Dilemma escrita por Han Eun Seom


Capítulo 22
Madrugada


Notas iniciais do capítulo

m(_._)m
Me desculpem!

*Capítulo Sem Revisar*



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Quando Sara disse aquilo eu senti algo em mim ficar com muito medo. Eu estava com um péssimo pressentimento sobre aquilo, mas Sara já parecia perturbada demais para eu falar qualquer sobre aquilo ou mesmo dizer que as imagens do sonho que tive voltaram na mesma hora. Não, eu definitivamente não poderia dizer aquilo.

– Ok – eu disse e ofereci o braço para ela. – Eu pago o sorvete.

Ela passou a mão no meu braço e andamos assim até a galeria que tinha próxima da escola e um quiosque de sorvete bem de frente a ela. Pedimos nossos sorvetes e sem nos separar tomamos lentamente nossas casquinhas. Então, em vez de seu braço, talvez para ter um melhor apoio, ela segurou meu braço com a mão.

Sua mão estava gelada e eu me arrepiei o que a fez rir. Olhei para ela com um pequeno sorriso no rosto e sem tirá-lo da cara, observei a leve e única covinha na bochecha que ela tem. Deu uma abocanhada na casquinha e um pouco ficou no seu rosto, bem perto do lugar da covinha.

Se eu disser que pensei antes de fazer aquilo, estarei mentindo. Quando vi, eu já tinha virado o rosto dela para mim e passado o polegar onde estava sujo. Eu ia limpar minha mão no guardanapo, mas no momento em que ia separar minha mão de seu rosto suas bochechas se tingiram de rosa e eu simplesmente não consegui me afastar.

Mas que merda estava acontecendo comigo?

Tudo o que eu conseguia fazer era continuar a olhar aqueles olhos e o quanto suas bochechas estavam avermelhadas. Eles pareciam querer dizer tanto algo e meu coração estava praticamente sambando dentro de mim. Eu queria muito desviar o olhar, quebrar o contato, qualquer coisa! Mas não dava. O clima estava estranho e eu tenho certeza de que meu rosto estava da mesma cor do dela. Por que eu não conseguia parar de olhá-la e por que ela não estava se afastando?

Então o celular dela tocou.

Retraí minha mão rapidamente e ela me deu a casquinha dela para segurar. Atendeu e era sua mãe perguntando se ia demorar. Eu olhei para Sara e seu semblante tinha rapidamente mudado para uma postura triste e receosa. Eu não podia deixar minha melhor amiga daquele jeito.

– Sara me dá o telefone – eu falei e ela me olhou confusa. – Vai logo – ela pegou a casquinha dela da minha mão e me deu o celular. – Oi Dona Flávia! A Sara pode dormir em casa hoje?

A menina quase engasgou com o sorvete. Dona Flávia disse que não tinha muitos problemas com aquilo e que Beto também não teria, mas perguntou se estava tudo bem.

– Está sim – eu disse. – Mas é que queríamos dormir lá em casa.

Ela acabou por concordar e eu entreguei o celular de volta para Sara.

– Posso saber o que foi isso – ela franziu a testa. – Não que eu esteja incomodada...

– Você não quer voltar por que está um clima estranho, não é? Tenho certeza de que Nicolas vai voltar e as coisas podem piorar – eu suspirei começando dando uma mordida da casquinha ao mesmo tempo em que tentava pegar sorvete. – Eu não vou deixar você numa situação em que não quer ficar.

A frase escapou da minha boca e não tinha nada de errado nela, pelo menos eu achei isso até perceber que Sara realmente estava me encarando. Ela suspirou e deu um pequeno sorriso.

– Eu realmente sou sortuda por te ter como amiga, Rexy – eu sorri e ela terminou sua casquinha. – Seus pais vão estar tranquilos com isso?

– Até parece que não conhece meus pais – eu revirei os olhos. – Assim que ter ver, minha mãe vai se tacar em cima de você.

Nós rimos e foi mais ou menos isso que aconteceu. Fomos para a minha casa e minha mãe deu um abraço tão apertado em Sara que achei que ela ia sufocar. Já meu pai preferia simplesmente lhe dirigir um sorriso e um “bem-vinda”. Chegamos bem na hora da janta e logo assim que jantamos – macarrão -, ela foi tomar banho e depois eu fui.

Estava ainda um pouco frio, mas resolvemos por pijamas de calor. Tive que emprestar o pijama, mas Sara já tinha calcinha lá. Quando pensei em ter que emprestar uma calcinha para ela, minha mente deu voltas e acho que teria enrubescido se não tivesse parado de pensar nisso logo.

Minha mãe apareceu no quarto trazendo cobertores, um travesseiro e uma caneca de chá para mim e um copo de suco para Sara.

– Então garotas, o que vocês preferem? Querem que eu traga o colchão ou vão as duas dormir na cama?

Nós nos olhamos e como crianças sorrimos.

– Vamos dormir na cama – dissemos juntas.

– Imaginei que fossem dizer isso – ela pegou de volta os cobertores e deixou o travesseiro. – Não vão dormir muito tarde, ok? – nós assentimos. – Durmam bem.

