Olhe-se escrita por Shayera


Capítulo 5
Capitulo 5


Notas iniciais do capítulo

Acho que dessa vez eu não demorei tanto.
Responderei os comentários do capitulo anterior mais tarde, só passei mesmo pra atualizar a fanfic. Obrigada a todas as leitoras que estão comentando.

Boa Leitura.



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"A perfeição é um vicio da nação"

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Escrita por Shayera

– Sejam bem-vindas a SutairuYamanaka’s. – Um homem alto, de cabelos dourados e longos presos em um rabo de cavalo impecavelmente arrumado, sem nenhum fio fora do lugar, as recebeu com um sorriso brilhante nos lábios.

Ele vestia um terno branco e sapatos italianos nos pés. Os olhos eram tão azuis que Sakura pensou estar encarando o próprio oceano. Ele era bonito. Muito bonito.

– Eu me chamo Deidara e irei.. – Hesitou como se estivesse procurando as palavras certas para dizer. – Corrigir as pequenas imperfeições de vocês. Não que vocês sejam imperfeitas, claro que não, se fossem não estariam aqui. Mas nós vamos deixá-las magnificas, no ponto certo.

Deidara passou os olhos rápidos na ficha que estava em suas mãos e sorriu quando analisou a menina morena que também estava na sala.

– Hinata Hyuga. Olá, querida. É um prazer conhece-la. – O som do beijo estalado soou por todo o cômodo. – Pude acompanhar alguns concursos que você participou e presenciei suas vitórias gloriosas.

– Obrigado, senhor Deidara. – A voz doce e melódica acariciou os ouvidos de Sakura, que imediatamente estudou a menina.

Morena, de olhos claros feito pérolas. Pele pálida com uma leve coloração avermelhada nas bochechas, corpo escultural e face delicada. Uma bela garota, Sakura admitiu.

– Nossa coleção de verão será simples, porém extraordinária. Hinata será a nossa musa negra. – Os dedos longos de Deidara alisaram os fios azulados da menina. – Delicadeza e força ao mesmo tempo. Um conjunto encantador. Mas.. – Como magia uma fita métrica apareceu entre os dedos do loiro e rodearam os seios de Hinata. – Maiores do que o necessário, minha querida. – Os olhos da menina se arregalaram em espanto. – Vamos dar um jeito nisso. Sem problemas.

– Como assim? – Hinata estava visivelmente perturbada. Já havia recebido críticas pelo tamanho de seus seios, maiores do que o normal.

– Fofa, quanto menos, melhor. – Deidara deu uma piscadela maliciosa para a Hyuga e seguiu para a próxima. – Sakura Haruno! – Um brilho apareceu nos lábios do homem. – A rainha dos concursos da maravilhosa França. Devo dizer que é um prazer tê-la em nossa humilde agencia.

Sakura deixou que suas mãos fossem envolvidas pelas de Deidara e o encarou seriamente sem dizer uma só palavra.

– Infelizmente não consegui assistir pessoalmente a nenhuma de suas vitorias mais do que merecidas. Porém Ayume assistiu e me disse que você é de tirar o folego, e permita-me dizer – Se aproximou e sussurrou – É ainda mais bela ao vivo e a cores. E que cores – Gargalhou estudando mais uma vez o papel que continha todas as informações das mais novas Yankas. - Peso, Ok. Seios na medida certa. Corpo perfeito. Altura certa.. Experiência... Melhor impossível e.. – As iris fitaram o cabelo rosado – O cabelo.

– Algum problema como meu cabelo? – Sakura perguntou ao perceber o olhar diferente que Deidara havia lançado ao observa-lo. E não gostou nem um pouco.

– Querida, você não pode ter o cabelo rosa. Não, não pode. Você será a nossa Deusa solar. Com fios de ouro sobre a cabeça.

– Como?

– Loira, meu bem. A Deusa do sol não pode ter o cabelo cor-de-rosa. Jamais! Ou não seria a Deusa solar, e sim de pequenas barrinhas de chicletes.

