All Of The Ways escrita por Rosenrot


Capítulo 11
Für die Friedhof


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu demorei pra caramba, eu sei...Desculpa! Pelo menos, hoje é feriado, eu tenho mais tempo livre então eu vou tentar postar nesses quatro dias, ok?
Tudo bom com vocês?
Obrigada a quem lê isso daqui, ainda. E muuuuito obrigada pelos reviews do capítulo anterior! ♥
Esse cap, é meio diferente, espero que cês gostem.
Boa leitura!



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Sabe do que eu precisava? De um Beau. Meu Deus, que cachorro maravilhoso.

Eu estava sentada na escada de um estabelecimento fechado, Beau, deitado nos meus pés enquanto eu fazia carinho, e o m.d.c ao celular. Parecia sério. Tanto que demorara ao ponto de eu precisar sentar.

Eu estava distraída, apenas passando a mão no pelo macio de Beau, até que uma sombra em minha frente me chamou a atenção. Olhei para cima e o m.d.c sorria. Ele estendeu a mão.

— Desculpe por isso.

Dei de ombros, já de pé, e coloquei um sorriso caloroso no rosto.

— Não tem problema, você tá bem?

— Bem, sim. Feliz, não.

Dei risada.

— Que drama, mané.

Ele deu de ombros, sorrindo, e voltamos a caminhar. Estava frio, m.d.c. andava ao meu lado, e eu segurava a guia do Beau.

— Onde nós vamos, afinal?

Os ombros dele caíram.

— Você, eu não sei. Beau para casa e eu para a casa do meu pai.

— O que foi, m.d.c?

Ele riu quando eu pronunciei o apelido dele literalmente pela abreviação (emi-dê-cê) e dei de ombros, sorrindo.

Ele parou e parei também (Beau, automaticamente, fez igual), abriu a boca para responder, mas então a fechou e quando ia abrir de novo, eu vi que estava sem jeito, então rapidamente, com a guia do Beau ainda na mão, passei os braços pelo tronco dele, sem permissão mesmo, e abraçando-o, olhei para cima e sorri.

— Seja lá o que for, espero que dê tudo certo.

Ele me olhou e já retribuindo o abraço, me apertou um pouco mais. Deu um beijo na minha testa.

— Obrigado, babygirl.

Nós estávamos matando aula, então eu disse a ele que era pra faculdade que eu iria, pra tentar compensar as aulas perdidas assistindo as últimas, mas pedi para ele me deixar na minha casa.

— Eu não consigo te levar em uma situação dessas, desculpa, Ashy. — estávamos em frente a minha porta, era a primeira vez que ele me chamava assim, e soltei um suspiro, eu queria sorrir, mas o jeito que ele estava não me permitia.

— Não tem problema.

Acenei, me virei e entrei em casa. Imediatamente peguei o celular e cliquei no contato de Mandy. Só na segunda chamada ela atendeu.

— Alô?

Respondi nervosa, e depois de uns minutos dela pedindo desculpas, rindo da minha cara, e jogando conversa fiada fora, fui direto ao ponto.

— O Trenton está ai? — ouvi um barulho no mesmo segundo e uma respiração forte, que eu conhecia muito bem, em seguida.

— Ashy? O que foi? Tá tudo bem?

Dei risada.

— Er... Obrigada pela preocupação, Trent, mas eu preciso saber onde é a casa do pai do m.d.c.

A linha ficou em silêncio, talvez por um minuto.

— Ok, isso é muito estranho. Mas, eu nem vou perguntar por que, então não jogue meu voto de confiança no lixo, Ashton Rutherford, não faça merda.

Ele me passou o endereço rapidamente, mas eu continuava ofendida.

— Ei! Eu nunca jogaria um voto de confiança seu na lama! Cretino! Obrigada. — e desliguei. Peguei as chaves da minha moto e as girei entre os dedos.

Eu estava ficando louca.

***

Sentei na moto, estava um frio do cão. Esperei cinco minutos. Eu já tinha demorado um pouco, o que ainda não me garantia de topar com ele no caminho, mas eu não podia esperar até mais tarde. Meu coração batia forte no peito, e eu não sabia por que. Eu só sentia que tinha que estar lá.

Fechei o zíper da jaqueta do m.d.c, que tinha ficado comigo, e sentada na moto, dei partida. O vento batia no meu rosto, e geralmente eu amava isso, mas hoje parecia que eu estava... Eu não sei, tudo parecia errado pelo simples fato de eu ainda estar ali, mas a cada km avançado, parecia certo.

Olhei a rua onde eu entrara, era por ali. Parei a moto, mesmo sabendo que a casa onde eu estava parando em frente não era a casa do pai dele. E essa era a intenção. Eu não queria chamar tanta atenção.

Esfreguei as mãos, congelando de frio, e procurei pela casa de número 74. Enfiei as mão nos bolsos da jaqueta e enquanto caminhava, finalmente avistei a moto do m.d.c. Suspirei aliviada, e meu coração começou a bater mais forte ainda.

