Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord


Capítulo 8
Os vencedores.


Notas iniciais do capítulo

Voltei com o restante do ultimo capítulo. o/



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– Estamos completamente ferrados – eu disse enquanto tentava manter as folhas e os galhos espinhosos da moita longe dos meus olhos. – talvez devêssemos parar com isso.

– Não. – Freya disse como se implorasse para eu continuar. – Olha, não podemos perder, da ultima vez que joguei eu venci e fiz a Liv transar com outra garota, ela não vai me perdoar e vai ser o Miles que vai escolher o seu castigo.

Então a penalização dos perdedores chegava ao extremo. Agora eu estava começando a ficar com medo, não de ser preso ou dos cães, apenas estava com medo de perder e Miles me obrigar a fazer Deus sabe lá o que.

– Ok, tem um carro abandonado ali – Apontei para um beco. – Colamos os post-it lá e voltamos para o centro.

– Valeu – Freya me deu um beijo no rosto e saiu andando como uma adolescente comum e bem vestida que não havia invadido uma fábrica.

Coloquei a mochila na mão e abri a caixa de post-it deixando a outra para mostrar ao Miles e Liv. Freya fez a mesma coisa, retirando os papeis fluorescentes e colando de qualquer jeito na lataria do Fiesta abandonado. Eu já havia tapado a porta traseira inteira, então decidi partir para a janela.

– O que você está fazendo? Seu tarado! – Uma garota gritou dentro do carro.

Um garoto levantou logo depois.

– Brenda? – Freya se aproximou do vidro. – Amiga! Quanto tempo.

Depois de colocar as roupas, Brenda, a amiga de Freya desceu do carro seguida por um garoto asiático. Brenda era negra, mais ou menos da altura de Freya, o garoto era um pouco mais alto do que eu.

– Esse é o Hiro – Brenda apresentou o garoto.

– O que aconteceu com o cara que fazia grafite? – Freya perguntou.

– Me deu o cano, agora eu estou traindo ele no carro dele – Brenda disse com ar superior. – Vingança perfeita.

– Tenho uma ideia melhor – eu disse sorrindo.

Com a ajuda de Brenda e Hiro foi bem mais fácil cobrir todo o carro com os papeis que pareciam minúsculos. Brenda e Freya colocavam o assunto em dia e acabaram com a primeira caixa de papéis muito rápido.

– Esse é carro do grafiteiro, não é? – Freya perguntou. – Ele tem tinta aí dentro?

– Deve ter no porta-malas.

Graças ao bom Deus, havia latas de spray no porta-malas, incluindo rosa. Freya explicou para sua amiga sobre a lista. Hiro topou em emprestar a bicicleta para que voltássemos até o centro.

Freya bateu uma foto minha em frente ao carro na qual eu fazia cara de surpreso, como se o carro fosse meu eu estivesse acabado de chegar ali.

Enfiei o spray na mochila e ajudei Freya a se equilibrar no guidão. Felizmente eu havia sido uma criança que andou muito de bicicleta, ironicamente com Miles.

O cabelo da garota chicoteava o ar, o vento fazia meu rosto arder e minhas pernas estavam completamente doloridas. Quando chegamos na escola eu já estava coberto de suor novamente.

Ajudei Freya a pular o muro com certa dificuldade. Caminhamos até a área de esportes silenciosamente. Freya foi a primeira a arrancar as roupas ficando só de calcinha, sutiã e coturnos. A garota tinha o corpo magro, porém bem atraente.

– Gatinhos? – A loira perguntou assim que eu retirei a bermuda.

– São raposas – resmunguei.

Corremos alguns metros e fizemos poses como se fossemos atletas. Continuaríamos correndo se o barulho de sirene e as luzes de uma viatura não tivessem surgido do nada.

– Sensores de movimento – Freya apontou para uma luz que piscava branca no canto da parede mais próxima. – Que escola tem sensores de movimento? Não podia ser um guarda velho e barrigudo?

– Querida, estou me perguntando a mesma coisa – respondi me vestindo. – Não vai por suas roupas?

– Pegue o spray, vamos cumprir outra tarefa.

Freya saiu correndo para dentro do prédio. Esperei algum tempo e pulei o muro novamente. Corri até a viatura, porém quando cheguei ao carro Liv terminava o desenho de uma enorme flor rosa pink.

– Vencemos? – Ela gritou.

– Sim! – Miles respondeu pulando o muro da escola segurando um pedaço de pedra.

A mão da estatua do fundador.

– Freya ainda está lá dentro – Gritei, nenhum dos dois havia notado minha presença.

Liv olhou assustada e se jogou em cima do carro. O som do alarme era ensurdecedor. Nos escondemos atrás de uma das várias palmeiras que decoravam a rua.

Não levou muito tempo para que o policial saísse e se surpreendesse com a arte moderna que Liv havia criado em para-brisa. Ele ficou procurando por algum tempo quem pudesse ter feito algo do tipo, mas desistiu e voltou para dentro da escola.

– Conseguiu pintar? – Freya perguntou fazendo Liv, Miles e eu quase termos um ataque cardíaco.

– Liv foi mais rápida – eu respondi.

– Pronto para o seu castigo, Leo? – Miles perguntou com uma cara maliciosa.

xXx

– Isso dói – choraminguei.

– Pare de reclamar – Miles parou o que estava fazendo e me encarou. – Já estive no seu lugar e nem dói tanto.

– Tem um negócio entrando em mim.

Miles me encarou indignado.

– Eu nem comecei.

O garoto passou um algodão molhado com álcool nos meu mamilo direito. Pude sentir cada milímetro do cateter entrando em mim. Levou apenas alguns segundos para Miles colocar o piercing, mas pareceu ser uma eternidade. A dor no outro mamilo foi um pouco menor, mas mesmo assim ficou levemente inchado.

– Por que Freya teve que pintar o cabelo e eu tive que ser perfurado? – Perguntei com um pouco de raiva. – Você não podia ter me levado em um estúdio?

– Meu irmão me ensinou a fazer isso.

– Kyle?

– Não, Ross, o filho do meu pai.

Eu nem me lembrava da existência de Ross, eu havia visto o garoto uma ou duas vezes na minha vida. Ele morava em Portugal com a mãe. Aparentemente ele e Miles tinham o mesmo espírito de ficar mudando de casa. Estava no sangue.

– Por que nos mamilos? – perguntei me olhando no espelho. Agora eles estavam completamente vermelhos e com uma argolinha preta cada um.

– Acho sexy – Miles deu de ombros. – E me eles lembram o Kyle.

Freya entrou na sala com seu novo visual. Liv não havia poupado, agora o cabelo da garota estava tingido de azul, rosa e alguma coisa que parecia verde. De certa forma aquilo combinava com a Freya.

– Eu era loira natural – Freya choramingou. – Eu não podia transar com outra garota, igual você?

– Não – Liv cruzou os braços. – Você e Kyle foram muito cruéis comigo e com os garotos.

– Na real eu não sei o que o Kyle obrigou o Miles a fazer – Freya encarou o garoto.

– Vai continuar não sabendo – Miles deu de ombros. – Mas eu cumpri.

Tentei parar de pensar nos meus novos acessórios para mamilos, vesti a blusa e deitei no sofá. Qual teria sido o castigo de Miles?


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