– Mas..

– Vai por mim – E lá estava à piscadela maliciosa novamente – Loira é melhor.

Pintar os fios rosados que Sakura tanto se orgulhava não estava em seus planos, na verdade, participar daquele mundo não estava nos planos da Haruno mais nova.

Abrira mão de muitas coisas importantes em sua vida, e sabia que teria que abrir mão de mais uma.

– Gosto da cor do seu cabelo. Ele é único, e você também.

Fora o que Sasuke havia dito uma vez, quando admiravam as estrelas no telhado da casinha de madeira que haviam construído. Onde prometeram estar juntos por toda eternidade.

Sakura deixou que as lembranças a tomasse e fechou os olhos, desejando voltar ao passado. Em um tempo que era feliz.

– Até a última estrela cair do céu, Sasuke-kun?

– Até depois.

Fofa? – A voz de Deidara puxou a rosada para o futuro e Sakura o amaldiçoou.

Se recusasse pintar os cabelos seria dispensada ali mesmo e entraria em uma batalha sem fim com a mãe, Sakura sabia disso, e uma briga com Mebuki era tudo o que a rosada não queria.

Ser uma modelo famosa, conhecida pelo mundo inteiro era um sonho. Não o sonho dela, mas o sonho da mãe. E Mebuki a mataria se ousasse acabar com seus planos de ter uma filha desfilando nas passarelas mais cobiçadas do mundo.

Deidara a estudava com atenção e divertimento. Adorava dispensar as fracassadas que não eram dignas de levar o nome Yanka consigo, como havia feito um ano atrás com uma candidata, e não entendera o motivo da Lady Yamanaka ter escolhido Sakura Haruno para fazer parte da sua coleção. Ela era tão sem graça e sem brilho, segundo o loiro.

– E então? – A ansiedade refletia nos olhos azuis do homem – Não pode dar um jeitinho no cabelo, minha bela?

– Posso. – E mais um pedaço da rosada se afundava. – Posso e vou.

– Ótimo. – Deidara bateu as mãos em uma salva de palmas e sorriu exageradamente. – Cuidaremos do seu cabelo amanhã, junto com a cirurgia de redução de mamas da senhorita Hyuga. Vocês ficaram deslumbrantes. Próxima e última candidata.. Karui.

A menina de pele bronzeada e cabelos ruivos, dona de olhos amarelados e porte grande, deu um passo para frente e abaixou a cabeça, deixando uma mexa cobrir uma parte de seu rosto.

– Oh, sim. – Deidara caminhou até a menina e com o dedo indicador tocou o queixo da garota e o ergueu. – Você finalmente conseguiu, meu bem. Depois de muito esforço, exercícios e uma linda redução de estomago. E pelo o que eu soube eles fizeram um trabalho esplendido, não deixaram nenhuma cicatriz.. Então me diga o porquê desta carinha tão tristinha?

– Ainda estou acima do peso. Eu.. Eu não estou perfeita, não sei por que ela me escolheu. Eu não posso – As lágrimas desciam pelo rosto de Karui e molhavam o chão.

– Se nossa Lady a escolheu é porque você é merecedora, não acha? Lembra-se do que conversamos há uns meses atrás? E sobre o peso – Deidara voltou a usar fita métrica a enrolando na cintura de Karui. – Nada que uma pequena cirurgia não resolva. É só retiramos algumas gordurinhas que ficou. Simples assim, minha linda. E você estará perfeita. Magra é sempre mais bonita, não acham?

Com passos longos Deidara voltou para o centro da sala, cheia de espelhos e pôsteres de todas as modelos que já haviam sido, e ainda eram uma Yanka, e encarou as meninas.

– Vocês três foram às escolhidas para ser o novo projeto da Lady Yanka Yamanaka. De milhares ela apenas escolheu vocês, e tenho certeza que foram escolhidas por que estão aptas e são mais do que dignas de levar o nome de uma Yanka. Nós vamos modelá-las a nosso estilo, vão ser perfeitas por inteiro, sem nenhuma falha.

