Amarelos ou vermelhos? (WF) escrita por Dyryet


Capítulo 2
... esta...


Notas iniciais do capítulo

A trama central de X-mem que irei fazer sera uma brincadeira entre passado e futuro! Vai dar muito trabalho mas valera a pena! Agora casais.... mandem o que quiserem que eu encaixo sim! Afinal mecher no tempo pode por vários casais e brincar de suruba como o X-mem original kkk



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Não consigo dormir.



As provas me preocupavam.

Sentia falta de algo que pudesse me acalmar, então me levanto e abro a porta lentamente. Não queria acordar minhas colegas de quarto no meio da madrugada.

Desço as longas escadas do instituto aos tropeços de sono e logo me vejo no saguão. Lá pego um copo de leite e esquento com um punhado de mel para ver se conseguia dormir, indo ate a saleta para ler algo e relaxar.                                  Esquecer dos problemas, descobrir o que estava faltando o porque de eu estar tão inquieta.

                                                           Mas paro em frente aporta.

Um livro largado no chão, tinha caído de sua mão adormecida.

― Groxo? ― Chamo baixinho, mas já estava completamente apagado.

Olho para o livro e o recolho, estava em outro idioma; difícil de mais para mim. Mas estranho algo nesta sena.                O cheiro.                      A onde estava sua marca registrada? O odor fétido que exalava a todo momento e me trazia ânsia.

― Groxo. ― Chamo novamente, mais nada. Me abaixo para tentar o despertar e sinto um odor estranho vindo de sua boca meio aberta. Café? Não, tinha algo mais... álcool.

Tudo bem eu não iria conseguir acordar ele. E desde quando ele bebia? Café? Só quem bebia café eram os professores.

Mas novamente ele não estava com sua costumeira roupa. Vestia uma regata (como era magro) e uma calça jeans sem rasgos nos joelhos, deveria ser nova. Mesmo com uma jaqueta por cima da regata podia ver seus ossos marcados sobre a clavícula. Como alguém poderia ser tão raquítico assim? Estava descalço e eu estranho um pouco.

Ele sempre cobria bem seu corpo, lembrava ate mesmo a Marie; mas desta vez pude ver seus pés. Eram grandes e estranhos com dedos longos ligados por um tipo de pele, membrana. Creio que assim como muitos mutantes com anomalias ele tinha receio e vergonha das dele.
Não o culpo, era feio mesmo.

Sempre o achei pequeno e magro de mais, porem largado ali ereto cobria todo o sofá sem ter espaço para ninguém mais. Como pode? A calça larga mostrava que ele não era assim tão magro, assim como o tornozelo exposto revelando muito alem de uma pele esverdeada.

Ele andava curvo, praticamente arqueado e com os joelhos dobrados. Seria por conta disso minha impressão de sua baixa estatura? Mas Fred ate o apelidara de “sapinho”. Se bem que este era exageradamente alto. Poderia o Groxo ser... mais alto do que eu? Não... nunca!

                                                              OoOoOoOoOo

Era estranho como o grande aumento de alunos forçou a todos a ter três integrantes em cada quarto. Eu tinha me dado muito bem, fiz um acordo com Jean e Kitty e logo Marie e Tabitha eram minhas colegas de quarto, e podíamos falar sobre bandas e tudo mais que nosso gosto “estranho” pedisse.

Porem os demais acólitos não tiveram esta sorte.

Por culpa de uma certa vigília, Lance ficou no mesmo quarto de ninguém menos que Scot Sumers, parecia ate uma piada de mal gosto se não fosse pelo fato de Kurt e Groxo também dividirem o mesmo terreno. Tinha pena do terceiro integrante de ambos os dormitórios.

― Pra que ele faz isso? ― Um de meus colegas balbucie-ia em vão iniciando uma mudança de assunto, não muito mais relevante que o ultimo. Sigo seus olhos e vejo que estava focado em Groxo que novamente se sentava em um canto isolado a escrever em um caderno com os pés. Mania estranha tenho que concordar com meu amigo gelado.

― Você vai questionar uma coisa destas? Cara! O ser é todo errado e esquisito! ― O azulado gesticula como se quisesse revelar tudo o que presenciava sendo um colega de quarto. Achei aquilo engraçado.
Como ele poderia ser menos anormal se tinha ate uma calda?

