All Of The Ways escrita por Rosenrot


Capítulo 21
Eu e um bêbado


Notas iniciais do capítulo

Oi! Tudo bom com você?
Atrasei um dia, eu sei, perdon. Mas, porém, entretanto, vejam o lado bom: melhor demorar 8 dias do que meses, né? Progresso. Ia sair ontem (o capítulo), mas resolvi dormir e dar uma revisada hoje de manhã e acrescentar mais, se eu tivesse postado ontem haveriam apenas 1.000 palavras. :)
Obrigada aos reviews da Zabelita e da Analua no capítulo anterior, e a Senhorita Carstairs que favoritou a história! ♥
Enfim, espero que gostem do capítulo.
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/611424/chapter/21

Observei Iara sair pela porta do bar e meu coração acelerou um pouquinho. Eu tinha um bêbado para cuidar. E eu tinha que cuidar dele sozinha.

Respirei fundo, coloquei uma mão sobre minha face novamente, envergonhada, olhei para o menino do cangote de novo. Ele ainda estava largado no balcão, na mesma posição desde que eu chegara, mas agora ele me olhava.

Engoli em seco e andei até ele, me sentei ao seu lado.

— Ashton — ele disse com uma voz meio sonolenta e confusa.

Abriu um sorrisinho que me fez franzir a testa.

— Por que diabos você está assim, menino do cangote?

— Sabe, estou ficando meio cansado desse apelido.

— Esse não é o ponto, idiota! Olha só pra você, invadindo bares de madrugada, caindo de bêbado e todo confuso!

Ele deu uma risada totalmente sem humor.

— Eu não estou nem um pouco confuso Ashton.

— Então me explica que diabos você está fazendo aqui!

Ele tentou se levantar abruptamente, o que fez com que ele caísse abruptamente.

— Menino do cangote!

Me agachei  rapidamente e o ajudei a levantar, ele, meio cambaleante se manteve de pé, se desvencilhou de mim com um pouco de raiva.

— Vou te explicar que diabos está acontecendo. O que está acontecendo é que... você! É você! Por que você ficou com aquele menino?!

— Eu? Eu nem sei com quem eu fiquei!

— Isso só piora as coisas, Ashton! Porra!

Dei um passo para trás.

— Eu faço o que eu quiser. Porra, eu achei que você estava mal por causa do seu pai e não porque eu beijei um cara! Aliás, isso nem tem nada a ver com você! Você tá louco?! Eu vim ás sete da manhã pra ajudar meu “amigo” bêbado e você está choramingando ai por nada?

Provavelmente fiquei vermelha por conta do tom e velocidade com que falei aquilo tudo. Ele passou uma mão nos cabelos, frustrado.

Ele não falou nada. Por vários segundos que pareceram uma eternidade.

Depois murmurou tão baixo que quase nem ouvi.

— É claro que tem a ver comigo. Tem tudo a ver.

Ignorei aquilo, coloquei uma mão na nuca e suspirei.

— Só... vamos te tirar daqui.

—///—

A contra gosto, depois daquela discussão, o menino do cangote se apoiava em mim e eu ajudava ele. Tive que abandonar minha preciosa moto no bar, Cubs, e agora estávamos parados esperando um táxi passar.

Ele claramente estava bravo, seu maxilar estava contraído, eu também estava brava, meio tensa por ter de estar tão perto dele.

Que coisa. Por que ele tinha que falar que eu cuidaria dele? E o Trenton? E o Gabriel? E a Mandy? Por que eu?

Tenho certeza que várias garotas gostariam de estar no meu lugar, ajudando um menino bonito daquele jeito, e não se importariam de ficar duas horas esperando um táxi, mas eu só estava rezando para um aparecer logo e eu me livrar daquilo.

Finalmente, depois de uns quinze minutos esperando, um táxi apareceu e agradeci aos deuses. Abri a porta, botei o menino do cangote dentro (com dificuldade) e logo em seguida entrei no banco de trás também, ao lado dele.

Assim que ele se sentou, creio que percebeu o quanto estava cansado e ao invés de continuar de maxilar trincado e bravo comigo, ele se apoiou em mim e fechou os olhos. Respirei fundo e olhei para a taxista que sorriu para mim.

— Por favor, só nos leve para longe daqui.

Ela assentiu e depois de alguns minutos dei o endereço certo.

Prometi a mim mesma que não ia olhar o menino do cangote dormindo em mim, mas a curiosidade acabou sendo mais forte, e para minha surpresa, quando olhei para ele, ele estava me olhando. Desviei o olhar rapidamente.

— Você não está usando — disse ele olhando para meu pescoço.

— O quê?