Ser perfeita, pensou Sakura. Não mudaria nada em nenhuma das duas meninas que estavam ali. Hinata era meiga, perfeita da maneira dela, e não eram os seios fartos que iria mudar aquilo.

Karui tinha uma beleza exótica, única, que a fazia sentir inveja somente de olhar. Uns quilos a mais? Pequenas gorduras localizadas? Não mudariam o fato de a ruiva ser perfeita.

E ela, Sakura Haruno. Ah, ela mudaria a falta de coragem. Tomaria o simples remédio da auto-confiança e valentia e iria seguir sua vida sem medo do que a mãe acharia de suas escolhas. Certas ou erradas elas seriam suas.

Um barulho forte chamou a atenção dos que estavam presentes na sala. A grande porta de madeira branca fora aberta e uma garota de longos cabelos amarelos caminhou em direção a Deidara como se estivesse andando em nuvens.

Linda, pensou Sakura. Pernas longas e bem torneadas, cabelos brilhantes presos também em um rabo de cavalo perfeito deixando uma franja cobrir uma pequena parte do rosto bonito, e olhos cor do céu. Lábios carnudos pintados de um vermelho sangue e uma vestido roxo, rodado, de mangas cumpridas modelava o corpo magro.

– Ora, ora. Mas que honra. – A ironia na voz de Deidara não passou despercebida por nenhuma das meninas.

– Infelizmente não posso dizer o mesmo – Rebateu a garota misteriosa, pondo-se de frente e analisando cada uma das candidatas. – Eu me chamo Ino Yamanaka. Sou a filha da Lady e irei ajuda-las no que precisarem. – A voz d Yamanaka era forte e cheia de confiança. – Não sei se já informaram a vocês, mas todas iram terminas ou continuar os estudos no colégio Konoha. Eu também estudo lá, então vamos sempre estar juntas. Temos nossos próprios uniformes e próprio cardápio, não comemos o mesmo que o restante dos alunos. As aulas começam amanhã. Estejam prontas ás 6h50, um carro estará esperando por vocês em suas casas. Sem atrasos. – Ino encarou Sakura por um longo tempo. Caminhou em direção à porta, por onde havia entrado, e parou finalizado: - Espero que estejam certas da escolha que fizeram.

E o som da porta se fechando foi tudo o que Sakura ouviu, antes de Deidara voltar a falar sobre as refeições que deveriam fazer, roupas que deveriam vestir, lugares que não poderiam frequentar, pessoas que não poderiam se relacionar.. As mesmas coisas que Sakura já sabia de cor e salteado.

Você está feliz consigo mesma?

Sua voz interior a questionou. Aquela que já havia se tornado uma grande amiga, ou melhor, a única.

Fechando os olhos com toda força que conseguiu. Tentando se teletransportar para um lugar qualquer, ela murmurou para si mesmo repetidas vezes, como se quisesse acreditar nas próprias palavras: - Sim. Eu estou feliz.

Mas ela sabia que não estava, e sua amiga também.

*****

O teto estrelado de seu quarto nunca fora tão interessante como estava sendo naquele momento.

Não queria pensar, pois já sabia para onde seus pensamentos traidores a levaria. Traidor. Uma palavra tão forte, mas que cabia muito bem a ela.

Era uma traidora e tivera que conviver com o fato durante dois anos.

Agora estava deitada em sua cama, escondida no escuro acolhedor de seu quarto observando as estrelas brilhantes que um dia pedira tanto a sua mãe para ajudá–las a colar.

Suspirou pesadamente ajeitando os óculos no rosto e puxou a coberta grossa para cobrir sua cabeça. Estava quase caindo no mundo dos sonhos quando a porta fora aberta bruscamente.

– Ela voltou! – disse Tayuya com a respiração ofegante e os olhos arregalados. – Karin!

