Pulsos Atados escrita por Anayra Pucket


Capítulo 4
Capítulo 3 - Desespero - Ariel




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Algumas horas antes...

QUINTA FEIRA

Ele recostou-se sob a poltrona de sua nova casa e lamentou-se diante das labaredas de fogo da lareira.

Amargurado, ele revirou-se e tentou convencer a si mesmo que nada havia acontecido, mas era uma mentira. O selo da Profecia havia se rompido e a culpa era dele.

Tomou um gole do chá quente que havia preparado e recordou-se dos traços viçosos de Emilly naquela humana inocente.

– Mariana... - Ele resmungou. - A reencarnação chama-se Mariana. Finalmente pude confirmar isso.

Mesmo tendo a perseguido às espreitas desde que voltara a sentir a presença de sua amada nesse mundo, ele jamais teve coragem de se aproximar demais. Na verdade, ele mal havia reconhecido a garota.

Fazia no mínimo uns 8 anos desde que resolveu deixá-la em paz. Achava que dessa forma, não estando à beira de seu caminho, poderia evitar que seu maior pesadelo se concretizasse.

Tomou outro gole do chá e levantou-se. Caminhou pelos lados, atormentado pela voz que o aterrorizava nos últimos 17 anos.

" Seus olhares não poderão se encontrar ou a Transição se iniciará, e ela sofrerá com o oceano de seus próprios pecados..."

Emilly... - Ele sussurrou.

Uma lágrima escapou de seus olhos com as lembranças domando seus sentidos. Era difícil não se perder imaginando como seria bom tê-la ao seu lado.

– Por quê? - Ele gritou para o fogo. - Por quê?

"Mesmo que evite, um dia isso há de acontecer, não importa o quanto seja cauteloso..."

Realmente agora ele sabia a verdade cruel que existia naquelas palavras. Não importava o quanto ele tentasse evitar isso ia acontecer de um jeito ou de outro. Mas aquilo não amenizava a culpa que carregava agora naquele instante.

"Você deverá dar início à tudo isso e fim também, caso ela não consiga se controlar".

Ele esfregou seus cabelos e tentou pensar em algo para impedir que caísse a beira da loucura.

Gabriel.

Gabriel, seu irmão, foi a primeira pessoa que sua mente pensou.

Ele saiu da escuridão de sua casa, e dirigiu-se para o lugar único onde Gabriel permanecia. Aos arredores do velho terreno, próximo às velhas estradas enlamaçadas de barro.


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