A vingança do fantasma escrita por MarcosFLuder
Notas iniciais do capítulo
Segunda e última parte da fanfic A Vingança do Fantasma.
— O que houve senhor Kraemer? – Scully tenta acalmar um visivelmente desesperado Jack.
— Ela não quer me deixar em paz – disse apavorado – ela não vai me deixar em paz até eu consertar o que eu fiz.
— Está falando do que Jack?- pergunta Mulder – é da Cláudia não é? Tem alguma coisa haver com o padrasto dela?
— Ou será que isso é só mais uma farsa – Scully tinha uma expressão bem cética no rosto – você sabia que nós estávamos com o seu vizinho e resolveu fazer um show especial para nós não é?
— No começo era uma farsa sim, mas agora é de verdade – afirma Jack – ela está me perseguindo.
— O que ela quer Jack? – Mulder insiste na pergunta – o que você fez para ela decidir persegui-lo do além?
— Para com isso Mulder – Scully faz uma expressão contrariada para o parceiro.
— Vão embora, vão embora – disse Jack, já se recompondo – eu não sou obrigado a falar nada com vocês.
— Nos diga o que ela quer que você faça Jack – Mulder insiste – talvez possamos ajudá-lo.
— Já disse para irem embora – Jack se senta no sofá, as mãos no rosto – será que vou ter que chamar o meu advogado? – Mulder faz uma nova tentativa de convencer Jack Kraemer a falar, obrigando Scully a praticamente ter de arrastá-lo dali.
Delegacia de Houston 9:15 Pm
— Agentes Mulder e Scully – Tenente Farmer os cumprimenta – pensei que não ia mais ver vocês hoje.
— O que sabe sobre o advogado do senhor Kraemer?- pergunta Mulder.
— Além de ser o mais caro da cidade, é também o mais desagradável – disse Farmer – ele ligou para nós dizendo que vocês andaram constrangendo o cliente dele e até o induziram a dizer coisas desconexas.
— Ele apenas nos disse que no começo a história das visões era uma farsa para salvá-lo da cadeira elétrica, mas que agora o fantasma de Cláudia Milles estava realmente aparecendo para ele – disse Scully.
— E talvez ele esteja realmente falando a verdade – disse Mulder.
— Não começa Mulder – disse Scully.
— Admita Scully, ninguém poderia fingir daquela maneira.
— Antes de começar a sair caçando fantasmas, Mulder é melhor examinar algumas hipóteses bem mais plausíveis.
— E que hipóteses seriam essas, agente Scully? – pergunta Farmer.
— Um colapso nervoso, ou um principio de esquizofrenia. Andei dando uma olhada na ficha médica de Jack Kraemer – ela mostrou o arquivo aos dois – sabiam que ele sofre de psicose maníaco-depressiva? Inclusive já esteve numa clínica do estado, para tratamento.
— Acha então que ele está levando a sério demais o que era apenas uma farsa? – pergunta Mulder.
— Me parece uma hipótese bem mais provável que um fantasma Mulder – responde Scully.
— O advogado dele é que vai adorar isso – disse Farmer – é tudo que ele precisava para livrá-lo da cadeira elétrica.
— Nós temos que nos ater aos fatos Tenente – retruca Scully – é o nosso trabalho.
— Me diga uma coisa Tenente, como foi que um pé-rapado como Jack Kraemer arranjou dinheiro para ter serviços do advogado mais caro da cidade? – Scully percebe uma teoria se formando na mente de seu parceiro.
— Ele deve estar defendendo o sujeito apenas pela publicidade – disse Farmer – eu o conheço, não é a primeira vez que ele faz isso.
— Ou talvez alguém o esteja pagando – disse Mulder – alguém como... John Milles.
— Porque ele faria isso? - Farmer faz uma expressão de estranhamento ao perguntar – eu o interroguei na época do crime e admito que tive a pior impressão possível do sujeito, mas não entendo porque ele ajudaria o assassino da enteada, mesmo não gostando dela.
— Creio que o meu parceiro acredita que ele pode estar pagando um favor com outro – disse Scully, sem notar o sorriso de Mulder ao perceber como sua parceira consegue facilmente acompanhar o raciocínio dele, embora quase sempre discorde de suas conclusões.
— Isso na sua mesa não são as evidências dos crimes anteriores a morte de Cláudia Milles? – Mulder pergunta.
— Exatamente agente Mulder – Farmer responde – eu resolvi dar uma olhada mais apurada nelas e conclui que elas são óbvias demais.
— Como se tivessem sido plantadas com a intenção de incriminar Jack Kraemer? – há um ligeiro sorriso em Mulder ao fazer a pergunta.