— O colar, menininha. Você não está usando — e então ele fechou os olhos novamente.

Não respondi aquilo. Quando achei que ele estava dormindo novamente fui surpreendida de novo por sua voz sonolenta. Ele falou de olhos fechados, baixinho.

— Eu esperava que você estivesse usando ele.

——

Chegando na casa dele, paguei a mulher e tirei-o com dificuldade do táxi, foi mais difícil ainda conseguir levá-lo até o apartamento. Chegando na porta, me lembrei de um detalhe. Eu não tinha a chave do apartamento dele.

Bati de leve no ombro dele, já que ele estava com os olhos meio fechados, de frente para a porta, perguntei;

— Você tem as chaves, né?

Ele me olhou e não respondeu a pergunta. Ao invés disso sorriu, se desvencilhou de mim e quase caiu, peguei no braço dele, tentando ajudar a se equilibrar, mas ele se soltou do meu braço e se sentou.

— Menino do cangote...?

Ele se apoiou contra a porta e fechou os olhos.

Revirei os olhos. Ok. Se ele queria ficar ali, que ficasse. Comecei a descer as escadas. Sim, eu ia deixar um bêbado sozinho, porque ele estava me irritando. Eu estava em um dos últimos degraus, quando fui interrompida.

— Ashton! Espera.

Me virei para trás e o encarei, agora ele estava de pé, cambaleou tentando me alcançar, foi descer os degraus, eu ia avisá-lo para não fazer aquilo, mas já era tarde. Quando eu vi, quase caímos e no final acabamos eu na parede e ele basicamente jogado em mim.

— Menino do cangote!

— Fica.

Respirei fundo e encarei seus olhos âmbar.

— Desencosta — murmurei, e logo em seguida subi as escadas, deixando ele parado ali.

—///—

Entrei no quarto dele para dar uma checada, ele ainda dormia. Beau também dormia desde que havíamos chegado.

Me sentei na cama observando ele. Que trabalho que ele tinha me dado. Eu podia simplesmente ir embora naquele instante, mas não estava afim de ir a pé e minha moto estava estacionada em frente ao Cubs.

Cansada, com calor e frustrada, tirei minha jaqueta, amarrei o cabelo e sai do quarto. Chutei o tênis que eu estava usando também e me dirigi ao outro quarto, chegando lá, me joguei na cama e suspirei alto.

Depois de algumas horas acordei e olhei no relógio, eram dez da manhã. Com sono ainda, rolei na cama e tentei voltar a dormir, mas um barulho me chamou a atenção. Água.

Me levantei e cruzei o corredor, chegando perto do quarto do menino do cangote, abri a porta e dei uma espiada. Ele não estava na cama, então estava tomando banho. Mas, ai meu deus, ele estava bêbado! Será que não tinha se afogado na banheira ou algo assim?

Calma, Ashton, nem tem banheira no banheiro do menino do cangote!

Respirei fundo. Droga, eu tinha que olhar! Se algo acontecesse depois eu me sentiria culpada!

— Menino do cangote...? — chamei meio baixinho.

Ele não respondeu.

— Menino do cangote? — tentei novamente.

Nenhuma resposta novamente. Respirei fundo, eu ia abrir aquela porta.

Abri a porta e de olhos fechados chamei por ele.

Ele não respondeu, abri um pouquinho um olho com medo do que eu veria.

Ele estava de pé, de roupa, debaixo do chuveiro, quase imóvel. Mas era óbvio que estava me escutando! Irritada, sem pensar, entrei no chuveiro junto com ele e o empurrei.

— Idiota! Achei que você tivesse morrido! O que você tá fazendo?!

Ele abriu os olhos e me mostrou seu sorriso torto habitual.

Como eu tinha me enfiado debaixo do chuveiro e empurrado ele, eu também estava toda molhada.

Ele não riu, como provavelmente faria, mas seu sorriso torto prevalecia.

— Ainda bem que você está sem sua jaqueta.

Franzi a testa.

— Você ainda está bêbado?

— Porque, senão, ela ficaria molhada também e melada e eu gosto dela...

— Melada?! Dá pra responder o que eu perguntei antes?

— Sh, fala baixo Ash. Tô com dor de cabeça.

Estávamos eu e ele, debaixo de um chuveiro, com as blusas ensopadas, cabelos molhados, em silêncio. Eu me perguntava que diabos ele fazia para que eu ficasse doida daquele jeito perto dele.

Era incrível que mesmo que tivéssemos brigado um monte, eu ainda sentia necessidade de contar as coisas do meu dia para ele.

— Vou dar uma aula de economia hoje — murmurei.

— Pra aquele idiota?

