Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord
Notas iniciais do capítulo
Voltei com o restante do ultimo capítulo. o/
– Estamos completamente ferrados – eu disse enquanto tentava manter as folhas e os galhos espinhosos da moita longe dos meus olhos. – talvez devêssemos parar com isso.
– Não. – Freya disse como se implorasse para eu continuar. – Olha, não podemos perder, da ultima vez que joguei eu venci e fiz a Liv transar com outra garota, ela não vai me perdoar e vai ser o Miles que vai escolher o seu castigo.
Então a penalização dos perdedores chegava ao extremo. Agora eu estava começando a ficar com medo, não de ser preso ou dos cães, apenas estava com medo de perder e Miles me obrigar a fazer Deus sabe lá o que.
– Ok, tem um carro abandonado ali – Apontei para um beco. – Colamos os post-it lá e voltamos para o centro.
– Valeu – Freya me deu um beijo no rosto e saiu andando como uma adolescente comum e bem vestida que não havia invadido uma fábrica.
Coloquei a mochila na mão e abri a caixa de post-it deixando a outra para mostrar ao Miles e Liv. Freya fez a mesma coisa, retirando os papeis fluorescentes e colando de qualquer jeito na lataria do Fiesta abandonado. Eu já havia tapado a porta traseira inteira, então decidi partir para a janela.
– O que você está fazendo? Seu tarado! – Uma garota gritou dentro do carro.
Um garoto levantou logo depois.
– Brenda? – Freya se aproximou do vidro. – Amiga! Quanto tempo.
Depois de colocar as roupas, Brenda, a amiga de Freya desceu do carro seguida por um garoto asiático. Brenda era negra, mais ou menos da altura de Freya, o garoto era um pouco mais alto do que eu.
– Esse é o Hiro – Brenda apresentou o garoto.
– O que aconteceu com o cara que fazia grafite? – Freya perguntou.
– Me deu o cano, agora eu estou traindo ele no carro dele – Brenda disse com ar superior. – Vingança perfeita.
– Tenho uma ideia melhor – eu disse sorrindo.
Com a ajuda de Brenda e Hiro foi bem mais fácil cobrir todo o carro com os papeis que pareciam minúsculos. Brenda e Freya colocavam o assunto em dia e acabaram com a primeira caixa de papéis muito rápido.
– Esse é carro do grafiteiro, não é? – Freya perguntou. – Ele tem tinta aí dentro?
– Deve ter no porta-malas.
Graças ao bom Deus, havia latas de spray no porta-malas, incluindo rosa. Freya explicou para sua amiga sobre a lista. Hiro topou em emprestar a bicicleta para que voltássemos até o centro.
Freya bateu uma foto minha em frente ao carro na qual eu fazia cara de surpreso, como se o carro fosse meu eu estivesse acabado de chegar ali.
Enfiei o spray na mochila e ajudei Freya a se equilibrar no guidão. Felizmente eu havia sido uma criança que andou muito de bicicleta, ironicamente com Miles.
O cabelo da garota chicoteava o ar, o vento fazia meu rosto arder e minhas pernas estavam completamente doloridas. Quando chegamos na escola eu já estava coberto de suor novamente.
Ajudei Freya a pular o muro com certa dificuldade. Caminhamos até a área de esportes silenciosamente. Freya foi a primeira a arrancar as roupas ficando só de calcinha, sutiã e coturnos. A garota tinha o corpo magro, porém bem atraente.
– Gatinhos? – A loira perguntou assim que eu retirei a bermuda.
– São raposas – resmunguei.
Corremos alguns metros e fizemos poses como se fossemos atletas. Continuaríamos correndo se o barulho de sirene e as luzes de uma viatura não tivessem surgido do nada.
– Sensores de movimento – Freya apontou para uma luz que piscava branca no canto da parede mais próxima. – Que escola tem sensores de movimento? Não podia ser um guarda velho e barrigudo?
– Querida, estou me perguntando a mesma coisa – respondi me vestindo. – Não vai por suas roupas?
– Pegue o spray, vamos cumprir outra tarefa.
Freya saiu correndo para dentro do prédio. Esperei algum tempo e pulei o muro novamente. Corri até a viatura, porém quando cheguei ao carro Liv terminava o desenho de uma enorme flor rosa pink.
– Vencemos? – Ela gritou.
– Sim! – Miles respondeu pulando o muro da escola segurando um pedaço de pedra.
A mão da estatua do fundador.
– Freya ainda está lá dentro – Gritei, nenhum dos dois havia notado minha presença.
Liv olhou assustada e se jogou em cima do carro. O som do alarme era ensurdecedor. Nos escondemos atrás de uma das várias palmeiras que decoravam a rua.
Não levou muito tempo para que o policial saísse e se surpreendesse com a arte moderna que Liv havia criado em para-brisa. Ele ficou procurando por algum tempo quem pudesse ter feito algo do tipo, mas desistiu e voltou para dentro da escola.
– Conseguiu pintar? – Freya perguntou fazendo Liv, Miles e eu quase termos um ataque cardíaco.
– Liv foi mais rápida – eu respondi.
– Pronto para o seu castigo, Leo? – Miles perguntou com uma cara maliciosa.
xXx
– Isso dói – choraminguei.
– Pare de reclamar – Miles parou o que estava fazendo e me encarou. – Já estive no seu lugar e nem dói tanto.
– Tem um negócio entrando em mim.
Miles me encarou indignado.
– Eu nem comecei.
O garoto passou um algodão molhado com álcool nos meu mamilo direito. Pude sentir cada milímetro do cateter entrando em mim. Levou apenas alguns segundos para Miles colocar o piercing, mas pareceu ser uma eternidade. A dor no outro mamilo foi um pouco menor, mas mesmo assim ficou levemente inchado.
– Por que Freya teve que pintar o cabelo e eu tive que ser perfurado? – Perguntei com um pouco de raiva. – Você não podia ter me levado em um estúdio?
– Meu irmão me ensinou a fazer isso.
– Kyle?
– Não, Ross, o filho do meu pai.
Eu nem me lembrava da existência de Ross, eu havia visto o garoto uma ou duas vezes na minha vida. Ele morava em Portugal com a mãe. Aparentemente ele e Miles tinham o mesmo espírito de ficar mudando de casa. Estava no sangue.
– Por que nos mamilos? – perguntei me olhando no espelho. Agora eles estavam completamente vermelhos e com uma argolinha preta cada um.
– Acho sexy – Miles deu de ombros. – E me eles lembram o Kyle.
Freya entrou na sala com seu novo visual. Liv não havia poupado, agora o cabelo da garota estava tingido de azul, rosa e alguma coisa que parecia verde. De certa forma aquilo combinava com a Freya.
– Eu era loira natural – Freya choramingou. – Eu não podia transar com outra garota, igual você?
– Não – Liv cruzou os braços. – Você e Kyle foram muito cruéis comigo e com os garotos.
– Na real eu não sei o que o Kyle obrigou o Miles a fazer – Freya encarou o garoto.
– Vai continuar não sabendo – Miles deu de ombros. – Mas eu cumpri.
Tentei parar de pensar nos meus novos acessórios para mamilos, vesti a blusa e deitei no sofá. Qual teria sido o castigo de Miles?
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