Minha cama era de solteiro, mas nós duas dormíamos tranquilas ali. Na casa de Sara, a cama dela já tinha uma embaixo então só tínhamos que puxá-la, agora aqui minha mãe teria que pegar o colchão que estava em cima do guarda-roupa e daria muito trabalho e etc. Então, nas raras vezes que Sara dormia em casa nós dividíamos a cama.

Entramos as duas debaixo do cobertor e com os travesseiros apoiados nas nossas costas abrimos o site de series. Eu já estava colocando o episódio quando Sara falou.

– Nicolas está vendo essa série – sua voz era baixa. – Ele está estranho.

– Ele está gostando? – perguntei realmente interessada e ela assentiu sorrindo de lado.

– Eu quero muito saber por que ele saiu correndo daquele jeito, Rexy – ela suspirou. – Porra, apesar de tudo ele é o meu irmão. O único que eu tenho e eu ainda amo ele.

A olhei e ela apoiou a cabeça no meu ombro.

– Quer ver um filme em vez da série? - perguntei olhando para ela.

– Pode ser – ela levantou o rosto de repente e eu pude sentir nossas respirações se cruzarem.

A ponta do nariz dela tocava no meu e minha mente estava à milhão. Eu desviei o olhar rapidamente e procurei um filme para assistirmos. Acabamos vendo uma comédia romântica que era bem legal, mesmo eu não sendo tão fã desse tipo de filme.

Já era tarde quando o filme acabou e então fomos dormir. Ela arrumou os travesseiros deixando o dela bem encostado na parede enquanto eu ia até o interruptor e o desligava. Ela desbloqueou a tela do celular para que eu pudesse ver melhor onde as coisas estavam. Entrei debaixo dos cobertores e me deitei virada para ela.

Ela bloqueou o celular nos deixando no escuro e quando nossos olhos se acostumaram à escuridão, pudemos enxergar melhor as feições uma da outra.

Ficamos em silêncio por um momento, apenas ali encarando uma a outra. Eu sorri e dei disse boa noite para ela, me virando de costas. Ela me deu boa noite e como não houve movimentação nenhuma deduzi que ela se manteve naquela posição.

– Rexy? – ela sussurrou meu nome quando eu já estava quase caindo no sono. – Posso te abraçar?

Para ser sincera eu nem tinha entendido direito o que estava falando então apenas assenti. Ela passou o braço pela minha cintura e automaticamente senti o calor de seu corpo nas minhas costas. Era reconfortante. Meus olhos pesaram ainda mais e ali, com Sara abraçada a mim, eu escorreguei para um sono que achei que ia ser leve e tranquilo.

Bem, já virou clichê dizer que eu estava errada.

Não fazia nem uma hora que estávamos dormindo quando o celular de Sara começou a berrar no nosso ouvido. Escutei ela resmungar e acho que soltei um gemido de protesto quando ela se separou de mim. Ela atendeu o celular resmungando e no mesmo instante eu senti que algo estava muito errado.

– O que?! – ela gritou e se sentou na cama.

Eu acordei na hora e me sentei também. Eu levantei e liguei a luz fechando os olhos com força por causa da claridade. Assim que meus olhos se acostumaram, eu olhei em direção a cama e vi as mãos de Sara tremendo e seus olhos arregalados.

Ela não estava falando nada então tomei o celular da mão dela e falei com qualquer que fosse a pessoa no telefone.

– Quem é? – meu tom era de preocupação e eu só fiquei ainda mais preocupada quando a voz que me respondeu era de uma Dona Flávia chorosa.

Minha mãe entrou no quarto e eu percebi que foi abraçar Sara e provavelmente perguntar o que tinha acontecido. Dona Flávia me contou então que Nicolas havia sofrido um acidente. Tinha sido atropelado por um carro e foi levado para o hospital inconsciente.

Acidente...?

A imagem do joelho dele quebrado do pesadelo que eu tive voltou como um tiro na minha cabeça e eu lutei muito para não soltar um grito ali mesmo. Ele havia sido atropelado, ele não iria morrer com aquilo. Minha mãe tomou o celular da minha mão e enquanto falava eu continuei ali. Atônita e com a imagem como se fosse um pisca-pisca na minha mente.

Olhei para Sara e ela estava pior do que eu, bem pior do que eu.

– Ele vai morrer – ela disse num sussurro e levantou a cabeça para mim. – Ele vai morrer?

– Não – eu respondi curta e grossa. Ela me olhava como um cachorrinho. Eu não podia me deixar levar pela emoção, Sara ia ficar pior se eu me deixasse fazer isso. – Ele não vai morrer.

Mas, sinceramente, eu não acreditava naquilo.


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Notas finais do capítulo

As aulas começaram e bagunçaram minha mente inteira, era para eu ter postado isso semana passada!!! Irei postar o próximo ainda neste final de semana, okay?
***Gente eu queria agradecer muito a todos que estão comentando >///< Espero que estejam gostando do rumo da história e me deixem comentários dizendo o que estão achando :DD Amo TODOS VOCÊS ***



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