— Ele não é um idiota, menino do cangote.

Não sei por que, mas meus olhos desceram para o peitoral dele, e arregalei os olhos quando vi sua blusa atentamente pela primeira vez.

— Você ouve our last night?!

Abri um sorriso, que não era para ter sido aberto. Com uma cara séria, ele me olhou por alguns segundos com aqueles malditos olhos.

Você ouve our last night, menininha?

Ei! Por que tanta ênfase no “você”? Meu gosto musical é ótimo, pra sua informação.

Ele arqueou uma sobrancelha.

— Vamos ver.

E assim começamos uma pequena grande discussão pra ver quem tinha o melhor gosto musical. Quando cansamos de gastar água, ele desligou o chuveiro.

— O que você quer fazer agora, menininha?

Encarei ele.

— Só pra sua informação eu continuo brava. Quero explicações.

No meio da nossa discussão tínhamos trocado nosso lugares, então agora eu estava encurralada entre ele e a parede. Ele apoiou um braço na parede atrás de mim e se curvou um pouco, me olhando.

— Estraguei seu sábado, anjo?

— Hoje é domingo, retardado.

Revirei os olhos e empurrei ele de leve.

O bobo fingiu que se desequilibrou e acabou com a barriga encostada na minha. Um sorriso malicioso surgiu.

— Aposto que é um dos melhores domingos da sua vida.

Ele se desencostou de mim e foi saindo do Box. Tirou a camisa sem cerimônia e fiz de tudo para não olhar. Mas é óbvio que eu falhei. As costas dele não tinham nenhuma tatuagem. Eram definidas e haviam algumas pintinhas. Não pude evitar e soltei uma risada.

Ele olhou para trás e franziu o cenho para mim.

— Que é, engraçadinha?

Sorri e sai do Box também.

— Nada. Me empresta uma toalha? E uma blusa. E calças, por favor.

— Quer um café também?

— A culpa de eu estar assim é sua PSC.

— PSC?

— Para seu conhecimento.

Ele deu uma risada.

— Que tipo de pessoa fala assim, garota?

— O mesmo tipo trouxa que ajuda bêbados e evita mortes.

— Touché.

Dei risada e torci um pouco minha blusa, ensopando o chão do banheiro dele. Eu esperava que ele ficasse bravo ou algo assim, inclusive fiz de propósito, mas ele nem ligou. Olhou pra mim, sorriu e saiu do banheiro.

Sentei em cima da tampa da privada e apoiei meu queixo em uma mão e fiquei esperando ele voltar, assim eu não molharia o apartamento inteiro. Comecei a balançar as pernas, entediada, quando Beau apareceu.

— Beau! — sorri.

Me agachei no chão e comecei a fazer carinho e brincar com ele, no final ele acabou meio molhado também, por minha culpa. Eu estava distraída, e quando olhei para a frente o m.d.c. estava encostado no batente observando nos dois com um sorriso.

—§—

Teria sido uma cena fofa, se ele não estivesse de cueca! Me levantei em um pulo e olhei para a cara dele.

— Por que você está assim?!

— Assim como?

— Só de cueca!

— Eu tirei a calça pra não molhar meu apartamento, será que posso?

— Não quando eu estou aqui!

— Ashton. Quantos anos você tem?

Fuzilei ele e dei uns tapinhas na cabeça do Beau.

— Vem, Beau. Vamos embora daqui.

Beau me seguiu contente enquanto eu ia andando pelo apartamento do m.d.c. molhando o chão.

O menino do cangote me deixou andar um pouco, mas logo em seguida senti dois braços nas minhas coxas, e no segundo seguinte ele estava me carregando, eu estava jogada sobre o ombro dele.

— Menino do cangote!

— Você acha que eu ia deixar mesmo você molhar meu apartamento inteiro?

Fiquei quieta e de cara emburrada. Ele me “despejou” no banheiro do “meu” quarto.

— Espera ai, vou pegar umas roupas pra você.

Revirei os olhos e me virei para o espelho. Tomei um susto, meu rímel que eu não havia retirado estava todo borrado e meu cabelo todo molhado, minha blusa estava colada no meu corpo, por sorte, era uma blusa meio grande e preta. Minhas calças grudavam de um jeito desconfortável.

Dane-se. Tirei as calças e fiquei só com a blusa, mas não fazia mal, já que a blusa era meio grande e cobria minhas coxas.

Virei para trás e o menino do cangote estava parado ali com algumas roupas, ele engoliu em seco e depois limpou a garganta. Não pude evitar abrir um sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Reviews? Críticas? Gostou, não gostou?
Obrigada por ler!
Até o capítulo 22?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "All Of The Ways" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.