Além do batimento acelerado, meu peito se encheu com uma sensação cálida, eu sabia que o que estava fazendo era certo. Por mais estranho que parecesse.

Estava tudo bem, eu estava me aproximando da casa, até que um braço segurou firme no meu.

— Oh, o que temos por aqui? Que belezinha, hein?

Me virei para ver um cara totalmente mauricinho me encarando, balancei o braço tentando me soltar, que porra era aquela? Ele era forte pra cacete!

— Que merda você pensa que está fazendo? — rugi.

— Ora, ora, temos uma esquentadinha por aqui. Meu tipo preferido.

Ele deu uma risada e meu corpo inteiro se arrepiou, mas não foi de prazer ou algo do tipo, foi de puro medo.

Ele me arrastou até um pouco longe de casa, eu tentei desvencilhar meu braço, mas não estava dando muito certo, e a jaqueta não me ajudava, já que bloqueava um pouco meus movimentos.

Senti sua respiração no meu pescoço, e fechei os olhos com raiva.

— Oh, queridinha. O que acha de fodermos ali? Bem na frente da casa do pai do seu amiguinho? — ele apontou para a casa do pai m.d.c.

Arregalei os olhos e senti algo duro roçar em mim. Soltei um som indecifrável de puro nojo e surpresa.

Meu corpo ficou tenso, mas o medo me incentivou totalmente.

— Vá para o inferno seu porco!

O empurrei contra a parede atrás de nós, e enfiei a perna, apertando com tudo, contra seu membro. Ele gritou e aproveitei o momento para soltar meu braço. Mesmo quase morrendo de dor, ele quase me deu uma rasteira. Eu não cai, mas me desequilibrei e foi tempo suficiente para ele conseguir segurar meu rosto e passar um canivete por minha bochecha. Gritei de agonia e uma lágrima desceu pelo meu rosto.

Que diabos estava acontecendo?

— Oh, querida, não chore.

Ele tirou a canivete da minha face, e morrendo de dor, consegui soltar o rosto das mãos dele, era arriscado, porque ele podia simplesmente revidar com uma “canivetada” em mim. Mas ele não o fez, porque logo que consegui me soltar, derrubei o canivete no chão, e acertei um soco em sua cara.

— Seu merda, eu espero que você queime no inferno!

Segurei-o pelo colarinho, e acertei nele outro soco, tão forte, provavelmente o mais forte que eu já dera, que ele caiu no chão, aparentemente, nocauteado.

Assim que ele caiu e não acordou mais, minha coragem incrível e postura de durona foram por água baixo e comecei a chorar baixinho. Que cacete. Por que isso tinha de acontecer comigo?

Tentei me recuperar. O que eu devia fazer? Chamar a polícia? Chamar o m.d.c.? Não, ele tinha outro problema. Muito maior do que o meu, eu sentia. Isso teria que ficar para depois.

Mesmo atordoada, eu ainda tinha o que fazer ali. Caminhei um pouco apreensiva até mais perto da casa do m.d.c. Eu estava ofegante.

Eu já tinha parado de chorar, eu nunca chorava, mas aquela noite eu simplesmente... Eu não sei, eu me dei o direito de chorar. Afinal, o que poderia ter acontecido ali se eu não soubesse me defender não era nada bonito.

Meu rosto doía, e não era pouco. Ardia como as chamas do inferno.

Mas o que mais doía era o meu peito. E eu simplesmente não conseguia entender isso.

***

Parei em frente a porta. Eu ouvia um som abafado dali.

Eu pensava em bater, mas ouvi um som de uma voz, que eu definitivamente conhecia.

Abri a porta meio sem jeito. O m.d.c se encontrava no sofá, com a cabeça sobre as mãos e lágrimas. Ele olhou para cima assim que abri a porta, sua cara inicialmente surpresa, passou para espanto e depois a pura preocupação, provavelmente, por conta do meu estado. Sua boca ficou aberta, ele fez menção de se levantar, e rapidamente fechei a porta e voei até onde ele estava. Ele estava agora sentado, e eu de pé na frente dele. Abracei-o assim mesmo e ele enfiou a cara em mim, chorando.

Comecei a chorar também, ele estava tão triste... E os olhos... Ele me puxou para o colo dele, e se encostou sobre o sofá. Olhei para ele. Minha cara estava provavelmente suja, e com um corte feio. E os olhos dele, marejados.

— Ashton, o que aconteceu?

Ele olhou muito preocupado para meu corte, segurei na mão dele e apertei.

— Não importa.

Limpei uma lágrima que escorreu pelo rosto dele e o abracei mais forte.

— Eu preciso chamá-los... — ele murmurou baixinho.

— Quem? Quem for que seja, deixa que eu chamo.

Seus olhos se encheram de lágrimas novamente, ele respirou fundo e passou a mão nos meus cabelos. Seu rosto estava todo vermelho, me encostei sobre o peito dele.

— Eu sinto muito...

Eu já tinha adivinhado o que acontecera, mais ou menos. Ele fora para a casa do pai, preocupado, eu chegará lá e o encontrara chorando. Minhas suspeitas se concretizaram quando uma paramédica apareceu na sala.

