que eu tive como resposta e não consegui conter um sorriso.

Relembrei o dia inteiro e percebi que eu ia demorar a tirar aquele sorriso estúpido da cara. Foi um dos dias mais inesquecíveis da minha vida, mas apesar de eu estar muito feliz Sara ainda não tinha respondido minha mensagem e aquilo estava começando a me chatear.

“Ei. Não tenho nada para fazer. Quer assistir série com o Skype?”

Era Nicolas e eu hesitei pouco antes de mandar uma massagem concordando e passar horas vendo séries com ele. Nem reparei se alguma mensagem tinha entrado durante aquele tempo.

Qual não foi minha surpresa ao ver que Sara não havia me retornado?


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Notas finais do capítulo

SIM. CLIMÃO. A treta vai ser grande e acalmem-se caros leitores que se eu pudesse eu morderia todos (de leve claro), as coisas vão acontecer :3 Isso é tão perfeito. Deixem-me um feedback dizendo o que estão gostando!!

E MAIS. PRIMEIRO DE OUTUBRO. OU SEJA~
****HALLOWEEN***
Eu com certeza foi escrever uma one-shot assim porque é, amo o fato das pessoas se vestirem de "monstros" e ficarem felizes com isso, apesar de não comemorarmos isso aqui xD. Nem sei do que vou escrever, se vai ter ligação com Dilemma, se vai ser yaoi ou yuri. Welp, vamos ver :3

Amo vocês!!!



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