— Exatamente – Farmer responde, para logo ficar um tempo pensativo. Após esse breve momento de reflexão, ele se levanta, dirigindo-se aos agentes, ao mesmo tempo em que vertia o terno – o que acham de fazer uma visita fora de hora a um certo advogado?
Edifício Blue Lake 10:35 Pm
— Eu não sei se o senhor Montgomery poderá recebê-los a essa hora da noite – disse a voz no interfone.
— Diga ao seu patrão que ele pode nos receber hoje ou ter de prestar depoimento na delegacia amanhã – responde um visivelmente irritado Farmer.
— Um momento – disse a voz. Alguns instantes se passam – vocês podem subir – eles vão de elevador, chegando a um luxuoso apartamento e são recebidos pelo advogado de Jack Kraemer.
— Sabiam que eu posso processar vocês três por causa disso? – disse um irritado Garry Sanderson
— Deixa dessa conversa Garry – disse o tenente Farner – dessa vez você pode estar bem encrencado.
— Do que estão falando?
— Que tal conspiração para proteger um serial Killer – disse Mulder.
— Vocês estão loucos?
— O senhor conhece ou tem algum tipo de negócio com John Milles? – perguntou Scully – é melhor pensar bem antes de responder.
— Eu posso saber do que estou sendo acusado?
— Até agora nada – disse Farmer – vai depender do que estiver disposto a nos dizer, mas antes leia isso com muita atenção – entrega a ele as evidências contra Jack Kraemer.
— Eu não preciso ver nada disso para saber que meu cliente não matou ninguém.
— Tem toda a razão – disse Farmer – seu cliente não matou essas moças, agora pense bem Garry e me diga quem teria interesse em plantar provas para incriminar o seu cliente.
Casa de John Milles 11:06 Pm
Mulder, Scully e o Tenente Farmer chegam à casa de John Milles e logo tem a atenção chamada pelas luzes acesas e a porta da frente arrombada. Eles sacam suas armas e entram, encontrando a sala com sinais de luta. Farmer e Scully olham o primeiro andar enquanto Mulder sobe a escada do corredor. Ele vê a porta de um dos quartos aberta e vai até lá, encontrando o corpo de John Milles, morto com vários tiros. Jack Kraemer estava num canto com o revolver na mão.
— Me dê a arma Jack – diz Mulder, a mão estendida para o homem desesperado no canto – me dê a arma vamos.
— Ela não ia me deixar em paz enquanto eu não fizesse isso – disse – eu tinha que matá-lo.
— Você já fez o que ela queria, agora me dê a arma – nesse momento chegam Scully e o Tenente Farmer – acabou Jack vamos me dê a arma.
— Você não entende cara, ela não vai me perdoar nunca – o desespero dele é evidente – ela confiou em mim e eu a traí. Você não tem idéia das coisas horríveis que ele fazia com ela.
— Ele abusava dela? – Scully pergunta.
— Ela me contou tudo – responde Jack.
— Me dê a arma Jack – insiste Mulder.
— Ela descobriu o que ele fazia com aquelas moças – Jack não parecia ouvir Mulder, seu olhar estava perdido – disse que finalmente ia poder se vingar dele.
— Cláudia Milles tinha provas de que o padrasto era o responsável pela morte daquelas 5 moças – afirma o Tenente Farmer, não exatamente para Jack.
— Depois falamos sobre isso Jack – Mulder tenta se aproximar dele calmamente – antes me entregue essa arma.
— Ela deixou as provas comigo, mas eu as vendi para o velho – disse chorando – era muita grana, eu não resisti e ela ficou furiosa – ele grita agora – ela nunca vai me deixar em paz – Jack coloca o revolver na boca.
— Não – Mulder grita e tenta detê-lo, mas sem sucesso. O tiro atravessa a cabeça de Jack.
Tarde da noite e mesmo assim os vizinhos de John Milles observam o corpo dele e de Jack Kraemer sendo retirado da cena do crime.
— A perícia encontrou no porão uma série de objetos que provavelmente pertencem as vítimas de John Milles – o tenente Farmer se dirige a Mulder e Scully, que estão observando a cena junto ao carro com que irão embora.
— Parece que o fantasma de Cláudia Milles conseguiu sua vingança afinal – afirmou Mulder.
— Você acredita mesmo nisso agente Mulder? – o tenente Farmer pergunta.
— Jack Kraemer acreditava e isso custou a vida dele.
— Fantasma ou não Mulder, acho que está na hora de ir embora – disse Scully.
Mulder e Scully cumprimentam o tenente Farmer, entram no carro e vão embora. O policial olha por alguns momentos para a casa onde tantas coisas horríveis aconteceram. Ele nunca acreditou em fantasma, mas mesmo assim fez o sinal da cruz antes de ir embora.
FIM
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