— Eles...Hum, já estão a caminho. — ela anunciou, meio receosa.

M.d.c. assentiu e eu dei um beijo na bochecha dele, saindo do seu colo, me sentando ao seu lado e apoiando a cabeça em seu ombro.

Depois que a agência funerária foi embora, ele estava bem melhor (dentro do possível), agarrei a mão dele e me virei para olhar em seus olhos.

— Você quer sair daqui?

— Não acho que você esteja em condições de pilotar uma moto agora, babygirl.

— É só um corte. — eu disse mais tentando convencer a mim mesma do que a ele.

Ele colocou a mão do lado do meu rosto que não estava cortado e beijou minha testa.

— Eu sei que não é só isso, inclusive, eu vou matar o filho da puta que fez isso com você. — ele rugiu a última parte e senti seu corpo ficando tenso, olhou para mim e automaticamente relaxou, pelo menos um pouco — E agora, é uma ótima hora pra você me contar que porra aconteceu, babygirl.

Uma lágrima desceu pelo meu rosto e olhei para o outro lado, com vergonha.

Ele meio que se desesperou na hora, tocou no meu rosto, me virando, fazendo olhar para ele.

— Babygirl?

Um soluço saiu de mim involuntariamente e o m.d.c. me puxou para ele na hora.

— Ashton, o que aconteceu?

Comecei a desenhar círculos imaginários no braço dele, enquanto contava baixinho o que aconteceu. O corpo dele que me segurava, ficou todo tenso, então me apressei em esclarecer que agora estava tudo bem, e que meu agressor babaca estava provavelmente, passando um frio do caramba, desacordado.

— Não tem tudo bem nessa porra, ele queria fazer essas merdas de porco com você! Eu vou quebrar a porra da cara dele! Ou chamar a polícia! — ele se inclinava para frente enquanto falava, obviamente, cheio de ódio.

— Ei! Eu estou bem! Ok? Você não vai quebrar porra nenhuma, você vai deixar eu te ajudar com as coisas do seu pai, e esquecer isso. — apontei para meu corte.

— Eu vou deixar você me ajudar. Mas eu não vou malditamente esquecer isso, Ashton Rutherford.

Bufei e então ele pegou na minha mão.

— Desculpa, eu sei que você não está no clima para brigar.

Olhei chocada para ele.

— Se preocupe um pouco com você, estou falando sério, isso aqui é muito mais sério do que algo que não aconteceu!

***

Assim que a raiva dele passou, pelo menos momentaneamente, em relação ao mauricinho, ele voltou ao estado depressivo.

Estávamos na casa do pai dele, eu em um sofá preto, sentada, e ele deitado, olhando para o teto, em outro. Os olhos dele estavam meio marejados, caminhei até o sofá em que ele estava, e me ajoelhei ao seu lado. Deitei a cabeça, próxima a dele no sofá, e fiquei sentada no chão. Deslizei uma mão para cima, até encontrar a dele, e entrelacei nossos dedos. Dei um aperto de leve, e ele me olhou, triste.

Ficamos nos olhando, não sei por quanto tempo, e uma sensação cálida invadiu meu peito.

***

O meu celular tocou e acordei, tateando, percebi que eu estava no sofá, deitada ao lado do m.d.c, que estava dormindo, tomei um susto e quase cai do sofá. Um braço me segurou e ouvi uma risada abafada.

Ainda meio desnorteada, peguei o celular e atendi. Eu estava de pé. O m.d.c. se sentou e me puxou para o colo dele. Eu deixei...Porque afinal, nem tinha forças para discutir.

— Alô?

Contei para Mandy e Trenton o que acontecerá. O bom humor de cinco minutos do m.d.c passou e decidi que ficaria com ele, até que ele ficasse melhor, afinal já era quinta-feira...Não faria tanta diferença assim.

O dia passou lento, enquanto ele não fazia nada, o que eu totalmente aceitava, dadas as circunstâncias, eu liguei para a funerária e acertamos as coisas. Não teria uma grande cerimônia, só os mais próximos, e seria naquele dia mesmo.

No final do dia, ele tocou em um assunto que eu meio que temia, quando estávamos na cozinha e eu procurava por alguma coisa que não fossem cookies para comer.

— Por que você veio?

Fiquei tensa, eu estava meio agachada, fuçando um armário, me endireitei e me virei para ele, apoiei o corpo contra o armário e cruzei os braços, dando de ombros.

Ele me olhou com expectativa e comecei a falar. Foi difícil de explicar, eu provavelmente pareci uma louca falando que sentia que tinha de ir até ali.

Quando terminei, ele estava totalmente sério, se aproximou de mim e me encurralou contra o armário.

— Eu poderia te beijar aqui mesmo. — ele disse, olhou para meus lábios por alguns segundos e saiu. Ofeguei e passei os dedos por meus lábios.

Que cacete...?


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Notas finais do capítulo

Uuu
Espero que tenham gostado! ♥
Obrigada por ler!
—---
Pergunta aleatória: qual foi o melhor livro que você já leu?
Até o cap 12?