– huum – Karin resmungou desgostosa – Eu já sei. Eu a vi. – A voz saiu abafada pela coberta.

Tayuya sentou na cama da prima e puxou o coberta para que pudesse olhar para o rosto de Karin.

Preocupação era o que transmitia o olhar da menina.

– Você está bem? O que pretende fazer? Já contou ao Sasuke? Vai contar?

Karin bufou irritada com a prima e com ela mesma e se sentou na cama observando um ponto invisível na televisão desligada.

– Eu não sei. – sussurrou, esfregando as mãos.

– Não sabe?

– Não sei, ta legal! Eu não sei. – Frustrada, Karin jogou suas costas contra o colchão novamente e encarou o teto. - O Sasuke não sabe. Ele está na casa do Orochimaru com o Naruto, esqueceu? Foram passar o fim de semana em Oto com o tio.

– Você precisa fazer alguma coisa.

– Eu não posso fazer nada, Tayuya.

– Mas é claro eu pode. – Tayuya se levantou e lançou um olhar furioso para a prima. – Karin, a Sakura voltou. Sakura Haruno. A menina que brincava de bonecas com você. A menina que te obrigou a colar essas malditas estrelas no teto do seu quarto, e eu não sei o porquê elas ainda estão ai. – Apontou para os pequenos pontos brilhantes. – Sakura, a garota que foi embora sem ao menos se despedir..

– Mas não foi culpa dela, eu sei. A Chiyo-baa me contou. – Rebateu Karin encarando a ruiva.

Mesmo que no inicio tivera ficado com raiva da amiga. Ela sabia que tendo Mebuki Haruno como mãe, Sakura sendo tão Sakura nunca iria desobedecê-la.

– Não me importa, ela ainda continua sendo a idiota da ex namoradinha do Sasuke.

– Tayuya, eles eram crianças. Nós éramos crianças.

– Mas ela pode muito bem ter voltado achando que ainda tem algum direito sobre o Sasuke. O seu Sasuke. Seu namorado e..

A gargalhada de Karin interrompeu o que Tayuya ia dizer. Era um som ruim de ouvir. Não era uma risada normal, com um som doce e verdadeiro. Era algo forçada, falso, carregado de angustia e arrependimento.

– Ka..

– E quem te disse que o Sasuke algum dia foi meu, querida prima? – O sorriso ainda estava nos lábios da Uzumaki quando uma lágrima escorreu. – Você sabe muito bem que ele nunca foi meu. Teve a prova disso no dia do acampamento quando o Sasuke chamou por ela enquanto dormia, e, bom, aquela não foi a primeira e nem a última vez.

– Prima. – Tayuya se jogou de encontro a Karin a abraçando com força. Sentia que Karin não estava bem, e não queria ver a prima passando por aquilo.

– Ele só está comigo por obrigação. Ele se sente obrigado depois daquela maldita noite. – Os soluços foram se tornando mais altos e as lágrimas mais grossas ao ponto de tirar a visão de Karin. Eram lágrimas de anos que haviam sido guardadas. – Você sabe disso. Eu sei disso. Sasuke nunca foi meu, e eu sou uma vaca traidora.

O sorriso amargo apareceu mais uma vez na face da ruiva.

Tayuya soltou o corpo de Karin, segurou nos ombros da mesma a forçando para que a olha-se em seus olhos e arrumou os óculos no rosto molhado. Ela estava séria.

– Não importa que coisa idiota vai acontecer agora, ok. Eu estou aqui. – A firmeza na voz de Tayuya fez Karin se sentir envergonhada. Abaixando a cabeça ajustando os óculos ela mesma, novamente. – Olha pra mim, sua idiota! Eu vou estar aqui. Eu vou estar aqui.

Obrigada, foi tudo o que Karin conseguiu pensar em relação à prima que estava a confortando. Ela precisaria de alguém para que pudesse socorrê-la quando a hora chegasse, e sabia que estava perto. Muito perto.


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Notas finais do capítulo

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Beijos.