― Deixem ele em paz não esta fazendo mal a ninguém. ― A ruiva volta a ordenar. Ultimamente ela tem defendido muito os acólitos, nunca deixava um x-men os rebaixar na sua frente, mesmo que este não estivesse ouvindo. ― Ele esta aqui para estudar como vocês. Cada um tem que respeitar a mutação do outro.

― Mas aquelas manias não são culpa da mutação. ― O azulado acaba falando muito alto e o alvo da discussão percebe, nos olhando. ― Errr... Oi? ― Ele comenta sem graça por telo despertado, não contava com isso já que quando se fechava para escrever poderia cair uma bomba que ele não ouvia.

Era estranho. Ele estava no mesmo sofá da noite anterior (será que dormiu ali?), mas se encolhia em um canto de maneira a caber vários dele no mesmo espaço onde antes não cabia mais ninguém. Ele tinha mesmo manias estranhas; junto de sua habilidade de se curvar e contorcer. Pra que ficar encolhido daquela forma? Era confortável?

― Ola. ― Corresponde serio passando por nós e saindo. O gelado faz careta ao sentir aquele odor tão característico vindo dele, o qual não senti aquela noite.                 Senti apenas o odor de café...

― O que será que esta havendo com ele? ― A ruiva pergunta preocupada. ― Ultimamente anda tão fechado. Ate trancou as matérias.

― Diz ele que não precisava. ― O azulado corresponde com desdém, dando de ombros.

― Vou falar com ele. Tudo bem trancar matérias que não acha útil. Mas estou preocupada, ele sempre foi... Animado.

A telepata era de fato uma boa alma, caridosa e preocupada com todos; e fazia daquele ambiente de rivalidades e superação um doce lar. Era normal ela tomar estas atitudes maternais então logo ignoramos e seguimos nosso caminho.

                                                            oOoOoOoOoOo

Era de tardezinha quando, voltei a me sentir só, uma amargura me atingia. Estava faltando algo, mas o que era? Não importava o quanto meditasse, treinasse e pensasse eu não era capais de descobrir o que me trazia tanta falta. E o nó na garganta apenas aumentava.

― Você tem certeza disso? ― Ouço a voz da ruiva em forma de acalanto.

A praça da escola não era um local muito utilizado sendo bem conhecido pelos casais ficarem juntos durante a tarde ou quando escurecia como estava naquele momento ser um bom lugar para as pessoas refletirem e poderem ficar sozinhas.

― Você não ira entender se não o fizer... ― Ele responde cabisbaixo com aquela voz ranheta e rouca; apertava as mãos em torno das pernas que cismava em por sobre o banco de pedra parecendo ser bem menor que ela. ― Sei que esta preocupada. Mas eu estou bem... É só... Agora que tudo acabou. Que “ele” sumiu eu... não tenho mais um objetivo. E estou me dando conta que na verdade ele nunca se importou...

Oi?

Ele gosta de algum cara?

Que assunto é esse? Do que ele esta falando?

Fiquei tão curiosa que não consegui ir embora, me escondi mais próximo para conseguir ouvir melhor aquela conversa; e quem sabe entender alguma coisa.

― Tem certeza que o problema é este? Já te peguei tarde da noite fitando o céu ate amanhecer. ― Ela argumenta passando a mão sobre seus cabelos, que não sabia identificar se eram loiros escuro ou castanhos muito claros. E ele deixava a cabeça sobre as pernas de maneira a parecer sempre menor.

― Não estava vendo o céu. E é falta de educação observar os outros. ― Aquilo soou como uma indireta para mim, mas eu me apego a sua fala. Se não era o céu, o que olhava com tanto afinco? ― Meu reflexo... ― Ele responde as minhas perguntas como se ouvisse meus pensamentos.

― E o que tem de mais no seu reflexo? ― Ela pergunta com aquele tom de mãe. Ultimamente tenho notado que muitas garotas usavam este tom com ele.

― Jura que você não sabe? ― Ele questiona, e como se fosse possível esconde mais ainda a cabeça. Ele era um contorcionista? ― Estou piorando... Tah eu sei que não é a coisa mais importante do mundo ser bonito ou não... mas... Eu to piorando... e é bem visível.

― Groxo... ― Ela suspira, sinto que se tivesse mais intimidade como Tabitha, ela também o abraçaria. Será que ele tinha este efeito “tenha dó de mim” nas garotas? ― Isso é por causa dela? ― Ela questiona passando novamente as mãos sobre seus cabelos, só que desta vez tirando uma mecha de seu rosto para que pudesse ver seu semblante. ― Você nunca escondeu seus sentimentos... Acha que ela só liga para a aparência? Ou você tem medo do que o mundo pode fazer. O professor Henk é bem pior acredite. Tudo o que ele passa por conta de sua mutação é uma inspiração. ― Ela ri com seu próprio argumento.

― Verdade... ― Ele concorda e a fita de soslaio. Os olhos estavam vermelhos e ela se assusta. ― Não é por conta dela ou garota alguma. Sei que ela nunca vai olhar para mim... ― Ele finalmente ergue a cabeça e a olha corretamente. Os olhos ainda estavam vermelhos. ― Ela é poderosa e bonita. Não sou idiota. Mas... ― Vira o rosto e eu ate me espanto achando que ele tinha olhado para mim, mas só não queria olhar para ela. ― ... é muito difícil. Todos os dias... de todos os lados... Não to agüentando mais isso. Ninguém se importa com quem sou, só como me pareço. Isso é tão hipócrita. Eu... sei que sou feio, ta no olhar de todos ate nos seus, não precisa falar; mas tratar como me tratam... mesmo entre outros mutantes é... Unf. Esquece.

Acho que não tinha o que ela responder.

Ate eu não sabia o que pensar.

― ...Sobre aquele assunto... Você disse que eu não iria te entender se não ler sua mente. Porque me disse isso? O que quer me mostrar que não pode me dizer? ― Ela para alguns instantes antes de continuar a falar. Não tinha argumentos sobre o caso de ele estar de coração partido, muito menos sobre esse outro comentário tão complexo que ele soltou.

Mas o que seria esse primeiro assunto que ela queria resgatar? Como poderia ser pior (mais relevante) que os demais?

― Coisas que não consigo aceitar ou absorver. ― Ele responde pegando uma de suas mãos e a pondo sobre sua própria têmpora. ― São mais serias que estas bobagens do coração. Essas eu sei lidar. ― Ela se assusta e olha para dentro para ter certeza que ninguém os via ali, depois volta a olhar para ele; e eu não entendi o por que disso. Os olhos vermelhos ainda me instigavam. Não eram amarelos? Sempre tinham sido... ― Não quero mostrar isso ao Xavier. ― Ele afirma duramente vendo que ela hesitava. ― Vai mudar o que ele acha... A concepção dele de paz é legal e eu não quero isso. Mas eu realmente não acredito que seja possível. Unf.. Na verdade a cada dia que passo aqui concordo mais com ele. Humanos e mutantes não são diferentes... Ambos são...

― Eu não vou contar a ninguém... ― Ela afirma ao o interromper sabendo bem o que ele iria dizer, se rendendo a curiosidade, e põe ambas as mãos sobre sua cabeça, se pondo a se concentrar.

― Eu sei disso. ― Ele responde deixando claro que confiava na ruiva e fica a fita-la enquanto esta se concentrava. ― Mas acredito que ninguém tem como me ajudar a superar isso. ― Afirma mesmo sabendo que Logan se consultava com o Xavier para lidar com os demônios de seu passado.
Como pode imaginar que ele não pode lidar com o que tinha na sua mente?

De toda forma apenas ela iria saber.

Ela franze o rosto, expressa dor e ate lacrimeja; e por fim solta dele como se tivesse sido atacada e cai no chão em busca de ar como se estivesse em um longo combate, se pondo em prantos completamente desesperada.

E ele apenas fica a observar esperando que ela se acalmasse para continuar a conversar.

 

Eu não entendi o porque de tamanha reação.

Mas também não entendi o por que de eu estar ali assistindo a tudo aquilo.


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Notas finais do capítulo

Que foi? Não da pra fazer romance se eu não por o cara nos meus padrões.... já disse que este Groxo é "meu"! Bjs o/



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